Cerimônia Fúnebre dialoga bem ao pegar um exemplo da vida cotidiana e, ao mesmo tempo, evidenciar todo o aparato burocrático presente no Estado e Igreja de influência stalinista durante seu vigor na Tchecoslováquia. O funeral de um homem que foi expulso de sua terra natal por desafiar as autoridades ditas comunistas, torna-se uma odisseia para sua esposa conseguir enterrá-lo no túmulo de sua família. E o filme acerta, furtivo e incisivo: mostra a força das pessoas, da comunidade, com aquela significativa cena final.
Acaba sendo pequeno comparado com sua premissa. Algumas questões mal colocadas e resolvidas de forma confusa, como o implausível romance entre o general e a revolucionária e o resgate de caráter que o diretor do filme hollywoodiano tenta fazer ao final, sem qualquer sentido, levando em conta o que ele tinha passado nas mãos dele e da Rússia czarista.
Uma das sátiras anticlericais mais pungente que já tive a oportunidade de assistir. Yakov Protazanov com sua dupla de protagonistas cômicos, desconstrói completamente a instituição, passeando por todas as formas das quais a Igreja abusa de seu poder e também as maneiras que a própria utiliza para continuar sendo uma força dominante respeitável. Atualíssimo.
Certeiro em buscar esse momento da história da luta de classes e reviver a experiência da Comuna de Paris e dos comunardos através de seu breve processo revolucionário. Vemos nos vários grupos de personagens (que em certos momentos, conversam com o próprio espectador acerca dos problemas que continuam presentes na sociedade capitalista, da necessidade das relações humanas, acima de tudo) desde a luta de direitos das mulheres, a educação laica das crianças, a desmoralização de uma igreja que abriga o inimigo e aliena através da fé cristã, até o direito de expressão dos países sofridos com a colonização imperialista que é impiedosa, todos esses interesses aparecem unos na Comuna. Através desse tipo de narrativa e sua condução, consegue se alcançar maravilhosamente todos esses aspectos, que na Comuna, era tarefa democrática que foi assumida por todos os insurretos parisienses pelos diversos avanços alcançados (ainda que limitados) conseguidos ao longo de sua duração. Muito incisivo em mostrar tanto os acertos que a Comuna de Paris provocou quanto também, os seus erros. Foi um episódio fugaz da história operária internacional, porém importantíssimo, e que é levantado com esmero pelo filme. É ótimo suscitar a discussão e o debate sobre essa experiência, que significou e significa tanto, mas que infelizmente, foi praticamente apagada pelo alcance político-social que pode provocar. Interessante apontar também que, a Paris que conhecemos hoje, foi reurbanizada após a derrota da Comuna e que suas largas avenidas nada mais foram um plano de conter justamente qualquer insurreição, dificultando que o povo se organize nas ruas e construa barricadas.
Cerimônia Fúnebre
3.5 2Cerimônia Fúnebre dialoga bem ao pegar um exemplo da vida cotidiana e, ao mesmo tempo, evidenciar todo o aparato burocrático presente no Estado e Igreja de influência stalinista durante seu vigor na Tchecoslováquia. O funeral de um homem que foi expulso de sua terra natal por desafiar as autoridades ditas comunistas, torna-se uma odisseia para sua esposa conseguir enterrá-lo no túmulo de sua família. E o filme acerta, furtivo e incisivo: mostra a força das pessoas, da comunidade, com aquela significativa cena final.
À Flor do Mar
4.1 3Temos que aprender a gastar a infelicidade que nos resta.
A Última Ordem
4.3 15 Assista AgoraAcaba sendo pequeno comparado com sua premissa. Algumas questões mal colocadas e resolvidas de forma confusa, como o implausível romance entre o general e a revolucionária e o resgate de caráter que o diretor do filme hollywoodiano tenta fazer ao final, sem qualquer sentido, levando em conta o que ele tinha passado nas mãos dele e da Rússia czarista.
A Festa de São Jorge
4.4 2Uma das sátiras anticlericais mais pungente que já tive a oportunidade de assistir. Yakov Protazanov com sua dupla de protagonistas cômicos, desconstrói completamente a instituição, passeando por todas as formas das quais a Igreja abusa de seu poder e também as maneiras que a própria utiliza para continuar sendo uma força dominante respeitável. Atualíssimo.
Andorinhas Por Um Fio
4.1 5Esta é a glória dos homens: sua cabeça cheia de ideias, seus pés presos na merda.
Comuna de Paris, 1871
4.6 11Certeiro em buscar esse momento da história da luta de classes e reviver a experiência da Comuna de Paris e dos comunardos através de seu breve processo revolucionário. Vemos nos vários grupos de personagens (que em certos momentos, conversam com o próprio espectador acerca dos problemas que continuam presentes na sociedade capitalista, da necessidade das relações humanas, acima de tudo) desde a luta de direitos das mulheres, a educação laica das crianças, a desmoralização de uma igreja que abriga o inimigo e aliena através da fé cristã, até o direito de expressão dos países sofridos com a colonização imperialista que é impiedosa, todos esses interesses aparecem unos na Comuna. Através desse tipo de narrativa e sua condução, consegue se alcançar maravilhosamente todos esses aspectos, que na Comuna, era tarefa democrática que foi assumida por todos os insurretos parisienses pelos diversos avanços alcançados (ainda que limitados) conseguidos ao longo de sua duração. Muito incisivo em mostrar tanto os acertos que a Comuna de Paris provocou quanto também, os seus erros. Foi um episódio fugaz da história operária internacional, porém importantíssimo, e que é levantado com esmero pelo filme. É ótimo suscitar a discussão e o debate sobre essa experiência, que significou e significa tanto, mas que infelizmente, foi praticamente apagada pelo alcance político-social que pode provocar.
Interessante apontar também que, a Paris que conhecemos hoje, foi reurbanizada após a derrota da Comuna e que suas largas avenidas nada mais foram um plano de conter justamente qualquer insurreição, dificultando que o povo se organize nas ruas e construa barricadas.