Carpenter sabe muito bem como controlar sua história dentro de ambientes claustrofóbicos. Nisso até lembra "Assalto a 13 DP", mas dessa vez a ameaça vem "de dentro", o que deixa espaço pra explorar o que o ser humano é capaz de fazer quando tá contra a parede. E nunca é demais lembrar: a cena do teste com o sangue é das maiores que o cinema produziu. Genial.
Enquanto rolam os créditos iniciais de “Anjo Embriagado”, o que vemos é a terra sendo molhada pela chuva. A lama. É um início precisa para esse filme de Kurosawa, já que sua câmera acompanhará personagens que se encontram nesse estado. São personagens sujos, desiludidos, sem esperança. São várias facetas do fracasso. O fracasso profissional, o fracasso nos relacionamentos, o fracasso diante de uma doença severa. E o mais triste disso tudo é que os personagens não parecem enxergar a porta de saída, a rota de fuga, isso se elas realmente existirem.
Joseph Losey teve uma carreira muito conturbada. Ele fez parte da famosa lista negra de Hollywood, fato que o obrigou a deixar os Estados Unidos e ir para a Inglaterra. Não é de se espantar, é só assistir seu primeiro filme, “O Menino dos Cabelos Verdes”, que é uma contundente crítica às guerras disfarçada de conto infantil. Seu primeiro filme em solo inglês é esse “O Monstro de Londres”. As dificuldades eram óbvias, tanto que teve que assinar esse filme com o pseudônimo Victor Hanbury. Até mesmo alguns atores que fizeram parte do filme estavam receosos de participar de uma obra de Losey por medo de possíveis prejuízos em suas carreiras hollywoodianas.
Filmes sobre a adolescência são muito comuns, e o cinema mainstream procura sempre visitar esse universo já que ali se encontra um público que pode gerar muito dinheiro. Essa observação me levou a certo tipo de preconceito, já que muitos filmes que decidem abordar esse período da vida costumam ser superficiais, abusam dos estereótipos, e acabam sendo nulos. Mas é muito bom degustar obras que decidem não cair nesses lugares comuns, e seriamente discutir essa conturbada faixa etária. Podemos citar aqui o já clássico filme de Nicholas Ray, “Juventude Transviada”, o meu favorito sobre o assunto. Mas Truffaut consegue colocar uma de suas principais obras nesse seleto grupo de filmes sobre a adolescência.
Por mais que “Coração de Caçador” seja baseado na história real do lendário diretor John Huston e as também lendárias filmagens do seu “Uma Aventura na África”, não vemos apenas um fascínio de um diretor pela história do outro, mas também uma identificação de Clint com toda aquela situação. É uma história perfeita para uma tentativa mais explícita de falar algumas coisas sobre sua própria arte, não só aquilo que vemos na tela, mas também o que está por trás das câmeras. Claro que eu nem sei os pontos em comum entre as personalidades dos dois, mas mesmo assim.
um filme extremamente pessoal de Fellini, que casa muito bem as cenas "reais" com as viagens, algumas podem acabar não fazendo muito sentido, mas que tem força em seu conjunto. Mastroianni é um dos maiores atores de todos os tempos, não tem jeito.
tem um conceito interessante, Jake é competente como o protagonista. é direto ao ponto, não tenta fazer muitos rodeios como outros blockbusters ditos com cérebro e acaba sendo um filme até que sólido. pena que Duncan Jones não termina o filme na hora certa, impedindo de ser algo maior.
pelos últimos filmes de Niccol dá pra ver que ele tem essa vontade de dizer algo, essa vontade por críticas sociais, mas esse filme parece ser daquele tipo que só sobrevive pela temática, e não pelos méritos cinematográficos. uma pena, já que realmente é um tema rico que poderia render alguma coisa interessante, mas Niccol parece não entender seus personagens, o desenvolvimento é muito problemático, começa nessa toada de crítica social pra mudar prum "Bonnie & Clyde" futurista e no final a gente não sabe muito bem o que restou, acaba sendo amparado por uma fotografia decente do Deakins. papel mais desafiador do Timberlake, porque ele teve que chorar.
Os seres humanos que são captados pela câmera de Otto Preminger nunca são fáceis de serem entendidos. Seus personagens não conseguem administrar os próprios sentimentos, são muito grandes para contê-los na carcaça corporal. Os modos como eles decidem canalizar esses sentimentos quase sempre são bastante duvidosos. Em “Alma em Pânico” não é diferente. Temos aqui mais uma vez o amor retratado de maneira doentia, o ciúme extrapolado, e o cidadão que não sabe o que quer e acaba se envolvendo com essa mistura de impulsos.
basicamente um filme sobre a passagem do tempo. o velho não causa mais medo em ninguém, as ameaças do novo mundo são muito piores, a referência é outra. além disso, um dos filmes mais cinéfilos de todos, com Bogdanovich mostrando sua paixão pelo cinema americano - enquanto grande parte dos cineastas olhavam pra Europa.
Orson é cheio desses filmes que ninguém vê porque todo mundo acha que ele é só Cidadão Kane. que engano... esse aqui deve ser o filme mais louco do Welles, a câmera é simplesmente insana, uma mise-en-scène desafiadora, roteiro intrincado pra caramba.
dos filmes mais famoso do De Palma pro grande público - talvez o mais - e acho que fica atrás de várias outras obras do mestre. basicamente um filme sobre a mudança, no caso do policial, de uma conduta dita "correta" até ser engolido pela violência da cidade. tem alguns tropeços e outras coisas que não gostei muito, mas no final ficam algumas cenas memoráveis - que sempre existem em filmes do De Palma. destaque pra clássica cena da escadaria, que coisa linda. mas tem outras ainda, a lá no apartamento do Sean Connery, ou a do elevador. é bom.
“Olhos Diabólicos” é uma mistura intrigante. Em primeiro lugar temos um filme que ajudou a estabelecer alguns dos pilares do ‘giallo’, que consagrou vários diretores italianos, como o próprio Bava, e outros como Dario Argento e Lucio Fulci. Mas é em preto-e-branco. Bava usa e abusa do uso de luz e sombras, lembrando muitas vezes um film noir. Preto-e-branco que também lembra outro mestre do terror, Jacques Tourneur, que adorava criar atmosferas macabras com uma mise-en-scène baseada nesse jogo. Até algumas características de Hitchcock a gente pode encontrar por aqui. E é a partir de tudo isso e mais um pouco que Bava constrói seu filme.
Sabe aqueles garotos chatos que nunca conseguem ver um truque de mágica sentados em suas cadeiras, apenas apreciando aquilo que estão vendo? Que precisam desmistificar tudo o que vêem, que querem pegar a cartola da qual saiu o coelho e ficar chacoalhando, inspecionando para achar um fundo falso ou algo do tipo? Não consigo achar melhor definição para Christopher Nolan como cineasta. É só analisar sua filmografia e enxergar o padrão. Em ‘Batman Begins’ ele pega a história do homem-morcego e subtrai qualquer tipo de fator sobrenatural, de dúdiva. Já em seu ‘O Grande Truque’, é a vez do mundo da mágica, um dos mais facinantes, e ele resolve dar uma de Mr. M. Triste. Agora nesse, é a vez dos sonhos. Nolan tem o dom de tirar a magia de tudo que toca.
o Michael Mann já é subestimado, o que dizer de um filme subestimado dentro de sua filmografia? sensacional, o modo como ele filma L.A. é lindo demais, o táxi como uma mera partícula naquela imensidão. a cena que fica na cabeça mesmo é a do lobo, sensacional. sem falar em como ele orquestra a ação mesmo, como a cena do tiroteio na boate. o roteiro tem uns tropeços, mas o que fica é a habilidade do Mann, muito bom.
filme meio esquecido na filmografia do mestre, mas muito bom. tem alguns problemas na abordagem de seus personagens, uns excessos em certas falas no roteiro que acabam dando um tom meio descolado pra algumas cenas. agora, o que o De Palma faz com a câmera é sensacional - o que não é novidade nenhuma. os planos inclinados, os movimentos, e tem cada enquadramento de cair o queixo - Fox deitado com a arma e lá no fundo um oponente entrando no túnel, só pra dar um exemplo.
Losey filma o início do noir. o garoto excluído, vai no guarda-roupa e escolhe o novo uniforme: terno, chapéu, sobre-tudo, o uniforme do noir. um conto de vingança, onde ela não tá lá só como um motivo simples, Losey explora o olhar do protagonista que sofre com esse sentimento - a cena lá no bar. ótimo filme.
belíssimo filme de Ford sobre o arrependimento. a cena mais emblemática do filme, e que vai definir a força principal do discurso de Ford é aquela em que a mãe remonta a fotografia rasgada do filho. em meio a frustração, uma representação ao vivo do passado como a única forma de salvação. coisa fina.
A câmera capta dois jovens. Apenas seus rostos, nada mais. Uma orquestra vai tocando uma bela música, lenta, em escala maior, faz bem aos ouvidos. Os dois trocam olhares, carinhos, é um momento de paz, onde apenas esse nobre sentimento se faz presente. Bruscamente a música que estamos ouvindo é interrompida por um acorde dissonante, incômodo, os rostos que se encaravam mudam o olhar para outra direção. Enquanto isso uma legenda vai rolando, mesmo com aquela cena romântica – antes da interrupção – o que lemos não é muito animador. Logo nos primeiros momentos de seu primeiro filme, Nicholas Ray consegue dar uma pincelada geral de suas principais angústias que desenvolveria no decorrer de sua carreira.
“Gosto de Cereja” é um filme bastante arriscado. Não por sua trama, que não é nada complexa. Badii, o protagonista, tem um objetivo claro, e a câmera de Kiarostami busca apenas acompanhá-lo na tentativa de alcançar seus desejos. A câmera de Kiarostami também não parece buscar muitas peripécias durante o filme. Bom, se estamos falando de tanta simplicidade, porque então poderia ser considerado um filme arriscado? Pelo tema que decide abordar. Nas mãos de outro diretor, tudo poderia ruir, e “Gosto de Cereja” poderia ser mais um daqueles filmes maniqueístas e sentimentalóides. Sabe aquele ditado que diz “menos é mais”? Pois é, Kiarostami usa algo parecido para construir essa sua grande obra.
Losey mandando um belo recado pra todo mundo que já sai xingando qualquer refilmagem que vê pela frente. sabendo que Losey teve que fugir dos EUA por causa do mccarthismo, o filme ganha uma força ainda maior - mas já a tem por si só. ouso dizer que é melhor que a - também grande - obra de Fritz. um uso de câmera absurdo conseguindo captar a paranoia daquela população. filmaço dos grandes. obra-prima.
O Enigma de Outro Mundo
4.0 983 Assista AgoraCarpenter sabe muito bem como controlar sua história dentro de ambientes claustrofóbicos. Nisso até lembra "Assalto a 13 DP", mas dessa vez a ameaça vem "de dentro", o que deixa espaço pra explorar o que o ser humano é capaz de fazer quando tá contra a parede. E nunca é demais lembrar: a cena do teste com o sangue é das maiores que o cinema produziu. Genial.
O Anjo Embriagado
4.0 36 Assista AgoraEnquanto rolam os créditos iniciais de “Anjo Embriagado”, o que vemos é a terra sendo molhada pela chuva. A lama. É um início precisa para esse filme de Kurosawa, já que sua câmera acompanhará personagens que se encontram nesse estado. São personagens sujos, desiludidos, sem esperança. São várias facetas do fracasso. O fracasso profissional, o fracasso nos relacionamentos, o fracasso diante de uma doença severa. E o mais triste disso tudo é que os personagens não parecem enxergar a porta de saída, a rota de fuga, isso se elas realmente existirem.
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O Monstro de Londres
3.7 7Joseph Losey teve uma carreira muito conturbada. Ele fez parte da famosa lista negra de Hollywood, fato que o obrigou a deixar os Estados Unidos e ir para a Inglaterra. Não é de se espantar, é só assistir seu primeiro filme, “O Menino dos Cabelos Verdes”, que é uma contundente crítica às guerras disfarçada de conto infantil. Seu primeiro filme em solo inglês é esse “O Monstro de Londres”. As dificuldades eram óbvias, tanto que teve que assinar esse filme com o pseudônimo Victor Hanbury. Até mesmo alguns atores que fizeram parte do filme estavam receosos de participar de uma obra de Losey por medo de possíveis prejuízos em suas carreiras hollywoodianas.
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Os Incompreendidos
4.4 645Filmes sobre a adolescência são muito comuns, e o cinema mainstream procura sempre visitar esse universo já que ali se encontra um público que pode gerar muito dinheiro. Essa observação me levou a certo tipo de preconceito, já que muitos filmes que decidem abordar esse período da vida costumam ser superficiais, abusam dos estereótipos, e acabam sendo nulos. Mas é muito bom degustar obras que decidem não cair nesses lugares comuns, e seriamente discutir essa conturbada faixa etária. Podemos citar aqui o já clássico filme de Nicholas Ray, “Juventude Transviada”, o meu favorito sobre o assunto. Mas Truffaut consegue colocar uma de suas principais obras nesse seleto grupo de filmes sobre a adolescência.
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Coração de Caçador
3.4 42 Assista AgoraPor mais que “Coração de Caçador” seja baseado na história real do lendário diretor John Huston e as também lendárias filmagens do seu “Uma Aventura na África”, não vemos apenas um fascínio de um diretor pela história do outro, mas também uma identificação de Clint com toda aquela situação. É uma história perfeita para uma tentativa mais explícita de falar algumas coisas sobre sua própria arte, não só aquilo que vemos na tela, mas também o que está por trás das câmeras. Claro que eu nem sei os pontos em comum entre as personalidades dos dois, mas mesmo assim.
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8½
4.3 409 Assista Agoraum filme extremamente pessoal de Fellini, que casa muito bem as cenas "reais" com as viagens, algumas podem acabar não fazendo muito sentido, mas que tem força em seu conjunto. Mastroianni é um dos maiores atores de todos os tempos, não tem jeito.
Contra o Tempo
3.8 2,0K Assista Agoratem um conceito interessante, Jake é competente como o protagonista. é direto ao ponto, não tenta fazer muitos rodeios como outros blockbusters ditos com cérebro e acaba sendo um filme até que sólido. pena que Duncan Jones não termina o filme na hora certa, impedindo de ser algo maior.
O Grande Lebowski
3.9 1,1K Assista Agoracontinua sendo um dos filmes mais engraçados que já vi, sem dúvidas. Dude é filosofia de vida.
O Preço do Amanhã
3.6 2,9K Assista Agorapelos últimos filmes de Niccol dá pra ver que ele tem essa vontade de dizer algo, essa vontade por críticas sociais, mas esse filme parece ser daquele tipo que só sobrevive pela temática, e não pelos méritos cinematográficos. uma pena, já que realmente é um tema rico que poderia render alguma coisa interessante, mas Niccol parece não entender seus personagens, o desenvolvimento é muito problemático, começa nessa toada de crítica social pra mudar prum "Bonnie & Clyde" futurista e no final a gente não sabe muito bem o que restou, acaba sendo amparado por uma fotografia decente do Deakins. papel mais desafiador do Timberlake, porque ele teve que chorar.
Vicky Cristina Barcelona
3.8 2,1Ktem
Penélope Cruz e Scarlett se pegando,
não posso pedir mais nada
texto:
Alma em Pânico
3.8 25Os seres humanos que são captados pela câmera de Otto Preminger nunca são fáceis de serem entendidos. Seus personagens não conseguem administrar os próprios sentimentos, são muito grandes para contê-los na carcaça corporal. Os modos como eles decidem canalizar esses sentimentos quase sempre são bastante duvidosos. Em “Alma em Pânico” não é diferente. Temos aqui mais uma vez o amor retratado de maneira doentia, o ciúme extrapolado, e o cidadão que não sabe o que quer e acaba se envolvendo com essa mistura de impulsos.
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Na Mira da Morte
3.9 34basicamente um filme sobre a passagem do tempo. o velho não causa mais medo em ninguém, as ameaças do novo mundo são muito piores, a referência é outra. além disso, um dos filmes mais cinéfilos de todos, com Bogdanovich mostrando sua paixão pelo cinema americano - enquanto grande parte dos cineastas olhavam pra Europa.
Grilhões do Passado
3.7 8 Assista AgoraOrson é cheio desses filmes que ninguém vê porque todo mundo acha que ele é só Cidadão Kane. que engano... esse aqui deve ser o filme mais louco do Welles, a câmera é simplesmente insana, uma mise-en-scène desafiadora, roteiro intrincado pra caramba.
Os Três Mosqueteiros
3.1 1,5K Assista Agoraum grande nada. mas tem umas minas bem gatas.
Os Intocáveis
4.2 841 Assista Agorados filmes mais famoso do De Palma pro grande público - talvez o mais - e acho que fica atrás de várias outras obras do mestre. basicamente um filme sobre a mudança, no caso do policial, de uma conduta dita "correta" até ser engolido pela violência da cidade. tem alguns tropeços e outras coisas que não gostei muito, mas no final ficam algumas cenas memoráveis - que sempre existem em filmes do De Palma. destaque pra clássica cena da escadaria, que coisa linda. mas tem outras ainda, a lá no apartamento do Sean Connery, ou a do elevador. é bom.
A Garota Que Sabia Demais
3.8 36“Olhos Diabólicos” é uma mistura intrigante. Em primeiro lugar temos um filme que ajudou a estabelecer alguns dos pilares do ‘giallo’, que consagrou vários diretores italianos, como o próprio Bava, e outros como Dario Argento e Lucio Fulci. Mas é em preto-e-branco. Bava usa e abusa do uso de luz e sombras, lembrando muitas vezes um film noir. Preto-e-branco que também lembra outro mestre do terror, Jacques Tourneur, que adorava criar atmosferas macabras com uma mise-en-scène baseada nesse jogo. Até algumas características de Hitchcock a gente pode encontrar por aqui. E é a partir de tudo isso e mais um pouco que Bava constrói seu filme.
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A Origem
4.4 5,9K Assista AgoraSabe aqueles garotos chatos que nunca conseguem ver um truque de mágica sentados em suas cadeiras, apenas apreciando aquilo que estão vendo? Que precisam desmistificar tudo o que vêem, que querem pegar a cartola da qual saiu o coelho e ficar chacoalhando, inspecionando para achar um fundo falso ou algo do tipo? Não consigo achar melhor definição para Christopher Nolan como cineasta. É só analisar sua filmografia e enxergar o padrão. Em ‘Batman Begins’ ele pega a história do homem-morcego e subtrai qualquer tipo de fator sobrenatural, de dúdiva. Já em seu ‘O Grande Truque’, é a vez do mundo da mágica, um dos mais facinantes, e ele resolve dar uma de Mr. M. Triste. Agora nesse, é a vez dos sonhos. Nolan tem o dom de tirar a magia de tudo que toca.
Colateral
3.6 613 Assista Agorao Michael Mann já é subestimado, o que dizer de um filme subestimado dentro de sua filmografia? sensacional, o modo como ele filma L.A. é lindo demais, o táxi como uma mera partícula naquela imensidão. a cena que fica na cabeça mesmo é a do lobo, sensacional. sem falar em como ele orquestra a ação mesmo, como a cena do tiroteio na boate. o roteiro tem uns tropeços, mas o que fica é a habilidade do Mann, muito bom.
Pecados de Guerra
3.8 154 Assista Agorafilme meio esquecido na filmografia do mestre, mas muito bom. tem alguns problemas na abordagem de seus personagens, uns excessos em certas falas no roteiro que acabam dando um tom meio descolado pra algumas cenas. agora, o que o De Palma faz com a câmera é sensacional - o que não é novidade nenhuma. os planos inclinados, os movimentos, e tem cada enquadramento de cair o queixo - Fox deitado com a arma e lá no fundo um oponente entrando no túnel, só pra dar um exemplo.
Noite Inolvidável
3.7 3Losey filma o início do noir. o garoto excluído, vai no guarda-roupa e escolhe o novo uniforme: terno, chapéu, sobre-tudo, o uniforme do noir. um conto de vingança, onde ela não tá lá só como um motivo simples, Losey explora o olhar do protagonista que sofre com esse sentimento - a cena lá no bar. ótimo filme.
Peregrinação
4.0 9belíssimo filme de Ford sobre o arrependimento. a cena mais emblemática do filme, e que vai definir a força principal do discurso de Ford é aquela em que a mãe remonta a fotografia rasgada do filho. em meio a frustração, uma representação ao vivo do passado como a única forma de salvação. coisa fina.
Amarga Esperança
4.1 22A câmera capta dois jovens. Apenas seus rostos, nada mais. Uma orquestra vai tocando uma bela música, lenta, em escala maior, faz bem aos ouvidos. Os dois trocam olhares, carinhos, é um momento de paz, onde apenas esse nobre sentimento se faz presente. Bruscamente a música que estamos ouvindo é interrompida por um acorde dissonante, incômodo, os rostos que se encaravam mudam o olhar para outra direção. Enquanto isso uma legenda vai rolando, mesmo com aquela cena romântica – antes da interrupção – o que lemos não é muito animador. Logo nos primeiros momentos de seu primeiro filme, Nicholas Ray consegue dar uma pincelada geral de suas principais angústias que desenvolveria no decorrer de sua carreira.
Continua em:
Gosto de Cereja
4.0 225 Assista Agora“Gosto de Cereja” é um filme bastante arriscado. Não por sua trama, que não é nada complexa. Badii, o protagonista, tem um objetivo claro, e a câmera de Kiarostami busca apenas acompanhá-lo na tentativa de alcançar seus desejos. A câmera de Kiarostami também não parece buscar muitas peripécias durante o filme. Bom, se estamos falando de tanta simplicidade, porque então poderia ser considerado um filme arriscado? Pelo tema que decide abordar. Nas mãos de outro diretor, tudo poderia ruir, e “Gosto de Cereja” poderia ser mais um daqueles filmes maniqueístas e sentimentalóides. Sabe aquele ditado que diz “menos é mais”? Pois é, Kiarostami usa algo parecido para construir essa sua grande obra.
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O Maldito
3.8 10Losey mandando um belo recado pra todo mundo que já sai xingando qualquer refilmagem que vê pela frente. sabendo que Losey teve que fugir dos EUA por causa do mccarthismo, o filme ganha uma força ainda maior - mas já a tem por si só. ouso dizer que é melhor que a - também grande - obra de Fritz. um uso de câmera absurdo conseguindo captar a paranoia daquela população. filmaço dos grandes. obra-prima.