Lembro vagamente da série dos anos 80. Tentei ler o livro, mas nunca terminei. O autor, James Clavell, basicamente adaptou uma trama histórica real (a ascensão do Shogunato Tokugawa), focou no choque de cultura ocidente/oriente e tomou diversas liberdades "artísticas", ou seja, puro suco de orientalismo. Apesar disso, gostei desses dois episódios. Conseguiram filtrar essas falhas.
Uma mistura de Mundo Perdido com Solaris, em um estilo visual claramente inspirado em Moebius. Só achei que as ideias não se desenvolveram como esperava nesses nove episódios.
Gostei mais desses episódios bônus que da série em si. Especialmente 'Um Sonho de Mil Gatos', uma das mais celebradas histórias curtas de Sandman. Aliás, teria sido melhor se a série toda tivesse sido feita em animação, até para adaptar melhor certas esquisitices e delírios visuais que se perderam na transição da arte da HQ para o audiovisual.
Difícil comparar com Breaking Bad (até por que faz algum tempo que a assisti pela última vez), mas pelo menos em desenvolvimento de personagens penso que Better Call Saul supera o da série antecessora. Episódio final é lindo e melancólico, com cenas memoráveis, especialmente a do último encontro entre Jimmy e Kim (detalhe para a chama colorida do cigarro evocando que ainda existe algo entre eles). De algum modo esse final é uma revisitação de A Christmas Carol, onde Saul/Jimmy personaliza sua versão de Ebenezer Scrooge.
Tem séries que crescem com o passar das temporadas, e tem aquelas que começam tão bem que as temporadas subsequentes tendem a ser decepcionantes não tanto pela qualidade da produção, mas pela expectativa criada. Como na terceira temporada esta também começa muito bem, levantando ideias interessantes de serem exploradas, mas acabam não entregando ao espectador nada de muito memorável.
Arco de Caleb e Frankie decepcionante. Era para ter alguma carga emocional, mas o modo como foi conduzido o desfecho não me criou qualquer impacto. Ainda assim tem colocações interessantes. Frankie está se encontrando com o seu pai ou uma projeção do que ele poderia ter sido? O próprio Cal dá sua opinião sobre isso.
A próxima temporada será a última, segundo declarações de Ed Harris. O que implica dizer que o Homem de Preto poderá voltar de alguma maneira. Agora no Sublime.
Prefiro não acreditar no final de Maeve. Até por que não vemos sua pérola sendo destruída. Provavelmente também estará no Sublime.
A série é ruim, mas não pelos motivos de alguns fãs chorões que falam em emasculamento do personagem principal e outras bobajadas. É por que é muito mal escrita mesmo.
Interessante que neste terceiro episódio usaram o caso real do financiamento com armas e narcotráfico dos Contras pelo governo norte-americano durante a presidência de Reagan. The Boys é de longe a melhor série de "super-herói", com aspas mesmo. Usa o gênero para mostrar a farsa por trás dos discursos de governos e mega-empresas com políticas supostamente inclusivas, mas que só interessam mesmo pelo capital e poder.
Dois episódios muito bons: O já aclamado "Jibaro", tecnicamente impressionante e com uma história multifacetada de diálogo, e "O Mesmo Pulso da Máquina", que me lembrou muito Solaris do Stanisław Lem, mais conhecido pela adaptação para o cinema de Andrei Tarkovski. "Viagem Ruim" também está acima da média, ainda que tematicamente em seu viés de horror lovecraftiano não me traga nada de muito memorável. Noite dos Minimortos é uma bem humorada visão sobre nossa insignificância, mas só. O resto é mediano para baixo, sendo "Matança em Grupo" o pior de todos.
Definitivamente não dá para tentar replicar a estética e linguagem do anime/manga em live-action. Não sem alterar a dinâmica e narrativa na adaptação. Além disso, fazer uma obra diferente do material original pode irritar os fãs que não entendem essa dinâmica diferente entre as mídias. Problemático. A adaptação falha em tentar reproduzir o que o anime tem de melhor, a união de seres com passados traumáticos tentando tocar a vida pra frente onde o passado dita seus atos, mas não fazem do vocabulário para uma conexão. Tenta compensar isso com a repetição de signos e elementos do material original, incluído aqui a famosa abertura ao som da música de Yoko Kanno, mas não é o suficiente para convencer em seus 10 episódios.
Tem quase nada a ver com os livros. Mas também é quase impossível adaptar essa obra para um público geral sem mudar bastante coisa, isto é, mais ação, romance, etc. Pelo que li vão adotar mais as ideias propostas pelo Asimov que a trama em si. Até agora apenas ok.
Quem adaptou a obra do Lemire deve realmente odiar a HQ. Retirou quase tudo que era interessante e funcionava bem na obra original, substituindo por alternativas mais palatáveis ao gosto comum. Posso citar desde a forma narrativa, mais lenta, revelando aos poucos os segredos da história, ou o diálogo que obra original faz entre ciência e misticismo (cultura inuit), que aqui é quase completamente eclipsado ou vagamente insinuado (nem sei se vão realmente por esse caminho). Personagens que eram fortes, marcantes e complexos se perdem em formas mais binárias de caráter. Mudança drástica de eventos e background de alguns personagens, tal como a Becky, parecem querer atenuar alguns aspectos mais pesados para não chocar parte dos espectadores e colocar a série em uma classificação mais baixa. Nesse aspecto também inclui violência menos gráfica, que não é essencial, mas daria um tom mais brutal dessa distopia. Design dos personagens foram refeitos para algo mais visualmente afável: os híbridos mais parecem as crianças do comercial da Parmalat. Não sou contra mudanças. Afinal, é uma adaptação para uma outra mídia. Mas me chateia quando mudam aspectos essenciais e não acrescentam algo de bom, ausente na obra original. Sinceramente, acho que não vou ter paciência para a segunda temporada.
A série funciona mais como aperitivo para o vasto material do livro Pavões Misteriosos, do próprio André Barcinski. Os episódio são curtos e não dá para aprofundar muito no conteúdo, mas é bastante eficaz na narrativa e muito divertido acompanhar as histórias dos loucos anos 70 e 80. Vi um pequeno erro de crédito no episódio 5. "Concerto para uma voz", que Jessé fez versão: não é do Bach, mas do francês Saint-Preux, composta em 1969. Quem nasceu nos anos 70 deve ter ouvido muito essa música.
Muito da história e personagens desse docudrama é bem conhecido pelos aficcionados de livros, animes, games e filmes japoneses. São personagens e eventos que hoje se revestem de áurea mítica, que foram e continuam sendo reverberados na cultura pop. O documentário, no entanto, procura se manter fiel a história através de depoimentos de alguns historiadores, ainda que seja um tanto problemática nisso também (mais a seguir). Tais cenas de depoimentos são contrabalanceadas por uma dramatização que muitas vezes peca em atuações exageradas, mas razoáveis nas cenas de batalha. Apesar de tentar ser historicamente fiel, pelo menos uma vez vi que um fato não comprovado é mostrado como se fosse histórico: a remoção do olho doente pelas próprias mãos de Date Masamune. Talvez por que seja a versão mais interessante dentre outras suposições. Neste sentido, senti falta de controvérsias históricas, comuns entre historiadores dessa época. Parece-me que eles tentaram manter uma versão comum nos depoimentos desses historiadores para que a história fosse assimilada mais facilmente pelo público. No geral é uma série interessante pelo tema, mas que ao final parece ser mais um produto de rápido consumo que realmente uma obra de alguma relevância. Achei estranho que, ainda que tenha dois ou três historiadores japoneses, a produção é totalmente ocidental.
O conceito dessa série é muito bom. Gosto mais dos curtas que dos longas da Pixar. Ainda que sofram também de uma certa previsibilidade narrativa, a inventividade se sobrepõe.
Superior à morna primeira temporada, mas ainda assim parece não deslanchar completamente. O problema nem parece estar nas mudanças da história original, algumas até interessantes, mas na direção, na condução e no tom dos eventos. Os atores são ótimos, mas a adaptação de algumas cenas importantes do livro aqui perdem a força e tensão, tal qual, por exemplo, aquela com Lee Scoresby. É uma produção bem feita, mas que deixa a impressão que não aproveitou melhor o potencial da obra de Philip Pullman
Nos anos 60 os Beatles intencionavam estrelar um filme inspirado no Senhor do Anéis. Já tinham até os papeis definidos: Paul interpretaria Frodo, Ringo seria seu aliado e amigo Sam, George seria Gandalf e John o Sméagol/Gollum. E o mais incrível: a direção seria do Stanley Kubrick! Um projeto que queria muito ter visto, mas que poderia dar muito errado também. Não aconteceu, o próprio Tolkien foi contra, mas agora essa relação com o mundo da Terra Média está indiretamente relacionada com esse novo trabalho do Peter Jackson.
Confesso que não esperava por esse final. Finaliza o arco e ainda deu um belo agrado pra quem não gostou da última trilogia. O CGI, no entanto, ainda é um pouco desconcertante. A tecnologia para rostos ainda é algo a ser melhor aperfeiçoada. Jon Favreau evitou uma dor de cabeça ao não colocar Boba Fett na cena final (não contando com o epílogo).
A mim pareceu ser uma crítica ao consumo animal, mais especificamente a prática do chamado "bem-estarismo". Mas achei estranho que as crianças, pelo menos as mais velhas e mais espertas, vivendo a mesma situação dos animais que lhes serviam de alimento, não tivessem nenhum insight a respeito disso. Mais que isso, tem uma ou duas cenas das criança comendo carne sofregamente, compulsivamente. O autor ao incluir essas cenas me parece estar dizendo: "Sei que você fez essa analogia, mas não é disso que estou falando". Talvez a ideia era passar algo mais generalizado sobre o embate entre a rebeldia e caráter revolucionário dos mais jovens em contraste com o conservadorismo e comodismo dos mais velhos, sobre a exploração de uma elite sobre os mais fracos. Mas a mim é impossível não fazer a analogia específica com a indústria pecuária. Ou talvez ele quisesse mostrar que as crianças, por mais espertas que fossem, continuam ignorantes a respeito do sistema, não se identificando com os animais que consome.
Incluir essas cenas das crianças me parece equivocado, pois é uma analogia óbvia. Se a intenção era negar essa possibilidade de interpretação, denota hipocrisia, um discurso sofismático. Se não, denota ingenuidade em relação ao assunto tratado. Não li o mangá, não sei se é um problema somente da animação. Procurei entrevistas com o autor, Kaiu Shirai, mas não encontrei nada esclarecedor.
Bem intencionada, com bons momentos (especialmente o excelente sétimo episódio), mas extremamente irregular e com um discurso muito problemático, raso no tema no qual se propôs discutir, o racismo. Mas o pior é que o roteiro invariavelmente acaba por reforçar esteriótipos racistas e homofóbicos. Por mim dispensada para a segunda temporada.
Afinal, o que foi que fizeram com a personagem Yahima? O roteiro simplesmente esqueceu aquele episódio? Ou talvez tragam o fato para segunda temporada. Esquisito demais.
Esse episódio 7 foi o melhor até agora. Uma pena que o resto da série não esteja no mesmo nível. As referências a história e cultura negra aqui são mais fluidas e narrativamente relevantes, escapando de um gratuito easter-egg. O discurso de Sun Ra, importante músico do Free Jazz e expoente do "Afrofuturismo", é o pungente destaque. Uma curiosidade: um filme sobre as guerreiras Ahosi do Reino de Daomé, as quais aparecem neste episódio, está em produção, com o título de 'The Woman King' e Viola Davis no elenco. Há ainda um filme do Herzog de 1987, chamado Cobra Verde, no qual as amazonas africanas também são retratadas. Não coincidentemente, as Ahosi são a base na criação das Dora Milaje, as guerreiras futuristas de Wakanda.
Xógum: A Gloriosa Saga do Japão
4.1 97 Assista AgoraLembro vagamente da série dos anos 80. Tentei ler o livro, mas nunca terminei. O autor, James Clavell, basicamente adaptou uma trama histórica real (a ascensão do Shogunato Tokugawa), focou no choque de cultura ocidente/oriente e tomou diversas liberdades "artísticas", ou seja, puro suco de orientalismo. Apesar disso, gostei desses dois episódios. Conseguiram filtrar essas falhas.
Planeta dos Abutres (1ª Temporada)
4.4 44 Assista AgoraUma mistura de Mundo Perdido com Solaris, em um estilo visual claramente inspirado em Moebius. Só achei que as ideias não se desenvolveram como esperava nesses nove episódios.
Sandman (1ª Temporada)
4.1 590 Assista AgoraGostei mais desses episódios bônus que da série em si. Especialmente 'Um Sonho de Mil Gatos', uma das mais celebradas histórias curtas de Sandman. Aliás, teria sido melhor se a série toda tivesse sido feita em animação, até para adaptar melhor certas esquisitices e delírios visuais que se perderam na transição da arte da HQ para o audiovisual.
Better Call Saul (6ª Temporada)
4.7 406Difícil comparar com Breaking Bad (até por que faz algum tempo que a assisti pela última vez), mas pelo menos em desenvolvimento de personagens penso que Better Call Saul supera o da série antecessora. Episódio final é lindo e melancólico, com cenas memoráveis, especialmente a do último encontro entre Jimmy e Kim (detalhe para a chama colorida do cigarro evocando que ainda existe algo entre eles). De algum modo esse final é uma revisitação de A Christmas Carol, onde Saul/Jimmy personaliza sua versão de Ebenezer Scrooge.
Westworld (4ª Temporada)
3.6 122Tem séries que crescem com o passar das temporadas, e tem aquelas que começam tão bem que as temporadas subsequentes tendem a ser decepcionantes não tanto pela qualidade da produção, mas pela expectativa criada. Como na terceira temporada esta também começa muito bem, levantando ideias interessantes de serem exploradas, mas acabam não entregando ao espectador nada de muito memorável.
Arco de Caleb e Frankie decepcionante. Era para ter alguma carga emocional, mas o modo como foi conduzido o desfecho não me criou qualquer impacto. Ainda assim tem colocações interessantes. Frankie está se encontrando com o seu pai ou uma projeção do que ele poderia ter sido? O próprio Cal dá sua opinião sobre isso.
A próxima temporada será a última, segundo declarações de Ed Harris. O que implica dizer que o Homem de Preto poderá voltar de alguma maneira. Agora no Sublime.
Prefiro não acreditar no final de Maeve. Até por que não vemos sua pérola sendo destruída. Provavelmente também estará no Sublime.
Obi-Wan Kenobi
3.4 312 Assista AgoraA série é ruim, mas não pelos motivos de alguns fãs chorões que falam em emasculamento do personagem principal e outras bobajadas. É por que é muito mal escrita mesmo.
The Boys (3ª Temporada)
4.2 560 Assista AgoraInteressante que neste terceiro episódio usaram o caso real do financiamento com armas e narcotráfico dos Contras pelo governo norte-americano durante a presidência de Reagan. The Boys é de longe a melhor série de "super-herói", com aspas mesmo. Usa o gênero para mostrar a farsa por trás dos discursos de governos e mega-empresas com políticas supostamente inclusivas, mas que só interessam mesmo pelo capital e poder.
Amor, Morte e Robôs (Volume 3)
4.1 343 Assista AgoraDois episódios muito bons: O já aclamado "Jibaro", tecnicamente impressionante e com uma história multifacetada de diálogo, e "O Mesmo Pulso da Máquina", que me lembrou muito Solaris do Stanisław Lem, mais conhecido pela adaptação para o cinema de Andrei Tarkovski. "Viagem Ruim" também está acima da média, ainda que tematicamente em seu viés de horror lovecraftiano não me traga nada de muito memorável. Noite dos Minimortos é uma bem humorada visão sobre nossa insignificância, mas só. O resto é mediano para baixo, sendo "Matança em Grupo" o pior de todos.
Cowboy Bebop (1ª Temporada)
3.2 111Definitivamente não dá para tentar replicar a estética e linguagem do anime/manga em live-action. Não sem alterar a dinâmica e narrativa na adaptação. Além disso, fazer uma obra diferente do material original pode irritar os fãs que não entendem essa dinâmica diferente entre as mídias. Problemático. A adaptação falha em tentar reproduzir o que o anime tem de melhor, a união de seres com passados traumáticos tentando tocar a vida pra frente onde o passado dita seus atos, mas não fazem do vocabulário para uma conexão. Tenta compensar isso com a repetição de signos e elementos do material original, incluído aqui a famosa abertura ao som da música de Yoko Kanno, mas não é o suficiente para convencer em seus 10 episódios.
Twin Peaks (3ª Temporada)
4.4 621 Assista AgoraTudo que Dark queria ser, mas não conseguiu.
Round 6 (1ª Temporada)
4.0 1,2K Assista AgoraPremissa interessante, ainda que não tenha muita originalidade. Mas se perde no caminho. Não entendi o hype.
Fundação (1ª Temporada)
3.8 121 Assista AgoraTem quase nada a ver com os livros. Mas também é quase impossível adaptar essa obra para um público geral sem mudar bastante coisa, isto é, mais ação, romance, etc. Pelo que li vão adotar mais as ideias propostas pelo Asimov que a trama em si. Até agora apenas ok.
Lovecraft Country (1ª Temporada)
4.1 403Depois do "cancelamento" do escritor Lovecraft, a série Lovecraft Country também é cancelada para segunda temporada.
Sweet Tooth (1ª Temporada)
4.1 296Quem adaptou a obra do Lemire deve realmente odiar a HQ. Retirou quase tudo que era interessante e funcionava bem na obra original, substituindo por alternativas mais palatáveis ao gosto comum. Posso citar desde a forma narrativa, mais lenta, revelando aos poucos os segredos da história, ou o diálogo que obra original faz entre ciência e misticismo (cultura inuit), que aqui é quase completamente eclipsado ou vagamente insinuado (nem sei se vão realmente por esse caminho). Personagens que eram fortes, marcantes e complexos se perdem em formas mais binárias de caráter. Mudança drástica de eventos e background de alguns personagens, tal como a Becky, parecem querer atenuar alguns aspectos mais pesados para não chocar parte dos espectadores e colocar a série em uma classificação mais baixa. Nesse aspecto também inclui violência menos gráfica, que não é essencial, mas daria um tom mais brutal dessa distopia. Design dos personagens foram refeitos para algo mais visualmente afável: os híbridos mais parecem as crianças do comercial da Parmalat. Não sou contra mudanças. Afinal, é uma adaptação para uma outra mídia. Mas me chateia quando mudam aspectos essenciais e não acrescentam algo de bom, ausente na obra original. Sinceramente, acho que não vou ter paciência para a segunda temporada.
História Secreta do Pop Brasileiro
4.2 16A série funciona mais como aperitivo para o vasto material do livro Pavões Misteriosos, do próprio André Barcinski. Os episódio são curtos e não dá para aprofundar muito no conteúdo, mas é bastante eficaz na narrativa e muito divertido acompanhar as histórias dos loucos anos 70 e 80. Vi um pequeno erro de crédito no episódio 5. "Concerto para uma voz", que Jessé fez versão: não é do Bach, mas do francês Saint-Preux, composta em 1969. Quem nasceu nos anos 70 deve ter ouvido muito essa música.
O Conto da Aia (4ª Temporada)
4.3 428 Assista AgoraNão assisto mais essa série, mas fiquei curioso com Elisabeth Moss na direção.
A Guerra dos Samurais (1ª Temporada)
4.1 19Muito da história e personagens desse docudrama é bem conhecido pelos aficcionados de livros, animes, games e filmes japoneses. São personagens e eventos que hoje se revestem de áurea mítica, que foram e continuam sendo reverberados na cultura pop. O documentário, no entanto, procura se manter fiel a história através de depoimentos de alguns historiadores, ainda que seja um tanto problemática nisso também (mais a seguir). Tais cenas de depoimentos são contrabalanceadas por uma dramatização que muitas vezes peca em atuações exageradas, mas razoáveis nas cenas de batalha. Apesar de tentar ser historicamente fiel, pelo menos uma vez vi que um fato não comprovado é mostrado como se fosse histórico: a remoção do olho doente pelas próprias mãos de Date Masamune. Talvez por que seja a versão mais interessante dentre outras suposições. Neste sentido, senti falta de controvérsias históricas, comuns entre historiadores dessa época. Parece-me que eles tentaram manter uma versão comum nos depoimentos desses historiadores para que a história fosse assimilada mais facilmente pelo público. No geral é uma série interessante pelo tema, mas que ao final parece ser mais um produto de rápido consumo que realmente uma obra de alguma relevância. Achei estranho que, ainda que tenha dois ou três historiadores japoneses, a produção é totalmente ocidental.
SparkShorts (1ª Temporada)
4.1 2O conceito dessa série é muito bom. Gosto mais dos curtas que dos longas da Pixar. Ainda que sofram também de uma certa previsibilidade narrativa, a inventividade se sobrepõe.
His Dark Materials - Fronteiras do Universo (2ª Temporada)
4.1 75 Assista AgoraSuperior à morna primeira temporada, mas ainda assim parece não deslanchar completamente. O problema nem parece estar nas mudanças da história original, algumas até interessantes, mas na direção, na condução e no tom dos eventos. Os atores são ótimos, mas a adaptação de algumas cenas importantes do livro aqui perdem a força e tensão, tal qual, por exemplo, aquela com Lee Scoresby. É uma produção bem feita, mas que deixa a impressão que não aproveitou melhor o potencial da obra de Philip Pullman
The Beatles: Get Back
4.7 117 Assista AgoraNos anos 60 os Beatles intencionavam estrelar um filme inspirado no Senhor do Anéis. Já tinham até os papeis definidos: Paul interpretaria Frodo, Ringo seria seu aliado e amigo Sam, George seria Gandalf e John o Sméagol/Gollum. E o mais incrível: a direção seria do Stanley Kubrick! Um projeto que queria muito ter visto, mas que poderia dar muito errado também. Não aconteceu, o próprio Tolkien foi contra, mas agora essa relação com o mundo da Terra Média está indiretamente relacionada com esse novo trabalho do Peter Jackson.
O Mandaloriano: Star Wars (2ª Temporada)
4.5 445 Assista AgoraConfesso que não esperava por esse final. Finaliza o arco e ainda deu um belo agrado pra quem não gostou da última trilogia. O CGI, no entanto, ainda é um pouco desconcertante. A tecnologia para rostos ainda é algo a ser melhor aperfeiçoada. Jon Favreau evitou uma dor de cabeça ao não colocar Boba Fett na cena final (não contando com o epílogo).
The Promised Neverland (1ª Temporada)
4.4 153 Assista AgoraAinda que bastante interessante, não entendi muito bem a intenção do autor.
A mim pareceu ser uma crítica ao consumo animal, mais especificamente a prática do chamado "bem-estarismo". Mas achei estranho que as crianças, pelo menos as mais velhas e mais espertas, vivendo a mesma situação dos animais que lhes serviam de alimento, não tivessem nenhum insight a respeito disso. Mais que isso, tem uma ou duas cenas das criança comendo carne sofregamente, compulsivamente. O autor ao incluir essas cenas me parece estar dizendo: "Sei que você fez essa analogia, mas não é disso que estou falando". Talvez a ideia era passar algo mais generalizado sobre o embate entre a rebeldia e caráter revolucionário dos mais jovens em contraste com o conservadorismo e comodismo dos mais velhos, sobre a exploração de uma elite sobre os mais fracos. Mas a mim é impossível não fazer a analogia específica com a indústria pecuária. Ou talvez ele quisesse mostrar que as crianças, por mais espertas que fossem, continuam ignorantes a respeito do sistema, não se identificando com os animais que consome.
Incluir essas cenas das crianças me parece equivocado, pois é uma analogia óbvia. Se a intenção era negar essa possibilidade de interpretação, denota hipocrisia, um discurso sofismático. Se não, denota ingenuidade em relação ao assunto tratado. Não li o mangá, não sei se é um problema somente da animação. Procurei entrevistas com o autor, Kaiu Shirai, mas não encontrei nada esclarecedor.
Lovecraft Country (1ª Temporada)
4.1 403Bem intencionada, com bons momentos (especialmente o excelente sétimo episódio), mas extremamente irregular e com um discurso muito problemático, raso no tema no qual se propôs discutir, o racismo. Mas o pior é que o roteiro invariavelmente acaba por reforçar esteriótipos racistas e homofóbicos. Por mim dispensada para a segunda temporada.
Afinal, o que foi que fizeram com a personagem Yahima? O roteiro simplesmente esqueceu aquele episódio? Ou talvez tragam o fato para segunda temporada. Esquisito demais.
Lovecraft Country (1ª Temporada)
4.1 403Esse episódio 7 foi o melhor até agora. Uma pena que o resto da série não esteja no mesmo nível. As referências a história e cultura negra aqui são mais fluidas e narrativamente relevantes, escapando de um gratuito easter-egg. O discurso de Sun Ra, importante músico do Free Jazz e expoente do "Afrofuturismo", é o pungente destaque. Uma curiosidade: um filme sobre as guerreiras Ahosi do Reino de Daomé, as quais aparecem neste episódio, está em produção, com o título de 'The Woman King' e Viola Davis no elenco. Há ainda um filme do Herzog de 1987, chamado Cobra Verde, no qual as amazonas africanas também são retratadas. Não coincidentemente, as Ahosi são a base na criação das Dora Milaje, as guerreiras futuristas de Wakanda.