Últimas opiniões enviadas
-
Agora eu entendi o porquê da Marilyn ser Marilyn; que mulher fascinante. E é impressionante como a Jane Russell consegue se manter em um nível de destaque mesmo ao lado da Loura. Filme muito divertido: o pequeno Henry Spofford III foi excelente!; a Lorelei é um gênio.
"Se não pudermos esvaziar seus bolsos, não fazemos jus a sermos mulheres" Dorothy.
-
O Lagosta
1,4K Assista Agora
-
Dois comentários que encontrei aqui que são importantes para quem deseja assistir ao filme:
"Eu tenho ódio das personagens de Yorgos Lanthimos. Se o mundo fosse habitado somente por elas a raça humana entraria em colapso antes mesmo de descobrir o fogo." Angelo Antonio.
"Você realmente acha tão genial assim um filme cuja mensagem é tão óbvia? Acho que de pouco adianta criar um universo inteiro sob determinadas leis se não consegue fazer funcioná-lo... A alegoria tornou-se maior que a narrativa do filme e isso é uma perda estimável." Lucas Justino.
________________________________Abstraindo-lhe para considerar apenas o aspecto cinematográfico, temos um bom filme. No entretanto, temos uma obra alegórica que ao invés de nos remeter a realidades, remete-nos, no máximo, a meia-realidades. Digo, não é uma crítica muito precisa, apesar de óbvia no filme.
A esmagadora maioria dos espectadores leem a mensagem como uma crítica a supostas imposições sociais. Não obstante no filme todo o trabalho de imposição ao casamento seja um labor, ainda que com certa aceitação social, promovido pelo estado coercivo. Já a imposição à solteirice é personalizada na figura de liderança, que exerce poder, de uma mini-sociedade. Neste último caso, porém, temos melhor precisão crítica: pois me é óbvio que aqueles rebeldes que se revoltam contra padrões sociais estabelecidos geralmente fogem para mini-sociedades alternativas, que são ainda mais opressivas do que a de que saíram. Acredito que nem o diretor tenha percebido este ponto, ou, se percebeu, não quis lhe permitir ser muito legível. Tudo bem que a "imposição social" poderia ser posta em alegoria para imposição estatal, mas são diferentes em natureza, e complica a crítica. Tirante o fato de que esses duas imposições são tanto distinguidas e confundidas durante o filme, o que preciso que se perceba para entendimento das minhas próximas considerações.
Dessarte, outro detalhe que percebi é que a película pode gerar alguma confusão, caso não lhe seja prestada devida atenção, à distinção entre amor e relação. O filme, talvez, não fale de amor propriamente; e, quando fala, não fala propriamente. De um lado há a busca ostensiva por um par que seja compatível, comportamento que gera um impulso de mentiras - e isso de fato ocorre no real. Porém, quando o amor é trazido à tela é confundido com a compatibilidade para adequação social, como antes. Isso é falso. Pergunto, portanto, para esclarecimento:
Os protagonistas de fato se apaixonaram, como diz a sinopse? A short-sightedness é o centro da análise. Pelo que eu posso recordar-me, a futura cega se apaixonou pelo David antes de se descobrir o problema de visão. O David também, porém, fica ainda mais possessivo quando descobre essa semelhança. O que deve nos remeter a impulsos culturais que absorvemos e ditam, n'algum grau, nosso comportamento. Quando ela se cega, ele planeja uma fuga, que significa uma rebelião contra aquela sociedade alternativa e sua liderança - algo muito arriscado por alguém que não lhe é mais compatível. Assim, eles fogem e então é-nos posta a dúvida final.
De acordo com Camões: "Transforma-se o amador na cousa amada". Ele ama ela-cega? ou ele irá amá-la depois de cegar-se também?
Se o filme não nos dá material necessário para uma resolução satisfatória, toda a crítica é jogada fora, por não se resolver. Se o filme dispensa sua crítica, nada sobra-lhe de significativo, por ser uma distopia. Ou então ele a ama, ou compromete-se a obra ainda mais em sua mensagem.
Últimos recados
- Nenhum recado para Christian Antunes.
A pós-modernidade é muito feia.