Por trás de toda a polêmica religiosa, adorei a forma que o "teatro" da religião é retratado, como até os próprios personagens responsáveis por toda essa comédia se perdem naquilo que inventaram. Tal como dito pelo próprio personagem Alfonso: "é preciso manter o teatro até o fim".
Uma vez, li que quando algum aspecto da tal imagética "soberania" que é destinada aos homens lhes é negada, seu instinto gera uma revolta e indignação por não se ter aquilo que lhe é predestinado. O filme mostra um quadro incrível de como a masculinidade se desorienta em uma sociedade devastada e decadente, onde há em todos os personagens masculinos a incessante procura de autoafirmação perante a um contexto político abalado. No filme, todos os homens (salvo alguns personagens onde não há um aprofundamento) procuram exercer seu poder sobre o próximo: seja na mulher, seja na relação chefe/funcionário ou entre um igual mais jovem. E o que acontece quando não se tem poder sobre o próximo (econômico, social, político e estético)? Surge o desejo de dominar aqueles que se encontram nas camadas mais baixas da sociedade e de utilizar de tais como uma válvula de escape para todo o ódio suportado por tais "humilhações" de não se ter aquilo que deseja. A cena mais incrível e que resume tudo isso é a atitude do Honka
perante a prostituta que cai bêbada ao lado de duas outras. Primeiro ele grita raivosamente para elas ajudarem a caída, logo em seguida empurra fortemente as duas e resmunga algumas palavras de insulto para elas. De repente, surge uma voz masculina anunciando em alto tom que o barulho acabasse.
. E o que acontece logo em seguida? Honka se apequena, diminui sua voz e retorna calmamente ao seu caminho. Tudo perante a alguém que ele considera superior à sua condição de homem. Que filme incrível.
Lá pela metade do filme, mais especificamente na cena em que a enfermeira fala da relação do casamento e da criação dos filhos, voltei toda a minha atenção para aquela personagem tão forte e resistente às humilhações de uma sociedade marcada por um patriarcalismo e machismo exacerbado. É desesperador de se deparar com as humilhações nas quais as pessoas que se encontram por baixo em uma pirâmide ilusória de poder (idosos e mulheres, com exceção das que possuem algum tipo de cargo que lhe dê alguma "superioridade") sofrem ao tentar exigir aos detentores de uma ilusória sabedoria e poder, os homens, o mínimo de respeito e direito como ser humano. Sai da sessão com um nó na garganta e a face dura de desgosto em ver uma realidade tão crua e nua.
Super recomendo.
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Titane
3.5 391 Assista AgoraComplexo de Electra moderno. Incrível!
Os Primeiros Soldados
3.8 24Renata Carvalho dá o nome em qualquer coisa que ela faz. Filme maravilhoso
Benedetta
3.5 198 Assista AgoraPor trás de toda a polêmica religiosa, adorei a forma que o "teatro" da religião é retratado, como até os próprios personagens responsáveis por toda essa comédia se perdem naquilo que inventaram. Tal como dito pelo próprio personagem Alfonso: "é preciso manter o teatro até o fim".
Pânico
3.4 1,1K Assista AgoraA trilha sonora em algumas cenas que o Dewey aparece, rememorando "Pânico 2" pqp me arrepiei todo
Dois Papas
4.1 962 Assista AgoraE as duas cenas da Dilmãe aparecendo? <3
O Bar Luva Dourada
3.5 340Uma vez, li que quando algum aspecto da tal imagética "soberania" que é destinada aos homens lhes é negada, seu instinto gera uma revolta e indignação por não se ter aquilo que lhe é predestinado. O filme mostra um quadro incrível de como a masculinidade se desorienta em uma sociedade devastada e decadente, onde há em todos os personagens masculinos a incessante procura de autoafirmação perante a um contexto político abalado.
No filme, todos os homens (salvo alguns personagens onde não há um aprofundamento) procuram exercer seu poder sobre o próximo: seja na mulher, seja na relação chefe/funcionário ou entre um igual mais jovem. E o que acontece quando não se tem poder sobre o próximo (econômico, social, político e estético)? Surge o desejo de dominar aqueles que se encontram nas camadas mais baixas da sociedade e de utilizar de tais como uma válvula de escape para todo o ódio suportado por tais "humilhações" de não se ter aquilo que deseja.
A cena mais incrível e que resume tudo isso é a atitude do Honka
perante a prostituta que cai bêbada ao lado de duas outras. Primeiro ele grita raivosamente para elas ajudarem a caída, logo em seguida empurra fortemente as duas e resmunga algumas palavras de insulto para elas. De repente, surge uma voz masculina anunciando em alto tom que o barulho acabasse.
Que filme incrível.
A Morte do Sr. Lazarescu
4.0 33Lá pela metade do filme, mais especificamente na cena em que a enfermeira fala da relação do casamento e da criação dos filhos, voltei toda a minha atenção para aquela personagem tão forte e resistente às humilhações de uma sociedade marcada por um patriarcalismo e machismo exacerbado. É desesperador de se deparar com as humilhações nas quais as pessoas que se encontram por baixo em uma pirâmide ilusória de poder (idosos e mulheres, com exceção das que possuem algum tipo de cargo que lhe dê alguma "superioridade") sofrem ao tentar exigir aos detentores de uma ilusória sabedoria e poder, os homens, o mínimo de respeito e direito como ser humano. Sai da sessão com um nó na garganta e a face dura de desgosto em ver uma realidade tão crua e nua.
Super recomendo.