Em Fresh a personagem principal, Noa, é uma mulher carente que se apaixona praticamente por um desconhecido. E a trama desenrola a partir daí. O filme tem uma proposta interessante, tem um visual muito bonito, uma atuação ambiciosa de Sebastian Stan, mas para um suspense faltou um pouco de vigor. A história fica monótona em alguns momentos e ganha força real apenas na sequência final. Apesar disso, Fresh é um filme envolvente, bem executado, e vale a pena assistir.
O segredo de Vera Drake é um filme muito triste, mas nos apresenta uma realidade implacável. Muito bem ambientado, dirigido e tem atuações de alto nível, claro que o maior destaque é Imelda que interpreta a protagonista, Vera Drake, uma mulher repleta de boas intenções, empática e cheia de vida, e o que é bem interessante é o triste arco da personagem, muito bem construído, e claro expressado com maestria pela atriz.
O filme também nos leva a refletir sobre o aborto, que é até hoje um ponto muito sensível a sociedade conservadora, mas o diretor aborda o tema de uma forma delicada, e acima de tudo legítima.
Abismo prateado conta a história de Violeta, uma mulher que é pega de surpresa, quando seu marido vai embora e lhe deixa apenas uma mensagem de voz no celular.
Adoro a forma como Karim dá toda a tela para Alessandra Negrini, que tem aqui uma atuação incrível, discreta, e ao mesmo tempo tão profunda. Consegue nos passar toda a sensação de um desespero contido, um desamparo, o olhar perdido tentando se reencontrar de alguma forma.
É um filme silencioso (salvo a cena em que a protagonista vai para uma boate e que tem uma sequência adorável de dança) que se passa nas ruas movimentadas do Rio de Janeiro, o que não combina em nada com esse silêncio, mas o torna ainda mais poético. Tem poucos diálogos, mas não deixa de ser envolvente. E por mais desesperançoso que pareça, o final dá uma revigorada, e deixa o coração quentinho.
O abismo prateado é uma obra muito bonita, sútil, melancólica e contemplativa.
O filme se passa na Toscana do século 17, em uma pequena cidade onde a igreja é uma potência, e tem todos os simbolismos religiosos e históricos que caracterizam essa época. É bem idealizado, tem uma trama sedutora, provocativa, perde o ritmo em alguns momentos, mas que ainda assim consegue prosseguir, especialmente pela curiosidade que se cria a partir do romance entre Benedetta e Bartolomea. A atuação de Virginie Elfira como a protagonista é o ponto alto, a atriz consegue dosar muito bem a inocência da jovem freira com todo o seu desejo reprimido, as fantasias e curiosidade pelo novo. E todas as outras atuações também são convincentes, especialmente a da veterana, Charlotte Rampling, que vive a madre superiora fria, rígida e conformada. No geral Benedetta tem uma história interessante. É um filme que contém uma crítica ácida a religião, e a fé, mas falta alguma energia para ser maior do que o proposto.
Tudo em Irreversível causa desconforto, desde o primeiro movimento de câmera, o primeiro diálogo, até as cenas mais brutais e indigestas como a famigerada parte do estupro, que é quase impossível assistir aos quase 10 minutos intermináveis sem pular alguns. A premissa parece simples: uma história de vingança, mas como em todos os filmes de Gaspar Noé tudo se torna caótico. O diretor explora tudo que é de mais primitivo do ser humano, e o de mais repugnante também.
A história é contada de trás para frente, o que tinha muitas chances de dar errado, mas a montagem é muito bem-feita, e o roteiro curioso, que nos deixa inquietos, ansiosos para entender o que está acontecendo, e mesmo após entendermos, após todo o caos instaurado e o impacto angustiante, ainda queremos ver, queremos continuar a conhecer um pouco mais da história desse jovem casal. E o final, sutil, muito diferente de todo o resto (que tradicionalmente seria o inicio) é ainda assim arrasador, que potencializou ainda mais toda a angústia sentida anteriormente. Trata de uma forma brutal como os traumas são irreversíveis, como as nossas atitudes, ou a falta delas podem resultar em tragédias, e que independente da forma como uma história é contada, ainda sim o desfecho é o mesmo.
As atuações são formidáveis, especialmente a de Vicent Cassel que tem uma performance visceral.
Sem dúvidas Irreversível é um filme envolvente, bárbaro, perturbador, violento, por momentos indigesto, e angustiante. Tem seus excessos, mas no resultado não comprometem a obra. Porém é um tipo de filme para se ver uma vez na vida, pois a experiência é devastadora e irreversível.
Segundo filme de Almodóvar que vejo, o primeiro foi "A pele que habito", e é uma obra muito bem idealizada, com personagens bem desenvolvidos, e atuações adoráveis.
De inicio senti uma certa pegada novelesca, não que me incomode, mas aos poucos o filme vai ganhando forma e também vamos nos acostumando com o estilo Almodóvar, que por sinal é muito sensível. Adoro como as tramas se intercalam e todas são valorizadas, e por mais dramático que o filme seja, também temos momentos de humor.
Pedro vai tecendo as histórias com uma sutileza, um requinte, mas não deixando de ser cru nos devidos momentos. O que mais me chamou a atenção, é justamente as revelações graduais, como o filme consegue ao decorrer de toda a sua duração nos surpreender, e não com reviravoltas mirabolantes, mas com a simplicidade da vida, do cotidiano. Claro, há muitas coincidências, mas todas relevantes para que a história se expanda e ganhe ainda mais valor.
Adorei a experiência, sem dúvidas um dos melhores filmes que vi no primeiro semestre de 2022. E deixo minha admiração pela atriz, Cecilia Roth, e especialmente para Huma Rojo, ou melhor, Marisa Paredes, que entregam atuações encantadoras.
"X" não tem nada de grandioso ou inovador, mas cumpre o que se propõe. Um slasher que se passa no final dos anos 70 com seu visual magnífico, trilha sonora empolgante e com uma trama envolvente. Acho que faltou um pouco de coragem e gás do diretor para fazer algo diferente, no entanto é uma obra bem ambientada, com personagens interessantes, e essa abordagem sobre a sexualidade, perversão, moral, e a religiosidade são alguns pontos altos. As atuações são convincentes, com destaque para a performance de Brittany Snow, Jenna Ortega e Mia Goth.
Esse filme tinha um potencial, no entanto é só mais uma obra genérica e ruim. Não posso dizer que me decepcionou, pois não esperava muita coisa, no entanto o pouco que esperava foi totalmente anulado. A estética em alguns momentos é o que se salva, mas de resto é uma completa perca de tempo. Atuações sofríveis, desenvolvimento péssimo, e para um filme de suspense/terror faltou muita energia.
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Fresh
3.5 525 Assista AgoraEm Fresh a personagem principal, Noa, é uma mulher carente que se apaixona praticamente por um desconhecido. E a trama desenrola a partir daí. O filme tem uma proposta interessante, tem um visual muito bonito, uma atuação ambiciosa de Sebastian Stan, mas para um suspense faltou um pouco de vigor. A história fica monótona em alguns momentos e ganha força real apenas na sequência final. Apesar disso, Fresh é um filme envolvente, bem executado, e vale a pena assistir.
O Segredo de Vera Drake
3.9 88 Assista AgoraO segredo de Vera Drake é um filme muito triste, mas nos apresenta uma realidade implacável. Muito bem ambientado, dirigido e tem atuações de alto nível, claro que o maior destaque é Imelda que interpreta a protagonista, Vera Drake, uma mulher repleta de boas intenções, empática e cheia de vida, e o que é bem interessante é o triste arco da personagem, muito bem construído, e claro expressado com maestria pela atriz.
O filme também nos leva a refletir sobre o aborto, que é até hoje um ponto muito sensível a sociedade conservadora, mas o diretor aborda o tema de uma forma delicada, e acima de tudo legítima.
O Abismo Prateado
3.3 214 Assista AgoraAbismo prateado conta a história de Violeta, uma mulher que é pega de surpresa, quando seu marido vai embora e lhe deixa apenas uma mensagem de voz no celular.
Adoro a forma como Karim dá toda a tela para Alessandra Negrini, que tem aqui uma atuação incrível, discreta, e ao mesmo tempo tão profunda. Consegue nos passar toda a sensação de um desespero contido, um desamparo, o olhar perdido tentando se reencontrar de alguma forma.
É um filme silencioso (salvo a cena em que a protagonista vai para uma boate e que tem uma sequência adorável de dança) que se passa nas ruas movimentadas do Rio de Janeiro, o que não combina em nada com esse silêncio, mas o torna ainda mais poético. Tem poucos diálogos, mas não deixa de ser envolvente. E por mais desesperançoso que pareça, o final dá uma revigorada, e deixa o coração quentinho.
O abismo prateado é uma obra muito bonita, sútil, melancólica e contemplativa.
Benedetta
3.5 198 Assista AgoraO filme se passa na Toscana do século 17, em uma pequena cidade onde a igreja é uma potência, e tem todos os simbolismos religiosos e históricos que caracterizam essa época.
É bem idealizado, tem uma trama sedutora, provocativa, perde o ritmo em alguns momentos, mas que ainda assim consegue prosseguir, especialmente pela curiosidade que se cria a partir do romance entre Benedetta e Bartolomea.
A atuação de Virginie Elfira como a protagonista é o ponto alto, a atriz consegue dosar muito bem a inocência da jovem freira com todo o seu desejo reprimido, as fantasias e curiosidade pelo novo. E todas as outras atuações também são convincentes, especialmente a da veterana, Charlotte Rampling, que vive a madre superiora fria, rígida e conformada.
No geral Benedetta tem uma história interessante. É um filme que contém uma crítica ácida a religião, e a fé, mas falta alguma energia para ser maior do que o proposto.
Irreversível
4.0 1,8K Assista AgoraTudo em Irreversível causa desconforto, desde o primeiro movimento de câmera, o primeiro diálogo, até as cenas mais brutais e indigestas como a famigerada parte do estupro, que é quase impossível assistir aos quase 10 minutos intermináveis sem pular alguns. A premissa parece simples: uma história de vingança, mas como em todos os filmes de Gaspar Noé tudo se torna caótico. O diretor explora tudo que é de mais primitivo do ser humano, e o de mais repugnante também.
A história é contada de trás para frente, o que tinha muitas chances de dar errado, mas a montagem é muito bem-feita, e o roteiro curioso, que nos deixa inquietos, ansiosos para entender o que está acontecendo, e mesmo após entendermos, após todo o caos instaurado e o impacto angustiante, ainda queremos ver, queremos continuar a conhecer um pouco mais da história desse jovem casal. E o final, sutil, muito diferente de todo o resto (que tradicionalmente seria o inicio) é ainda assim arrasador, que potencializou ainda mais toda a angústia sentida anteriormente. Trata de uma forma brutal como os traumas são irreversíveis, como as nossas atitudes, ou a falta delas podem resultar em tragédias, e que independente da forma como uma história é contada, ainda sim o desfecho é o mesmo.
As atuações são formidáveis, especialmente a de Vicent Cassel que tem uma performance visceral.
Sem dúvidas Irreversível é um filme envolvente, bárbaro, perturbador, violento, por momentos indigesto, e angustiante. Tem seus excessos, mas no resultado não comprometem a obra. Porém é um tipo de filme para se ver uma vez na vida, pois a experiência é devastadora e irreversível.
Tudo Sobre Minha Mãe
4.2 1,3K Assista AgoraSegundo filme de Almodóvar que vejo, o primeiro foi "A pele que habito", e é uma obra muito bem idealizada, com personagens bem desenvolvidos, e atuações adoráveis.
De inicio senti uma certa pegada novelesca, não que me incomode, mas aos poucos o filme vai ganhando forma e também vamos nos acostumando com o estilo Almodóvar, que por sinal é muito sensível. Adoro como as tramas se intercalam e todas são valorizadas, e por mais dramático que o filme seja, também temos momentos de humor.
Pedro vai tecendo as histórias com uma sutileza, um requinte, mas não deixando de ser cru nos devidos momentos. O que mais me chamou a atenção, é justamente as revelações graduais, como o filme consegue ao decorrer de toda a sua duração nos surpreender, e não com reviravoltas mirabolantes, mas com a simplicidade da vida, do cotidiano. Claro, há muitas coincidências, mas todas relevantes para que a história se expanda e ganhe ainda mais valor.
Adorei a experiência, sem dúvidas um dos melhores filmes que vi no primeiro semestre de 2022. E deixo minha admiração pela atriz, Cecilia Roth, e especialmente para Huma Rojo, ou melhor, Marisa Paredes, que entregam atuações encantadoras.
X: A Marca da Morte
3.4 1,2K Assista Agora"X" não tem nada de grandioso ou inovador, mas cumpre o que se propõe. Um slasher que se passa no final dos anos 70 com seu visual magnífico, trilha sonora empolgante e com uma trama envolvente. Acho que faltou um pouco de coragem e gás do diretor para fazer algo diferente, no entanto é uma obra bem ambientada, com personagens interessantes, e essa abordagem sobre a sexualidade, perversão, moral, e a religiosidade são alguns pontos altos. As atuações são convincentes, com destaque para a performance de Brittany Snow, Jenna Ortega e Mia Goth.
É uma obra que vale a pena ser vista.
Os Canibais
1.9 184Esse filme tinha um potencial, no entanto é só mais uma obra genérica e ruim. Não posso dizer que me decepcionou, pois não esperava muita coisa, no entanto o pouco que esperava foi totalmente anulado. A estética em alguns momentos é o que se salva, mas de resto é uma completa perca de tempo. Atuações sofríveis, desenvolvimento péssimo, e para um filme de suspense/terror faltou muita energia.