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Ilhéus-Ba (BRA)
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Um grande admirador do cinema, permanentemente encantado com sua capacidade de reunir em um só espaço múltiplas linguagens e expor confidencialmente as minúcias da alma humana.

Últimas opiniões enviadas

  • Bolívar Landi

    http://www.diversos-afins.blogspot.com.br/2008_06_01_archive.html

    Woody Allen é um dos mais respeitados diretores da atualidade. Dirigiu nada menos do que 39 filmes (referência 2007), muitos deles premiados pelos mais importantes festivais da sétima arte. Isto não o eximiu de, nas últimas décadas, ser acusado de se tornar repetitivo em seus filmes. Os seus mais recentes trabalhos, contudo, vêm apresentando uma perceptível variação de estilo. Isto pode ser verificado até mesmo pelos locais que escolhe para ambientar os seus filmes. Ele, que inúmeras vezes utilizou a cidade de Nova York como cenário para as suas obras, vem rodando os seus últimos projetos na capital inglesa. O humor irônico e neurótico, que lhe são característicos, cedeu também lugar a tramas psicológicas com uma forte carga de suspense.

    O Sonho de Cassandra, produzido em 2007, é o terceiro filme da fase londrina de Allen. O roteiro, assinado como de costume pelo próprio diretor, recorre mais uma vez, como em Match Point (2005), a Crime e Castigo, de Dostoievski, e se inspira nas tragédias gregas. O próprio título da obra é uma referência à mitológica princesa troiana que tinha o dom da profecia e era tida como louca por seus compatriotas. As tragédias se caracterizam por encenar a impotência do homem diante do seu destino. E Allen a usa como instrumento para explorar, como poucos, a fragilidade e as idiossincrasias do espírito humano.

    No filme, dois irmãos, personificados de forma empolgante pelos britânicos Ewan McGregor e Colin Farrell, são obrigados a tomar uma angustiante decisão diante de uma situação limite. O filme nos faz refletir até onde temos controle sobre as nossas escolhas e sobre as conseqüências de nossos atos. A tragédia nos diz que por mais que tentemos planejar a nossa vida sempre estaremos sujeitos à ação do imponderável, do incontrolável, do mistério que parece reger toda a nossa existência.

    Mais uma obra inspirada de Allen que conta ainda com a competente trilha sonora do experiente Philip Glass, conferindo uma adequada ambientação ao triller. Um filme para se ver, pensar e reservar um privilegiado espaço em sua videoteca.

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  • Bolívar Landi

    http://www.diversos-afins.blogspot.com.br/2009_05_01_archive.html

    Este não é um filme que tenha como foco vidas ou fatos extraordinários. Ele é feito de situações e pessoas comuns, de gestos e atitudes sinceros. Justamente por isto, o que mais encanta nesta obra é a veracidade com que os acontecimentos são tratados. A película traz uma dignidade comovedora e uma força fascinante, surpreendente como a vida.

    Grande parte de suas qualidades se devem à excepcional interpretação de Melissa Leo, indicada ao Oscar de melhor atriz por este trabalho, no papel de uma mulher recém abandonada pelo marido que vive com os dois filhos em um pequeno trailer. Ela luta arduamente para manter a sua família e, guiada pela falta de perspectiva e pelo desespero, acaba se envolvendo com o transporte ilegal de imigrantes sob um rio congelado que divide a fronteira entre os Estados Unidos e o Canadá. Sua interpretação é autêntica e sem exageros, tocando os nossos sentimentos mais profundos. Há uma boa interação entre os integrantes do elenco e conseguimos nos identificar com seus personagens, pois eles nos falam das esperanças que se perdem em meio ao vão, de nossa impotência diante dos reveses da vida, da força inexplicável que nos faz resistir, de milagres... Sob a camada de gelo que recobre o rio e a frieza que reveste os homens descobrimos, no íntimo de cada ser, gêiseres em ebulição.

    O filme é mais uma agradável surpresa do cinema independente norte-americano e contou com um orçamento de US$ 1 milhão, extremamente modesto para os padrões estadunidenses. Ele marca a estreia da promissora diretora Courtney Hunt, que assina ainda o roteiro da produção, também indicado ao Oscar na categoria de melhor roteiro original em 2008. A película foi vencedora do grande prêmio do júri no Festival de Sundance no mesmo ano.

    A diretora foi injustamente censurada em algumas críticas por realizar uma apologia da pobreza e pender para o melodrama. Sua criação, contudo, é rica em sutilezas, silêncios expressivos e utiliza com maestria a força da natureza para compor o clima pretendido pela história.

    De tanto se ater aos detalhes, os seus críticos esqueceram de ver o que o filme traz de mais essencial. Esta é uma obra preciosa que nos faz refletir sobre o quanto somos responsáveis pela vida dos que nos cercam e o quão difícil é nos doarmos por inteiro, incondicionalmente, ao outro. Somos apresentados a seres imperfeitos, mas capazes de gestos sublimes... Filmes assim são um alimento para o nosso espírito e aquecem o que há, em nós, de mais humano.

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  • Bolívar Landi

    Revi dois filmes que sempre despertaram em mim grande impressão. As histórias falam de um tema muito caro ao nosso tempo: o respeito à diferença, fazendo um provocante questionamento sobre a nossa condição humana.
    São obras conduzidas por diretores considerados por muitos como estranhos e mórbidos. Talvez por isto mesmo, por fugirem da visão convencional da “normalidade”, sejam tão perspicazes em perceber e narrar as nossas misérias e, surpreendentemente, em revelar a nossa infinita beleza.
    O primeiro diretor é o aclamado David Lynch, autor de obras perturbadoras como Veludo Azul, Twin Peaks e A Estrada Perdida. Aqui, no seu comovente O Homem Elefante, faz uma película em preto e branco para contar a história sem cor, inspirada em fatos reais, de John Merrick, um inglês nascido em 1861 com uma patologia que deformou de forma permanente 90% do seu corpo. Este é o ponto de partida para mostrar como o homem pode se desnudar do verniz de polimento que o reveste e mostrar toda a sua insanidade e sordidez. O personagem principal é ridicularizado, espancado, tratado como um animal e exibido a todos como uma aberração da natureza. Não são poucos os que procuram se beneficiar de sua miséria, achando-se mais porque o outro tem menos. Até mesmo as boas ações não são desprovidas de interesse e são colocadas em xeque. Contudo, mesmo diante de tanto estranhamento e contradição, o filme nos oferece sentimentos genuínos e pequenos gestos de extrema beleza, que parecem por si sós redimir toda a nossa espécie.
    O segundo diretor é o soturno Tim Burton, produtor de filmes nos quais o sombrio e as cores vívidas se alternam como uma metáfora do paradoxo e da contradição que habitam a alma humana. No sensível Edward Mãos de Tesoura, Burton inicia uma prolífica parceria com o ator Johnny Depp que rendeu mais três filmes: Ed Wood, A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça e A Noiva Cadáver (animação em que o ator faz a voz do personagem principal). Depp encarna Edward, a criatura de um inventor que morreu antes de acabar a sua obra. No lugar das mãos, ele traz tesouras e vive só em um mundo isolado e triste e, ao mesmo tempo, belo, como se pode ver no deslumbrante jardim que rodeia o local onde mora. Ao ser levado para o convívio com outras pessoas, inicialmente, depara-se com um fascinante mundo de aparências, com pessoas solícitas, compreensivas e amáveis, para mais tarde conhecer, de forma cruel, o que se passa no íntimo dos homens e o interesse que move a maioria das relações.
    Em comum os dois filmes trazem como personagem principal seres diferentes, disformes, marcados pelo desrespeito e incompreensão. Os filmes são alegorias da condição humana, desfilando em cada cena o que temos de mais devastador e sublime, fazendo-nos questionar: afinal quem é o monstro? E identificar onde habita a verdadeira beleza.

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  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

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