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  • álvaro brito

    heimat é este "lar", esta desiludida "terra", lugar duplo de pertencimento e de passagem, daqueles que ali nasceram, viveram e morreram; daqueles que por lá passaram deixando um rastro, uma espuma de presença, que tiveram suas vidas dobradas em bainha no tecido da história, da História, esta a quem devemos o temor, perpétuo no correr da série, de um infalível sentido de impermanência; a isso se deve a força motriz, a tração motora de sua narrativa, este perpétuo afastar-se daqueles que amamos, daqueles que nos amaram, de nossos filhos, de nossa cunhada amiga, de uma adotiva mãe acolhedora e de um pai cego toda a vida a trabalhar bigorna e forno. os retratos, as fotografias, esses pedaços maltratados de recordação, cada imagem um ponto de nó ou uma franja de tempo, ali, justo ali onde cada elipse (a ameaça das elipses, o temor perpétuo das elipses, que desarticulam, que afastam, que separam vidas) justo ali onde cada elipse dobra a esquina de nossa história (de nossa memória)... heimat é imperdoável, como são as boas histórias, elas nos devoram por dentro (à noite de madrugada tivemos os olhos arrancados como se o que agora não mais podemos ver nos olhasse como garganta sem fundo) e um sentimento de que o tempo não se agarra com as mãos, mas se toca, se dedilha como um pianista em seu piano, modulando alguma sonoridade distante, uma melodia qualquer... (e como isso nos deixaria de remeter àquelas imagens no final do filme de bressane, de um nietzsche catatônico, de olhar amansado, gesticulando os dedos, sutilmente, delicadamente, como se de todo o horror e de toda alegria tivesse tirado apenas apenas a sua melodia?). sim, a memória tira de tudo isso uma melodia ou uma palavra, algumas, como aquelas palavras em dialeto com que herman, o último elo da família simon, prepara a sua cantata ("Knepperscher, Krieschele, Wehle, Schlehe..."), ou as frases vindas de outra língua, de outro mundo portanto, eternamente repetidas à língua miúda no povoado ("Simon Electric Incorporation, Detroit. Postbox, USA")... aí então, deste conserto final realizado nas grutas de hunsrüch, no último episódio, o canto surge como a mais pertinente instância da vida, a vida em toda sua potência de afirmação, em uma elementar aceitação trágica da história como um continuum de destruições. mas em sua inflexão modernista, o canto, aliterado, saltante, vem despojado de todo sentimentalismo, de toda nostalgia barata, e se eleva como alacridade, como um tragicômico impulso contra a última das elipses, aquela do trespasse, que rompe toda a significação, mas que é imprescindível à emergência do sentido.

    também em mim heimat se me fez abrigo

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