Ridley Scott mais uma vez mostra o quanto é eficiente em prender o expectador de cara, e dali pra frente o que vemos é Matt Damon enfrentar a morte certa com um bom humor e otimismo invejáveis (o próprio enredo brinca com isso), encontrar soluções na sua área, e em todas as outras para manter-se vivo, não apresentar qualquer sinal de angústia se as coisas funcionarão ou não, e nem de solidão, medo ou desesperança. Também não há contratempos, o cara realmente é bom, e sustos acontecem com uma economia que somada à interpretação sustentada apenas nas gracinhas e carisma de Damon, é um tiro pela culatra e em alguns momentos até entedia. No entanto, há coisas ótimas no filme, como não perderem tempo explicando vocabulário tecnológico, ponto para Scott, pois se economizam contratempos em Marte, não acontece o mesmo com vocabulário tecnológico: ao exibir o resultado do que foi dito, o expectador sente ter entendido tudo - ou não - mas é tão relevante entender esse bla, bla, bla, quanto saber a cor das meias do elenco. Pelas críticas que li a respeito do livro esperava coisa pior, este desgraçadamente tenta explicar. Mas nem tudo está perdido em Marte, e é por aqui, na Terra, que a coisa se mostra mais interessante à medida que vai crescendo de importância no filme. Algumas coisas não ficam muito claras, mas tem as brigas, a politicagem, a união de pessoas, até países, pensando em como salva-lo, a pessoa com quem ele tem mais afinidade, a tripulação da nave, o mundo torcendo por ele, os clichês de sempre, tem muito mais emoção do que em Marte, e ainda, claro, salpicado com momentos divertidos. O final não poderia ser diferente num filme quase auto-ajuda. Você sai do cinema com a cabeça fresca e a certeza de que se divertiu. Está ali a fórmula do blockbuster sem tirar nem por, quadradinho, mas sem o que inspirou "lágrimas na chuva". Mas depois dos fracassos de Prometheus e Êxodus, está ali um que filme mostra a que veio, não ousa e não erra, mas de Ridley Scott pode-se esperar muito mais do que um filme apenas correto e dá sempre aquela dorzinha quando não vem.
Inspirado no conto Memórias de Um Ponta Direita do quadrinista e escritor Roberto Fontanarrosa, roteirizado por Campanella em mais uma parceria com o escritor Eduardo Sacheri, autor do livro O Segredo dos Seus Olhos, que assinou também seu roteiro, e agora também assina este, não dá para esperar pouco do primeiro longa de animação do diretor Juan José Campanella. E não esperem, mais uma vez ele não joga pra perder. O modelo é o consagrado pela Pixar e Dreamworks, mas há sutilmente uma diferença quanto ao conteúdo. É um filme com muitos personagens, todos muito bem trabalhados, e essenciais, eu diria mais: os jogadores são apaixonantes! O enredo do filme é uma delícia, e não dá a sensação de que sobra uma vírgula pra cortar, o trabalho de edição é perfeito, além de ser divertidíssimos, e saber aproveitar momentos divertidos para trabalhar valores tão menosprezados hoje, como lealdade, união, amizade, honestidade, determinação e coragem em seu real sentido, o de enfrentar as dificuldades ainda que com medo, trazer à vida os heróis da vida real sob uma bela visão para o público infantil, revelando uma outra perspectiva do que é ganhar ou perder. Conteúdo excelente, emocionante e diversão garantida. P.S. O filme não é destinado apenas aos amantes de futebol, afinal, todos nós sabemos que o mundo é uma bola. :)
Adaptado da peça homônima do dramaturgo inglês Peter Shaffer, que também assina o roteiro, Equus põe o sexo, a religião, as convenções sociais e a própria psiquiatria no banco dos réus, razão pela qual filme e montagem teatral causaram impacto nos anos 70. Nada é jogado ao acaso neste filme cheio de simbolismos e pra lá de intrigante. O "tom" de teatro filmado tem cadência e desenvolvimento impecáveis, o desempenho de Peter Firth marcou época, mas a força da interpretação de Richard Burton, porém, permanece cada vez mais brilhante. Feito em sequência a Dog Day Afternoon e Network, Equus participa de um dos momentos mais inspirados da carreira de Sidney Lumet.
Um filme com locações belíssimas, um visível cuidado com a ambientação histórica, arte conceitual e figurino estão muito bons, a fotografia é muito bem trabalhada, um dos pontos altos do filme, e a direção de arte e edição são bastante eficientes. O ritmo é um pouco lento a princípio, mas depois que engrena a cadência é muito boa, além do ótimo enredo e carga dramática na medida certa. Ótimo filme de Polack e menção especial para Redford, que está excelente.
Contando com um roteiro interessante, atuações corretas, boa fotografia e direção eficiente, Copenhagen é um filme despretensioso, mas que funciona muito bem. A trama é simples mas amarradinha, bem humorada, e com adoráveis sutilezas. O filme é envolvente e aborda questões, inclusive, relativamente complexas, mas sem perder a leveza, com uma suavidade bem dosada. Honesto, tocante, delicado e divertido.
Contando com um roteiro interessante, atuações corretas, bela fotografia e direção eficiente, Copenhagem é um filme despretensioso mas que funciona muito bem. A trama é bem humorada e carregada de sutilezas que vamos acompanhando a medida que os personagens nos são apresentados levando-nos a tiracolo nesta viagem. O filme é envolvente e aborda questões, inclusive, com profundidade sem pesar e nem se perder, com uma suavidade bem dosada. Honesto, tocante, delicado e divertido.
Um filme brilhante, que vale muitas analises: psicológica, antropológica, sociológica e filosófica. Trata-se de mais um filme que aborda a alegoria da caverna, de Platão, e é um filme Grego, de 2009, o que o torna ainda mais interessante, pois me parece metaforizar, também, a situação do país que o levou à quebradeira. Um filme para ser visto com acuidade crítica. Para quem gosta de bons filmes é uma recomendação certeira.
O filme é uma união de péssimo roteiro, condução incompetente, CGI extremamente mal utilizado e Kristen Stewart provando que não há limites para ser inexpressiva. Para não dizer que nada se perde, com muito bom humor é possível imaginar momentos ridículos como uma paródia de Shrek.
Nove Rainhas já em seus primeiros minutos mostra a que veio. O ótimo roteiro, direção e atuações prendem o espectador, sem rodeios, ao universo que lhe será descortinado - o universo da vigarice - e o manterá ao longo da película deliciosamente fascinado por ele. E não é por menos, motivos não faltam para isso nesse filme muito mais do que honesto. A priori, ver o Darín não ser desperdiçado e em grande forma já parece excelente, e aqui ele esbanja generosidade fazendo um dueto afinadíssimo com Gastón Pauls, que não fica por baixo. Mas Nove Rainhas não é um filme para solistas, por melhores que sejam, é um filme de orquestra, e o elenco está a altura sob a batuta do maestro Bielinsky para dar vida a esta trama apresentada com precisão de tempo, sem confundir o espectador com suas reviravoltas, muito inteligente e bem amarrada; essas raras ocasiões em que se algo falta ou sobra é ínfimo, e com um conjunto tão bom, nem mesmo é relevante. Nove Rainhas é um grande filme de um diretor que infelizmente nos deixou muito cedo.
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Perdido em Marte
4.0 2,3K Assista AgoraEscrever sobre Perdido em Marte é escrever sobre a alma dos blockbusters, não há reflexão alguma para se tirar dali, mas é uma diversão honesta.
Ridley Scott mais uma vez mostra o quanto é eficiente em prender o expectador de cara, e dali pra frente o que vemos é Matt Damon enfrentar a morte certa com um bom humor e otimismo invejáveis (o próprio enredo brinca com isso), encontrar soluções na sua área, e em todas as outras para manter-se vivo, não apresentar qualquer sinal de angústia se as coisas funcionarão ou não, e nem de solidão, medo ou desesperança.
Também não há contratempos, o cara realmente é bom, e sustos acontecem com uma economia que somada à interpretação sustentada apenas nas gracinhas e carisma de Damon, é um tiro pela culatra e em alguns momentos até entedia. No entanto, há coisas ótimas no filme, como não perderem tempo explicando vocabulário tecnológico, ponto para Scott, pois se economizam contratempos em Marte, não acontece o mesmo com vocabulário tecnológico: ao exibir o resultado do que foi dito, o expectador sente ter entendido tudo - ou não - mas é tão relevante entender esse bla, bla, bla, quanto saber a cor das meias do elenco. Pelas críticas que li a respeito do livro esperava coisa pior, este desgraçadamente tenta explicar.
Mas nem tudo está perdido em Marte, e é por aqui, na Terra, que a coisa se mostra mais interessante à medida que vai crescendo de importância no filme. Algumas coisas não ficam muito claras, mas tem as brigas, a politicagem, a união de pessoas, até países, pensando em como salva-lo, a pessoa com quem ele tem mais afinidade, a tripulação da nave, o mundo torcendo por ele, os clichês de sempre, tem muito mais emoção do que em Marte, e ainda, claro, salpicado com momentos divertidos. O final não poderia ser diferente num filme quase auto-ajuda.
Você sai do cinema com a cabeça fresca e a certeza de que se divertiu. Está ali a fórmula do blockbuster sem tirar nem por, quadradinho, mas sem o que inspirou "lágrimas na chuva". Mas depois dos fracassos de Prometheus e Êxodus, está ali um que filme mostra a que veio, não ousa e não erra, mas de Ridley Scott pode-se esperar muito mais do que um filme apenas correto e dá sempre aquela dorzinha quando não vem.
Um Time Show de Bola
3.3 137 Assista AgoraInspirado no conto Memórias de Um Ponta Direita do quadrinista e escritor Roberto Fontanarrosa, roteirizado por Campanella em mais uma parceria com o escritor Eduardo Sacheri, autor do livro O Segredo dos Seus Olhos, que assinou também seu roteiro, e agora também assina este, não dá para esperar pouco do primeiro longa de animação do diretor Juan José Campanella. E não esperem, mais uma vez ele não joga pra perder.
O modelo é o consagrado pela Pixar e Dreamworks, mas há sutilmente uma diferença quanto ao conteúdo. É um filme com muitos personagens, todos muito bem trabalhados, e essenciais, eu diria mais: os jogadores são apaixonantes!
O enredo do filme é uma delícia, e não dá a sensação de que sobra uma vírgula pra cortar, o trabalho de edição é perfeito, além de ser divertidíssimos, e saber aproveitar momentos divertidos para trabalhar valores tão menosprezados hoje, como lealdade, união, amizade, honestidade, determinação e coragem em seu real sentido, o de enfrentar as dificuldades ainda que com medo, trazer à vida os heróis da vida real sob uma bela visão para o público infantil, revelando uma outra perspectiva do que é ganhar ou perder. Conteúdo excelente, emocionante e diversão garantida.
P.S. O filme não é destinado apenas aos amantes de futebol, afinal, todos nós sabemos que o mundo é uma bola. :)
Equus
3.9 63Adaptado da peça homônima do dramaturgo inglês Peter Shaffer, que também assina o roteiro, Equus põe o sexo, a religião, as convenções sociais e a própria psiquiatria no banco dos réus, razão pela qual filme e montagem teatral causaram impacto nos anos 70. Nada é jogado ao acaso neste filme cheio de simbolismos e pra lá de intrigante. O "tom" de teatro filmado tem cadência e desenvolvimento impecáveis, o desempenho de Peter Firth marcou época, mas a força da interpretação de Richard Burton, porém, permanece cada vez mais brilhante. Feito em sequência a Dog Day Afternoon e Network, Equus participa de um dos momentos mais inspirados da carreira de Sidney Lumet.
Mais Forte que a Vingança
4.0 53 Assista AgoraUm filme com locações belíssimas, um visível cuidado com a ambientação histórica, arte conceitual e figurino estão muito bons, a fotografia é muito bem trabalhada, um dos pontos altos do filme, e a direção de arte e edição são bastante eficientes. O ritmo é um pouco lento a princípio, mas depois que engrena a cadência é muito boa, além do ótimo enredo e carga dramática na medida certa. Ótimo filme de Polack e menção especial para Redford, que está excelente.
Copenhagen
3.4 189 Assista AgoraContando com um roteiro interessante, atuações corretas, boa fotografia e direção eficiente, Copenhagen é um filme despretensioso, mas que funciona muito bem. A trama é simples mas amarradinha, bem humorada, e com adoráveis sutilezas. O filme é envolvente e aborda questões, inclusive, relativamente complexas, mas sem perder a leveza, com uma suavidade bem dosada. Honesto, tocante, delicado e divertido.
Copenhagen
3.4 189 Assista AgoraContando com um roteiro interessante, atuações corretas, bela fotografia e direção eficiente, Copenhagem é um filme despretensioso mas que funciona muito bem. A trama é bem humorada e carregada de sutilezas que vamos acompanhando a medida que os personagens nos são apresentados levando-nos a tiracolo nesta viagem. O filme é envolvente e aborda questões, inclusive, com profundidade sem pesar e nem se perder, com uma suavidade bem dosada. Honesto, tocante, delicado e divertido.
Dente Canino
3.8 1,2KUm filme brilhante, que vale muitas analises: psicológica, antropológica, sociológica e filosófica. Trata-se de mais um filme que aborda a alegoria da caverna, de Platão, e é um filme Grego, de 2009, o que o torna ainda mais interessante, pois me parece metaforizar, também, a situação do país que o levou à quebradeira. Um filme para ser visto com acuidade crítica. Para quem gosta de bons filmes é uma recomendação certeira.
Branca de Neve e o Caçador
3.0 4,3K Assista AgoraO filme é uma união de péssimo roteiro, condução incompetente, CGI extremamente mal utilizado e Kristen Stewart provando que não há limites para ser inexpressiva. Para não dizer que nada se perde, com muito bom humor é possível imaginar momentos ridículos como uma paródia de Shrek.
Nove Rainhas
4.2 463 Assista AgoraNove Rainhas já em seus primeiros minutos mostra a que veio. O ótimo roteiro, direção e atuações prendem o espectador, sem rodeios, ao universo que lhe será descortinado - o universo da vigarice - e o manterá ao longo da película deliciosamente fascinado por ele. E não é por menos, motivos não faltam para isso nesse filme muito mais do que honesto.
A priori, ver o Darín não ser desperdiçado e em grande forma já parece excelente, e aqui ele esbanja generosidade fazendo um dueto afinadíssimo com Gastón Pauls, que não fica por baixo. Mas Nove Rainhas não é um filme para solistas, por melhores que sejam, é um filme de orquestra, e o elenco está a altura sob a batuta do maestro Bielinsky para dar vida a esta trama apresentada com precisão de tempo, sem confundir o espectador com suas reviravoltas, muito inteligente e bem amarrada; essas raras ocasiões em que se algo falta ou sobra é ínfimo, e com um conjunto tão bom, nem mesmo é relevante.
Nove Rainhas é um grande filme de um diretor que infelizmente nos deixou muito cedo.