Os personagens e roteiro deste filme se assemelham ao "Perfume de Mulher"(1992), dirigido por Martin Brest e estrelado por Al Pacino. Nos dois filmes, há militares aposentados que, de uma vida solitária e repleta de ressentimentos, passam gradativamente a se envolver com os problemas de jovens. Em ambos, a relação de amizade que se estabelece entre os velhos e os jovens, serve para os primeiros como uma redenção pelos erros cometidos durante o longo percurso da vida.
O ponto de vista de Woody Allen sobre os relacionamentos familiares explora a distância entre as pessoas. Isto fica claro nos vários momentos em que um personagem fala enquanto o outro fica escondido atrás de algum objeto de cena. É como se um dos personagens se confundisse com as próprias coisas do mundo, o que serve para mostrar a superficialidade de algumas relações da vida cotidiana.
Existe uma menção à ideia de peregrinação no filme, tão cara ao povo judaico, nos momentos em que a câmera é colocada por trás da multidão caminhando. A câmera sobe devagar, enquanto as pessoas andam em direção ao desconhecido.
Uma coisa muito interessante no papel de Al Pacino como Michael Corleone é o trabalho de iluminação parcial de sua face desde os momentos finais do primeiro filme, até os momentos finais deste segundo. São raros os momentos em que ele aparece com o rosto todo claro. Esta sombra criada sobre o personagem marca sua transformação, de uma pessoa que preferia o não envolvimento nos negócios da família ao surgimento do impetuoso Don Michael Corleone.
Dentre vários pontos, ficou marcada no filme a presença da discussão moral e religiosa que cerca a vida do personagem, mesmo que ele não acredite inicialmente. Há pelo menos dois momentos em que aparição da cruz de Cristo nas paredes é sucedida por avanços no enredo do filme (antes da venda dos lençóis e antes do encontro com o ladrão). Na cena da Igreja, o meio coletivo parece pressionar contra os avanços de Ricci. Quando este se defronta com o ladrão, mais uma vez o meio coletivo parece sufocar o personagem, de forma parecida com o que acontece na Igreja. Talvez o diretor quisesse explorar este grande obstáculo chamado "moral", mostrando todo o seu peso na vida de um sujeito arruinado pelas condições sociais. Obra-prima.
O que eu gosto muito nesse filme é do trabalho com as cores. Os fascistas são tratados sempre com cores frias nos cenários, enquanto os trabalhadores são mostrados com cores que tendem para um lado mais vivo, como o vermelho.
Um filme que tem como característica marcante a cooperação anti-nazista, formada por representantes de várias nacionalidades. É marcante como o filme passa a mensagem de que através da solidariedade e esforço combinados era possível vencer desafios quase insuperáveis, entre eles vencer um exército inimigo muitas vezes mais numeroso.
Um ótimo filme para se discutir a crise da fé, principalmente pela caracterização do personagem de Gunnar Björnstrand, como um padre que problematiza a posição de um religioso através de seus próprios questionamentos interiores.
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Gran Torino
4.2 1,5K Assista AgoraOs personagens e roteiro deste filme se assemelham ao "Perfume de Mulher"(1992), dirigido por Martin Brest e estrelado por Al Pacino. Nos dois filmes, há militares aposentados que, de uma vida solitária e repleta de ressentimentos, passam gradativamente a se envolver com os problemas de jovens. Em ambos, a relação de amizade que se estabelece entre os velhos e os jovens, serve para os primeiros como uma redenção pelos erros cometidos durante o longo percurso da vida.
Hannah e Suas Irmãs
4.0 293O ponto de vista de Woody Allen sobre os relacionamentos familiares explora a distância entre as pessoas. Isto fica claro nos vários momentos em que um personagem fala enquanto o outro fica escondido atrás de algum objeto de cena. É como se um dos personagens se confundisse com as próprias coisas do mundo, o que serve para mostrar a superficialidade de algumas relações da vida cotidiana.
Amor e Ódio
4.2 141Existe uma menção à ideia de peregrinação no filme, tão cara ao povo judaico, nos momentos em que a câmera é colocada por trás da multidão caminhando. A câmera sobe devagar, enquanto as pessoas andam em direção ao desconhecido.
O Poderoso Chefão: Parte II
4.6 1,2K Assista AgoraUma coisa muito interessante no papel de Al Pacino como Michael Corleone é o trabalho de iluminação parcial de sua face desde os momentos finais do primeiro filme, até os momentos finais deste segundo. São raros os momentos em que ele aparece com o rosto todo claro. Esta sombra criada sobre o personagem marca sua transformação, de uma pessoa que preferia o não envolvimento nos negócios da família ao surgimento do impetuoso Don Michael Corleone.
Ladrões de Bicicleta
4.4 534 Assista AgoraDentre vários pontos, ficou marcada no filme a presença da discussão moral e religiosa que cerca a vida do personagem, mesmo que ele não acredite inicialmente. Há pelo menos dois momentos em que aparição da cruz de Cristo nas paredes é sucedida por avanços no enredo do filme (antes da venda dos lençóis e antes do encontro com o ladrão). Na cena da Igreja, o meio coletivo parece pressionar contra os avanços de Ricci. Quando este se defronta com o ladrão, mais uma vez o meio coletivo parece sufocar o personagem, de forma parecida com o que acontece na Igreja. Talvez o diretor quisesse explorar este grande obstáculo chamado "moral", mostrando todo o seu peso na vida de um sujeito arruinado pelas condições sociais. Obra-prima.
1900
4.3 102 Assista AgoraO que eu gosto muito nesse filme é do trabalho com as cores. Os fascistas são tratados sempre com cores frias nos cenários, enquanto os trabalhadores são mostrados com cores que tendem para um lado mais vivo, como o vermelho.
Sahara
3.9 15 Assista AgoraUm filme que tem como característica marcante a cooperação anti-nazista, formada por representantes de várias nacionalidades. É marcante como o filme passa a mensagem de que através da solidariedade e esforço combinados era possível vencer desafios quase insuperáveis, entre eles vencer um exército inimigo muitas vezes mais numeroso.
Luz de Inverno
4.3 173Um ótimo filme para se discutir a crise da fé, principalmente pela caracterização do personagem de Gunnar Björnstrand, como um padre que problematiza a posição de um religioso através de seus próprios questionamentos interiores.