Que documentário tocante e sensível. Daquelas coisas que você assiste com um sorrisão no rosto, e de quebra, deixa escapar algumas lágrimas. A palavra certa que define esta obra é equilíbrio. Por mais que ela traga inúmeras questões, e as explore superficialmente, é possível enxergar sinceridade no objetivo do trabalho. Não soou apelativo em nenhum momento, ou quis ser o que não é. É singelo na sua essência. Todas as pautas retratadas nestes quase 100 minutos de projeção (que poderiam ser prolongados) foram bem relevantes. A realidade é que eu não tinha parado para pensar ainda como a sociedade continua negligenciando o seu próprio futuro. As crianças são o futuro. Elas vão crescer e se tornar cidadãos, construindo e perpetuando a espécie. Se falamos tanto em mudança e transformação, por que não priorizar e ressignificar o período da infância? É o estágio onde grande parte das nossas características e hábitos são formados, e fechar os olhos para isso é apertar na mesma tecla, cometer os mesmos equívocos. Não é algo que vai te deixar deslumbrado, mas é o suficiente para que esse tipo de ideia ocupe um espaço na sua mente. Boa parte do conteúdo apresentado já faz parte do conhecimento geral, e essa produção serve como um lembrete necessário. Já dizia a canção que encerra os últimos minutos do longa: "It takes a whole village to raise the children. It takes the whole village to raise one child. We all - everyone - must share the burden. We all - everyone - will share the joy." É, e sempre será, um compromisso de todos.
Posso dizer que aquela cena onde as mamães, com os filhos, tocam no piano Can You Feel the Love Tonight, do Rei Leão, uma das coisas mais lindas que já vi em um documentário? Meus olhos enchem de lágrimas só de lembrar.
- You need to be invited. I have to invite you to come in. - Like a vampire? Tô apaixonado por esse filme. Os diálogos, a atmosfera, tudo. É tão real que machuca. Um ótimo começo para uma das escritoras/diretoras mais interessantes da atualidade.
Que filme interessantíssimo! Céus. Correspondeu todas as minhas expectativas. Recheado de suspense do começo ao fim, esse projeto (que leva Cloverfield no nome, assim como o filme de 2008) esconde toda a sua história. Do que ele se trata, afinal, quando você conhece apenas a sinopse ou assiste ao trailer? Esse é o maior trunfo do longa. Até o final do mesmo, pouca coisa é desvendada, fazendo o telespectador mergulhar em dúvidas e questionamentos. Enquanto isso acontece, somos arrebatados por atuações excelentes, principalmente da Mary Elizabeth Winstead (que já tinha ganhado o meu coração lá em Final Destination 3 e Scott Pilgrim). Fiquem de olho nessa garota! Ela tem tudo pra ser um dos grandes nomes de Hollywood. Com o desfecho, somos apresentados à algumas informações. E que informações, hein? Só de lembrar, fico todo arrepiado. O filme tem um incrível material para ser trabalhado, e espera-se, possivelmente, uma franquia dele. Se tratarem as continuações com o mesmo cuidado que esse, é garantia de qualidade na certa. Um aprendizado que boa parte dos produtores deveria tirar de toda campanha de marketing que envolveu 10 Cloverfield Lane: pouco é muito. E isso fica claro durante todos os minutos de projeção.
Quando falamos dos anos 80, é impossível não se lembrar de The Breakfast Club: um filme que apesar de ter sido lançado há trinta anos, permanece atual e sendo referência para inúmeros outros do gênero. Com boas reflexões sobre a juventude, o longa é recheado de momentos inesquecíveis (ora dramáticos, ora engraçados), e continua extremamente relevante para quem gosta de cinema.
É de uma poesia tremenda. A fotografia torna o filme único, e se não fosse por ela, essa obra não teria metade do charme que tem. O ritmo é lento, sim, mas você é banhado por cenas recheadas de expectativa. Inúmeros são os momentos em que é palpável a solidão dos personagens, e cada silêncio fala mais que qualquer palavra.
Um filme que merece ser revisitado sempre. Uma das obras mais citadas do cinema, Laranja Mecânica talvez seja o longa mais cultuado do Stanley Kubrick. É de uma criatividade e genialidade tremenda. Permanece em nossas memórias como uma crítica feroz aos regimes totalitários. "Quando um homem não pode escolher, ele deixa de ser homem".
A intenção do filme é incomodar. Passível de inúmeras analogias, aqui vemos o poder da construção social. Como a sociedade influencia o comportamento do ser humano, e como essa moldagem poderia ser observada, caso fosse feita através do isolamento. O título do filme é interessantíssimo. O dente canino é o responsável por rasgar alimentos. É uma característica que nos aproxima dos outros carnívoros, e de certa forma, desperta instintos primitivos, que não podem ser controlados. E como foi dito aqui, o "inimigo" deles é o gato, um ser arisco e que dificilmente é domado. Aquilo que não pode ser adestrado é combatido, e essa regra criada pelo pai não é muito diferente da realidade.
Sim, sim, sim! Parafraseando a expressão mais usada pelo Ben (ele é o personagem mais divertido do filme, né?), começo dizendo que não poderia estar mais satisfeito. Li o livro, e arrisco dizer que é uma das melhores histórias que o John Green já escreveu. Não é a minha preferida (este lugar ainda pertence ao O Teorema Katherine), mas é a mais honesta, e que ainda consegue entregar uma grande mensagem. Um tema que não usa tanto do sentimentalismo (eu adoro A Culpa é das Estrelas, mas temos que admitir o quanto o filme é emotivo) para fisgar os espectadores. Ele tenta aproximar o máximo a história de quem está assistindo, questionando se um dia estivemos na mesma situação que o Q. Já imaginamos alguém de uma maneira, criamos expectativas sobre ela, e no fim, ela não era como gostaríamos? É, bem, acho que a maioria das respostas vai ser positiva. Nunca odiei a Margo. De quase toda a mitologia criada pelo John Green, ela é considerada uma das personagens mais detestáveis. Eu a enxergo como a mais humana e real, por se aproximar do que realmente somos: um recipiente cheio de dúvidas, inseguranças, e que na maior parte do tempo, não demonstra isso. Torcemos pelo Q, para que ele encontre-a, para que tudo que ele espera se concretize, mas é quase sempre assim que funcionamos: queremos acreditar no melhor. E, às vezes, ficamos tão cegos pelo o que achamos almejar, que não percebemos que o essencial estava ao nosso lado. Mas é preciso sair da nossa zona de conforto para descobrir isso. Como o próprio filme ensina, é necessário se perder, para acabar se encontrando. Se é coincidência, ou não, colocaram justamente uma pessoa que não é muito bem vista por todo mundo para interpretar Margo: Cara Delevingne, que acusam de não ser tão bonita para uma modelo, tão pouco boa atriz para estar em um filme. Acho que ela entregou o necessário para o papel. A personagem é extremamente misteriosa e provocante (ou o que o Quentin deseja ver dela), mas que acaba se mostrando vulnerável no final. E ela cumpriu bem. Assim como todo o elenco, que estava bem afiado, nos oferecendo cenas maravilhosas (a sequência da festa na casa do ex-namorado da Margo, o trio cantando o tema de abertura de Pokémon e toda a road trip).
A participação do Ansel levou a sala do cinema à loucura. Hahahaha. O John tá conseguindo criar uma cumplicidade com os seus fãs, e isso é maravilhoso. Fiquei esperando uma pontinha dele no filme, assim como em A Culpa, mas não aconteceu. ):
Um ótimo filme sobre amadurecimento e amizade. Senti em muitos momentos a mesma vibe de As Vantagens de Ser Invisível. É legal ver que ainda é possível criar boas histórias para os jovens, sem ser completamente clichê. Mas, e aí? Você já descobriu o seu milagre?
Se inserido com o restante dos filmes da franquia, ele não faz tanto sentido, mas ainda assim, consegue produzir uma sensação de nostalgia, sem desrespeitar os trabalhos anteriores. Sim, porque toda mitologia está lá. Só resolveram levar as coisas por outro caminho, já que este longa foi concebido para ser a primeira parte de uma nova trilogia. A nova jornada tem bastante potencial, mas o roteiro desse primeiro trabalho não ajudou muito: à medida que nos ofereciam algumas respostas, as dúvidas duplicavam. Deveriam ter gasto mais tempo desenvolvendo os personagens, que ficaram bem rasos e artificiais, se comparados aos dos primeiros dois filmes. A química entre os atores é um ponto positivo. Emilia Clarke funciona bem tanto com o Schwarzenegger, quanto com o Courtney, que interpreta o Kyle. Os alívios cômicos ajudaram muito, já que os diálogos que deveriam soar refrescantes, estavam bem obsoletos (desculpe, Papi). A única agilidade é a referente aos efeitos especiais, que apesar de boa parte ser computadorizada, mostraram alguma evolução. Um entretenimento que pode soar ofensivo para aqueles que não esperavam tantas mudanças, te deixa ao final da exibição, com aquele sentimento de que poderia ser melhor. Se a continuação que está por vir vai ser a redenção dessa nova trilogia, isso é um mistério maior do que o projeto Gênesis foi no filme. Por uma sequência com mais respostas e menos dúvidas!
Megalomaníaco, ambicioso e divertido, o filme que conta as primeiras aventuras dos minions possui uma inteligência sutil, e consegue agradar em sua maioria os mais novos, apesar de seu forte apelo histórico e cultural. Cria todo um passado para os ajudantes amarelos mais fofos do mundo, sem se distanciar da história original, apresentando ainda uma conexão com ela. Achei interessantíssima a escolha de desenvolveram a trama no final dos anos 60. Um período que estava passando por várias mudanças, e pudemos visualizar muitas delas. O longa tá recheado com referências: a cena do homem chegando à lua (que muita gente desconfia de ter sido gravada em estúdio), a foto do álbum mais famoso dos The Beatles, os cartazes apoiando a candidatura do presidente Nixon, o movimento hippie, as gírias (que conseguiram adaptar bem através da dublagem), etc. Uma forma ágil, e até lúdica, de apresentar às crianças os encantos e acontecimentos dessa fase que quase não é retratada em animações. Ponto para os idealizadores, e por mais filmes animados com raízes históricas! A trilha sonora também vale ser lembrada. Consegue capturar todo o espírito do filme. E o mais legal de tudo é que conseguimos fazer um tour por vários países, visualizando, mesmo que rapidamente, um pouquinho de cada cultura. Preciso declarar que o Bob roubou o meu coração. Não é a coisa mais fofa que vocês já viram? Puro carisma, gente! Vocês perceberam que a Scarlett foi inspirada na Rainha de Copas? Começa como uma figura emblemática, amiga, e quando é contrariada, se transforma no pesadelo dos nossos amiguinhos. Até o vestido dela remete à personagem. A busca dos minions por um mestre nunca foi mais divertida. O gancho final, apesar de ir ao encontro com tudo que a gente já conhece, pode servir como material para futuros filmes. Adoraria ver os minions curtindo os anos 70 e 80. Hahahaha. Infantil, mas nem tanto assim, a história te fisga mais pelos personagens, e é um prato cheio pra quem gosta de cultura pop em geral.
Ainda tô tentando digerir o quanto esse filme é delicioso. Uma verdadeira ode à diversidade, questões de gênero e autodescoberta. Sou fã de carteirinha do Ozon, e aqui ele não me decepciona. Nos entrega um filme que mescla vários gêneros (ele tem esse jeitinho de fazer cinema, né?), indo do drama (a sequência inicial mostrando a amizade de Laura e Claire, acompanhada por aquela trilha sonora emocionante), passando pela comédia (principalmente as cenas em que Claire e Virginia vão ao shopping fazer compras) e brincando com o suspense (os sonhos e as visões homoeróticas que Claire começa a ter). Tudo isso, além de uma direção primorosa, uma fotografia característica das produções do François e atuações que não deixam a desejar em nenhum momento. A trama é interessantíssima. Após a morte de Laura, Claire (sua melhor amiga) e David (seu marido), precisam lidar com a perda, além de seguir em frente com suas vidas. É a partir desse momento que descobrimos sobre suas preferências, e vemos que escondemos mais do que mostramos.
Adorei a forma como lidaram com o fato da Claire sempre ter tido uma paixão platônica pela Laura. Isso é perceptível nos primeiros minutos de projeção, mas é com o decorrer da história que isso se torna mais forte. E a justificativa maravilhosa que David/Virginia dá sobre a sua vontade em se vestir de mulher? "Acho que por desejá-las, quero ser igual a elas". Simples, direta e verdadeira. Por que é tão difícil para outros aceitarem que o desejo em assumir outro gênero não está nenhum pouco ligado com a sexualidade? Nesse ponto, o filme funciona maravilhosamente, e espero ter ajudado as pessoas enxergarem que nem toda concepção que a sociedade nos impõe é verdadeira.
Em mais um trabalho primoroso, François Ozon se consolida como um nome que merece, sim, atenção. É um diretor criativo, espontâneo, e antes de tudo, atual e sem medo de quebrar preceitos. Corajoso, este longa exerce uma análise profunda sobre sentimentos e desejos, entregando um final cheio de esperança e encanto. Love wins!
Em termos de adaptação, não posso opinar. Ainda não li o livro. Mas, sinceramente, o filme não é nenhum pouco coeso. Sério. Ele cria toda uma tensão, um mistério a ser solucionado, fazendo você duvidar de todo o elenco, mas na última hora, encontra uma solução rápida (apesar de bem pensada) para finalizar uma história que tinha muito potencial. Talvez eu tenha ido com muita expectativa, já que Gillian Flynn, autora da obra original que foi adaptada, nos presenteou com Garota Exemplar, uma das tramas mais inteligentes e bem elaboradas dos últimos anos, e pensei que esse livro seguiria o mesmo caminho. Senti falta de mais empoderamento por parte da personagem principal. Essa sempre foi uma característica inerente às suas obras. Não que a Charlize Theron tenha nos dado uma performance ruim, mas acho que o desenvolvimento da sua personagem não permitiu que ela entregasse mais. O elenco é delicioso. Além da Theron, Chloe Moretz e Nicholas Hoult (ele tá cada vez mais gostoso, gente) enchem nossos olhos. São dois nomes que espero continuar acompanhando em futuras produções, porque ambos tem talento de sobra. O filme é bom, mas se colocado do lado da genialidade de Garota Exemplar (que eu sei, foi dirigido pelo Fincher, e não merece comparações), fica um pouco apagado. Faltou mais ousadia em quase tudo, principalmente na forma de conduzir o desfecho. Indicado para quem gosta de um bom mistério, mesmo que ele não tenha sido solucionado ao gosto de todos os espectadores.
Uma poderosa reflexão sobre rupturas e novos começos. Apesar do seu estilo que contempla os personagens, tornando-se às vezes monótomo, o filme consegue oferecer uma mensagem bem firme, apesar do roteiro pecar em alguns momentos. Kristen Wiig entrega uma performance maravilhosa, e é ela que conduz as melhores cenas deste longa. Porém, nenhuma outra atuação deixa a desejar: o elenco está afiadíssimo, dando destaque para Guy Pearce (que incorporou bem o personagem), Hailee Steinfeld (fiquem de olho, porque essa garota ainda vai longe) e Nick Nolte (por mais que seu papel seja o mais desconexo com a história). Ah, fiquei bastante curioso para saber mais sobre a Edith, a amiga da Sabitha, mas acabei gostando da forma que trataram a personagem dela: uma pessoa invejosa, manipuladora e vazia. A sequência final em que a Johanna fala pra ela que já possui tudo o que queria é de arrepiar. Fiquei com um sorriso enorme no rosto. É o tipo de filme que te ganha por ter personagens bem construídos, e que são palpáveis e perto da realidade. Da mesma forma que ele começa, ele termina: oferecendo uma oportunidade de recomeço à personagem principal. Até porque recomeçar é sempre possível. Só precisamos estar dispostos a isso.
Enfim, consegui encontrar o DVD físico (em um sebo, aliás), e me senti na obrigação de revê-lo. Nossa, como eu sinto saudade de filmes assim. Bobos, divertidos e gostosos de assistir. A Drew tá maravilhosa! Na minha opinião, foi um dos trabalhos mais marcantes de toda a sua carreira. Me identifico horrores com a personagem principal. Não passei os melhores anos da minha vida na escola, tampouco consegui um romance que eu pudesse realmente me orgulhar. Ainda, sinto que nunca fui beijado. Porque o beijo é mais que a união de duas bocas. É dividir um sentimento, uma ideia, um momento. Não consegui encontrar aquela sensação que ela descreve tão perfeitamente. Acho que muita gente compartilha os mesmos problemas que a Josie. E o mais legal é que ela nunca se sente menos esperançosa por isso. Acha que tudo vai mudar, e que o cara certo ainda não a encontrou. Um ótimo conto sobre abraçar o que realmente somos, e que tudo acontece em seu devido tempo.
Acho que eu preciso de bem mais que cinco emoções para descrever o que senti assistindo esse filme. Nossa! E como muita gente vem dizendo, a Pixar não voltou, ou tá viva de novo, ou não perdeu a mão: ela conseguiu fazer uma das obras mais criativas desde a criação do estúdio, mostrando que o padrão de qualidade de seus filmes sempre se eleva. A premissa é incrível, e colocar tudo em prática foi um desafio que a animação conseguiu cumprir de forma magistral. Cada personagem que compõe a cabeça da Riley é único, complexo e impossível de esquecer. É complicado definir cada um, assim como é um desafio descrever os nossos sentimentos. Mas posso adiantar uma coisa: eles vão conquistar você! A trilha sonora, que sempre é excelente nos filmes da Pixar, mantêm o mesmo padrão. O filme é extremamente colorido, vibrante e visualmente atrativo. Em nenhum momento duvidei de que não estivesse em outro lugar, a não ser na cabeça da garota. A história, como já mencionado, beira a genialidade. É tudo tão inteligente, que até o público adulto vai ter dificuldade em assimilar tantas informações durante toda a exibição. É uma obra para ser revista e consultada diversas vezes. Um clássico instantâneo, Divertida Mente é um filme bem difícil de descrever. Ele mexe contigo de uma maneira, que você vai se questionar se ele não é uma emoção que estava escondida dentro de ti durante todo esse tempo. Como um sopro na alma, refletir se torna até algo involuntário. Divertidamente recomendado.
Hipnótico! Apesar da curta duração da película, e a história ser costurada por momentos que podem não fazer tanto sentido juntos, algo em sua construção, em sua atmosfera, e em seus personagens, faz o telespectador ficar vidrado até o último desdobramento das (des)aventuras dessa camareira. Aliás, a Léa Seydoux tem um desempenho acima do padrão, entregando uma personagem complexa, e que não revela todas as suas motivações, anseios e medos. Célestine é quase uma incógnita, e é isso que fomenta o seu charme. A trilha sonora é nervosa em alguns momentos, criando uma tensão instigante. O jogo de planos também é algo que merece ser salientado. Toda a ambientação é bem convincente, e destaco o figurino, principalmente o vestuário usado pela Seydoux. Cheio de personagens que merecem ser analisados, o filme consegue ser uma crítica à sociedade do início do século XX, mas que permanece atual em alguns pontos, principalmente no que tange as relações humanas. Célestine transita entre personalidades fortes, julgando-as, de certa forma. É interessante perceber também que ela faz isso, por não estar satisfeita com a sua vida. Procura por algo, mas nem ela sabe o que é. É tanto que duvido da sua decisão final, que encerra o filme. Célestine se considera um cálice: tem a necessidade de ser preenchida. Mesmo que não seja pelo líquido certo.
Interessante e ambicioso, o filme peca por não conseguir se conectar bem com os seus públicos. Como uma produção voltada para crianças, dificulta a compreensão em alguns pontos; como algo para os jovens, se torna muito infantil; e para os adultos, sobra decifrar as inúmeras metáforas que o filme proporciona. Em termos visuais, o filme é um deleite. O figurino é maravilhoso, e consegui realmente se transportado para esse novo mundo. As atuações foram convincentes, e o George Clooney se adapta bem ao papel, apesar de não ser tão comum vê-lo nesse tipo de produção. A execução do filme peca em inúmeros pontos, principalmente no roteiro, por mais criativo e ousado ele seja. O excesso de didatismo é necessário em algumas partes, mas para quem acompanha as duas horas de trama, se torna entediante. Em uma continuação, talvez, as coisas pudessem fluir com mais desenvoltura. Mas pela atual repercussão do filme, creio que teremos apenas este exemplar. Brad Bird (que dirige e escreve esse filme, assim como Os Incríveis e Ratatouille) mostra que é extremamente eloquente no que diz respeito a criar mundos. O resultado, neste caso, é mediano. O final é muito bonito, e foi onde eu pude perceber o verdadeiro sentimento do filme. Este sonho pode não ter sido dos melhores, mas vale a pena ser conferido. E a mensagem que fica é que todos podemos ser agentes transformadores. Basta não se esquecer de sonhar.
Li o livro há mais ou menos um ano, e não sei por qual motivo exato, acabei adiando a visita ao filme. Eu não poderia estar mais arrependido. Todos os sentimentos que senti, ao folhear cada página, foi impressa nessa adaptação. E jurava isso ser impossível, já que considero a maneira do John Green escrever bem sensível, sendo uma tarefa bem difícil transformar as suas palavras em imagens. Torço para que Cidades de Papel consiga ter o mesmo êxito. Shailene Woodley está maravilhosa. Já me declarei fã de carteirinha dela, e não consigo entender a implicância de algumas pessoas. Mesmo. A garota é muito, muito talentosa. E nesse papel, deu para ver bastante do seu potencial. Ansel Elgort é eficiente, e juntos, conseguem construir uma química bem agradável em tela. Menciono aqui também a Laura Dern e o Nat Wolff, ambos sendo encantadores em seus personagens A fotografia estava deslumbrante, e a trilha sonora na medida. Acompanharam o desdobrar da história, em seus pontos alegres e mais tristes. O enredo é muito inteligente e criativo, assim como o livro. Os diálogos afiados continuaram, a construção dos personagens foi ágil e tudo funcionou como deveria. Uma surpresa bem agradável, até mesmo para quem não conhecia a história (apesar de todo o fenômeno que rodeou o livro). Com uma narrativa delicada, A Culpa é das Estrelas consegue reciclar a temática do câncer de uma forma bem atual. Ah, bem legal o autor do livro, o John Green, fazendo uma pontinha como pai da garota que pede para experimentar a cânula da Hazel, no aeroporto. Já quero outras participações dele nas próximas oportunidades. <3
Eletrizante! Funciona perfeitamente como um thriller, mas que deixa na boca aquele gostinho de pipoca. O filme fomenta, e de certa forma, valoriza a trilogia original. O legal é saber que o longa tecnicamente não é um reboot, mas uma história que se passa anos depois dos acontecimentos originais. Aquele nerd (o Nick, de New Girl) usando a camisa do primeiro parque é impagável. Bacana saber que ela custou quase 150 dólares, e foi comprada no eBay. Hahahaha. Os efeitos especiais estão maravilhosos! Impecáveis, sério. De encher os olhos, e pra ninguém colocar defeito. A criatura híbrida que criaram ficou realmente assustadora, e é a responsável pela maioria dos sustos que ocorrem durante o filme. Em relação aos atores que participam, destaco a Bryce Dallas Howard, que estava estonteantemente linda. Gente, eu suspirei olhando pra tela. O Chris também não fica atrás: ele consegue ser charmoso, engraçado e perfeito para o papel. Ele é de um carisma tremendo. A química entre eles dois também funcionou, e não caíram naquele romance água com açúcar que costumam lançar nesse tipo de produção. Os irmãos estavam ótimos, mas nada além disso. Com uma dinâmica incrível, além de trazer toda a nostalgia dos filmes anteriores, Jurassic World é um ótimo exemplar de como fazer um longa novo, mas sem perder o encanto original.
Intenso, arrebatador, mas que deve ser visto e discutido. É um documentário, que através de depoimentos e passagens reais, organiza uma teia de motivos que levam às mulheres ao aborto. A cada minuto que passa, o desconforto do telespectador aumenta. É um assunto que causa muita aflição. Foi agoniante ver a frieza que alguns profissionais, que deveriam ser capacitados para lidar com esse tipo de situação, demonstraram perante algumas pacientes. Além de abaladas por todo esse evento, foram expostas à um tratamento hostil. Isso foi perfeitamente ilustrado nos primeiros minutos do filme, onde uma vítima de estupro é obrigada a responder um verdadeiro inquérito sobre todo o acontecimento. Em nenhum segundo, a avaliadora estava preocupada com a entrevistada. A responsável apenas queria se certificar que a mulher estava dentro do que a lei determina como "aborto legal". Didático, pertinente e muito corajoso, é uma visão bem imparcial da situação do abortamento no Brasil. É um grito, ainda que não tão alto, daqueles que acreditam que o aborto deve ser um direito, assim como a autonomia completa do corpo da mulher.
Eu amo, amo, amo esse filme. De saber a história de trás pra frente. Considero uma das melhores animações que a Pixar já produziu. Os personagens são maravilhosos, e inesquecíveis. Tipo, a Dory pode até esquecer das coisas, mas é impossível não se lembrar dela. Todos os habitantes do aquário do dentista são uma comédia também. É até uma forma de aprender um pouco de biologia! Lembro que a minha professora passou ele pra gente, explicando a natureza de cada personagem. Um filme pra guardar no fundinho do coração, que nem o endereço "P. Sherman, 42 Wallaby Way, Sydney". <3
Um filme que falha em ser polêmico, e em ser engraçado. Algumas pessoas podem ter achado, mas não consigo me encaixar nesse tipo de humor. Tipo, ri com algumas piadas, mas pude contar as vezes nos dedos. E a maioria eram referências à cultura pop. Como já disseram por aqui, foram muitas brincadeiras relacionadas à órgãos genitais. E isso é muito boring. É inegável o carisma do James Franco e do Seth Rogen, e eles funcionam muito bem juntos. Mas o roteiro, que realmente parecia improvisado, não ajudou no desenvolvimento dessa trama rasa. Algumas cenas foram muito vergonhosas, até para eles. Gostei um pouquinho do fim que deram para a história, e foi até coerente, diferentemente do resto do longa. Trilha sonora bacana, e adorei a forma como usaram a canção da Katy Perry. Esse, ao meu ver, foi um acerto do filme. Se eles tivessem investido nesse tipo de bobagem, tudo teria sido bem melhor. Entediante, é um filme que não agrada todo mundo. Vale pela química dos protagonistas, e não deve ser prioridade na lista de nenhum cinéfilo. Assista quando não tiver mais nada para fazer.
O Começo da Vida
4.3 84 Assista AgoraQue documentário tocante e sensível. Daquelas coisas que você assiste com um sorrisão no rosto, e de quebra, deixa escapar algumas lágrimas. A palavra certa que define esta obra é equilíbrio. Por mais que ela traga inúmeras questões, e as explore superficialmente, é possível enxergar sinceridade no objetivo do trabalho. Não soou apelativo em nenhum momento, ou quis ser o que não é. É singelo na sua essência.
Todas as pautas retratadas nestes quase 100 minutos de projeção (que poderiam ser prolongados) foram bem relevantes. A realidade é que eu não tinha parado para pensar ainda como a sociedade continua negligenciando o seu próprio futuro. As crianças são o futuro. Elas vão crescer e se tornar cidadãos, construindo e perpetuando a espécie. Se falamos tanto em mudança e transformação, por que não priorizar e ressignificar o período da infância? É o estágio onde grande parte das nossas características e hábitos são formados, e fechar os olhos para isso é apertar na mesma tecla, cometer os mesmos equívocos.
Não é algo que vai te deixar deslumbrado, mas é o suficiente para que esse tipo de ideia ocupe um espaço na sua mente. Boa parte do conteúdo apresentado já faz parte do conhecimento geral, e essa produção serve como um lembrete necessário. Já dizia a canção que encerra os últimos minutos do longa: "It takes a whole village to raise the children. It takes the whole village to raise one child. We all - everyone - must share the burden. We all - everyone - will share the joy." É, e sempre será, um compromisso de todos.
Posso dizer que aquela cena onde as mamães, com os filhos, tocam no piano Can You Feel the Love Tonight, do Rei Leão, uma das coisas mais lindas que já vi em um documentário? Meus olhos enchem de lágrimas só de lembrar.
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraLouvado seja esse filme. Uma experiência altamente perturbadora. Deus no céu, The Babadook, It Follows e The Witch na terra. Let's pray!
Mobília Mínima
3.2 115- You need to be invited. I have to invite you to come in.
- Like a vampire?
Tô apaixonado por esse filme. Os diálogos, a atmosfera, tudo. É tão real que machuca. Um ótimo começo para uma das escritoras/diretoras mais interessantes da atualidade.
Rua Cloverfield, 10
3.5 1,9KQue filme interessantíssimo! Céus. Correspondeu todas as minhas expectativas. Recheado de suspense do começo ao fim, esse projeto (que leva Cloverfield no nome, assim como o filme de 2008) esconde toda a sua história. Do que ele se trata, afinal, quando você conhece apenas a sinopse ou assiste ao trailer? Esse é o maior trunfo do longa. Até o final do mesmo, pouca coisa é desvendada, fazendo o telespectador mergulhar em dúvidas e questionamentos. Enquanto isso acontece, somos arrebatados por atuações excelentes, principalmente da Mary Elizabeth Winstead (que já tinha ganhado o meu coração lá em Final Destination 3 e Scott Pilgrim). Fiquem de olho nessa garota! Ela tem tudo pra ser um dos grandes nomes de Hollywood.
Com o desfecho, somos apresentados à algumas informações. E que informações, hein? Só de lembrar, fico todo arrepiado. O filme tem um incrível material para ser trabalhado, e espera-se, possivelmente, uma franquia dele. Se tratarem as continuações com o mesmo cuidado que esse, é garantia de qualidade na certa.
Um aprendizado que boa parte dos produtores deveria tirar de toda campanha de marketing que envolveu 10 Cloverfield Lane: pouco é muito. E isso fica claro durante todos os minutos de projeção.
Clube dos Cinco
4.2 2,6K Assista AgoraQuando falamos dos anos 80, é impossível não se lembrar de The Breakfast Club: um filme que apesar de ter sido lançado há trinta anos, permanece atual e sendo referência para inúmeros outros do gênero. Com boas reflexões sobre a juventude, o longa é recheado de momentos inesquecíveis (ora dramáticos, ora engraçados), e continua extremamente relevante para quem gosta de cinema.
Garota Sombria Caminha Pela Noite
3.7 343 Assista AgoraÉ de uma poesia tremenda. A fotografia torna o filme único, e se não fosse por ela, essa obra não teria metade do charme que tem. O ritmo é lento, sim, mas você é banhado por cenas recheadas de expectativa. Inúmeros são os momentos em que é palpável a solidão dos personagens, e cada silêncio fala mais que qualquer palavra.
Laranja Mecânica
4.3 3,8K Assista AgoraUm filme que merece ser revisitado sempre. Uma das obras mais citadas do cinema, Laranja Mecânica talvez seja o longa mais cultuado do Stanley Kubrick. É de uma criatividade e genialidade tremenda. Permanece em nossas memórias como uma crítica feroz aos regimes totalitários.
"Quando um homem não pode escolher, ele deixa de ser homem".
Dente Canino
3.8 1,2KA intenção do filme é incomodar. Passível de inúmeras analogias, aqui vemos o poder da construção social. Como a sociedade influencia o comportamento do ser humano, e como essa moldagem poderia ser observada, caso fosse feita através do isolamento.
O título do filme é interessantíssimo. O dente canino é o responsável por rasgar alimentos. É uma característica que nos aproxima dos outros carnívoros, e de certa forma, desperta instintos primitivos, que não podem ser controlados.
E como foi dito aqui, o "inimigo" deles é o gato, um ser arisco e que dificilmente é domado. Aquilo que não pode ser adestrado é combatido, e essa regra criada pelo pai não é muito diferente da realidade.
Cidades de Papel
3.0 1,3K Assista AgoraSim, sim, sim! Parafraseando a expressão mais usada pelo Ben (ele é o personagem mais divertido do filme, né?), começo dizendo que não poderia estar mais satisfeito. Li o livro, e arrisco dizer que é uma das melhores histórias que o John Green já escreveu. Não é a minha preferida (este lugar ainda pertence ao O Teorema Katherine), mas é a mais honesta, e que ainda consegue entregar uma grande mensagem. Um tema que não usa tanto do sentimentalismo (eu adoro A Culpa é das Estrelas, mas temos que admitir o quanto o filme é emotivo) para fisgar os espectadores. Ele tenta aproximar o máximo a história de quem está assistindo, questionando se um dia estivemos na mesma situação que o Q. Já imaginamos alguém de uma maneira, criamos expectativas sobre ela, e no fim, ela não era como gostaríamos? É, bem, acho que a maioria das respostas vai ser positiva.
Nunca odiei a Margo. De quase toda a mitologia criada pelo John Green, ela é considerada uma das personagens mais detestáveis. Eu a enxergo como a mais humana e real, por se aproximar do que realmente somos: um recipiente cheio de dúvidas, inseguranças, e que na maior parte do tempo, não demonstra isso. Torcemos pelo Q, para que ele encontre-a, para que tudo que ele espera se concretize, mas é quase sempre assim que funcionamos: queremos acreditar no melhor. E, às vezes, ficamos tão cegos pelo o que achamos almejar, que não percebemos que o essencial estava ao nosso lado. Mas é preciso sair da nossa zona de conforto para descobrir isso. Como o próprio filme ensina, é necessário se perder, para acabar se encontrando.
Se é coincidência, ou não, colocaram justamente uma pessoa que não é muito bem vista por todo mundo para interpretar Margo: Cara Delevingne, que acusam de não ser tão bonita para uma modelo, tão pouco boa atriz para estar em um filme. Acho que ela entregou o necessário para o papel. A personagem é extremamente misteriosa e provocante (ou o que o Quentin deseja ver dela), mas que acaba se mostrando vulnerável no final. E ela cumpriu bem. Assim como todo o elenco, que estava bem afiado, nos oferecendo cenas maravilhosas (a sequência da festa na casa do ex-namorado da Margo, o trio cantando o tema de abertura de Pokémon e toda a road trip).
A participação do Ansel levou a sala do cinema à loucura. Hahahaha. O John tá conseguindo criar uma cumplicidade com os seus fãs, e isso é maravilhoso. Fiquei esperando uma pontinha dele no filme, assim como em A Culpa, mas não aconteceu. ):
Um ótimo filme sobre amadurecimento e amizade. Senti em muitos momentos a mesma vibe de As Vantagens de Ser Invisível. É legal ver que ainda é possível criar boas histórias para os jovens, sem ser completamente clichê.
Mas, e aí? Você já descobriu o seu milagre?
O Exterminador do Futuro: Gênesis
3.2 1,2K Assista AgoraSe inserido com o restante dos filmes da franquia, ele não faz tanto sentido, mas ainda assim, consegue produzir uma sensação de nostalgia, sem desrespeitar os trabalhos anteriores. Sim, porque toda mitologia está lá. Só resolveram levar as coisas por outro caminho, já que este longa foi concebido para ser a primeira parte de uma nova trilogia. A nova jornada tem bastante potencial, mas o roteiro desse primeiro trabalho não ajudou muito: à medida que nos ofereciam algumas respostas, as dúvidas duplicavam. Deveriam ter gasto mais tempo desenvolvendo os personagens, que ficaram bem rasos e artificiais, se comparados aos dos primeiros dois filmes.
A química entre os atores é um ponto positivo. Emilia Clarke funciona bem tanto com o Schwarzenegger, quanto com o Courtney, que interpreta o Kyle. Os alívios cômicos ajudaram muito, já que os diálogos que deveriam soar refrescantes, estavam bem obsoletos (desculpe, Papi). A única agilidade é a referente aos efeitos especiais, que apesar de boa parte ser computadorizada, mostraram alguma evolução.
Um entretenimento que pode soar ofensivo para aqueles que não esperavam tantas mudanças, te deixa ao final da exibição, com aquele sentimento de que poderia ser melhor. Se a continuação que está por vir vai ser a redenção dessa nova trilogia, isso é um mistério maior do que o projeto Gênesis foi no filme. Por uma sequência com mais respostas e menos dúvidas!
Minions
3.3 995 Assista AgoraMegalomaníaco, ambicioso e divertido, o filme que conta as primeiras aventuras dos minions possui uma inteligência sutil, e consegue agradar em sua maioria os mais novos, apesar de seu forte apelo histórico e cultural. Cria todo um passado para os ajudantes amarelos mais fofos do mundo, sem se distanciar da história original, apresentando ainda uma conexão com ela.
Achei interessantíssima a escolha de desenvolveram a trama no final dos anos 60. Um período que estava passando por várias mudanças, e pudemos visualizar muitas delas. O longa tá recheado com referências: a cena do homem chegando à lua (que muita gente desconfia de ter sido gravada em estúdio), a foto do álbum mais famoso dos The Beatles, os cartazes apoiando a candidatura do presidente Nixon, o movimento hippie, as gírias (que conseguiram adaptar bem através da dublagem), etc. Uma forma ágil, e até lúdica, de apresentar às crianças os encantos e acontecimentos dessa fase que quase não é retratada em animações. Ponto para os idealizadores, e por mais filmes animados com raízes históricas!
A trilha sonora também vale ser lembrada. Consegue capturar todo o espírito do filme. E o mais legal de tudo é que conseguimos fazer um tour por vários países, visualizando, mesmo que rapidamente, um pouquinho de cada cultura.
Preciso declarar que o Bob roubou o meu coração. Não é a coisa mais fofa que vocês já viram? Puro carisma, gente! Vocês perceberam que a Scarlett foi inspirada na Rainha de Copas? Começa como uma figura emblemática, amiga, e quando é contrariada, se transforma no pesadelo dos nossos amiguinhos. Até o vestido dela remete à personagem.
A busca dos minions por um mestre nunca foi mais divertida. O gancho final, apesar de ir ao encontro com tudo que a gente já conhece, pode servir como material para futuros filmes. Adoraria ver os minions curtindo os anos 70 e 80. Hahahaha. Infantil, mas nem tanto assim, a história te fisga mais pelos personagens, e é um prato cheio pra quem gosta de cultura pop em geral.
Uma Nova Amiga
3.7 120 Assista AgoraAinda tô tentando digerir o quanto esse filme é delicioso. Uma verdadeira ode à diversidade, questões de gênero e autodescoberta. Sou fã de carteirinha do Ozon, e aqui ele não me decepciona. Nos entrega um filme que mescla vários gêneros (ele tem esse jeitinho de fazer cinema, né?), indo do drama (a sequência inicial mostrando a amizade de Laura e Claire, acompanhada por aquela trilha sonora emocionante), passando pela comédia (principalmente as cenas em que Claire e Virginia vão ao shopping fazer compras) e brincando com o suspense (os sonhos e as visões homoeróticas que Claire começa a ter). Tudo isso, além de uma direção primorosa, uma fotografia característica das produções do François e atuações que não deixam a desejar em nenhum momento.
A trama é interessantíssima. Após a morte de Laura, Claire (sua melhor amiga) e David (seu marido), precisam lidar com a perda, além de seguir em frente com suas vidas. É a partir desse momento que descobrimos sobre suas preferências, e vemos que escondemos mais do que mostramos.
Adorei a forma como lidaram com o fato da Claire sempre ter tido uma paixão platônica pela Laura. Isso é perceptível nos primeiros minutos de projeção, mas é com o decorrer da história que isso se torna mais forte.
E a justificativa maravilhosa que David/Virginia dá sobre a sua vontade em se vestir de mulher? "Acho que por desejá-las, quero ser igual a elas". Simples, direta e verdadeira. Por que é tão difícil para outros aceitarem que o desejo em assumir outro gênero não está nenhum pouco ligado com a sexualidade? Nesse ponto, o filme funciona maravilhosamente, e espero ter ajudado as pessoas enxergarem que nem toda concepção que a sociedade nos impõe é verdadeira.
Em mais um trabalho primoroso, François Ozon se consolida como um nome que merece, sim, atenção. É um diretor criativo, espontâneo, e antes de tudo, atual e sem medo de quebrar preceitos. Corajoso, este longa exerce uma análise profunda sobre sentimentos e desejos, entregando um final cheio de esperança e encanto. Love wins!
Lugares Escuros
3.1 410 Assista AgoraEm termos de adaptação, não posso opinar. Ainda não li o livro. Mas, sinceramente, o filme não é nenhum pouco coeso. Sério. Ele cria toda uma tensão, um mistério a ser solucionado, fazendo você duvidar de todo o elenco, mas na última hora, encontra uma solução rápida (apesar de bem pensada) para finalizar uma história que tinha muito potencial. Talvez eu tenha ido com muita expectativa, já que Gillian Flynn, autora da obra original que foi adaptada, nos presenteou com Garota Exemplar, uma das tramas mais inteligentes e bem elaboradas dos últimos anos, e pensei que esse livro seguiria o mesmo caminho. Senti falta de mais empoderamento por parte da personagem principal. Essa sempre foi uma característica inerente às suas obras. Não que a Charlize Theron tenha nos dado uma performance ruim, mas acho que o desenvolvimento da sua personagem não permitiu que ela entregasse mais.
O elenco é delicioso. Além da Theron, Chloe Moretz e Nicholas Hoult (ele tá cada vez mais gostoso, gente) enchem nossos olhos. São dois nomes que espero continuar acompanhando em futuras produções, porque ambos tem talento de sobra.
O filme é bom, mas se colocado do lado da genialidade de Garota Exemplar (que eu sei, foi dirigido pelo Fincher, e não merece comparações), fica um pouco apagado. Faltou mais ousadia em quase tudo, principalmente na forma de conduzir o desfecho. Indicado para quem gosta de um bom mistério, mesmo que ele não tenha sido solucionado ao gosto de todos os espectadores.
Amores Inversos
2.9 77 Assista AgoraUma poderosa reflexão sobre rupturas e novos começos. Apesar do seu estilo que contempla os personagens, tornando-se às vezes monótomo, o filme consegue oferecer uma mensagem bem firme, apesar do roteiro pecar em alguns momentos.
Kristen Wiig entrega uma performance maravilhosa, e é ela que conduz as melhores cenas deste longa. Porém, nenhuma outra atuação deixa a desejar: o elenco está afiadíssimo, dando destaque para Guy Pearce (que incorporou bem o personagem), Hailee Steinfeld (fiquem de olho, porque essa garota ainda vai longe) e Nick Nolte (por mais que seu papel seja o mais desconexo com a história). Ah, fiquei bastante curioso para saber mais sobre a Edith, a amiga da Sabitha, mas acabei gostando da forma que trataram a personagem dela: uma pessoa invejosa, manipuladora e vazia. A sequência final em que a Johanna fala pra ela que já possui tudo o que queria é de arrepiar. Fiquei com um sorriso enorme no rosto.
É o tipo de filme que te ganha por ter personagens bem construídos, e que são palpáveis e perto da realidade. Da mesma forma que ele começa, ele termina: oferecendo uma oportunidade de recomeço à personagem principal. Até porque recomeçar é sempre possível. Só precisamos estar dispostos a isso.
Nunca Fui Beijada
3.2 573 Assista AgoraEnfim, consegui encontrar o DVD físico (em um sebo, aliás), e me senti na obrigação de revê-lo. Nossa, como eu sinto saudade de filmes assim. Bobos, divertidos e gostosos de assistir. A Drew tá maravilhosa! Na minha opinião, foi um dos trabalhos mais marcantes de toda a sua carreira.
Me identifico horrores com a personagem principal. Não passei os melhores anos da minha vida na escola, tampouco consegui um romance que eu pudesse realmente me orgulhar. Ainda, sinto que nunca fui beijado. Porque o beijo é mais que a união de duas bocas. É dividir um sentimento, uma ideia, um momento. Não consegui encontrar aquela sensação que ela descreve tão perfeitamente. Acho que muita gente compartilha os mesmos problemas que a Josie. E o mais legal é que ela nunca se sente menos esperançosa por isso. Acha que tudo vai mudar, e que o cara certo ainda não a encontrou.
Um ótimo conto sobre abraçar o que realmente somos, e que tudo acontece em seu devido tempo.
Divertida Mente
4.3 3,2K Assista AgoraAcho que eu preciso de bem mais que cinco emoções para descrever o que senti assistindo esse filme. Nossa! E como muita gente vem dizendo, a Pixar não voltou, ou tá viva de novo, ou não perdeu a mão: ela conseguiu fazer uma das obras mais criativas desde a criação do estúdio, mostrando que o padrão de qualidade de seus filmes sempre se eleva.
A premissa é incrível, e colocar tudo em prática foi um desafio que a animação conseguiu cumprir de forma magistral. Cada personagem que compõe a cabeça da Riley é único, complexo e impossível de esquecer. É complicado definir cada um, assim como é um desafio descrever os nossos sentimentos. Mas posso adiantar uma coisa: eles vão conquistar você!
A trilha sonora, que sempre é excelente nos filmes da Pixar, mantêm o mesmo padrão. O filme é extremamente colorido, vibrante e visualmente atrativo. Em nenhum momento duvidei de que não estivesse em outro lugar, a não ser na cabeça da garota. A história, como já mencionado, beira a genialidade. É tudo tão inteligente, que até o público adulto vai ter dificuldade em assimilar tantas informações durante toda a exibição. É uma obra para ser revista e consultada diversas vezes.
Um clássico instantâneo, Divertida Mente é um filme bem difícil de descrever. Ele mexe contigo de uma maneira, que você vai se questionar se ele não é uma emoção que estava escondida dentro de ti durante todo esse tempo. Como um sopro na alma, refletir se torna até algo involuntário. Divertidamente recomendado.
Diário de uma Camareira
2.7 93 Assista AgoraHipnótico! Apesar da curta duração da película, e a história ser costurada por momentos que podem não fazer tanto sentido juntos, algo em sua construção, em sua atmosfera, e em seus personagens, faz o telespectador ficar vidrado até o último desdobramento das (des)aventuras dessa camareira. Aliás, a Léa Seydoux tem um desempenho acima do padrão, entregando uma personagem complexa, e que não revela todas as suas motivações, anseios e medos. Célestine é quase uma incógnita, e é isso que fomenta o seu charme.
A trilha sonora é nervosa em alguns momentos, criando uma tensão instigante. O jogo de planos também é algo que merece ser salientado. Toda a ambientação é bem convincente, e destaco o figurino, principalmente o vestuário usado pela Seydoux.
Cheio de personagens que merecem ser analisados, o filme consegue ser uma crítica à sociedade do início do século XX, mas que permanece atual em alguns pontos, principalmente no que tange as relações humanas. Célestine transita entre personalidades fortes, julgando-as, de certa forma. É interessante perceber também que ela faz isso, por não estar satisfeita com a sua vida. Procura por algo, mas nem ela sabe o que é. É tanto que duvido da sua decisão final, que encerra o filme. Célestine se considera um cálice: tem a necessidade de ser preenchida. Mesmo que não seja pelo líquido certo.
Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível
3.2 738 Assista AgoraInteressante e ambicioso, o filme peca por não conseguir se conectar bem com os seus públicos. Como uma produção voltada para crianças, dificulta a compreensão em alguns pontos; como algo para os jovens, se torna muito infantil; e para os adultos, sobra decifrar as inúmeras metáforas que o filme proporciona.
Em termos visuais, o filme é um deleite. O figurino é maravilhoso, e consegui realmente se transportado para esse novo mundo. As atuações foram convincentes, e o George Clooney se adapta bem ao papel, apesar de não ser tão comum vê-lo nesse tipo de produção.
A execução do filme peca em inúmeros pontos, principalmente no roteiro, por mais criativo e ousado ele seja. O excesso de didatismo é necessário em algumas partes, mas para quem acompanha as duas horas de trama, se torna entediante. Em uma continuação, talvez, as coisas pudessem fluir com mais desenvoltura. Mas pela atual repercussão do filme, creio que teremos apenas este exemplar.
Brad Bird (que dirige e escreve esse filme, assim como Os Incríveis e Ratatouille) mostra que é extremamente eloquente no que diz respeito a criar mundos. O resultado, neste caso, é mediano. O final é muito bonito, e foi onde eu pude perceber o verdadeiro sentimento do filme. Este sonho pode não ter sido dos melhores, mas vale a pena ser conferido. E a mensagem que fica é que todos podemos ser agentes transformadores. Basta não se esquecer de sonhar.
A Culpa é das Estrelas
3.7 4,0K Assista AgoraLi o livro há mais ou menos um ano, e não sei por qual motivo exato, acabei adiando a visita ao filme. Eu não poderia estar mais arrependido. Todos os sentimentos que senti, ao folhear cada página, foi impressa nessa adaptação. E jurava isso ser impossível, já que considero a maneira do John Green escrever bem sensível, sendo uma tarefa bem difícil transformar as suas palavras em imagens. Torço para que Cidades de Papel consiga ter o mesmo êxito.
Shailene Woodley está maravilhosa. Já me declarei fã de carteirinha dela, e não consigo entender a implicância de algumas pessoas. Mesmo. A garota é muito, muito talentosa. E nesse papel, deu para ver bastante do seu potencial. Ansel Elgort é eficiente, e juntos, conseguem construir uma química bem agradável em tela. Menciono aqui também a Laura Dern e o Nat Wolff, ambos sendo encantadores em seus personagens
A fotografia estava deslumbrante, e a trilha sonora na medida. Acompanharam o desdobrar da história, em seus pontos alegres e mais tristes. O enredo é muito inteligente e criativo, assim como o livro. Os diálogos afiados continuaram, a construção dos personagens foi ágil e tudo funcionou como deveria.
Uma surpresa bem agradável, até mesmo para quem não conhecia a história (apesar de todo o fenômeno que rodeou o livro). Com uma narrativa delicada, A Culpa é das Estrelas consegue reciclar a temática do câncer de uma forma bem atual.
Ah, bem legal o autor do livro, o John Green, fazendo uma pontinha como pai da garota que pede para experimentar a cânula da Hazel, no aeroporto. Já quero outras participações dele nas próximas oportunidades. <3
Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros
3.6 3,0K Assista AgoraEletrizante! Funciona perfeitamente como um thriller, mas que deixa na boca aquele gostinho de pipoca. O filme fomenta, e de certa forma, valoriza a trilogia original. O legal é saber que o longa tecnicamente não é um reboot, mas uma história que se passa anos depois dos acontecimentos originais. Aquele nerd (o Nick, de New Girl) usando a camisa do primeiro parque é impagável. Bacana saber que ela custou quase 150 dólares, e foi comprada no eBay. Hahahaha.
Os efeitos especiais estão maravilhosos! Impecáveis, sério. De encher os olhos, e pra ninguém colocar defeito. A criatura híbrida que criaram ficou realmente assustadora, e é a responsável pela maioria dos sustos que ocorrem durante o filme.
Em relação aos atores que participam, destaco a Bryce Dallas Howard, que estava estonteantemente linda. Gente, eu suspirei olhando pra tela. O Chris também não fica atrás: ele consegue ser charmoso, engraçado e perfeito para o papel. Ele é de um carisma tremendo. A química entre eles dois também funcionou, e não caíram naquele romance água com açúcar que costumam lançar nesse tipo de produção. Os irmãos estavam ótimos, mas nada além disso.
Com uma dinâmica incrível, além de trazer toda a nostalgia dos filmes anteriores, Jurassic World é um ótimo exemplar de como fazer um longa novo, mas sem perder o encanto original.
O Aborto dos Outros
3.9 47Intenso, arrebatador, mas que deve ser visto e discutido. É um documentário, que através de depoimentos e passagens reais, organiza uma teia de motivos que levam às mulheres ao aborto. A cada minuto que passa, o desconforto do telespectador aumenta. É um assunto que causa muita aflição. Foi agoniante ver a frieza que alguns profissionais, que deveriam ser capacitados para lidar com esse tipo de situação, demonstraram perante algumas pacientes. Além de abaladas por todo esse evento, foram expostas à um tratamento hostil. Isso foi perfeitamente ilustrado nos primeiros minutos do filme, onde uma vítima de estupro é obrigada a responder um verdadeiro inquérito sobre todo o acontecimento. Em nenhum segundo, a avaliadora estava preocupada com a entrevistada. A responsável apenas queria se certificar que a mulher estava dentro do que a lei determina como "aborto legal".
Didático, pertinente e muito corajoso, é uma visão bem imparcial da situação do abortamento no Brasil. É um grito, ainda que não tão alto, daqueles que acreditam que o aborto deve ser um direito, assim como a autonomia completa do corpo da mulher.
Procurando Nemo
4.2 1,9K Assista AgoraEu amo, amo, amo esse filme. De saber a história de trás pra frente. Considero uma das melhores animações que a Pixar já produziu.
Os personagens são maravilhosos, e inesquecíveis. Tipo, a Dory pode até esquecer das coisas, mas é impossível não se lembrar dela. Todos os habitantes do aquário do dentista são uma comédia também.
É até uma forma de aprender um pouco de biologia! Lembro que a minha professora passou ele pra gente, explicando a natureza de cada personagem.
Um filme pra guardar no fundinho do coração, que nem o endereço "P. Sherman, 42 Wallaby Way, Sydney". <3
Divertida Mente
4.3 3,2K Assista AgoraBoatos que é o melhor filme da Pixar até agora. Tô louco pra confirmar isso.
A Entrevista
3.1 1,0K Assista AgoraUm filme que falha em ser polêmico, e em ser engraçado. Algumas pessoas podem ter achado, mas não consigo me encaixar nesse tipo de humor. Tipo, ri com algumas piadas, mas pude contar as vezes nos dedos. E a maioria eram referências à cultura pop. Como já disseram por aqui, foram muitas brincadeiras relacionadas à órgãos genitais. E isso é muito boring.
É inegável o carisma do James Franco e do Seth Rogen, e eles funcionam muito bem juntos. Mas o roteiro, que realmente parecia improvisado, não ajudou no desenvolvimento dessa trama rasa. Algumas cenas foram muito vergonhosas, até para eles. Gostei um pouquinho do fim que deram para a história, e foi até coerente, diferentemente do resto do longa.
Trilha sonora bacana, e adorei a forma como usaram a canção da Katy Perry. Esse, ao meu ver, foi um acerto do filme. Se eles tivessem investido nesse tipo de bobagem, tudo teria sido bem melhor.
Entediante, é um filme que não agrada todo mundo. Vale pela química dos protagonistas, e não deve ser prioridade na lista de nenhum cinéfilo. Assista quando não tiver mais nada para fazer.