O fato dele ser um adolescente e em momento algum buscar contato físico fora da relação com a mãe e com a Kyla (que pra mim só contribuiu como uma figura mediadora de conflitos), a questão do TDAH, pois as características se aplicam, mas deixa buracos por ele ser tão agressivo e violento. Não acredito que esses dois pontos mudariam a essência do personagem ou da história como um todo, até porque o foco do filme é o relacionamento dele com a mãe. Relacionamento desastroso, convenhamos. Poderia dizer agora que o papel de mãe representado aqui é completamente inadequado, visto que tanto filho quanto mãe são desequilibrados e extremamente inconstantes, mas volto para a frase que pra mim fez todo o filme valer - Amar as pessoas não as salva. Durante os primeiros momentos, e principalmente quando somos presenteados com uma progressão do personagem, onde ele cresce e fica "normal", eu acreditei que o amor da mãe poderia salvá-lo, mas isso seria como acreditar em conto de fadas - inútil. Torci para eles se tornarem uma família um pouco mais funcional, ou que ao menos os distúrbios do Steve fossem mais brandos. Tive minha confirmação de que o amor realmente não salva com as cenas finais, e não pelo fato dele sair correndo em direção ao vidro, mas pelas palavras da mãe, que diz "todo mundo saiu ganhando". Não é nem de longe um dos meus filmes favoritos, mesmo tratando de assuntos que costumam me interessar, mas é impossível não admirar e bater palmas para o bonito trabalho realizado por Dolan.
Me fez perder o sono. Assisti numa madrugada qualquer, na época não sabia que foi baseado em um livro, a abertura já me deu arrepios. O filme te faz andar em câmera lenta, tanto fora quanto dentro das imagens. Durante as quase 2h, ficamos presos e completamente sem respostas pra todos os mistérios que vão surgindo. E não são poucos. A trilha sonora sempre muito etérea só contribui pro filme ter aquela cara de sonho - muitos tons claros, personagens completamente complexos e cheios de segredos, montanhas com cara de gente, árvores balançando no vento, tudo bem hipnótico e beirando o sobrenatural. Quase um pesadelo, na verdade. Ou uma viagem muito forte. Foi aí que Picnic na Montanha Misteriosa (bleh, o nome original é muito mais legal) me ganhou. Fiquei com mais medo do que com muito filme de terror que já assisti. Não por ser um filme que possa se encaixar no gênero, mas ele está com certeza em algum lugar perto. No início pensei que seria somente um desaparecimento sem solução, mas Weir fez tudo ser bastante perturbador. Da metade até o final, ficamos andando em círculos tentando entender que diabo aconteceu. E é isso. Mas a beleza disso tudo está bem aí - no não saber.
Mommy
4.3 1,2K Assista AgoraUm belo soco no estômago.
Mas questionei muitas coisas durante o filme.
O fato dele ser um adolescente e em momento algum buscar contato físico fora da relação com a mãe e com a Kyla (que pra mim só contribuiu como uma figura mediadora de conflitos), a questão do TDAH, pois as características se aplicam, mas deixa buracos por ele ser tão agressivo e violento. Não acredito que esses dois pontos mudariam a essência do personagem ou da história como um todo, até porque o foco do filme é o relacionamento dele com a mãe. Relacionamento desastroso, convenhamos.
Poderia dizer agora que o papel de mãe representado aqui é completamente inadequado, visto que tanto filho quanto mãe são desequilibrados e extremamente inconstantes, mas volto para a frase que pra mim fez todo o filme valer - Amar as pessoas não as salva. Durante os primeiros momentos, e principalmente quando somos presenteados com uma progressão do personagem, onde ele cresce e fica "normal", eu acreditei que o amor da mãe poderia salvá-lo, mas isso seria como acreditar em conto de fadas - inútil. Torci para eles se tornarem uma família um pouco mais funcional, ou que ao menos os distúrbios do Steve fossem mais brandos. Tive minha confirmação de que o amor realmente não salva com as cenas finais, e não pelo fato dele sair correndo em direção ao vidro, mas pelas palavras da mãe, que diz "todo mundo saiu ganhando". Não é nem de longe um dos meus filmes favoritos, mesmo tratando de assuntos que costumam me interessar, mas é impossível não admirar e bater palmas para o bonito trabalho realizado por Dolan.
Picnic na Montanha Misteriosa
3.8 176 Assista AgoraMe fez perder o sono. Assisti numa madrugada qualquer, na época não sabia que foi baseado em um livro, a abertura já me deu arrepios. O filme te faz andar em câmera lenta, tanto fora quanto dentro das imagens. Durante as quase 2h, ficamos presos e completamente sem respostas pra todos os mistérios que vão surgindo. E não são poucos. A trilha sonora sempre muito etérea só contribui pro filme ter aquela cara de sonho - muitos tons claros, personagens completamente complexos e cheios de segredos, montanhas com cara de gente, árvores balançando no vento, tudo bem hipnótico e beirando o sobrenatural. Quase um pesadelo, na verdade. Ou uma viagem muito forte. Foi aí que Picnic na Montanha Misteriosa (bleh, o nome original é muito mais legal) me ganhou. Fiquei com mais medo do que com muito filme de terror que já assisti. Não por ser um filme que possa se encaixar no gênero, mas ele está com certeza em algum lugar perto. No início pensei que seria somente um desaparecimento sem solução, mas Weir fez tudo ser bastante perturbador. Da metade até o final, ficamos andando em círculos tentando entender que diabo aconteceu. E é isso. Mas a beleza disso tudo está bem aí - no não saber.
Splice: A Nova Espécie
2.7 914Cruz credo.
Ventre
3.7 271Poesia em forma de filme. Sensacional!