"Reparei que quanto mais duvidamos, mais nos agarramos a uma falsa lucidez, na esperança de racionalizar o que os sentimentos tornaram turvos e obscuros."
Evitando seguir caminhos já traçados e trabalhar informações repetidas sobre a origem do personagem, Matt Reeves desenvolve um thriller investigativo (carregado de um drama refinado), revelando um lado detetive/policial do morcego ainda não visto nos cinemas. Para tanto, o diretor e roteirista inspira-se e homenageia os renomados trabalhos de David Fincher: Seven – Os Sete Pecados Capitais (1995) e Zodíaco (2007). De forma precisa e assertiva, o desenrolar da trama não só conduz o protagonista para mais perto de encontrar o assassino e solucionar os crimes, como também promove no herói um processo reflexivo e autoanalítico importante para o seu amadurecimento. Não é exagero chamar de brilhante a construção narrativa utilizada, a qual mantém o espectador envolvido com a sequência de fatos e enigmas ordenados pelo estilo detetivesco enquanto traz à tona diversas verdades que desvelam uma cidade chafurdada em corrupção, pondo em xeque os ideais do Homem-Morcego (seu senso de vingança em contraponto à justiça), sua realidade e até quem seria(m) o(s) verdadeiro(s) vilão(ões) dessa história.
Para representar o protagonista, Robert Pattinson se revelou como a escolha perfeita. O ator imprimiu na interpretação do herói um caráter fechado, objetivo, arguto, com um forte senso de justiça (apesar da sua autodefinição como “Eu sou a vingança”) e, ao mesmo tempo, profundamente humano. Quando a figura de Bruce Wayne surge na tela, podemos enxergar claramente o homem por trás do uniforme de morcego: alguém recluso, solitário, melancólico, obcecado, dolorido, com feridas em tratamento e cicatrizes ainda sensíveis. Com o decorrer da narrativa, percebemos a evolução do protagonista, ao ponto de, no final, mudar sua mentalidade e seus conceitos, deixando de querer ser um promotor de vingança para se constituir como símbolo de esperança para Gotham City. Claro que a percepção das nuances do personagem e a sua evolução não seriam perfeitamente trabalhadas sem o ator correto. Assim, Pattinson entrega uma das melhores performances como Batman nos cinemas.
Além da incrível atuação do referido Robert Pattinson, cabe citar que todo o elenco principal brilha no longa. Zoë Kravitz encanta e seduz no papel da Mulher-Gato; Paul Dano impacta com a intensidade do seu Charada; Jeffrey Wright ganha a simpatia do público e bastante tempo em cena encarnando o comissário Gordon; Colin Farrell surge irreconhecível em uma surpreendente interpretação do Pinguim; John Turturro entrega um Carmine Falcone inescrupuloso como todo verdadeiro mafioso; Andy Serkis, embora com bem pouco tempo em tela, consegue o afeto e a lealdade de Alfred por Bruce e pela família Wayne.
Também convém frisar o trabalho primoroso da parte técnica responsável pelo som e pela fotografia do filme. A fotografia de Greig Fraser – indicado ao Oscar em 2022 por seu trabalho em Duna – é sensacional, delineando uma Gotham sombria, decadente, imersa em escuridão (o que pode representar, inclusive, a escuridão moral, a falta de luz, de esperança), combinando a estética ainda mais com o estilo de produção noir aderida pelo diretor Matt Reeves. Já Michael Giacchino (ganhador de diversos prêmios, incluindo o Oscar de Melhor Trilha Sonora Original de 2010 para o filme Up – Altas Aventuras) pontua magistralmente a presença do Homem-Morcego no longa, proporcionando, juntamente com a belíssima fotografia, uma imponência, um ar de grandiosidade às aparições do Batman.
Por fim, outro grande valor desse filme (somado a todos os demais) é o fato de ser uma produção sobre o Batman, focada nele. Diferente do que costumamos ver nas diversas adaptações, nas quais é comum que o foco seja dado aos vilões, Matt Reeves se preocupa em construir um enredo cujo centro seja o vigilante de Gotham, com suas cruezas, inseguranças, conturbações, mas também com sua determinação, seu espírito de justiça, seu processo de amadurecimento e seu empenho em tentar ser o herói que a cidade precisa que ele seja.
Uma das maiores franquias de terror, Jogos Mortais (Saw) foi uma produção concebida inicialmente levando-se em conta o baixo orçamento. A ideia de duas pessoas que acordam acorrentadas em um banheiro com um corpo no chão e sem saberem como foram parar ali foi gravada no formato de curta-metragem – que recebeu o mesmo nome – e, por se mostrar promissora, possibilitou aos criadores James Wan e Leigh Whannell a oportunidade de torná-la um longa. Com um orçamento de 1,2 milhão de dólares e gravado em apenas 18 dias, Jogos Mortais rendeu 103 milhões de dólares (quase 86 vezes o valor investido), o que tornou a realização de sequências não só possível, como desejável (a fim de se aproveitar do seu estrondoso sucesso).
A partir do segundo longa, o suspense psicológico e o clima claustrofóbico que marcaram o thriller original deram lugar a tramas focadas na inventividade das armadilhas, com o uso crescente de gore, de modo a reafirmar a franquia como torture porn (gênero de filmes de horror que explora a brutalidade, o sofrimento e a tortura de personagens de forma explícita e até mesmo sádica). Entretanto, com as inúmeras e problemáticas sequências, o conceito foi se desgastando até se tornar um mero farrapo que ainda quer, a todo custo, se valer do êxito obtido pelo primeiro filme. É justamente isto que Espiral: O Legado de Jogos Mortais se revela: um farrapo esgarçado e desprovido de qualquer atrativo diante da produção na qual se escora.
trazer à cena um detetive inteligente o suficiente para perceber, anos atrás, o desvio de conduta de um colega, mas incapaz de conduzir uma investigação não somente norteada pelo direcionamento do criminoso (nem mesmo quando a conclusão parece óbvia)
, o roteiro escrito por Josh Stolberg e Pete Goldfinger possui muito mais falhas. Podemos citar a falta de aprofundamento dos personagens, diálogos que não agregam em nada, piadinhas infames e que poluem a intenção de criação de uma atmosfera de suspense investigativo, armadilhas cujo preparo e execução se mostram implausíveis para uma única pessoa, uma tentativa de plot twist pífia e fracassada, tendo em vista que a inabilidade na elaboração da narrativa acaba por entregar a identidade da pessoa por trás dos crimes muito antes do que os escritores pretendiam, sem contar o esforço risível e deplorável para despistar o espectador com cenas e elementos que não convencem nem um pouco.
A direção de Darren Lynn Bousman – que volta ao comando da franquia após assumir essa função em Jogos Mortais 2, 3 e 4 – parece perdida, não se sustentando em nenhum dos segmentos nos quais busca se inserir: por um lado, a proposta de thriller investigativo é fraca, previsível e nada envolvente; por outro lado, as poucas vítimas e o intervalo entre as cenas de tortura (além da já citada falta de verossimilhança no que diz respeito à montagem e execução dos ardis, que desaparece em prol da inventividade) decepciona quem, mesmo com a expectativa baixa, foi assistir ao filme esperando, ao menos, um torture porn de respeito, que esbanje sangue, vísceras, gritos e desespero. Assim, percebe-se que o intento em se aproximar do clássico Seven: Os Sete Pecados Capitais, além de não se realizar pela ausência de uma trama bem construída que sustentasse o suspense policial, compromete o horror aflitivo que se tornou marca registrada da trama, seja pelo viés psicológico, seja pela brutalidade.
Com relação ao elenco, a presença de Chris Rock como protagonista já põe em xeque a credibilidade de um longa de terror/suspense. Responsável pela ideia deste spin-off de Jogos Mortais, Rock surge extremamente caricato. Seu personagem mais parece um menino mimado que esqueceu de crescer e não aceita quando suas vontades não são feitas. Talvez tentando transmitir intensidade, o comediante (não direi ator, pois sua atuação não convence em momento algum) soa exagerado, irritante e fora do tom com suas piadinhas, expressões e ataques de revolta. Nem mesmo Samuel L. Jackson consegue entregar algo verossímil, tendo em vista a superficialidade do seu personagem e a notória percepção do motivo para a sua presença na narrativa, expondo o quão previsível e medíocre é o roteiro.
Para um filme que se diz um legado de Jogos Mortais, Espiral soa mais como uma afronta à franquia devido à sua imperícia no que se propõe. Em suma, dentre todas as torturas que um imitador de Jigsaw pôde engendrar nesse suposto legado, a mais mortal foi aviltar o espectador durante 95 minutos com um filme tão ruim.
Dirigido pelo prolífico francês François Ozon – que soma com este filme 22 longas-metragens à sua carreira – e adaptado do romance Dance On My Grave, de Aidan Chambers, Verão de 85 conquista o espectador pela contundente construção dos seus personagens, bem como pela trilha sonora e pela fotografia. Cenas marcantes nos são apresentadas de modo sensível e intenso – como, por exemplo, quando os dois rapazes estão em uma boate, dançando ao som de uma batida animada, e David coloca um fone nos ouvidos de Alexis, que passa, então, a dançar no seu próprio ritmo, embalado por Salling, de Rod Stewart.
Com uma fotografia de cores quentes e bem saturada, o filme cria um clima nostálgico e de veraneio. O prazer em olhar e desfrutar os espaços – seja o mar, a cidade, a boate, as ruas em meio a um passeio de motocicleta –, proporciona uma rica ambientação. Portanto, não é difícil se lembrar de Me Chame Pelo Seu Nome ao assistir a Verão de 85. Só que aqui o romance é em partes desfocado, perdendo sua potência, devido ao tom policial e de suspense que a película de Ozon adota.
Apesar dos acertos, a narrativa perde muito em seu arco final. Como citado, ao não escolher que caminho percorrer, mas oscilar entre o romance e o suspense, buscando, ao mesmo tempo, apresentar um quê filosófico à história, o diretor acaba por enfraquecê-la, comprometendo o resultado final. Ademais, determinadas ações soam apressadas, superficiais e até mesmo ilógicas, destoando do início mais lento e cuidadoso. Contrabalanceando, temos, por um lado, personagens principais bem desenvolvidos e coesos, visual nostálgico e que promove a imersão do espectador na trama, trilha sonora envolvente, delicadeza no processo de (auto)descoberta e o desenvolvimento de belas cenas; por outro lado, há uma grande perda narrativa devido à superficialidade dos personagens coadjuvantes (como se não valesse a pena gastar tempo apresentando-os além do básico para a compreensão da história), à falta de um tom preciso que permeie o longa, a cenas desnecessárias e algumas que beiram o caricato (em vez do drama ou da sensibilidade que possivelmente gostariam de transmitir) e a um clímax que, na verdade, mostra-se anticlímax.
Para um filme que narra um amor de verão, começando caloroso e, ao mesmo tempo, refrescante, Verão de 85, infelizmente, não consegue manter a sua força até o fim. A promessa de uma nostalgia que aquece muito mais do que os corpos e sim a alma não se executa, provocando insatisfação por não se experimentar o deleite esperado (como uma viagem de férias em pleno verão que, embora comece bem, acaba não saindo como planejada). Por fim, esse verão acabou sendo bem morno, o que não significa que não tenha proporcionado alguns momentos memoráveis.
Quase não consigo terminar nem o primeiro episódio de tão ruim. Ainda dei chance ao segundo por ter o Rafael Portugal, mas continuou horrível. Desisti.
Pessoas sumidas na floresta, registros em vídeo, presença sobrenatural. Como resultado da junção desses elementos, um filme que simula um documentário. Pode parecer que estamos falando de A Bruxa de Blair, o icônico difusor do gênero found footage no cinema, mas tudo isso também está presente em A Viúva das Sombras, só que de forma tão precária e sem propriedade que a alusão ao longa de 1999 fica apenas na tentativa (falha e pífia).
Como dito, o longa russo procura estabelecer uma nítida relação com A Bruxa de Blair. Percebe-se não apenas a inspiração do clássico de 1999, como uma fracassada tentativa de reinventá-lo. Desde a ambientação até o estilo, o que não faltam são elementos que se espelham na película de Daniel Myrick e Eduardo Sánchez. Além dos pontos já frisados, há também a presença de uma entidade feminina que aterroriza os personagens.
Como estratégias de reinvenção adotadas pela produção moscovita, notamos o desprendimento da narrativa unicamente em found footage, assumindo-se uma construção fílmica híbrida, que intercala as gravações feitas pela repórter com uma visão de fora, um olhar em terceira pessoa. Também cabe salientar o deslocamento do terror provocado pela palavra “bruxa” (que carrega em si um peso semântico desencadeador de medo) para “viúva”, que, embora não possua intrinsecamente uma conotação assustadora, tem um lado sombrio, por ser uma palavra que alude à morte (pois “viúva” expressa, implicitamente, a morte de alguém – no caso, do marido).
Apesar do esforço em empreender um projeto de terror, o diretor Ivan Minin falha de modo vergonhoso, pois praticamente nada funciona em seu longa, à exceção da possibilidade de ambientação e de assimilação da lenda local, que, uma vez mal aproveitadas, tornam ainda mais lamentável o que se assiste. O resultado: roteiro mal escrito e executado de forma ainda pior; ausência de uma atmosfera inquietante; personagens extremamente rasos e sem nenhum desenvolvimento, o que dificulta a criação de qualquer elo empático, tornando-os tão descartáveis quanto o próprio filme; atitudes descabidas e sem qualquer justificativa lógica; jump scares tão fracos e pessimamente utilizados que, em vez de susto ou medo, quase provocam risos (de vergonha alheia). Em suma: um show de horrores, mas não no sentido que se espera.
Durante os 80 minutos de A Viúva das Sombras, por muitas vezes é possível se perguntar se o filme ainda tem chances de ficar minimamente bom, tendo em vista a bagagem utilizada para sua realização (desde a referência ao clássico de terror mencionado até a lenda e os acontecimentos que servem de base, sem esquecer a locação e o uso de uma equipe de resgate de verdade no lugar de atores, o que foi feito para talvez dar mais realismo à trama). No fim, o que resta é o descontentamento pelo desperdício de tamanho potencial.
"Os palavrões indicam o que valorizamos, em que se baseia nossa moral e como equilibramos a tensão entre o discurso público e a vida privada.
Há uma humanidade inata no ato de xingar, na lindamente feia interseção entre os cérebros conscientes e os corpos animalescos. Em suma, os palavrões serão úteis enquanto ainda tivermos corações, mentes e cus."
"Em sentido figurado, catar é uma atividade mental. Catar fatos, catar atos, catar informações. Para mim, que tenho uma memória fraca, são as coisas que cato que resumem as minhas viagens."
A premissa é interessante, especialmente levando-se em conta o marketing feito em prol do filme. Porém nem mesmo o elenco de peso consegue salvar o filme de ser um grande fiasco. Os cinco jovens enclausurados (uma clara alusão ao clássico "Clube dos Cinco") não têm suas personalidades e histórias desenvolvidas de forma profunda ou contundente, sendo apenas clichês pautados em estereótipos com uma pseudoevolução repentina propícia à trama. Assim fica difícil ter empatia e se envolver de verdade com personagens tão rasos.
Vendido como uma produção de terror (e não necessariamente de super-heróis), o longa dirigido por Josh Boone (A Culpa é das Estrelas) demonstra que tinha bastante potencial, mas não soube ou não conseguiu explorá-lo. A narrativa não sustenta uma densidade que se esperaria de uma história de terror, tampouco provoca medo, angústia, ansiedade ou sequer um susto. Enquanto "It: A Coisa" colocou crianças (em sua primeira parte) e adultos (no segundo capítulo) diante de seus piores medos de intensa, visceral e assustadora, "Os Novos Mutantes" é corrido, insosso e mal-aproveitado.
A ausência de terror nesse suposto filme de terror pode ser explicada por alguns fatores. A falta de aprofundamento nas histórias pessoais de cada personagem é um deles. O trauma que assombra cada jovem é apresentado de modo tão superficial e desinteressante que fica difícil se sentir afetado. Além disso, a partir de certo ponto, a luta contra os próprios demônios deixa de fazer sentido (se é que fazia sentido antes), quando o terceiro ato caótico se inicia. Outro fator é o corte abrupto de cenas com potencial para causar desconforto ou até certo tipo de perturbação. O caráter raso e curto de tais cenas, que poderiam ser minimamente promissoras, causa ainda mais frustração ao demonstrar uma falta de direcionamento e um desalinhamento no tom da narrativa, bem como uma inabilidade para a construção de uma trama assustadora. Podemos citar também a inexploração dos elementos-base da narrativa que poderiam ajudar a construir uma aura de horror, como a solidão, o isolamento, a claustrofobia e os sentimentos de culpa dos personagens. Se bem-aproveitados, a produção sombria prometida há três anos (quando divulgado o seu primeiro trailer) talvez não ficasse apenas na promessa.
Além dos problemas apontados, erros básicos de continuidade e edição (como atores olhando para lados diferentes em cenas sequenciais) demonstram que o esforço para o lançamento do longa no circuito de cinemas não é nada condizente com o resultado entregue. Não à toa, Os Novos Mutantes foi considerado pelo crítico Scott Mendelson como o pior de todos os filmes da franquia X-Men. No site Rotten Tomatoes, sua avaliação está abaixo da catástrofe que havia sido "X-Men: A Fênix Negra".
No fim, o verdadeiro terror proporcionado pelo filme "Os Novos Mutantes" é o de o espectador ter saído de casa em plena pandemia para ir ao cinema assistir a um filme que não vale a pena.
Como eu adoro valorizar produções nacionais, especialmente quando provam que o Brasil tem capacidade de surpreender e produzir conteúdo de qualidade.
"Boca a Boca" possui uma fotografia foda, um roteiro bastante interessante, ótimas atuações, trilha sonora incrível, montagem digna de aplausos, narrativa bem construída e que usa com propriedade a presença da tecnologia na contemporaneidade, críticas assertivas, sem contar a antecipação de uma epidemia e "padrões" de comportamento (como descaso, desrespeito a condutas em prol da segurança e da saúde de todos, automedicação e uso de máscaras).
Cada um dos 76 episódios das 6 temporadas de Bojack Horseman me marcou de uma maneira mais que especial: de uma forma única. Eu ri, chorei, fiquei apreensivo, suspirei, roí as unhas, refleti, aprendi e me identifiquei com os personagens, suas histórias, suas vivências.
Nunca antes uma série havia mexido tão profundamente comigo, nem me deixado um vazio existencial enorme após sua conclusão como Bojack Horseman. É uma série que levarei comigo para sempre! ❤
O verdadeiro propósito do Godard expresso e sintetizado no seguinte diálogo:
"– O que você faz exatamente? – Vim anunciar aos tempos modernos o fim da era gramatical e o começo da exuberância. Em todos os campos, principalmente no cinema."
O Desprezo
4.0 266"Reparei que quanto mais duvidamos, mais nos agarramos a uma falsa lucidez, na esperança de racionalizar o que os sentimentos tornaram turvos e obscuros."
Visages, Villages
4.4 161 Assista Agora"Cada rosto tem uma história." (Agnès Varda)
Duas ou Três Coisas que Eu Sei Dela
3.7 82 Assista Agora"O que é arte?
'Forma tornando-se estilo', disseram.
Mas o estilo é o homem. Portanto, a arte é o que humaniza as formas."
Vortex
4.0 66Fiquei completamente estilhaçado durante todo o filme e muito tempo depois de assistir, algo que Noé sempre consegue me causar com suas películas.
Rick and Morty (5ª Temporada)
4.2 101"Já pensou como as pessoas que amamos ficariam horrorizadas se descobrissem quem nós somos de verdade?"
Batman
4.0 1,9K Assista AgoraEvitando seguir caminhos já traçados e trabalhar informações repetidas sobre a origem do personagem, Matt Reeves desenvolve um thriller investigativo (carregado de um drama refinado), revelando um lado detetive/policial do morcego ainda não visto nos cinemas. Para tanto, o diretor e roteirista inspira-se e homenageia os renomados trabalhos de David Fincher: Seven – Os Sete Pecados Capitais (1995) e Zodíaco (2007). De forma precisa e assertiva, o desenrolar da trama não só conduz o protagonista para mais perto de encontrar o assassino e solucionar os crimes, como também promove no herói um processo reflexivo e autoanalítico importante para o seu amadurecimento. Não é exagero chamar de brilhante a construção narrativa utilizada, a qual mantém o espectador envolvido com a sequência de fatos e enigmas ordenados pelo estilo detetivesco enquanto traz à tona diversas verdades que desvelam uma cidade chafurdada em corrupção, pondo em xeque os ideais do Homem-Morcego (seu senso de vingança em contraponto à justiça), sua realidade e até quem seria(m) o(s) verdadeiro(s) vilão(ões) dessa história.
Para representar o protagonista, Robert Pattinson se revelou como a escolha perfeita. O ator imprimiu na interpretação do herói um caráter fechado, objetivo, arguto, com um forte senso de justiça (apesar da sua autodefinição como “Eu sou a vingança”) e, ao mesmo tempo, profundamente humano. Quando a figura de Bruce Wayne surge na tela, podemos enxergar claramente o homem por trás do uniforme de morcego: alguém recluso, solitário, melancólico, obcecado, dolorido, com feridas em tratamento e cicatrizes ainda sensíveis. Com o decorrer da narrativa, percebemos a evolução do protagonista, ao ponto de, no final, mudar sua mentalidade e seus conceitos, deixando de querer ser um promotor de vingança para se constituir como símbolo de esperança para Gotham City. Claro que a percepção das nuances do personagem e a sua evolução não seriam perfeitamente trabalhadas sem o ator correto. Assim, Pattinson entrega uma das melhores performances como Batman nos cinemas.
Além da incrível atuação do referido Robert Pattinson, cabe citar que todo o elenco principal brilha no longa. Zoë Kravitz encanta e seduz no papel da Mulher-Gato; Paul Dano impacta com a intensidade do seu Charada; Jeffrey Wright ganha a simpatia do público e bastante tempo em cena encarnando o comissário Gordon; Colin Farrell surge irreconhecível em uma surpreendente interpretação do Pinguim; John Turturro entrega um Carmine Falcone inescrupuloso como todo verdadeiro mafioso; Andy Serkis, embora com bem pouco tempo em tela, consegue o afeto e a lealdade de Alfred por Bruce e pela família Wayne.
Também convém frisar o trabalho primoroso da parte técnica responsável pelo som e pela fotografia do filme. A fotografia de Greig Fraser – indicado ao Oscar em 2022 por seu trabalho em Duna – é sensacional, delineando uma Gotham sombria, decadente, imersa em escuridão (o que pode representar, inclusive, a escuridão moral, a falta de luz, de esperança), combinando a estética ainda mais com o estilo de produção noir aderida pelo diretor Matt Reeves. Já Michael Giacchino (ganhador de diversos prêmios, incluindo o Oscar de Melhor Trilha Sonora Original de 2010 para o filme Up – Altas Aventuras) pontua magistralmente a presença do Homem-Morcego no longa, proporcionando, juntamente com a belíssima fotografia, uma imponência, um ar de grandiosidade às aparições do Batman.
Por fim, outro grande valor desse filme (somado a todos os demais) é o fato de ser uma produção sobre o Batman, focada nele. Diferente do que costumamos ver nas diversas adaptações, nas quais é comum que o foco seja dado aos vilões, Matt Reeves se preocupa em construir um enredo cujo centro seja o vigilante de Gotham, com suas cruezas, inseguranças, conturbações, mas também com sua determinação, seu espírito de justiça, seu processo de amadurecimento e seu empenho em tentar ser o herói que a cidade precisa que ele seja.
Espiral: O Legado de Jogos Mortais
2.2 527 Assista AgoraUma das maiores franquias de terror, Jogos Mortais (Saw) foi uma produção concebida inicialmente levando-se em conta o baixo orçamento. A ideia de duas pessoas que acordam acorrentadas em um banheiro com um corpo no chão e sem saberem como foram parar ali foi gravada no formato de curta-metragem – que recebeu o mesmo nome – e, por se mostrar promissora, possibilitou aos criadores James Wan e Leigh Whannell a oportunidade de torná-la um longa. Com um orçamento de 1,2 milhão de dólares e gravado em apenas 18 dias, Jogos Mortais rendeu 103 milhões de dólares (quase 86 vezes o valor investido), o que tornou a realização de sequências não só possível, como desejável (a fim de se aproveitar do seu estrondoso sucesso).
A partir do segundo longa, o suspense psicológico e o clima claustrofóbico que marcaram o thriller original deram lugar a tramas focadas na inventividade das armadilhas, com o uso crescente de gore, de modo a reafirmar a franquia como torture porn (gênero de filmes de horror que explora a brutalidade, o sofrimento e a tortura de personagens de forma explícita e até mesmo sádica). Entretanto, com as inúmeras e problemáticas sequências, o conceito foi se desgastando até se tornar um mero farrapo que ainda quer, a todo custo, se valer do êxito obtido pelo primeiro filme. É justamente isto que Espiral: O Legado de Jogos Mortais se revela: um farrapo esgarçado e desprovido de qualquer atrativo diante da produção na qual se escora.
Não bastasse
trazer à cena um detetive inteligente o suficiente para perceber, anos atrás, o desvio de conduta de um colega, mas incapaz de conduzir uma investigação não somente norteada pelo direcionamento do criminoso (nem mesmo quando a conclusão parece óbvia)
A direção de Darren Lynn Bousman – que volta ao comando da franquia após assumir essa função em Jogos Mortais 2, 3 e 4 – parece perdida, não se sustentando em nenhum dos segmentos nos quais busca se inserir: por um lado, a proposta de thriller investigativo é fraca, previsível e nada envolvente; por outro lado, as poucas vítimas e o intervalo entre as cenas de tortura (além da já citada falta de verossimilhança no que diz respeito à montagem e execução dos ardis, que desaparece em prol da inventividade) decepciona quem, mesmo com a expectativa baixa, foi assistir ao filme esperando, ao menos, um torture porn de respeito, que esbanje sangue, vísceras, gritos e desespero. Assim, percebe-se que o intento em se aproximar do clássico Seven: Os Sete Pecados Capitais, além de não se realizar pela ausência de uma trama bem construída que sustentasse o suspense policial, compromete o horror aflitivo que se tornou marca registrada da trama, seja pelo viés psicológico, seja pela brutalidade.
Com relação ao elenco, a presença de Chris Rock como protagonista já põe em xeque a credibilidade de um longa de terror/suspense. Responsável pela ideia deste spin-off de Jogos Mortais, Rock surge extremamente caricato. Seu personagem mais parece um menino mimado que esqueceu de crescer e não aceita quando suas vontades não são feitas. Talvez tentando transmitir intensidade, o comediante (não direi ator, pois sua atuação não convence em momento algum) soa exagerado, irritante e fora do tom com suas piadinhas, expressões e ataques de revolta. Nem mesmo Samuel L. Jackson consegue entregar algo verossímil, tendo em vista a superficialidade do seu personagem e a notória percepção do motivo para a sua presença na narrativa, expondo o quão previsível e medíocre é o roteiro.
Para um filme que se diz um legado de Jogos Mortais, Espiral soa mais como uma afronta à franquia devido à sua imperícia no que se propõe. Em suma, dentre todas as torturas que um imitador de Jigsaw pôde engendrar nesse suposto legado, a mais mortal foi aviltar o espectador durante 95 minutos com um filme tão ruim.
Verão de 85
3.5 173 Assista AgoraDirigido pelo prolífico francês François Ozon – que soma com este filme 22 longas-metragens à sua carreira – e adaptado do romance Dance On My Grave, de Aidan Chambers, Verão de 85 conquista o espectador pela contundente construção dos seus personagens, bem como pela trilha sonora e pela fotografia. Cenas marcantes nos são apresentadas de modo sensível e intenso – como, por exemplo, quando os dois rapazes estão em uma boate, dançando ao som de uma batida animada, e David coloca um fone nos ouvidos de Alexis, que passa, então, a dançar no seu próprio ritmo, embalado por Salling, de Rod Stewart.
Com uma fotografia de cores quentes e bem saturada, o filme cria um clima nostálgico e de veraneio. O prazer em olhar e desfrutar os espaços – seja o mar, a cidade, a boate, as ruas em meio a um passeio de motocicleta –, proporciona uma rica ambientação. Portanto, não é difícil se lembrar de Me Chame Pelo Seu Nome ao assistir a Verão de 85. Só que aqui o romance é em partes desfocado, perdendo sua potência, devido ao tom policial e de suspense que a película de Ozon adota.
Apesar dos acertos, a narrativa perde muito em seu arco final. Como citado, ao não escolher que caminho percorrer, mas oscilar entre o romance e o suspense, buscando, ao mesmo tempo, apresentar um quê filosófico à história, o diretor acaba por enfraquecê-la, comprometendo o resultado final. Ademais, determinadas ações soam apressadas, superficiais e até mesmo ilógicas, destoando do início mais lento e cuidadoso. Contrabalanceando, temos, por um lado, personagens principais bem desenvolvidos e coesos, visual nostálgico e que promove a imersão do espectador na trama, trilha sonora envolvente, delicadeza no processo de (auto)descoberta e o desenvolvimento de belas cenas; por outro lado, há uma grande perda narrativa devido à superficialidade dos personagens coadjuvantes (como se não valesse a pena gastar tempo apresentando-os além do básico para a compreensão da história), à falta de um tom preciso que permeie o longa, a cenas desnecessárias e algumas que beiram o caricato (em vez do drama ou da sensibilidade que possivelmente gostariam de transmitir) e a um clímax que, na verdade, mostra-se anticlímax.
Para um filme que narra um amor de verão, começando caloroso e, ao mesmo tempo, refrescante, Verão de 85, infelizmente, não consegue manter a sua força até o fim. A promessa de uma nostalgia que aquece muito mais do que os corpos e sim a alma não se executa, provocando insatisfação por não se experimentar o deleite esperado (como uma viagem de férias em pleno verão que, embora comece bem, acaba não saindo como planejada). Por fim, esse verão acabou sendo bem morno, o que não significa que não tenha proporcionado alguns momentos memoráveis.
5X Comédia (1ª Temporada)
2.8 63Quase não consigo terminar nem o primeiro episódio de tão ruim. Ainda dei chance ao segundo por ter o Rafael Portugal, mas continuou horrível. Desisti.
A Viúva das Sombras
1.9 54 Assista AgoraPessoas sumidas na floresta, registros em vídeo, presença sobrenatural. Como resultado da junção desses elementos, um filme que simula um documentário. Pode parecer que estamos falando de A Bruxa de Blair, o icônico difusor do gênero found footage no cinema, mas tudo isso também está presente em A Viúva das Sombras, só que de forma tão precária e sem propriedade que a alusão ao longa de 1999 fica apenas na tentativa (falha e pífia).
Como dito, o longa russo procura estabelecer uma nítida relação com A Bruxa de Blair. Percebe-se não apenas a inspiração do clássico de 1999, como uma fracassada tentativa de reinventá-lo. Desde a ambientação até o estilo, o que não faltam são elementos que se espelham na película de Daniel Myrick e Eduardo Sánchez. Além dos pontos já frisados, há também a presença de uma entidade feminina que aterroriza os personagens.
Como estratégias de reinvenção adotadas pela produção moscovita, notamos o desprendimento da narrativa unicamente em found footage, assumindo-se uma construção fílmica híbrida, que intercala as gravações feitas pela repórter com uma visão de fora, um olhar em terceira pessoa. Também cabe salientar o deslocamento do terror provocado pela palavra “bruxa” (que carrega em si um peso semântico desencadeador de medo) para “viúva”, que, embora não possua intrinsecamente uma conotação assustadora, tem um lado sombrio, por ser uma palavra que alude à morte (pois “viúva” expressa, implicitamente, a morte de alguém – no caso, do marido).
Apesar do esforço em empreender um projeto de terror, o diretor Ivan Minin falha de modo vergonhoso, pois praticamente nada funciona em seu longa, à exceção da possibilidade de ambientação e de assimilação da lenda local, que, uma vez mal aproveitadas, tornam ainda mais lamentável o que se assiste. O resultado: roteiro mal escrito e executado de forma ainda pior; ausência de uma atmosfera inquietante; personagens extremamente rasos e sem nenhum desenvolvimento, o que dificulta a criação de qualquer elo empático, tornando-os tão descartáveis quanto o próprio filme; atitudes descabidas e sem qualquer justificativa lógica; jump scares tão fracos e pessimamente utilizados que, em vez de susto ou medo, quase provocam risos (de vergonha alheia). Em suma: um show de horrores, mas não no sentido que se espera.
Durante os 80 minutos de A Viúva das Sombras, por muitas vezes é possível se perguntar se o filme ainda tem chances de ficar minimamente bom, tendo em vista a bagagem utilizada para sua realização (desde a referência ao clássico de terror mencionado até a lenda e os acontecimentos que servem de base, sem esquecer a locação e o uso de uma equipe de resgate de verdade no lugar de atores, o que foi feito para talvez dar mais realismo à trama). No fim, o que resta é o descontentamento pelo desperdício de tamanho potencial.
Uma Aventura LEGO
3.8 907 Assista Agora"A única coisa que alguém precisa para ser especial é acreditar que possa ser."
A História do Palavrão (1ª Temporada)
3.7 16 Assista Agora"Os palavrões indicam o que valorizamos, em que se baseia nossa moral e como equilibramos a tensão entre o discurso público e a vida privada.
Há uma humanidade inata no ato de xingar, na lindamente feia interseção entre os cérebros conscientes e os corpos animalescos. Em suma, os palavrões serão úteis enquanto ainda tivermos corações, mentes e cus."
Os Catadores e Eu
4.4 52 Assista Agora"Em sentido figurado, catar é uma atividade mental. Catar fatos, catar atos, catar informações. Para mim, que tenho uma memória fraca, são as coisas que cato que resumem as minhas viagens."
Ambiancé
5.0 35Esse filme existiu mesmo ou foi apenas um delírio coletivo?
Alice nas Cidades
4.3 96 Assista Agora"Falar consigo mesmo é mais se escutar do que falar."
Canvas
3.5 71 Assista AgoraBonito, mas não me tocou.
Os Novos Mutantes
2.6 719 Assista AgoraA premissa é interessante, especialmente levando-se em conta o marketing feito em prol do filme. Porém nem mesmo o elenco de peso consegue salvar o filme de ser um grande fiasco. Os cinco jovens enclausurados (uma clara alusão ao clássico "Clube dos Cinco") não têm suas personalidades e histórias desenvolvidas de forma profunda ou contundente, sendo apenas clichês pautados em estereótipos com uma pseudoevolução repentina propícia à trama. Assim fica difícil ter empatia e se envolver de verdade com personagens tão rasos.
Vendido como uma produção de terror (e não necessariamente de super-heróis), o longa dirigido por Josh Boone (A Culpa é das Estrelas) demonstra que tinha bastante potencial, mas não soube ou não conseguiu explorá-lo. A narrativa não sustenta uma densidade que se esperaria de uma história de terror, tampouco provoca medo, angústia, ansiedade ou sequer um susto. Enquanto "It: A Coisa" colocou crianças (em sua primeira parte) e adultos (no segundo capítulo) diante de seus piores medos de intensa, visceral e assustadora, "Os Novos Mutantes" é corrido, insosso e mal-aproveitado.
A ausência de terror nesse suposto filme de terror pode ser explicada por alguns fatores. A falta de aprofundamento nas histórias pessoais de cada personagem é um deles. O trauma que assombra cada jovem é apresentado de modo tão superficial e desinteressante que fica difícil se sentir afetado. Além disso, a partir de certo ponto, a luta contra os próprios demônios deixa de fazer sentido (se é que fazia sentido antes), quando o terceiro ato caótico se inicia. Outro fator é o corte abrupto de cenas com potencial para causar desconforto ou até certo tipo de perturbação. O caráter raso e curto de tais cenas, que poderiam ser minimamente promissoras, causa ainda mais frustração ao demonstrar uma falta de direcionamento e um desalinhamento no tom da narrativa, bem como uma inabilidade para a construção de uma trama assustadora. Podemos citar também a inexploração dos elementos-base da narrativa que poderiam ajudar a construir uma aura de horror, como a solidão, o isolamento, a claustrofobia e os sentimentos de culpa dos personagens. Se bem-aproveitados, a produção sombria prometida há três anos (quando divulgado o seu primeiro trailer) talvez não ficasse apenas na promessa.
Além dos problemas apontados, erros básicos de continuidade e edição (como atores olhando para lados diferentes em cenas sequenciais) demonstram que o esforço para o lançamento do longa no circuito de cinemas não é nada condizente com o resultado entregue. Não à toa, Os Novos Mutantes foi considerado pelo crítico Scott Mendelson como o pior de todos os filmes da franquia X-Men. No site Rotten Tomatoes, sua avaliação está abaixo da catástrofe que havia sido "X-Men: A Fênix Negra".
No fim, o verdadeiro terror proporcionado pelo filme "Os Novos Mutantes" é o de o espectador ter saído de casa em plena pandemia para ir ao cinema assistir a um filme que não vale a pena.
Avatar: O Caminho da Água
3.9 1,3K Assista AgoraEsse filme realmente será lançado algum dia ou se trata apenas um delírio coletivo?
Para Sempre Mozart
3.4 17"É o que eu gosto no cinema: uma saturação de signos magníficos banhados na luz de sua ausência de explicação."
Os Árabes Também Dançam
3.8 19 Assista Agora"– Às vezes, eu esqueço que você é árabe.
– Eu também.
– Não se preocupe. Alguém sempre vai te lembrar disso."
Um Pombo Pousou Num Galho Refletindo Sobre a Existência
3.6 267 Assista Agora"É certo usar as pessoas apenas para o seu próprio prazer?"
Boca a Boca (1ª Temporada)
3.8 168 Assista AgoraComo eu adoro valorizar produções nacionais, especialmente quando provam que o Brasil tem capacidade de surpreender e produzir conteúdo de qualidade.
"Boca a Boca" possui uma fotografia foda, um roteiro bastante interessante, ótimas atuações, trilha sonora incrível, montagem digna de aplausos, narrativa bem construída e que usa com propriedade a presença da tecnologia na contemporaneidade, críticas assertivas, sem contar a antecipação de uma epidemia e "padrões" de comportamento (como descaso, desrespeito a condutas em prol da segurança e da saúde de todos, automedicação e uso de máscaras).
Aguardo a segunda temporada o quanto antes.
BoJack Horseman (6ª Temporada)
4.6 296 Assista Agora"Foi bom enquanto durou."
Cada um dos 76 episódios das 6 temporadas de Bojack Horseman me marcou de uma maneira mais que especial: de uma forma única. Eu ri, chorei, fiquei apreensivo, suspirei, roí as unhas, refleti, aprendi e me identifiquei com os personagens, suas histórias, suas vivências.
Nunca antes uma série havia mexido tão profundamente comigo, nem me deixado um vazio existencial enorme após sua conclusão como Bojack Horseman. É uma série que levarei comigo para sempre! ❤
Week-End à Francesa
3.8 108O verdadeiro propósito do Godard expresso e sintetizado no seguinte diálogo:
"– O que você faz exatamente?
– Vim anunciar aos tempos modernos o fim da era gramatical e o começo da exuberância. Em todos os campos, principalmente no cinema."