Entendiante. Não conseguimos nos aprofundar às personagens: embora Priscilla leve o nome da obra, a personagem cai em um insignificância revoltante. Já Elvis, ao que parece, toma o lugar de protagonista, mas não consegue sequer sustentar a pretensa figura de vilão.
Além do evidente retrato da desigualdade entre os gêneros e as violências de um típico casamento, em “A woman under the influence” Cassavetes revela também uma crise na comunicação cinematográfica. Seu recorrente descontentamento com as produções hollywoodianas e a constatação do fracasso dessas realizações impulsionam Cassavetes à produção independente – não apenas no que diz respeito ao financiamento, mas também a uma recusa em simplesmente reproduzir as bases da realização cinematográfica americana de matriz melodramática -. Essa recusa em manter os sistemas binários de representação manifesta-se em todos os níveis de sua produção: na escrita (a partir da escolha prévia dos atores e suas contribuições no roteiro como texto aberto), na filmagem (como o momento de dar vida à palavra e que carrega como imperativo o improviso da atuação, muito também acentuado pela instabilidade da câmera na mão) e a montagem (onde se expressa, por fim, uma organização minuciosa do que antes foi denominado “acaso”). Na expressão desses três momentos, Cassavetes denuncia muito mais do que uma crise no casamento – da moral do mundo burguês – mas, uma crise na comunicação. Apesar da instabilidade de Mabel – explorada muito também pela magnífica atuação de Gena Rowlands – fica evidente uma crise do diálogo, revelada em absolutamente todos os personagens, afinal, Mabel não é a única que expressa instabilidade. Assim, quando Cassavetes revela a potência do gesto, ele parece sinalizar para uma outra instância que une palavra e representação, para denunciar, enfim, a teatralidade do cotidiano. Filme incrível.
Um filme grandioso, importante e inesquecível. Mais uma vez Hirokazu Koreeda trabalha noções de parentalidade, pertencimento e construção de afetos. Uma história contada a partir de close-ups: mãos e pés em sistemática relação com objetos expõem a passagem do tempo e o modo como as personagens lidam com a realidade. Realidades por vezes terríveis mas nunca apresentadas a partir de uma tristeza absoluta ou irremediável, apesar de tudo. Akira, um espanto de personagem! Inesquecível.
Priscilla
3.4 160 Assista AgoraEntendiante. Não conseguimos nos aprofundar às personagens: embora Priscilla leve o nome da obra, a personagem cai em um insignificância revoltante. Já Elvis, ao que parece, toma o lugar de protagonista, mas não consegue sequer sustentar a pretensa figura de vilão.
Uma Mulher Sob Influência
4.3 159 Assista AgoraAlém do evidente retrato da desigualdade entre os gêneros e as violências de um típico casamento, em “A woman under the influence” Cassavetes revela também uma crise na comunicação cinematográfica. Seu recorrente descontentamento com as produções hollywoodianas e a constatação do fracasso dessas realizações impulsionam Cassavetes à produção independente – não apenas no que diz respeito ao financiamento, mas também a uma recusa em simplesmente reproduzir as bases da realização cinematográfica americana de matriz melodramática -. Essa recusa em manter os sistemas binários de representação manifesta-se em todos os níveis de sua produção: na escrita (a partir da escolha prévia dos atores e suas contribuições no roteiro como texto aberto), na filmagem (como o momento de dar vida à palavra e que carrega como imperativo o improviso da atuação, muito também acentuado pela instabilidade da câmera na mão) e a montagem (onde se expressa, por fim, uma organização minuciosa do que antes foi denominado “acaso”). Na expressão desses três momentos, Cassavetes denuncia muito mais do que uma crise no casamento – da moral do mundo burguês – mas, uma crise na comunicação. Apesar da instabilidade de Mabel – explorada muito também pela magnífica atuação de Gena Rowlands – fica evidente uma crise do diálogo, revelada em absolutamente todos os personagens, afinal, Mabel não é a única que expressa instabilidade. Assim, quando Cassavetes revela a potência do gesto, ele parece sinalizar para uma outra instância que une palavra e representação, para denunciar, enfim, a teatralidade do cotidiano. Filme incrível.
Do Que Vem Antes
4.4 12 Assista Agorapara ver: ok.ru/video/2110998645393
Ninguém Pode Saber
4.3 227Um filme grandioso, importante e inesquecível. Mais uma vez Hirokazu Koreeda trabalha noções de parentalidade, pertencimento e construção de afetos. Uma história contada a partir de close-ups: mãos e pés em sistemática relação com objetos expõem a passagem do tempo e o modo como as personagens lidam com a realidade. Realidades por vezes terríveis mas nunca apresentadas a partir de uma tristeza absoluta ou irremediável, apesar de tudo. Akira, um espanto de personagem! Inesquecível.
Lazzaro Felice
4.1 217 Assista AgoraBelíssimo e por vezes triste.
Duck Butter
2.8 146Vuti!