Revi essa primeira temporada depois de nove anos. Continua sendo uma série excelente, a meu ver, mas existem inconsistências no roteiro, especialmente no que se refere ao ITK.
Por exemplo, a tentativa tosca de assassinar o Detetive Batista, nada correspondente a alguém supostamente cuidadoso em seus crimes. Depois disso ele vai lá e mata a prostituta das unhas coloridas, o que justamente entrega uma conexão lógica entre ele e o ITK, ao menos ao olhos do Batista. E para um personagem inteligente ele foi bem pouco esperto ao supor que Dexter simplesmente abandonaria seu código moral e mataria a Deb.
Enxerguei semelhança entre Knives Out e Parasita. Enquanto o filme coreano relata uma revolta de classe, delineada pela esperteza dos Kim, em Knives Out o final do filme entrega o mesmo gosto de revolta, até mesmo vingança, mas claro que os contornos disso foram hollywoodianamente desenhados pelo bom coração da personagem - ainda que o final também entregue que esse bom coração é antes de tudo um coração justo.
Achei ótima a representação da família Thrombey, um retrato muito correspondente à realidade. Há o jovem microrracista que não é repreendido em nome de uma suposta liberdade de expressão; a jovem que é liberal e amável à medida em que o dinheiro pinga à manutenção de sua boa vida; e os anciãos, que estufam o peito para verbalizar a enfermeira imigrante enquanto ~da família~ (quem diabos iria querer fazer parte de uma família assim?) em uma espécie do que chamo de xenofobia/racismo politicamente correto. A revolta é cada vez mais difícil nesse ambiente mascarado de respeito que pós-modernamente impera nas relações de classes. Tanto que suponho ter ocorrido com todos a hipótese: "ah, mas o correto seria ela renunciar aos bens ou ao menos reparti-los" - comigo, ao menos, ocorreu. Não digo que o autoritarismo ostensivo de décadas atrás era melhor e nem que esse respeito atual não seja reflexo de determinada progressão social importante. Contudo, naqueles tempos idos ao menos a revolta era a única saída frente a uma imposição. Hoje em dia a esfera do politicamente correto entrega ao pobre como único caminho supostamente moral a devolução do respeito e obediência: um agradecimento à própria possibilidade de ser explorado.
Acho que é preciso pôr em perspectiva as duas últimas temporadas. Community, após a terceira temporada, passou por um inferno nos bastidores. Dan Harmon é demitido por problemas de comportamento e alcoolismo; Chevy Chase era um grande racista filho da mãe, talvez por isso também ótimo como Pierce, que se demite no meio de uma temporada; Donald Glover meio que desiste dessa bagunça e vai ocupar seu talento com outras coisas; Yvette eu já nem sei por que desaparece na última temporada.
Então, obviamente a série não foi a mesma após a terceira temporada. Mas há uma mérito nas duas últimas - as quais contam com o retorno de Harmon, portanto podemos riscar a quarta temporada de qualquer análise - que mantém a dignidade da narrativa que caracteriza Community enquanto Community: não há tentativa de volta por cima, de reinvenção. Há, ao contrário, quase que uma admissão da decadência entendida como a inevitável mudança causada por ações arbitrárias e circunstanciais à própria criação e execução da série. Community se dá em uma narrativa que se amarra diretamente com a realidade do espectador. Abed é o ponto de encontro desse embate de realidades distintas, TV e vida real, e o desenvolvimento da série é fazer com que essa relação expresse uma verossimilhança possível, de modo a aproximar os fãs de modo íntimo e distinto.
Esse embate pode ser visto em Jeff e sua relação com Greendale. É como se ele, ao início, tivesse saído de sua realidade e adentrado a uma espécie de fantasia. Convenhamos que Greendale é o exemplo de uma fantasia verossimilhante: de competições de paintball a disciplinas curriculares absolutamente excêntricas, sem esquecer do semi apocalipse zumbi. Jeff coloca essa fantasia enquanto momentânea, até que, nas temporadas finais, aceita que isso tenha se tornado sua realidade e teme a mudança; isto é, teme que acabe por não ser a realidade, ou a única possível, dos outros integrantes da 'comunidade'. E não é isso que ocorre quando nos tornamos fãs de uma série de TV? Começa sendo uma fuga momentânea de nossa realidade e termina com uma certa dúvida e angústia sobre o que realmente consiste nossa realidade à medida em que fatalmente correlacionamos TV e vida real, até que vemos que nada pode ser tão real quanto o tempo empregado a essa suposta fantasia. Por isso penso que o fake commercial do último episódio não quer realmente levantar a hipótese de que a realidade projetada por um roteiro não passa de uma mentira. Em certo ponto, essa é apenas a premissa. A conclusão é que a única realidade é reconhecer a mentira, a decadência, a dúvida de nossa própria realidade - e isso é Real.
E acho, por fim, que a advertência à compra do jogo Community, leia-se, a assistir a porra da série, dá argumentos ao que acabei de dizer:
Lines between perception, desire, and reality may become blurred, redundant, or interchangeable. Characters may hook up with no regard for your emotional investment. Some episodes too conceptual to be funny. Some too funny to be immersive, and some so immersive they still aren't funny. Consistency between seasons may vary. Viewers may be measured by a secretive obsolete system based on selected participants keeping handwritten journals of what they watch. Show may be cancelled and moved to the Internet, where it turns out tens of millions were watching the whole time, may not matter. Fake commercial may end with disclaimer gag which may descend into vain Chuck Lorre esque rant by narcissistic creator. Creator may be unstable. Therapist may have told creator this is not how you make yourself a good person. Life may pass by while we ignore or mistreat those close to us. Those close to us may be those watching. Those people may want to know I love them, nut I may be incapable of saying it. Contains pieces the size of a child's esophagus.
Gervais é ótimo, mas essa série está muito aquém de seus outros trabalhos. Achei o personagem principal inverossímil, forçado. Parece que há a intenção de escancarar seu comportamento nocivo para com os outros. E o que mais decepciona é uma tentativa de redenção, de justificação às suas ações. Se configura enquanto o completo oposto de Curb your enthusiasm, por exemplo, na qual o roteiro não apresenta uma demagogia para com as canalhices de Larry. Mesmo Gervais em The Office e Extras ia nessa pegada, da vergonha alheia naquela e do autodesprezo ("chubby little loser") nesta.
Não é ruim, mas decepcionante em relação ao nível Gervais e de outras dramédias atuais.
O filme me lembrou de um poema do Álvaro de Campos: "Arrumo melhor a mala com os olhos de pensar em arrumar/ Que com arrumação das mãos factícias (e creio que digo bem)./ Acendo o cigarro para adiar a viagem,/ Para adiar todas as viagens./ Para adiar o universo inteiro." As personagens do filme encontram-se no momento da vida em que arrumar as malas é necessário, mas, cigarro após cigarro, a arrumação é adiada. E então temos o que Chet diz: "fiz do meu tempo um adiamento da minha vida"; mas ele, a única pessoa bem resolvida do filme, percebeu que, em algum momento, tornou-se esse adiamento, e que adiar o que normalmente se tem por vida - uma carreira - era o sentido de sua própria.
Filme um tanto desnecessário à medida em que a série não deixa pontas soltas. Não chega a ser ruim, mas passa longe da qualidade vista em Breaking Bad. Vale a pena pela nostalgia.
Estou acostumado a apreciar séries com narrativas lentas, que evitam confrontos o quanto se puder. Killing Eve faz o oposto, o que acaba por se configurar em sua maior qualidade. Mesmo com essa insistência de ir direto ao ponto, o roteiro é bem escrito e a direção artística é de encher os olhos. Ainda que nesta segunda temporada algumas coisas tenham ficado meio que jogadas, com arestas a serem aparadas, como em relação ao tal grupo criminoso que não dá as caras de nenhuma forma, ou à assassina fantasma que de ponto central em alguns episódios noutros simplesmente some, o quê da série parece mesmo ser Eve, em alma e corpo. Aos poucos, a personagem vai se degradando, caindo em uma obsessão sem nome. Assim, faz-se jus ao próprio nome da série: o que ela é, aos poucos, morre.
Até o suicídio do personagem do Isaac o estrago não era tão evidente, ainda que esse trauma que o fez negar a morte da mulher tenha sido posto sem qualquer justificativa ou coerência. Se tivessem desenvolvido o filme a partir da filha, Dylan, teria sido bem menos pior, mesmo se transformassem em um drama adolescente. O que fizeram foi patético. Introduziram novos personagens e forçaram uma conexão absolutamente não natural.
O filme é filosoficamente pretensioso e filosoficamente pobre. Atribui à vida uma dualidade mentirosa: tragédia e sofrimento de um lado, amor e redenção do outro. A vida não se constitui por um processo constante de traumas e 'voltasporcima', fosse isso ela seria pobre, desinteressante, igual a este filme.
Mesmo com a saída do CK da série, a temporada foi muito boa. Pamela se virou muito bem sozinha. Uma das melhores séries da atualidade, e ainda muito pouco vista.
Essa série precisa sair do anonimato. Personagens reais, bem construídos e naturalmente tragicômicos. Série muito bem escrita e detalhada. Mas se alguém for vê-la esperando por uma comédia fácil, com pessoas bonitas e situações vergonhosamente previsíveis: desista.
No começo me pareceu que seria uma série que se concentraria na perseguição de Eve a Villanelle, mas logo começou a "queimar etapas", fazendo o confrontamento entre ambas constante. Eu, particularmente, prefiro uma narrativa mais lenta, mas o estilo de Killing Eve se manteve firme por conta da forte dupla de protagonistas. Carisma absurdo. Especialmente Jodie Comer, que merece ao menos ser indicada ao Emmy e Golden Globe.
Cabem nos dedos das minhas mãos as séries dramáticas que tiveram um percurso tão constante quanto The Americans. É raro e bonito ver algo tão original e bem contado se encerrar. Ao final, só o que restou a Elizabeth e Philip foi um ao outro. Apesar de toda dor que causaram, a si e a tantos outros, restou-lhes algo para prosseguir. Uma nova missão, um novo começo: START.
Desconhecia a existência de negadores do Holocausto. Trata-se de uma imbecilidade complicada de conceber. Difícil, também, não fazer um paralelo aos que, em terras tupiniquim, negam a ditadura militar - dentre eles, um candidato à presidência, inclusive. Oremos.
Fallout (1ª Temporada)
4.2 248 Assista AgoraMelhor do que eu esperava. Ótima atuação do Walton Goggins.
Uma Historia de Amor Americana
3.6 13 Assista Agora"You need to take it down a notch."
Ruptura (1ª Temporada)
4.5 751 Assista AgoraMistura de Mr. Robot com A Ilha. Bom pra caralho.
Sorry
4.3 6"Your needs change when you get older. In my age a big pile of shit is as good as anybody."
Louie (2ª Temporada)
4.4 26I feel like I'm gonna die if I can't be with you
And I can't be with you
So I'm gonna die
And I don't care
Mare of Easttown
4.4 656 Assista AgoraExcelente primeiro episódio. Desde The Night Of a HBO não lançava um piloto tão intrigante.
First Girl I Loved
3.0 74Moral da história: adolescentes americanos não sabem abrir uma garrafa de vinho sem um saca-rolhas.
Ozark (1ª Temporada)
4.1 394 Assista AgoraUma mistura de Fargo com Breaking Bad.
Dexter (1ª Temporada)
4.6 1,0K Assista AgoraRevi essa primeira temporada depois de nove anos. Continua sendo uma série excelente, a meu ver, mas existem inconsistências no roteiro, especialmente no que se refere ao ITK.
Por exemplo, a tentativa tosca de assassinar o Detetive Batista, nada correspondente a alguém supostamente cuidadoso em seus crimes. Depois disso ele vai lá e mata a prostituta das unhas coloridas, o que justamente entrega uma conexão lógica entre ele e o ITK, ao menos ao olhos do Batista. E para um personagem inteligente ele foi bem pouco esperto ao supor que Dexter simplesmente abandonaria seu código moral e mataria a Deb.
Você Não Estava Aqui
4.1 243 Assista Agora22 de julho de 2020: Jeff Bezos lucra, em apenas um dia, 13 bilhões de dólares.
Esse filme é sobre o capitalismo dando certo. A outra face da meritocracia neoliberal.
Entre Facas e Segredos
4.0 1,5K Assista AgoraEnxerguei semelhança entre Knives Out e Parasita. Enquanto o filme coreano relata uma revolta de classe, delineada pela esperteza dos Kim, em Knives Out o final do filme entrega o mesmo gosto de revolta, até mesmo vingança, mas claro que os contornos disso foram hollywoodianamente desenhados pelo bom coração da personagem - ainda que o final também entregue que esse bom coração é antes de tudo um coração justo.
Achei ótima a representação da família Thrombey, um retrato muito correspondente à realidade. Há o jovem microrracista que não é repreendido em nome de uma suposta liberdade de expressão; a jovem que é liberal e amável à medida em que o dinheiro pinga à manutenção de sua boa vida; e os anciãos, que estufam o peito para verbalizar a enfermeira imigrante enquanto ~da família~ (quem diabos iria querer fazer parte de uma família assim?) em uma espécie do que chamo de xenofobia/racismo politicamente correto. A revolta é cada vez mais difícil nesse ambiente mascarado de respeito que pós-modernamente impera nas relações de classes. Tanto que suponho ter ocorrido com todos a hipótese: "ah, mas o correto seria ela renunciar aos bens ou ao menos reparti-los" - comigo, ao menos, ocorreu. Não digo que o autoritarismo ostensivo de décadas atrás era melhor e nem que esse respeito atual não seja reflexo de determinada progressão social importante. Contudo, naqueles tempos idos ao menos a revolta era a única saída frente a uma imposição. Hoje em dia a esfera do politicamente correto entrega ao pobre como único caminho supostamente moral a devolução do respeito e obediência: um agradecimento à própria possibilidade de ser explorado.
Community (6ª Temporada)
3.7 136Acho que é preciso pôr em perspectiva as duas últimas temporadas. Community, após a terceira temporada, passou por um inferno nos bastidores. Dan Harmon é demitido por problemas de comportamento e alcoolismo; Chevy Chase era um grande racista filho da mãe, talvez por isso também ótimo como Pierce, que se demite no meio de uma temporada; Donald Glover meio que desiste dessa bagunça e vai ocupar seu talento com outras coisas; Yvette eu já nem sei por que desaparece na última temporada.
Então, obviamente a série não foi a mesma após a terceira temporada. Mas há uma mérito nas duas últimas - as quais contam com o retorno de Harmon, portanto podemos riscar a quarta temporada de qualquer análise - que mantém a dignidade da narrativa que caracteriza Community enquanto Community: não há tentativa de volta por cima, de reinvenção. Há, ao contrário, quase que uma admissão da decadência entendida como a inevitável mudança causada por ações arbitrárias e circunstanciais à própria criação e execução da série. Community se dá em uma narrativa que se amarra diretamente com a realidade do espectador. Abed é o ponto de encontro desse embate de realidades distintas, TV e vida real, e o desenvolvimento da série é fazer com que essa relação expresse uma verossimilhança possível, de modo a aproximar os fãs de modo íntimo e distinto.
Esse embate pode ser visto em Jeff e sua relação com Greendale. É como se ele, ao início, tivesse saído de sua realidade e adentrado a uma espécie de fantasia. Convenhamos que Greendale é o exemplo de uma fantasia verossimilhante: de competições de paintball a disciplinas curriculares absolutamente excêntricas, sem esquecer do semi apocalipse zumbi. Jeff coloca essa fantasia enquanto momentânea, até que, nas temporadas finais, aceita que isso tenha se tornado sua realidade e teme a mudança; isto é, teme que acabe por não ser a realidade, ou a única possível, dos outros integrantes da 'comunidade'. E não é isso que ocorre quando nos tornamos fãs de uma série de TV? Começa sendo uma fuga momentânea de nossa realidade e termina com uma certa dúvida e angústia sobre o que realmente consiste nossa realidade à medida em que fatalmente correlacionamos TV e vida real, até que vemos que nada pode ser tão real quanto o tempo empregado a essa suposta fantasia. Por isso penso que o fake commercial do último episódio não quer realmente levantar a hipótese de que a realidade projetada por um roteiro não passa de uma mentira. Em certo ponto, essa é apenas a premissa. A conclusão é que a única realidade é reconhecer a mentira, a decadência, a dúvida de nossa própria realidade - e isso é Real.
E acho, por fim, que a advertência à compra do jogo Community, leia-se, a assistir a porra da série, dá argumentos ao que acabei de dizer:
Lines between perception, desire, and reality may become blurred, redundant, or interchangeable. Characters may hook up with no regard for your emotional investment. Some episodes too conceptual to be funny. Some too funny to be immersive, and some so immersive they still aren't funny. Consistency between seasons may vary. Viewers may be measured by a secretive obsolete system based on selected participants keeping handwritten journals of what they watch. Show may be cancelled and moved to the Internet, where it turns out tens of millions were watching the whole time, may not matter. Fake commercial may end with disclaimer gag which may descend into vain Chuck Lorre esque rant by narcissistic creator. Creator may be unstable. Therapist may have told creator this is not how you make yourself a good person. Life may pass by while we ignore or mistreat those close to us. Those close to us may be those watching. Those people may want to know I love them, nut I may be incapable of saying it. Contains pieces the size of a child's esophagus.
After Life: Vocês Vão Ter de Me Engolir (1ª Temporada)
4.2 183 Assista AgoraGervais é ótimo, mas essa série está muito aquém de seus outros trabalhos. Achei o personagem principal inverossímil, forçado. Parece que há a intenção de escancarar seu comportamento nocivo para com os outros. E o que mais decepciona é uma tentativa de redenção, de justificação às suas ações. Se configura enquanto o completo oposto de Curb your enthusiasm, por exemplo, na qual o roteiro não apresenta uma demagogia para com as canalhices de Larry. Mesmo Gervais em The Office e Extras ia nessa pegada, da vergonha alheia naquela e do autodesprezo ("chubby little loser") nesta.
Não é ruim, mas decepcionante em relação ao nível Gervais e de outras dramédias atuais.
Tempo de Decisão
3.2 38 Assista AgoraO filme me lembrou de um poema do Álvaro de Campos: "Arrumo melhor a mala com os olhos de pensar em arrumar/ Que com arrumação das mãos factícias (e creio que digo bem)./ Acendo o cigarro para adiar a viagem,/ Para adiar todas as viagens./ Para adiar o universo inteiro."
As personagens do filme encontram-se no momento da vida em que arrumar as malas é necessário, mas, cigarro após cigarro, a arrumação é adiada. E então temos o que Chet diz: "fiz do meu tempo um adiamento da minha vida"; mas ele, a única pessoa bem resolvida do filme, percebeu que, em algum momento, tornou-se esse adiamento, e que adiar o que normalmente se tem por vida - uma carreira - era o sentido de sua própria.
El Camino: Um Filme de Breaking Bad
3.7 843 Assista AgoraFilme um tanto desnecessário à medida em que a série não deixa pontas soltas. Não chega a ser ruim, mas passa longe da qualidade vista em Breaking Bad.
Vale a pena pela nostalgia.
A cena do bang-bang foi patética.
Dor e Glória
4.2 619 Assista Agora"El amor no es suficiente. El amor tal vez mueva montañas, pero no basta para salvar a la pessoa que quieres."
Killing Eve - Dupla Obsessão (2ª Temporada)
4.2 216 Assista AgoraEstou acostumado a apreciar séries com narrativas lentas, que evitam confrontos o quanto se puder. Killing Eve faz o oposto, o que acaba por se configurar em sua maior qualidade. Mesmo com essa insistência de ir direto ao ponto, o roteiro é bem escrito e a direção artística é de encher os olhos. Ainda que nesta segunda temporada algumas coisas tenham ficado meio que jogadas, com arestas a serem aparadas, como em relação ao tal grupo criminoso que não dá as caras de nenhuma forma, ou à assassina fantasma que de ponto central em alguns episódios noutros simplesmente some, o quê da série parece mesmo ser Eve, em alma e corpo. Aos poucos, a personagem vai se degradando, caindo em uma obsessão sem nome. Assim, faz-se jus ao próprio nome da série: o que ela é, aos poucos, morre.
A Vida em Si
4.0 338 Assista AgoraNão costumo ou gosto de criticar negativamente um filme. Mas preciso perguntar: como, ao menos neste site, ao que parece gostaram desse filme?
Um filme vazio, com um roteiro conduzido sob vários sentidos ao mesmo tempo. Isto é, sem qualquer sentido.
Até o suicídio do personagem do Isaac o estrago não era tão evidente, ainda que esse trauma que o fez negar a morte da mulher tenha sido posto sem qualquer justificativa ou coerência. Se tivessem desenvolvido o filme a partir da filha, Dylan, teria sido bem menos pior, mesmo se transformassem em um drama adolescente. O que fizeram foi patético. Introduziram novos personagens e forçaram uma conexão absolutamente não natural.
O filme é filosoficamente pretensioso e filosoficamente pobre. Atribui à vida uma dualidade mentirosa: tragédia e sofrimento de um lado, amor e redenção do outro. A vida não se constitui por um processo constante de traumas e 'voltasporcima', fosse isso ela seria pobre, desinteressante, igual a este filme.
Better Things (3ª Temporada)
4.2 8 Assista AgoraMesmo com a saída do CK da série, a temporada foi muito boa. Pamela se virou muito bem sozinha. Uma das melhores séries da atualidade, e ainda muito pouco vista.
Catastrophe: Sem Compromisso (1ª Temporada)
4.1 8Essa série precisa sair do anonimato.
Personagens reais, bem construídos e naturalmente tragicômicos.
Série muito bem escrita e detalhada.
Mas se alguém for vê-la esperando por uma comédia fácil, com pessoas bonitas e situações vergonhosamente previsíveis: desista.
Uma Vida Inteira
4.2 180O conto do Antonio Prata é ótimo, mas o curta ficou demasiado piegas e bonitinho.
Killing Eve - Dupla Obsessão (1ª Temporada)
4.3 388 Assista AgoraNo começo me pareceu que seria uma série que se concentraria na perseguição de Eve a Villanelle, mas logo começou a "queimar etapas", fazendo o confrontamento entre ambas constante. Eu, particularmente, prefiro uma narrativa mais lenta, mas o estilo de Killing Eve se manteve firme por conta da forte dupla de protagonistas. Carisma absurdo. Especialmente Jodie Comer, que merece ao menos ser indicada ao Emmy e Golden Globe.
The Americans (6ª Temporada)
4.7 90Cabem nos dedos das minhas mãos as séries dramáticas que tiveram um percurso tão constante quanto The Americans. É raro e bonito ver algo tão original e bem contado se encerrar.
Ao final, só o que restou a Elizabeth e Philip foi um ao outro. Apesar de toda dor que causaram, a si e a tantos outros, restou-lhes algo para prosseguir. Uma nova missão, um novo começo: START.
Negação
3.8 132 Assista AgoraDesconhecia a existência de negadores do Holocausto. Trata-se de uma imbecilidade complicada de conceber. Difícil, também, não fazer um paralelo aos que, em terras tupiniquim, negam a ditadura militar - dentre eles, um candidato à presidência, inclusive. Oremos.