Daniel Viana

O típico filme que peca em não querer mais.
E a partir daí é que eu me questiono e penso, a história do filme pede pra ser explorado de uma maneira mais "psicótica" e menos literal. Então por que não dá ao público uma protagonista histérica que se sabota o tempo todo, mas que sob sua perspectiva (e pela nossa que a acompanhamos) faz o certo?! Caralhos, por que ser tão literal, ser tão simples, ser tão insignificante, quando se pode ser instigante, perturbador e intrigante?!

Esse filme me deixou num sério dilema ético: até onde pode ir o entretenimento na sua exploração de conteúdos? Qual o limiar que trava esse avanço descomunal do mercado do entretenimento na busca por mais espaços e mais públicos.
A utilização de uma mitologia ao bel-prazer de megacorporações pode hoje não ser tão criticado no ocidente... mas e quando for Jesus o coadjuvante da aventura infantil? Até quando a Disney vai se contentar somente nos mitos (que provocam contestações e protestos, porém não fazem tanto barulho).).

O luto à perca de um amor é explorado quase que cotidianamente pelo cinema, mas pela primeira vez eu vi algo realmente diferente daquele clichê sempre monótono e entediante. Pois a maneira como tratarem essa superação foi feito de uma jeito tão sensivelmente atraente que faz com que esqueçamos por um momento o início tão arrasador que nos destroça e nos joga na mesma melancolia da personagem, e do nada algo quebra esse vislumbre de calmaria e depressão que estávamos submersos. E quando percebemos já estamos com o mesmo sorriso de felicidade inocente que o velho, se emocionando conjuntamente com uma personagem tão bem escrita, cheia de defeitos, de medos, de temores, tão nós mesmos.
Esse filme é surreal, apenas absurdamente emocionante.