Já assisti Hang the DJ algumas vezes. Me lembro que a sensação que tive da primeira a última vez foi a mesma. Espetacular. Inspiradora. Na época que eu vi pela primeira vez eu fiz o questionamento: Será que poderá existir um sistema que de fato, através de informações coletadas durante diversos processos de relacionamentos em um âmbito controlado poderia encontrar um par ideal, infalível? Seria então o amor um processo apreendido, apenas uma palavra que designa uma conexão profunda entre pessoas? Sim e não foram respectivamente as minhas respostas, depois de um tempo contemplando a obra prima que este episódio representa. . Em seguida, optei por conversar com uma amiga sobre o episódio, trazendo essas questões. Me lembro que ela disse uma coisa que faz todo sentido: Porque uma pessoa precisa passar necessariamente por experiências ruins e difíceis para encontrar a felicidade e o amor? Refleti sobre isso. Alegria não pressupõe algum sofrimento prévio, e isso é fato. Mas o sistema em Hang the DJ faz isso. Vai refinando a relação de Frank e Amy com essa premissa. No início, no encontro deles prévio, é nítido que eles se sentem confortáveis, plenos, seguros, como se aquela interação entre eles fosse durar pra sempre. Mas era só por 12 horas, e assim sendo, logo em seguida, o sistema os designou para outros relacionamentos longos onde imperam, do lado de Frank, o desprezo e o nojo, e do lado da Amy, a monotonia e a indiferença. E depois de 1 ano (e um encontro ocasional entre Amy e Frank), eles voltaram a ser pareados pelo sistema. . Na primeira vez que vi eu não liguei os pontos, mas depois de ter visto todo o episódio eu me dei conta de que a única coisa que o aplicativo está fazendo é testá-los, confrontá-los, colocando em prova o sentimento de um pelo outro colocando entraves e dificuldades em contraposição a um suposto sistema infalível. Então percebi que não é que o sistema pressuponha que eles precisam ter mais experiências ruins para que assim possam valorizar com mais propriedade as experiências boas que tiveram e assim refinar o relacionamento, ele apenas coloca o amor em prova o tempo todo para que tanto Frank quanto Amy tomem uma decisão em relação ao próprio sistema. Dessa forma, o objetivo do sistema é saber se o amor construído lá naquelas 12 pequenas horas é tamanho que possa superar as inflexíveis regras de um sistema, de modo a sobrepujá-lo. E bom, quando o amor genuíno acontece, não há sistema que o limite. Porém essa é a premissa fundamental do sistema! A rebelião contra ele é sinônimo de sucesso e a obediência a ele sinônimo de fracasso, o que reforça minha ideia de que um sistema bem delimitado e dentro de certos parâmetros pode ao menos contribuir para que se encontrar um par ideal. . Então percebi que não é que o amor possa ser delimitado, quantificado, ou que se trate de uma simples conexão vívida entre duas pessoas, como uma interpretação de um resultado de reações químicas cerebrais vinculadas ao desejo, ou mesmo como o resultado de uma sublimação. Ainda acredito que o amor é a maior forma de transcendência que existe, a maior expressão de um encontro genuíno, a forma ímpar de encontrar a unicidade do outro e assim fazê-lo de maneira a multiplicar a alegria, no caso do amor apaixonado, pluralmente. E nenhum sistema no mundo poderia delimitá-lo, expressá-lo de forma plena. Porém, Hang the DJ demonstra que é possível aproximar duas pessoas por suas características idiossincráticas específicas, e que através delas torna-se maior a probabilidade de que aquelas pessoas que tem afinidades desenvolvam esse amor, o que em parte nos mostra que o amor, ainda que não possa ser medido em dimensões fundamentalmente humanas por objetos, algo que significaria objetiva-lo e reduzi-lo a uma mera coisa, ainda pode ser tendenciado pelas mais diversas formas de expressão humanas desenvolvidas, dentre elas aquelas que se baseiam na refinada precisão matemática de um app. . No campo da hipótese, acredito que o sistema não os juntou tão aleatoriamente como Amy sugeriu, e também certamente ele não os venceu pelo cansaço. Tampouco parece ser um sistema refinado e ultra técnico que fez comparativos entre comportamentos, pensamentos e reações, para determinar quem combina com quem, como sugeriu Frank. Parece mais ser um programa, intuitivo e simples, que de maneira precisa compreende as relações humanas e suas configurações e a partir delas coloca um sentimento genuíno demonstrado em xeque através de uma capacidade unicamente humana: tomar uma decisão frente àquilo que nos limita, nesse caso, o aparente inflexível sistema. Frank e Amy tinham leveza e bom humor entre ambos, e se relacionavam de uma forma que provavelmente o sistema identificou como algo parecido com compatibilidade, testando isso durante todo o episódio através da separação, das experiências. . É provável que a curiosidade de Frank em saber o tempo de duração tenha sido programada, levada em conta, afinal, a curiosidade é uma prerrogativa humana, e o sistema pode ter identificado de alguma forma que nas características de personalidade de Frank, apresentava-se uma característica curiosa que eminentemente o faria quebrar o pacto que eles (Frank e Amy) fizeram de não olhar o tempo, e assim, mais uma vez, os colocariam em teste. . Só que durante o episódio, eu fiquei com uma coisa na cabeça. As reações dos outros eram sempre robóticas, e eles também não faziam outra coisa a não ser interagir naquele sistema. Então quando veio a cena que a Amy joga o “Coach” fora e diz pra ele contar até quatro, eu percebi que quando ela jogava as pedras no lago, sempre batia quatro vezes antes de afundar, e daí veio o estalo: Isso é um programa! Os próprios Amy e Frank eram parte do sistema, uma das 1000 consciências que eram testadas, apenas 1% de um App! Adorei o plot twist, e então percebi que tudo fazia sentido. O App. Testava as consciências de cada um, e assim determinava se o par era mesmo ideal. Com isso a questão do tempo perdido em relacionamentos se dissipou, já que não eram as duas pessoas em si, mas suas consciências que foram de alguma forma copiadas. Deu um nó na minha cabeça, achei fantástico e reforçou todas as considerações que eu havia feito antes. O diálogo final entre Amy e Frank foi belíssimo, com ambos em perfeita cumplicidade em prol de superar o sistema, o amor em seu ápice, por que de fato desde que eles se conheceram o sistema tentou separá-los e o legal é que eles se dão conta disso de uma forma muito natural e completamente decididos em prol de um sentimento mútuo, de um doar-se e desvincular-se de si mesmo em prol do outro, do significado construído, do amor em forma de magia. . Hang the DJ é meu episódio favorito de Black Mirror e é sem dúvidas um dos episódios mais espetaculares de series que eu já vi. E pra mim, a mensagem principal é: “O amor transcende àquilo que é sistemático, embora um sistema preciso possa tendenciar a ocasião de um amor genuíno.” A vida é feita de momentos, e se puder haver desígnio e criatividade juntos, o momento, ainda que momentâneo, instantâneo e imediato, se torna espiritualmente eterno. .
Para além das lutas, eu acredito que esse filme nos ensina o valor da disciplina e da honra, tendo em vista a relação do Dux com seu Shidoshi. Por esses valores, Frank consegue romper barreiras e triunfar diante de um torneio mortal, uma verdadeira metáfora do que é a vida e do quanto precisamos nos superar para lidar com as adversidades mais nefastas que se apresentam cotidianamente. Um clássico em todos os sentidos.
Primeiro, o CGI fraco. Se você ver o cachorro e o Boss final você constata nitidamente o quanto aquilo ficou pavoroso. Mas isso não me afetou tanto, porque na verdade contribuiu com a nostalgia, visto que o CGI acabou ficando similar aos gráficos antigos dos primeiros jogos e por isso não me incomodou. . Depois vem a retratação da cidade de Raccon City. Nos jogos a cidade é reconhecidamente grande, fruto do progresso a partir dos investimentos e do dinheiro oriundo da corporação Umbrella e seus questionáveis experimentos. Mas nesse filme, a cidade parecia um bairro, e se teve uns 10 zumbis no filme foi muito. Ruim? Sim... é verdade, mas eu preferi focar no que foi acertado, como a delegacia de polícia e a mansão Spencer, que ficaram fiéis aos jogos e me passaram uma boa sensação. . E por fim, os personagens. Descaracterizados, tanto em etnia quanto em personalidade. Leon virou um banana, e a Jill virou uma ‘abobada’ diante de uma paixonite por Albert Wesker, que embora tenha se mantido como aquele que trai, mostrou uma “consciência” inexistente no personagem nos games. E eu nem vou nem vou falar dos irmãos Redfield. Mas eu tentei me desprender da personalidade dos personagens e compreender aquilo como se fosse algo novo, como se fossem personagens diferentes dos jogos que só tinham relação com eles por causa do nome, e se você consegue fazer esse exercício as atitudes dos personagens tornam-se mais toleráveis e você consegue desfrutar do filme – com exceção daquela cena do caminhão que o Leon tá ouvindo uma música e não ‘percebe’ o barulho de um caminhão tombando, ali foi de fato bizarro.
. Acho que faltou um roteiro bom, faltou dar mais humanidade aos personagens, que ficaram um tanto frios nas atuações. Dessa forma, tudo fica objetificado, engessado e não flui, porque Resident Evil para além das referências, também é horror, são pessoas lutando por sobreviver, por transformar o caos vivido em esperança de sobreviver ao mundo, mundo este que incita morte o tempo inteiro, e esse aspecto se perde nesse filme. Mas apesar disso, gostei das referências, gostei dos detalhes das roupas, me senti empolgado com a sensação de estar vendo um filme que mesmo com as falhas supracitadas se propôs a tentar ser mais fiel aos jogos, e a cena pós créditos me deu até um arrepio. É... eu gostei de um filme catastrófico. Kkk.
Acho que o filme retrata bem o que significa ter uma crise de pânico, os pensamentos recorrentes e maçantes oriundos de uma ansiedade exacerbada, e o sentimento insuportável de tentar ser natural em situações onde a personagem não pode ficar à vontade.
é como uma monte de bolinhas de gude que se espalham e você perde o controle, tendo que tentar recolher cada uma delas enquanto precisa lidar com os desafios e decisões que a vida lhe implica
Percebi uma certa banalização dos tratamentos psicológicos. A Dani busca diversas formas de se cuidar, desde médicos até terapeutas comportamentais, se enviesando por tratamentos holísticos e mesmo, e a forma como ela não se adapta a esses tratamentos diz muito mais sobre ela do que os tratamentos em si, o que no filme fica um tanto confuso. O que quero dizer é que Independentemente da abordagem ou do método, ou mesmo do arcabouço teórico que um terapeuta trás na bagagem, a cientificidade e o grau de eficácia garantem a uma determinada terapia sua eficiência, e muitos dos tratamentos mostrados de forma insuficiente no filme poderiam ajudar a paciente de muitas formas, tendo ela, é claro, se engajado e conseguido vivenciar todo o processo de forma autentica e verdadeira. Acontece que a busca da paciente era impessoal, fria, um meio para o fim, a busca de uma cura e não de um novo significado pelo qual viver a vida sob nova perspectiva. Assim, qualquer tratamento será infrutífero. Só que a paciente acabou se encontrando em algum momento e virando a chave. Vejam, a mesma terapia de constelações familiares que a paciente não se adaptou a princípio, acabou sendo o caminho que ela achou para falar sobre e com a mãe, de colocar pra fora tudo aquilo que ela andou guardando por muito tempo.
Quanto aos remédios, o filme retratou bem a sensação que eles podem trazer, bem como a dependência e os efeitos colaterais que podem acontecer, variando de pessoa pra pessoa. De que adianta se sentir em paz, como se alguém tivesse tomado o rumo de nossa vida através do comprimido, se no final das contas você perde sua autenticidade e sua capacidade de gerir a própria vida? Ainda que o filme retrate isso bem, eu vejo que o processo de desmame dos remédios, bem como a posterior superação das sensações que eles trazem foram muito simplistas e eu também acho que a maioria não consegue deixar os remédios só pela força da decisão e da vontade, pois está implícito na maioria das vezes um apego a artificialidade e as sensações produzidas.
E por fim, achei a trama intrigante. A volta dela pro Gilberto até faz sentido, já que os dois tem os seus respectivos sintomas em comum, mas eu não consigo engolir ela se vincular novamente a ele depois do que ela viveu junto a seu afastamento com tanta facilidade. A dificuldade de Dani em socializar e assim se mostrar sempre como uma figura, se sacrificando para entreter os outros, também foi bem específico e mostra mais um ponto importante na vida de quem tem crises de ansiedade que é a dificuldade de se adaptar à vida, onde ela acaba sempre presa em seu próprio redemoinho de pensamentos sem conseguir se incorporar a demanda do outro. Achei engraçado também o Dr. Guido cismar com desmaio sendo que a Dani falava a todo momento no consultório que não desmaiava... uma expressão de como muitos profissionais de saúde não escutam o paciente, e se fixam em ideias preconcebidas e diagnósticos corriqueiros para medicalizar a vida.
Soul é uma obra prima da Pixar. É um filme que traz diferentes discussões e questionamentos acerca da vida, e de como vive-la plenamente para além daquilo que é conveniente, aparente, numa perspectiva lúdica que aborda nossa consciência e nosso estado de fluxo em uma atividade prazerosa como uma ponte entre consciência e espirito. Acho que esse filme retrata bem três coisas: o viver plenamente (Jazzing); missão e propósito; e o estado de fluxo (a viagem – the zone).
Jazzing. Essa era a missão da personagem 22, era nisso que ela era boa, e ela só conseguiu perceber isso na prática, na capacidade de transcender, de se doar, de estabelecer vínculos sociais que no pré-vida, em uma existência hipotética entre a vida e a morte, ela não era capaz de conceber, e por isso ela durante o inicio do filme era uma pessoa impessoal, incomodativa e desinteressada da vida. O ímpeto de Joe em voltar a sua vida mesmo estando teoricamente ‘ferrado’ - na visão da 22 - foi o que fez ela ter o interesse de ajudar e descobrir um pouco mais sobre aquele mundo para além do que ela conhecia, e por isso, no final das contas, o Joe acabou sendo o mentor ideal para ela. E o jazzing nada mais é do que a espontaneidade, a criatividade, a busca transformadora de viver a vida com plenitude, se doando, dando-se de si em prol do outro sem tornar esse vínculo uma dependência, onde vigora a reciprocidade e a mutualidade.
Depois vem a diferenciação entre propósito e missão. Acho que a figura do Dez, na barbearia exemplifica bem essa diferença. É nítido que seu propósito de vida se estabeleceu em ajudas os outros, em trazer algo de positivo e até mesmo mudar suas vidas, salvando-as por assim dizer. Ele tinha o sonho de ser veterinário, mas, por conta do adoecimento de sua filha, acabou tendo que optar por ser barbeiro, já que este emprego tinha menos complicadores e poderia ser executado sem ter um diploma. E apesar de não seguir seu sonho, Dez se realizou no seu trabalho, pois aquilo por si era uma missão, algo que ele fazia que de alguma forma o fizesse se conectar com seu propósito de vida. Assim percebesse que a missão é uma via, um caminho pelo qual o individuo busca se conectar com seu propósito maior, que não necessariamente precisa ser algo grandioso, pois nem todos conseguirão fazer algo considerado grandioso pela sociedade, mas que seja algo significativo na vida de alguém, que seja algo retroativo, que represente a busca pelo outro, que tem como efeito colateral o próprio bem estar. Quando Joe consegue finalmente tocar no grupo com Dorothea Williams, ele não se realiza, se pergunta sobre o que vem depois, e isso retrata como ele estava desconectado de um propósito, como a busca por si só era o que o movia, sem conseguir assim valorar as relações, assim como fez a 22 no corpo dele, modificando e enriquecendo a relação dele com a mãe, com o barbeiro, e até mesmo consigo mesmo.
E por fim, mas não menos importante, vem a zona, aquele lugar onde as pessoas que ficam fissuradas, ou melhor, conectadas a uma atividade de tal forma que suas consciências são suplantadas e seus pensamentos e problemas são, naquele momento, esquecidos, transcendem o lógico e o real e entram na dimensão do que é noético, do que aponta para o espiritual. É similar ao estado de fluxo descrito pelo psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi. O filme mostra como é perigoso tornar-se obsessivo em algo, e de maneira bem ilustrativa e caracterizada em personagens que são tomados por inspiração ou por obsessão, definem de modo bem didático a diferença entre estar perdido espiritualmente e estar plenamente em estado contemplativo com a vida, uma linha que, embora tênue, é decisiva pra se viver com plenitude. A 22 foi tomada pelo vazio e pelo nefasto ao acreditar que não era merecedora de viver, de ter um propósito, que era um peso e um fardo que apenas copiou Joe... mas quando e 22 percebeu o Jazzing, renasceu antes de nascer, e pôde sair da estagnação do pré-vida para finalmente viver.
É um filme fantástico e que permite reflexões para inspirar a vida. Filme para toda a família
Eu estava com expectativas meio altas achando que o filme lidaria com a questão da depressão de Charlie de um modo mais profundo. Porém, acredito que tais questões foram tratadas de modo mais superficial, em detrimento de uma narrativa que se preocupa muito mais em evidenciar as relações nas quais Charlie se envolve do que propriamente nas suas problemáticas.
Ainda assim, Achei esse um bom filme que cumpre seu papel. Ele é sim tocante em muitos momentos. De fato, construir vínculos sólidos e desenvolver relações de amizades seguras são elementos protetores contra a depressão e seus desencadeantes. A rede de apoio que Charlie conseguiu construir o fez sair da bolha que este havia criado e, assim sendo, ele conseguiu suportar as dores e traumas pelos quais passou, ainda que tenha tido algumas recaídas como...
Achei um filme muito parado, com personagens pouco expressivos, em uma trama que se desenrola lenta o monotonamente.
Mas, há coisa a de que tirar proveito. Meu destaque vai para a fotografia do filme, que é excelente, e também a nova perspectiva que pude apreender do longa, uma cultura que tem suas características diferentes mas que, no final das contas, consegue abordar o âmago de como pode ser difícil o processo de mudança, ainda mais para uma criança.
A Nostalgia no seu máximo. Foi legal ver o desenvolvimento do personagem Johnny Lawrence para além de seu status de antagonista, mostrando uma rivalidade com Larusso que não se restringe a estereótipos, culminando em uma história bem amarrada, com seus ápices nas cenas de treinamento e nas lutas do torneio.
Um pouco forçado o filho do Lawrence, que queria se vingar do pai, se tornar pupilo do Larusso? Sim, certeza. Mas foi cativante ver a transformação do personagem de rebelde a indivíduo que luta com nobreza e integridade, diante da ideia de equilíbrio e balanço do Miyagi Do
Estranho ver o Miguel se tornar insensível e inflexível, principalmente com relação à Samantha. Mas, se parar pra pensar, ele acabou se tornando um reflexo daquilo que lhe foi ensinado. O Cobra Kai na sua filosofia te torna forte, sem duvidas, mas também te torna bruto, bravo, sem empatia e tranquilidade para lidar com os problemas.
Lawrence não é o vilão da história, até porque como eu supracitei a série demonstra que não há vilões ou heróis, mas sem duvidas é aquele com os princípios mais deturpados da rivalidade Johnny/Daniel San.
Climão de fim de festa + economia de maquiagem = Filme decepcionante.
Não é uma completa porcaria, mas está longe de ser dos melhores filmes desse universo. X-men fênix negra falha como ato final de uma franquia de quase 20 anos, e entrega um filme que dá a impressão de ser preguiçoso, corrido, e que apesar de ter algumas boas cenas de ação, peca demais com uma sucessão de fracassos no enredo.
Alguns pontos: 1) Onde estava a tradicional intro dos filmes? Porque não a usaram? Isso me desapontou logo de cara.
2) Porque a mistica (que maquiagem heim?) e o Fera ficavam mudando de forma o tempo inteiro? Estavam economizando verba? Será que estavam prevendo o fracasso?
3) Eu achei que aproveitaram muito mal os poderes da fênix. Ora ela se descontrolava e até matava acidentalmente, ora ela voltava a si e buscava ajuda. Achei incoerente.
4) Lesionaram o Mercúrio no início e mataram a mística. Sei dos problemas da atriz com a personagem mas achei muito forçado e pouco marcante para a trama. Já o Mercúrio foi só mal aproveitado mesmo.
5) James McAvoy e Michael Fassbender meio que deram uma salvada desse filme ser uma porcaria completa. Excelentes atuações. Foi legal ver um Professor X mais inseguro e reconhecendo os seus erros com a Jean e também achei o Magneto bem aproveitado, embora tenha entrado muito tardiamente na história. Grandes atuações.
Ótimo filme. O enredo ficou coerente e a interação entre passado/presente (Creed vs Drago) foi aceitável. Creed II traz os eventos de Rocky IV a tona de uma forma que fez sentido a trama, contando com as ótimas atuações de Micheal e de Stallone.
A cena que mais me chamou a atenção foi a ida de Drago até o restaurante do Rocky, e o diálogo que veio a seguir. Essa parte, pra quem é fã da Franquia Rocky, foi de arrepiar. A derrocada do Ivan Drago pós luta fez sentido e foi pertinente para a trama e a reação de Rocky foi adequada.
As tramas paralelas também foram importantes, desde Bianca e o bebê que poderia nascer surdo até a dificuldade de Rocky em ligar pro seu filho. Gostei bastante disso.
E o que não poderia faltar, tocar sutilmente Gonna Fly Now e Going to Distance na cena final de luta no ring. Clichê mas ao mesmo tempo clássico. Adorei.
Só achei que faltou desenvolver um pouco mais a história, principalmente no que se refere à relação do Ivan com o filho e também sobre a separação dele e de sua esposa. Também senti que o filme foi travado demais, e também achei meio forçado o frio Ivan Drago jogando a toalha no final.
(E coitado do Viktor Drago heim? Abandonado pela mãe, ficou sem o título e ainda perdeu em casa, kkk).
Eu vi a alegria chorar. E daí eu compreendi algo que eu já sabia: Vivenciar as emoções é importante, se permitir é fundamental. É preciso chorar quando for necessário, e também sorrir quando der na telha... Simplesmente aceitar o aqui-e-agora, e até mesmo dar vazão ao medo e a raiva, sempre ressignificando.
É o melhor filme de animação que já vi. E não há nenhuma incoerência com relação aos procedimentos de armazenar e apagar informações na memória e tampouco sobre como as emoções são processadas... É um filme lúdico que respeita os processos psicológicos e os elude, abordando-os de forma magnífica.
E ainda, é um tributo à vida contemplativa em detrimento da vida ativa. Fala sobre vivenciar as emoções e retrata a importância de cada uma, inclusive da tristeza. A vida é feita de momentos... felizes, tristes, assustadores, cheios de cólera, angustia, nojo... mas são momentos e, nestes, todas as emoções devem ser respeitadas e de forma alguma reprimidas. Não é possível ser ativo e feliz o tempo inteiro e, esse filme, traz sutilmente essa questão de forma magistral
O enredo bem construído em cima da ingenuidade do personagem Rocky faz esse filme funcionar. Os eventos após a luta, com a tentativa de fazer comerciais, demonstram a vulnerabilidade de Rocky frente aos acontecimentos e tudo se encaixa de maneira adequada.
O casamento com Adrian, mais uma vez seu alicerce pros momentos difíceis, foi uma cena linda do filme, e mais lindo ainda foi ver Rocky carregando sua amada pelas ruas da Filadélfia.
O breve bom momento, e depois a derrocada com a falta de dinheiro, culminando no adoecimento de Adrian, seguiram uma sequência muito bem feita que te faz mergulhar na história perante o apelo emocional envolvido.
E também, quando Adrian acorda do Coma e diz a Rocky: "Win", é de arrepiar. Sem falar nas cenas de de treinamento e nas cenas de lutas finais, que na minha opinião foram, tendo em vista o que se podia fazer à época, impecáveis. O filme funcionou plenamente.
Rocky II é marcante ao demonstrar que existem certas pessoas que merecem uma segunda chance. E que mesmo quando as coisas parecem perdidas, sempre há um caminho para a felicidade.
O que foi aquela batalha final meus amigos? O Capitão América com o martelo do Thor indo pra cima do Thanos? Insanamente épico!
E quem diria que um rato tiraria o Homem-Formiga do mundo quântico?
Eu acho difícil um filme que traz a temática de viagem no tempo não ter seus furos, como por exemplo, aquela aparição do Steve Rogers velho, algo que não fez muito sentido pra mim, apesar de entender o contexto e tudo mais. Até por conta desses detalhe não dei 5 estrelas.
Porém, o chamado fã-service e a qualidade do filme foram impecáveis. Professor Hulk; Valquírias; Capitão versus Capitão; Capitão enganando a Hidra... são tantos elementos interessantes que não ficou uma coisa massante, tirando é claro o inicio um pouco lento.
O Filme fecha bem esse ciclo da Franquia e é tão bom quanto Guerra Infinita.
Shun de Andrômeda foi possuído por Hades! Justo meu cavaleiro favorito! haha. Achei surpreendente e fiquei torcendo pro Shun lutar contra aquilo. Foi realmente emocionante ver as armaduras divinas na saga Elíseos e o final, embora tenha sido breve e um tanto quanto inconclusivo, ainda assim foi belo e cheio de poesia.
Os humanos erram, falham, são imperfeitos. Isso nos define e nos une; porém acima de tudo, nossa unicidade vai para além... para além daquilo que amamos genuinamente. Viva as palavras da deusa Atena!
Acho que o filme retrata bem a perspectiva de uma adolescente que tem dificuldade em se adaptar às demandas específicas de tal idade. A Kayla é um personagem ingênuo, doce, que quer se enturmar, e que se submete ao que a sociedade lhe impõe para tentar viver plenamente.
Você tem no filme a dificuldade dela em se comunicar com o pai durante o filme (até a cena da fogueira), a falta de amigos e a tentativa dela de agradar para fazer amizades (carta), sendo absolutamente complacente, e também, a vontade que ela demonstra em se relacionar com os garotos, indo atrás dos mais idiotas embora chamativos. São todas situações que uma pessoa deslocada acaba passando na busca de si mesma, e no filme, ela consegue ir além daquilo que a angustiava.
Me parece ser um filme que passa a mensagem do quanto é difícil atravessar essa fase sem se perder no caminho, e o quanto a sociedade superficial pode afastar você de si mesmo. Ninguém precisa deixar de ser o que é para ser feliz, mas numa sociedade de aparências, os mais esquisitos acabam sofrendo.
O Ichida é o retrato da superficialidade, da impessoalidade e da crueldade no início. Imaturo e rebelde, ele é o bobo da corte da sala que não hesita em fazer bullying com a nova garota que é "diferente" e que modifica a estrutura social daquele ambiente.
Esse mesmo Ichida vai de predador à presa quando a mãe da Nishimuya descobre o Bullying. Então ele se isola, se retrai, nega a própria vida e busca uma redenção final egoísta até o pensamento de morte.
E então, o Ichida encontra na amizade genuína, no enxergar o outro, a forma de fazer a luz crescer dentro de si mesmo. Um sentido pelo qual viver
Sendo três faces de uma mesma pessoa, Ichida representa a valorização do humano perante a dor e sua própria maldade; a possibilidade de transcender a si mesmo, e de transformar tragédias em triunfos. A Nishimuya não merecia sofrer bullying, ninguém merece sofrer, todavia, eu acho que a mensagem principal do filme é: sempre há tempo para mudar, e se há sentido no sofrimento corajosamente sofrido, é a mudança que ele pode provocar.
Eu acredito que esse filme traz muitas discussões pertinentes, principalmente no que se refere à abuso e dominação de poder e consciência e alienação, pontos-chave que tornam esse filme um clássico brasileiro. De um lado havia os desmandos da classe média para com seus empregados, e do outro estava Val, alienada de sua condição e absolutamente complacente com seus patrões, além de conformada com sua vida.
ja que sua chegada para fazer o vestibular na capital acabou tornando evidente o preconceito velado da família para com Val, transcendo a hipocrisia. Val "era como se fosse da família" só enquanto fosse conveniente, enquanto ela estivesse lá no seu quartinho, separada, servindo os patrões
Jéssica expôs a fragilidade das relações entre os componentes daquela família, em especial de Bárbara e Fabinho, e ainda tirou Val da sua condição cristalizada de subserviente, mostrando a esta outras perspectivas, o que culminou no seu pedido de demissão, e naquela linda cena da piscina
A atuação da Regina Casé deve ter sido sua melhor atuação seja em novela ou cinema, e embora esse filme tenha suas pequenas falhas de sequência e roteiro, traz mensagens e reflexões muito urgentes.
"Pra transmitir felicidade é preciso estar feliz; e para transmitir dor, é preciso estar feliz"
Esse filme demonstra o poder do otimismo frente às adversidades da vida. É poesia pura, sendo esta expressa em cada passagem e em cada fala do personagem De Giovanni, desde seu modo ingênuo de ver a vida até sua luta inabalável pelo amor de sua vida, mesmo em Bagdá. É um dos melhores filmes que já vi, principalmente porque sua doçura me prendeu de tal forma, que o filme tornou-se uma linda sinfonia que transborda e evidência luz em meio ao caos.
E você pode pensar que o filme é um hino de acontecimento bons. Mas não. Há o caos, o terror, a guerra, até mesmo o suicídio, mas tudo isso sob a ótica de um personagem que paga um tributo à sua vida, que auto-transcende sua existência e que consegue dar um sentido ótimo a vida em meio ao caos, transformando tragédia em triunfo.
Algumas partes do filme foram encantadoras: O Tigre que aparece na neve pra Vittoria; os Passarinhos que "cantam e voam" e que pousaram no ombro de Vittória assim como o fizeram na infância do De Giovanni... me deixaram sublime vendo o filme.
O humor sutil e cotidiano foi épico. Ele esquecendo sempre onde estacionava o carro, mesmo nos sonhos, foi hilário. Aliás os sonhos do Attílio foram muito engraçados, principalmente por causa do modo que ele ia vestido pro casamento! kkk
Amei a trilha sonora e os cenários na Itália, simplesmente formidáveis.
O que eu vi nesse filme foi um retrato exacerbado e catártico do quanto a sociedade é impessoal e adoecedora, de modo a predispôr os sujeitos a seguirem regras e negarem sua própria humanidade. No filme você vê escrachadamente o que na nossa sociedade é velado. A imposição do casamento baseado em aparências, na qual o sujeito muitas vezes abdica de outras coisas para seguir tal imposição; o constante fingimento que as pessoas tem em sua conduta para seguir e serem aceitas à determinados grupos, abdicando de sua autonomia quase sempre; e também a total impessoalidade e falta de empatia de indivíduos cheios de sentimentos, tentando agir de modo robotizado buscando desesperadamente uma felicidade que nunca vão atingir.
Mesmo os solitários estavam em grupo. Mas nem os casais nem os solitários tinham espontaneidade, ou qualquer vestígio de criatividade. Apenas queriam viver dentro dos padrões, e isso, de modo genuíno, é impossível porque a vivência e a consequente felicidade devem vir de algo oriundo do seu próprio ser, independentemente daquilo que está posto ou da regras que estão estabelecidas.
Quando o grupo dos solitários, na invasão, mostrou aos casais o quanto suas vidas eram baseadas em mentiras, eu percebi que mesmo os solitários também viviam na ilusão de que se pode viver por si mesmo, de que a existência se refere ao seu bem estar e sobrevivência e não ao amor ao outro.
Não gostei da trilha sonora. Eram musicas enfadonhas e se repetiam muitas vezes.
Também achei as cenas com sangue e as cenas eróticas excessivas e pouco relevantes.
Comédia Romântica besteirol mais legal que eu já vi.
Tudo bem, existem os clichês, e é bem escrachado quanto aos esteriótipos. Porém indo além, o filme não se resume a isso e não se prende a uma prerrogativa machista, o que seria um risco dentro da proposta do filme.
Pelo contrário, a ênfase do filme está em mostrar, de uma maneira fofa, que quando duas pessoas se gostam, mesmo sendo bem diferentes, ambas tornam-se o "10" uma da outra. E mostra também que para além da aparência há uma série de outros aspectos que reforçam o amor, algo evidenciado nos diálogos em que o casal está junto.
No meu ponto de vista, a Química dos personagens foi ótima, e os coadjuvantes cumpriram muito bem seus papéis.
O filme também é muito engraçado, com destaque para a cena em que...
...o Kirk conta pra Molly que ejaculou nas calças lá no apartamento dela... e também a do avião, em que o Kirk desabafa e xinga a família toda e depois de uma saída triunfal é obrigado a ficar no avião.. kkkkk
Eu me permiti não fazer uma crítica técnica a respeito do quão profundo o filme foi, ou quão bem executada a ideia que ele propõe foi colocada em evidência para quem assiste, porque julguei que a temática por si só é de suma importância e suplanta esses aspectos.
Assim sendo, ao ver no filme o retrato de um mundo invertido, pude sentir por alguns instantes o quanto as mulheres sofrem em nossa sociedade, somente por serem mulheres.
É daqueles filmes que deve ser visto em algum momento da vida, porque bom ou ruim, ele provoca e incomoda, e nos permite uma perspectiva a mais para ver como a configuração da sociedade entre gêneros é tão injusta.
Eu gostei do ritmo lento do filme, e também da mensagem final. Ele traz reflexões sobre como pode ser nocivo viver a vida se pautando na necessidade e no apego, de modo a demonstrar que é preciso quebrar certas barreiras e ir além do medo para conquistar a felicidade genuína. A busca do protagonista por Ana parece baseada demasiadamente no seu delírio, como se fora algo utópico, algo que o faz vislumbrar além daquilo que ele não pode ultrapassar. Ana era apenas sua motivação diante de uma resignação catastrófica sob sua condição de vida, quando devia na verdade ser um amor resplandecente cheio de empatia. Ela era o objeto de seu prazer de escape da realidade, não um outro ser humano. Em determinado momento, não mais lhe importava que ela roubava livros ou quem ela era ou o que pensava, só que ela estivesse ali, encantadoramente para ele, cálida, suave e complacente... o que o levava a fazer qualquer coisa por ela.
Por isso mesmo, a cena final, com Ana partindo e com o prólogo que relata os defeitos dele, demonstra o quanto não é saudável viver assim, o quanto viver assim está fadado ao fracasso. O amor precisa ser mútuo, honesto, com encontros genuínos baseados na unicidade de cada um, e não ser usado como mecanismo de refúgio. Isso não é amar. Ana não foi embora por excesso de amor mas, sim, por falta dele.
Acho que considerando tudo isso, dá pra dizer que foi um filme bom de se ver, proveitoso, valendo a pena. Porém, alguns péssimas tomadas de câmera, o clima demasiadamente gélido, e as atuações bem questionáveis me impedem de dar cinco estrelas.
Black Mirror (4ª Temporada)
3.8 1,3K Assista AgoraHang the DJ – O espetacular episódio de Black Mirror
A força do amor genuíno quebra qualquer sistema
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Já assisti Hang the DJ algumas vezes. Me lembro que a sensação que tive da primeira a última vez foi a mesma. Espetacular. Inspiradora. Na época que eu vi pela primeira vez eu fiz o questionamento: Será que poderá existir um sistema que de fato, através de informações coletadas durante diversos processos de relacionamentos em um âmbito controlado poderia encontrar um par ideal, infalível? Seria então o amor um processo apreendido, apenas uma palavra que designa uma conexão profunda entre pessoas? Sim e não foram respectivamente as minhas respostas, depois de um tempo contemplando a obra prima que este episódio representa.
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Em seguida, optei por conversar com uma amiga sobre o episódio, trazendo essas questões. Me lembro que ela disse uma coisa que faz todo sentido: Porque uma pessoa precisa passar necessariamente por experiências ruins e difíceis para encontrar a felicidade e o amor? Refleti sobre isso. Alegria não pressupõe algum sofrimento prévio, e isso é fato. Mas o sistema em Hang the DJ faz isso. Vai refinando a relação de Frank e Amy com essa premissa. No início, no encontro deles prévio, é nítido que eles se sentem confortáveis, plenos, seguros, como se aquela interação entre eles fosse durar pra sempre. Mas era só por 12 horas, e assim sendo, logo em seguida, o sistema os designou para outros relacionamentos longos onde imperam, do lado de Frank, o desprezo e o nojo, e do lado da Amy, a monotonia e a indiferença. E depois de 1 ano (e um encontro ocasional entre Amy e Frank), eles voltaram a ser pareados pelo sistema.
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Na primeira vez que vi eu não liguei os pontos, mas depois de ter visto todo o episódio eu me dei conta de que a única coisa que o aplicativo está fazendo é testá-los, confrontá-los, colocando em prova o sentimento de um pelo outro colocando entraves e dificuldades em contraposição a um suposto sistema infalível. Então percebi que não é que o sistema pressuponha que eles precisam ter mais experiências ruins para que assim possam valorizar com mais propriedade as experiências boas que tiveram e assim refinar o relacionamento, ele apenas coloca o amor em prova o tempo todo para que tanto Frank quanto Amy tomem uma decisão em relação ao próprio sistema. Dessa forma, o objetivo do sistema é saber se o amor construído lá naquelas 12 pequenas horas é tamanho que possa superar as inflexíveis regras de um sistema, de modo a sobrepujá-lo. E bom, quando o amor genuíno acontece, não há sistema que o limite. Porém essa é a premissa fundamental do sistema! A rebelião contra ele é sinônimo de sucesso e a obediência a ele sinônimo de fracasso, o que reforça minha ideia de que um sistema bem delimitado e dentro de certos parâmetros pode ao menos contribuir para que se encontrar um par ideal.
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Então percebi que não é que o amor possa ser delimitado, quantificado, ou que se trate de uma simples conexão vívida entre duas pessoas, como uma interpretação de um resultado de reações químicas cerebrais vinculadas ao desejo, ou mesmo como o resultado de uma sublimação. Ainda acredito que o amor é a maior forma de transcendência que existe, a maior expressão de um encontro genuíno, a forma ímpar de encontrar a unicidade do outro e assim fazê-lo de maneira a multiplicar a alegria, no caso do amor apaixonado, pluralmente. E nenhum sistema no mundo poderia delimitá-lo, expressá-lo de forma plena. Porém, Hang the DJ demonstra que é possível aproximar duas pessoas por suas características idiossincráticas específicas, e que através delas torna-se maior a probabilidade de que aquelas pessoas que tem afinidades desenvolvam esse amor, o que em parte nos mostra que o amor, ainda que não possa ser medido em dimensões fundamentalmente humanas por objetos, algo que significaria objetiva-lo e reduzi-lo a uma mera coisa, ainda pode ser tendenciado pelas mais diversas formas de expressão humanas desenvolvidas, dentre elas aquelas que se baseiam na refinada precisão matemática de um app.
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No campo da hipótese, acredito que o sistema não os juntou tão aleatoriamente como Amy sugeriu, e também certamente ele não os venceu pelo cansaço. Tampouco parece ser um sistema refinado e ultra técnico que fez comparativos entre comportamentos, pensamentos e reações, para determinar quem combina com quem, como sugeriu Frank. Parece mais ser um programa, intuitivo e simples, que de maneira precisa compreende as relações humanas e suas configurações e a partir delas coloca um sentimento genuíno demonstrado em xeque através de uma capacidade unicamente humana: tomar uma decisão frente àquilo que nos limita, nesse caso, o aparente inflexível sistema. Frank e Amy tinham leveza e bom humor entre ambos, e se relacionavam de uma forma que provavelmente o sistema identificou como algo parecido com compatibilidade, testando isso durante todo o episódio através da separação, das experiências.
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É provável que a curiosidade de Frank em saber o tempo de duração tenha sido programada, levada em conta, afinal, a curiosidade é uma prerrogativa humana, e o sistema pode ter identificado de alguma forma que nas características de personalidade de Frank, apresentava-se uma característica curiosa que eminentemente o faria quebrar o pacto que eles (Frank e Amy) fizeram de não olhar o tempo, e assim, mais uma vez, os colocariam em teste.
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Só que durante o episódio, eu fiquei com uma coisa na cabeça. As reações dos outros eram sempre robóticas, e eles também não faziam outra coisa a não ser interagir naquele sistema. Então quando veio a cena que a Amy joga o “Coach” fora e diz pra ele contar até quatro, eu percebi que quando ela jogava as pedras no lago, sempre batia quatro vezes antes de afundar, e daí veio o estalo: Isso é um programa! Os próprios Amy e Frank eram parte do sistema, uma das 1000 consciências que eram testadas, apenas 1% de um App! Adorei o plot twist, e então percebi que tudo fazia sentido. O App. Testava as consciências de cada um, e assim determinava se o par era mesmo ideal. Com isso a questão do tempo perdido em relacionamentos se dissipou, já que não eram as duas pessoas em si, mas suas consciências que foram de alguma forma copiadas. Deu um nó na minha cabeça, achei fantástico e reforçou todas as considerações que eu havia feito antes. O diálogo final entre Amy e Frank foi belíssimo, com ambos em perfeita cumplicidade em prol de superar o sistema, o amor em seu ápice, por que de fato desde que eles se conheceram o sistema tentou separá-los e o legal é que eles se dão conta disso de uma forma muito natural e completamente decididos em prol de um sentimento mútuo, de um doar-se e desvincular-se de si mesmo em prol do outro, do significado construído, do amor em forma de magia.
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Hang the DJ é meu episódio favorito de Black Mirror e é sem dúvidas um dos episódios mais espetaculares de series que eu já vi. E pra mim, a mensagem principal é: “O amor transcende àquilo que é sistemático, embora um sistema preciso possa tendenciar a ocasião de um amor genuíno.” A vida é feita de momentos, e se puder haver desígnio e criatividade juntos, o momento, ainda que momentâneo, instantâneo e imediato, se torna espiritualmente eterno.
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O Grande Dragão Branco
3.4 621 Assista AgoraPara além das lutas, eu acredito que esse filme nos ensina o valor da disciplina e da honra, tendo em vista a relação do Dux com seu Shidoshi. Por esses valores, Frank consegue romper barreiras e triunfar diante de um torneio mortal, uma verdadeira metáfora do que é a vida e do quanto precisamos nos superar para lidar com as adversidades mais nefastas que se apresentam cotidianamente. Um clássico em todos os sentidos.
Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City
2.2 581Olha, eu curti o filme, pasmem. Mas eu tenho consciência de que, pra conseguir curtir esse filme, você precisa se abster de muitas coisas. São elas:
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Primeiro, o CGI fraco. Se você ver o cachorro e o Boss final você constata nitidamente o quanto aquilo ficou pavoroso. Mas isso não me afetou tanto, porque na verdade contribuiu com a nostalgia, visto que o CGI acabou ficando similar aos gráficos antigos dos primeiros jogos e por isso não me incomodou.
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Depois vem a retratação da cidade de Raccon City. Nos jogos a cidade é reconhecidamente grande, fruto do progresso a partir dos investimentos e do dinheiro oriundo da corporação Umbrella e seus questionáveis experimentos. Mas nesse filme, a cidade parecia um bairro, e se teve uns 10 zumbis no filme foi muito. Ruim? Sim... é verdade, mas eu preferi focar no que foi acertado, como a delegacia de polícia e a mansão Spencer, que ficaram fiéis aos jogos e me passaram uma boa sensação.
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E por fim, os personagens. Descaracterizados, tanto em etnia quanto em personalidade. Leon virou um banana, e a Jill virou uma ‘abobada’ diante de uma paixonite por Albert Wesker, que embora tenha se mantido como aquele que trai, mostrou uma “consciência” inexistente no personagem nos games. E eu nem vou nem vou falar dos irmãos Redfield. Mas eu tentei me desprender da personalidade dos personagens e compreender aquilo como se fosse algo novo, como se fossem personagens diferentes dos jogos que só tinham relação com eles por causa do nome, e se você consegue fazer esse exercício as atitudes dos personagens tornam-se mais toleráveis e você consegue desfrutar do filme – com exceção daquela cena do caminhão que o Leon tá ouvindo uma música e não ‘percebe’ o barulho de um caminhão tombando, ali foi de fato bizarro.
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Acho que faltou um roteiro bom, faltou dar mais humanidade aos personagens, que ficaram um tanto frios nas atuações. Dessa forma, tudo fica objetificado, engessado e não flui, porque Resident Evil para além das referências, também é horror, são pessoas lutando por sobreviver, por transformar o caos vivido em esperança de sobreviver ao mundo, mundo este que incita morte o tempo inteiro, e esse aspecto se perde nesse filme. Mas apesar disso, gostei das referências, gostei dos detalhes das roupas, me senti empolgado com a sensação de estar vendo um filme que mesmo com as falhas supracitadas se propôs a tentar ser mais fiel aos jogos, e a cena pós créditos me deu até um arrepio.
É... eu gostei de um filme catastrófico. Kkk.
Depois a Louca Sou Eu
3.4 138 Assista AgoraAcho que o filme retrata bem o que significa ter uma crise de pânico, os pensamentos recorrentes e maçantes oriundos de uma ansiedade exacerbada, e o sentimento insuportável de tentar ser natural em situações onde a personagem não pode ficar à vontade.
De fato, uma crise de ansiedade ou de pânico...
é como uma monte de bolinhas de gude que se espalham e você perde o controle, tendo que tentar recolher cada uma delas enquanto precisa lidar com os desafios e decisões que a vida lhe implica
Percebi uma certa banalização dos tratamentos psicológicos. A Dani busca diversas formas de se cuidar, desde médicos até terapeutas comportamentais, se enviesando por tratamentos holísticos e mesmo, e a forma como ela não se adapta a esses tratamentos diz muito mais sobre ela do que os tratamentos em si, o que no filme fica um tanto confuso. O que quero dizer é que Independentemente da abordagem ou do método, ou mesmo do arcabouço teórico que um terapeuta trás na bagagem, a cientificidade e o grau de eficácia garantem a uma determinada terapia sua eficiência, e muitos dos tratamentos mostrados de forma insuficiente no filme poderiam ajudar a paciente de muitas formas, tendo ela, é claro, se engajado e conseguido vivenciar todo o processo de forma autentica e verdadeira. Acontece que a busca da paciente era impessoal, fria, um meio para o fim, a busca de uma cura e não de um novo significado pelo qual viver a vida sob nova perspectiva. Assim, qualquer tratamento será infrutífero. Só que a paciente acabou se encontrando em algum momento e virando a chave. Vejam, a mesma terapia de constelações familiares que a paciente não se adaptou a princípio, acabou sendo o caminho que ela achou para falar sobre e com a mãe, de colocar pra fora tudo aquilo que ela andou guardando por muito tempo.
Quanto aos remédios, o filme retratou bem a sensação que eles podem trazer, bem como a dependência e os efeitos colaterais que podem acontecer, variando de pessoa pra pessoa. De que adianta se sentir em paz, como se alguém tivesse tomado o rumo de nossa vida através do comprimido, se no final das contas você perde sua autenticidade e sua capacidade de gerir a própria vida? Ainda que o filme retrate isso bem, eu vejo que o processo de desmame dos remédios, bem como a posterior superação das sensações que eles trazem foram muito simplistas e eu também acho que a maioria não consegue deixar os remédios só pela força da decisão e da vontade, pois está implícito na maioria das vezes um apego a artificialidade e as sensações produzidas.
E por fim, achei a trama intrigante. A volta dela pro Gilberto até faz sentido, já que os dois tem os seus respectivos sintomas em comum, mas eu não consigo engolir ela se vincular novamente a ele depois do que ela viveu junto a seu afastamento com tanta facilidade. A dificuldade de Dani em socializar e assim se mostrar sempre como uma figura, se sacrificando para entreter os outros, também foi bem específico e mostra mais um ponto importante na vida de quem tem crises de ansiedade que é a dificuldade de se adaptar à vida, onde ela acaba sempre presa em seu próprio redemoinho de pensamentos sem conseguir se incorporar a demanda do outro. Achei engraçado também o Dr. Guido cismar com desmaio sendo que a Dani falava a todo momento no consultório que não desmaiava... uma expressão de como muitos profissionais de saúde não escutam o paciente, e se fixam em ideias preconcebidas e diagnósticos corriqueiros para medicalizar a vida.
Soul
4.3 1,4KSoul é uma obra prima da Pixar. É um filme que traz diferentes discussões e questionamentos acerca da vida, e de como vive-la plenamente para além daquilo que é conveniente, aparente, numa perspectiva lúdica que aborda nossa consciência e nosso estado de fluxo em uma atividade prazerosa como uma ponte entre consciência e espirito. Acho que esse filme retrata bem três coisas: o viver plenamente (Jazzing); missão e propósito; e o estado de fluxo (a viagem – the zone).
Jazzing. Essa era a missão da personagem 22, era nisso que ela era boa, e ela só conseguiu perceber isso na prática, na capacidade de transcender, de se doar, de estabelecer vínculos sociais que no pré-vida, em uma existência hipotética entre a vida e a morte, ela não era capaz de conceber, e por isso ela durante o inicio do filme era uma pessoa impessoal, incomodativa e desinteressada da vida. O ímpeto de Joe em voltar a sua vida mesmo estando teoricamente ‘ferrado’ - na visão da 22 - foi o que fez ela ter o interesse de ajudar e descobrir um pouco mais sobre aquele mundo para além do que ela conhecia, e por isso, no final das contas, o Joe acabou sendo o mentor ideal para ela. E o jazzing nada mais é do que a espontaneidade, a criatividade, a busca transformadora de viver a vida com plenitude, se doando, dando-se de si em prol do outro sem tornar esse vínculo uma dependência, onde vigora a reciprocidade e a mutualidade.
Depois vem a diferenciação entre propósito e missão. Acho que a figura do Dez, na barbearia exemplifica bem essa diferença. É nítido que seu propósito de vida se estabeleceu em ajudas os outros, em trazer algo de positivo e até mesmo mudar suas vidas, salvando-as por assim dizer. Ele tinha o sonho de ser veterinário, mas, por conta do adoecimento de sua filha, acabou tendo que optar por ser barbeiro, já que este emprego tinha menos complicadores e poderia ser executado sem ter um diploma. E apesar de não seguir seu sonho, Dez se realizou no seu trabalho, pois aquilo por si era uma missão, algo que ele fazia que de alguma forma o fizesse se conectar com seu propósito de vida. Assim percebesse que a missão é uma via, um caminho pelo qual o individuo busca se conectar com seu propósito maior, que não necessariamente precisa ser algo grandioso, pois nem todos conseguirão fazer algo considerado grandioso pela sociedade, mas que seja algo significativo na vida de alguém, que seja algo retroativo, que represente a busca pelo outro, que tem como efeito colateral o próprio bem estar. Quando Joe consegue finalmente tocar no grupo com Dorothea Williams, ele não se realiza, se pergunta sobre o que vem depois, e isso retrata como ele estava desconectado de um propósito, como a busca por si só era o que o movia, sem conseguir assim valorar as relações, assim como fez a 22 no corpo dele, modificando e enriquecendo a relação dele com a mãe, com o barbeiro, e até mesmo consigo mesmo.
E por fim, mas não menos importante, vem a zona, aquele lugar onde as pessoas que ficam fissuradas, ou melhor, conectadas a uma atividade de tal forma que suas consciências são suplantadas e seus pensamentos e problemas são, naquele momento, esquecidos, transcendem o lógico e o real e entram na dimensão do que é noético, do que aponta para o espiritual. É similar ao estado de fluxo descrito pelo psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi. O filme mostra como é perigoso tornar-se obsessivo em algo, e de maneira bem ilustrativa e caracterizada em personagens que são tomados por inspiração ou por obsessão, definem de modo bem didático a diferença entre estar perdido espiritualmente e estar plenamente em estado contemplativo com a vida, uma linha que, embora tênue, é decisiva pra se viver com plenitude. A 22 foi tomada pelo vazio e pelo nefasto ao acreditar que não era merecedora de viver, de ter um propósito, que era um peso e um fardo que apenas copiou Joe... mas quando e 22 percebeu o Jazzing, renasceu antes de nascer, e pôde sair da estagnação do pré-vida para finalmente viver.
É um filme fantástico e que permite reflexões para inspirar a vida. Filme para toda a família
As Vantagens de Ser Invisível
4.2 6,9K Assista AgoraEu estava com expectativas meio altas achando que o filme lidaria com a questão da depressão de Charlie de um modo mais profundo. Porém, acredito que tais questões foram tratadas de modo mais superficial, em detrimento de uma narrativa que se preocupa muito mais em evidenciar as relações nas quais Charlie se envolve do que propriamente nas suas problemáticas.
Ainda assim, Achei esse um bom filme que cumpre seu papel. Ele é sim tocante em muitos momentos. De fato, construir vínculos sólidos e desenvolver relações de amizades seguras são elementos protetores contra a depressão e seus desencadeantes. A rede de apoio que Charlie conseguiu construir o fez sair da bolha que este havia criado e, assim sendo, ele conseguiu suportar as dores e traumas pelos quais passou, ainda que tenha tido algumas recaídas como...
quando Sam e Patrick vão pra faculdade e deixam Charlie sozinho, o que culmina em um ápice depressivo por parte deste.
Charlie encontrou sentido em sua vida através da amizade e do amor, e essa mensagem o filme passa com maestria
Killa
3.6 12Achei um filme muito parado, com personagens pouco expressivos, em uma trama que se desenrola lenta o monotonamente.
Mas, há coisa a de que tirar proveito. Meu destaque vai para a fotografia do filme, que é excelente, e também a nova perspectiva que pude apreender do longa, uma cultura que tem suas características diferentes mas que, no final das contas, consegue abordar o âmago de como pode ser difícil o processo de mudança, ainda mais para uma criança.
Cobra Kai (1ª Temporada)
4.3 467 Assista AgoraA Nostalgia no seu máximo. Foi legal ver o desenvolvimento do personagem Johnny Lawrence para além de seu status de antagonista, mostrando uma rivalidade com Larusso que não se restringe a estereótipos, culminando em uma história bem amarrada, com seus ápices nas cenas de treinamento e nas lutas do torneio.
Um pouco forçado o filho do Lawrence, que queria se vingar do pai, se tornar pupilo do Larusso? Sim, certeza. Mas foi cativante ver a transformação do personagem de rebelde a indivíduo que luta com nobreza e integridade, diante da ideia de equilíbrio e balanço do Miyagi Do
Estranho ver o Miguel se tornar insensível e inflexível, principalmente com relação à Samantha. Mas, se parar pra pensar, ele acabou se tornando um reflexo daquilo que lhe foi ensinado. O Cobra Kai na sua filosofia te torna forte, sem duvidas, mas também te torna bruto, bravo, sem empatia e tranquilidade para lidar com os problemas.
Lawrence não é o vilão da história, até porque como eu supracitei a série demonstra que não há vilões ou heróis, mas sem duvidas é aquele com os princípios mais deturpados da rivalidade Johnny/Daniel San.
Ansioso pra ver a temp. 2.
X-Men: Fênix Negra
2.6 1,1K Assista AgoraClimão de fim de festa + economia de maquiagem = Filme decepcionante.
Não é uma completa porcaria, mas está longe de ser dos melhores filmes desse universo. X-men fênix negra falha como ato final de uma franquia de quase 20 anos, e entrega um filme que dá a impressão de ser preguiçoso, corrido, e que apesar de ter algumas boas cenas de ação, peca demais com uma sucessão de fracassos no enredo.
Alguns pontos:
1) Onde estava a tradicional intro dos filmes? Porque não a usaram? Isso me desapontou logo de cara.
2) Porque a mistica (que maquiagem heim?) e o Fera ficavam mudando de forma o tempo inteiro? Estavam economizando verba? Será que estavam prevendo o fracasso?
3) Eu achei que aproveitaram muito mal os poderes da fênix. Ora ela se descontrolava e até matava acidentalmente, ora ela voltava a si e buscava ajuda. Achei incoerente.
4) Lesionaram o Mercúrio no início e mataram a mística. Sei dos problemas da atriz com a personagem mas achei muito forçado e pouco marcante para a trama. Já o Mercúrio foi só mal aproveitado mesmo.
5) James McAvoy e Michael Fassbender meio que deram uma salvada desse filme ser uma porcaria completa. Excelentes atuações. Foi legal ver um Professor X mais inseguro e reconhecendo os seus erros com a Jean e também achei o Magneto bem aproveitado, embora tenha entrado muito tardiamente na história. Grandes atuações.
Creed II
3.8 540Ótimo filme. O enredo ficou coerente e a interação entre passado/presente (Creed vs Drago) foi aceitável. Creed II traz os eventos de Rocky IV a tona de uma forma que fez sentido a trama, contando com as ótimas atuações de Micheal e de Stallone.
A cena que mais me chamou a atenção foi a ida de Drago até o restaurante do Rocky, e o diálogo que veio a seguir. Essa parte, pra quem é fã da Franquia Rocky, foi de arrepiar. A derrocada do Ivan Drago pós luta fez sentido e foi pertinente para a trama e a reação de Rocky foi adequada.
As tramas paralelas também foram importantes, desde Bianca e o bebê que poderia nascer surdo até a dificuldade de Rocky em ligar pro seu filho. Gostei bastante disso.
E o que não poderia faltar, tocar sutilmente Gonna Fly Now e Going to Distance na cena final de luta no ring. Clichê mas ao mesmo tempo clássico. Adorei.
Só achei que faltou desenvolver um pouco mais a história, principalmente no que se refere à relação do Ivan com o filho e também sobre a separação dele e de sua esposa. Também senti que o filme foi travado demais, e também achei meio forçado o frio Ivan Drago jogando a toalha no final.
(E coitado do Viktor Drago heim? Abandonado pela mãe, ficou sem o título e ainda perdeu em casa, kkk).
Divertida Mente
4.3 3,2K Assista AgoraEu não choro em filmes. Nesse, desceu uma lágrima.
Eu vi a alegria chorar. E daí eu compreendi algo que eu já sabia: Vivenciar as emoções é importante, se permitir é fundamental. É preciso chorar quando for necessário, e também sorrir quando der na telha... Simplesmente aceitar o aqui-e-agora, e até mesmo dar vazão ao medo e a raiva, sempre ressignificando.
É o melhor filme de animação que já vi. E não há nenhuma incoerência com relação aos procedimentos de armazenar e apagar informações na memória e tampouco sobre como as emoções são processadas... É um filme lúdico que respeita os processos psicológicos e os elude, abordando-os de forma magnífica.
E ainda, é um tributo à vida contemplativa em detrimento da vida ativa. Fala sobre vivenciar as emoções e retrata a importância de cada uma, inclusive da tristeza. A vida é feita de momentos... felizes, tristes, assustadores, cheios de cólera, angustia, nojo... mas são momentos e, nestes, todas as emoções devem ser respeitadas e de forma alguma reprimidas. Não é possível ser ativo e feliz o tempo inteiro e, esse filme, traz sutilmente essa questão de forma magistral
É o 5 estrelas mais bem dado que eu já dei.
Rocky II: A Revanche
3.8 360 Assista AgoraRocky II é um filme quase tão épico quanto o primeiro filme da franquia, assim sendo uma continuação que está a altura de seu predecessor.
O enredo bem construído em cima da ingenuidade do personagem Rocky faz esse filme funcionar. Os eventos após a luta, com a tentativa de fazer comerciais, demonstram a vulnerabilidade de Rocky frente aos acontecimentos e tudo se encaixa de maneira adequada.
O casamento com Adrian, mais uma vez seu alicerce pros momentos difíceis, foi uma cena linda do filme, e mais lindo ainda foi ver Rocky carregando sua amada pelas ruas da Filadélfia.
O breve bom momento, e depois a derrocada com a falta de dinheiro, culminando no adoecimento de Adrian, seguiram uma sequência muito bem feita que te faz mergulhar na história perante o apelo emocional envolvido.
E também, quando Adrian acorda do Coma e diz a Rocky: "Win", é de arrepiar. Sem falar nas cenas de de treinamento e nas cenas de lutas finais, que na minha opinião foram, tendo em vista o que se podia fazer à época, impecáveis. O filme funcionou plenamente.
Rocky II é marcante ao demonstrar que existem certas pessoas que merecem uma segunda chance. E que mesmo quando as coisas parecem perdidas, sempre há um caminho para a felicidade.
Vingadores: Ultimato
4.3 2,6K Assista AgoraVou te falar.... Filmaço!
O que foi aquela batalha final meus amigos? O Capitão América com o martelo do Thor indo pra cima do Thanos? Insanamente épico!
E quem diria que um rato tiraria o Homem-Formiga do mundo quântico?
Eu acho difícil um filme que traz a temática de viagem no tempo não ter seus furos, como por exemplo, aquela aparição do Steve Rogers velho, algo que não fez muito sentido pra mim, apesar de entender o contexto e tudo mais. Até por conta desses detalhe não dei 5 estrelas.
Porém, o chamado fã-service e a qualidade do filme foram impecáveis. Professor Hulk; Valquírias; Capitão versus Capitão; Capitão enganando a Hidra... são tantos elementos interessantes que não ficou uma coisa massante, tirando é claro o inicio um pouco lento.
O Filme fecha bem esse ciclo da Franquia e é tão bom quanto Guerra Infinita.
Os Cavaleiros do Zodíaco: Hades, A Saga do Inferno (2ª …
4.2 14 Assista AgoraO enredo dessa temporada é muito bom, me surpreendeu bastante.
Shun de Andrômeda foi possuído por Hades! Justo meu cavaleiro favorito! haha.
Achei surpreendente e fiquei torcendo pro Shun lutar contra aquilo. Foi realmente emocionante ver as armaduras divinas na saga Elíseos e o final, embora tenha sido breve e um tanto quanto inconclusivo, ainda assim foi belo e cheio de poesia.
Os humanos erram, falham, são imperfeitos. Isso nos define e nos une; porém acima de tudo, nossa unicidade vai para além... para além daquilo que amamos genuinamente. Viva as palavras da deusa Atena!
Oitava Série
3.8 336 Assista AgoraAcho que o filme retrata bem a perspectiva de uma adolescente que tem dificuldade em se adaptar às demandas específicas de tal idade. A Kayla é um personagem ingênuo, doce, que quer se enturmar, e que se submete ao que a sociedade lhe impõe para tentar viver plenamente.
Você tem no filme a dificuldade dela em se comunicar com o pai durante o filme (até a cena da fogueira), a falta de amigos e a tentativa dela de agradar para fazer amizades (carta), sendo absolutamente complacente, e também, a vontade que ela demonstra em se relacionar com os garotos, indo atrás dos mais idiotas embora chamativos. São todas situações que uma pessoa deslocada acaba passando na busca de si mesma, e no filme, ela consegue ir além daquilo que a angustiava.
Me parece ser um filme que passa a mensagem do quanto é difícil atravessar essa fase sem se perder no caminho, e o quanto a sociedade superficial pode afastar você de si mesmo. Ninguém precisa deixar de ser o que é para ser feliz, mas numa sociedade de aparências, os mais esquisitos acabam sofrendo.
Karatê Kid 4: A Nova Aventura
2.6 196 Assista AgoraÉ um filme bem simpático, com excelentes mensagens inspiradoras de vida, e foi bem legal ver o Sr. Miyagi lidando com uma garota desta vez.
"É melhor não lutar, mas se tiver de lutar, vença"
A Voz do Silêncio
4.3 355"Só porque alguém tropeça, cai, e se afasta do caminho certo, não significa que esteja perdido pra sempre"
O Ichida é o retrato da superficialidade, da impessoalidade e da crueldade no início. Imaturo e rebelde, ele é o bobo da corte da sala que não hesita em fazer bullying com a nova garota que é "diferente" e que modifica a estrutura social daquele ambiente.
Esse mesmo Ichida vai de predador à presa quando a mãe da Nishimuya descobre o Bullying. Então ele se isola, se retrai, nega a própria vida e busca uma redenção final egoísta até o pensamento de morte.
E então, o Ichida encontra na amizade genuína, no enxergar o outro, a forma de fazer a luz crescer dentro de si mesmo. Um sentido pelo qual viver
Sendo três faces de uma mesma pessoa, Ichida representa a valorização do humano perante a dor e sua própria maldade; a possibilidade de transcender a si mesmo, e de transformar tragédias em triunfos. A Nishimuya não merecia sofrer bullying, ninguém merece sofrer, todavia, eu acho que a mensagem principal do filme é: sempre há tempo para mudar, e se há sentido no sofrimento corajosamente sofrido, é a mudança que ele pode provocar.
Que Horas Ela Volta?
4.3 3,0K Assista AgoraEu acredito que esse filme traz muitas discussões pertinentes, principalmente no que se refere à abuso e dominação de poder e consciência e alienação, pontos-chave que tornam esse filme um clássico brasileiro. De um lado havia os desmandos da classe média para com seus empregados, e do outro estava Val, alienada de sua condição e absolutamente complacente com seus patrões, além de conformada com sua vida.
A Jéssica é o ponto de mudança no filme...
ja que sua chegada para fazer o vestibular na capital acabou tornando evidente o preconceito velado da família para com Val, transcendo a hipocrisia. Val "era como se fosse da família" só enquanto fosse conveniente, enquanto ela estivesse lá no seu quartinho, separada, servindo os patrões
Jéssica expôs a fragilidade das relações entre os componentes daquela família, em especial de Bárbara e Fabinho, e ainda tirou Val da sua condição cristalizada de subserviente, mostrando a esta outras perspectivas, o que culminou no seu pedido de demissão, e naquela linda cena da piscina
A atuação da Regina Casé deve ter sido sua melhor atuação seja em novela ou cinema, e embora esse filme tenha suas pequenas falhas de sequência e roteiro, traz mensagens e reflexões muito urgentes.
O Tigre e a Neve
4.1 140"Pra transmitir felicidade é preciso estar feliz; e para transmitir dor, é preciso estar feliz"
Esse filme demonstra o poder do otimismo frente às adversidades da vida. É poesia pura, sendo esta expressa em cada passagem e em cada fala do personagem De Giovanni, desde seu modo ingênuo de ver a vida até sua luta inabalável pelo amor de sua vida, mesmo em Bagdá. É um dos melhores filmes que já vi, principalmente porque sua doçura me prendeu de tal forma, que o filme tornou-se uma linda sinfonia que transborda e evidência luz em meio ao caos.
E você pode pensar que o filme é um hino de acontecimento bons. Mas não. Há o caos, o terror, a guerra, até mesmo o suicídio, mas tudo isso sob a ótica de um personagem que paga um tributo à sua vida, que auto-transcende sua existência e que consegue dar um sentido ótimo a vida em meio ao caos, transformando tragédia em triunfo.
Algumas considerações:
Algumas partes do filme foram encantadoras: O Tigre que aparece na neve pra Vittoria; os Passarinhos que "cantam e voam" e que pousaram no ombro de Vittória assim como o fizeram na infância do De Giovanni... me deixaram sublime vendo o filme.
O humor sutil e cotidiano foi épico. Ele esquecendo sempre onde estacionava o carro, mesmo nos sonhos, foi hilário. Aliás os sonhos do Attílio foram muito engraçados, principalmente por causa do modo que ele ia vestido pro casamento! kkk
Amei a trilha sonora e os cenários na Itália, simplesmente formidáveis.
Ubruk! Camélôôô
O Lagosta
3.8 1,4K Assista Agora"O caráter é o resultado do hábito"
O que eu vi nesse filme foi um retrato exacerbado e catártico do quanto a sociedade é impessoal e adoecedora, de modo a predispôr os sujeitos a seguirem regras e negarem sua própria humanidade.
No filme você vê escrachadamente o que na nossa sociedade é velado. A imposição do casamento baseado em aparências, na qual o sujeito muitas vezes abdica de outras coisas para seguir tal imposição; o constante fingimento que as pessoas tem em sua conduta para seguir e serem aceitas à determinados grupos, abdicando de sua autonomia quase sempre; e também a total impessoalidade e falta de empatia de indivíduos cheios de sentimentos, tentando agir de modo robotizado buscando desesperadamente uma felicidade que nunca vão atingir.
Mesmo os solitários estavam em grupo. Mas nem os casais nem os solitários tinham espontaneidade, ou qualquer vestígio de criatividade. Apenas queriam viver dentro dos padrões, e isso, de modo genuíno, é impossível porque a vivência e a consequente felicidade devem vir de algo oriundo do seu próprio ser, independentemente daquilo que está posto ou da regras que estão estabelecidas.
Algumas considerações:
Quando o grupo dos solitários, na invasão, mostrou aos casais o quanto suas vidas eram baseadas em mentiras, eu percebi que mesmo os solitários também viviam na ilusão de que se pode viver por si mesmo, de que a existência se refere ao seu bem estar e sobrevivência e não ao amor ao outro.
Não gostei da trilha sonora. Eram musicas enfadonhas e se repetiam muitas vezes.
Também achei as cenas com sangue e as cenas eróticas excessivas e pouco relevantes.
Ela é Demais pra Mim
3.1 736 Assista AgoraComédia Romântica besteirol mais legal que eu já vi.
Tudo bem, existem os clichês, e é bem escrachado quanto aos esteriótipos. Porém indo além, o filme não se resume a isso e não se prende a uma prerrogativa machista, o que seria um risco dentro da proposta do filme.
Pelo contrário, a ênfase do filme está em mostrar, de uma maneira fofa, que quando duas pessoas se gostam, mesmo sendo bem diferentes, ambas tornam-se o "10" uma da outra. E mostra também que para além da aparência há uma série de outros aspectos que reforçam o amor, algo evidenciado nos diálogos em que o casal está junto.
No meu ponto de vista, a Química dos personagens foi ótima, e os coadjuvantes cumpriram muito bem seus papéis.
O filme também é muito engraçado, com destaque para a cena em que...
...o Kirk conta pra Molly que ejaculou nas calças lá no apartamento dela... e também a do avião, em que o Kirk desabafa e xinga a família toda e depois de uma saída triunfal é obrigado a ficar no avião.. kkkkk
Eu Não Sou um Homem Fácil
3.5 737 Assista AgoraEu me permiti não fazer uma crítica técnica a respeito do quão profundo o filme foi, ou quão bem executada a ideia que ele propõe foi colocada em evidência para quem assiste, porque julguei que a temática por si só é de suma importância e suplanta esses aspectos.
Assim sendo, ao ver no filme o retrato de um mundo invertido, pude sentir por alguns instantes o quanto as mulheres sofrem em nossa sociedade, somente por serem mulheres.
É daqueles filmes que deve ser visto em algum momento da vida, porque bom ou ruim, ele provoca e incomoda, e nos permite uma perspectiva a mais para ver como a configuração da sociedade entre gêneros é tão injusta.
Severina
3.4 52 Assista AgoraEu gostei do ritmo lento do filme, e também da mensagem final. Ele traz reflexões sobre como pode ser nocivo viver a vida se pautando na necessidade e no apego, de modo a demonstrar que é preciso quebrar certas barreiras e ir além do medo para conquistar a felicidade genuína.
A busca do protagonista por Ana parece baseada demasiadamente no seu delírio, como se fora algo utópico, algo que o faz vislumbrar além daquilo que ele não pode ultrapassar. Ana era apenas sua motivação diante de uma resignação catastrófica sob sua condição de vida, quando devia na verdade ser um amor resplandecente cheio de empatia. Ela era o objeto de seu prazer de escape da realidade, não um outro ser humano. Em determinado momento, não mais lhe importava que ela roubava livros ou quem ela era ou o que pensava, só que ela estivesse ali, encantadoramente para ele, cálida, suave e complacente... o que o levava a fazer qualquer coisa por ela.
Por isso mesmo, a cena final, com Ana partindo e com o prólogo que relata os defeitos dele, demonstra o quanto não é saudável viver assim, o quanto viver assim está fadado ao fracasso. O amor precisa ser mútuo, honesto, com encontros genuínos baseados na unicidade de cada um, e não ser usado como mecanismo de refúgio. Isso não é amar. Ana não foi embora por excesso de amor mas, sim, por falta dele.
Acho que considerando tudo isso, dá pra dizer que foi um filme bom de se ver, proveitoso, valendo a pena. Porém, alguns péssimas tomadas de câmera, o clima demasiadamente gélido, e as atuações bem questionáveis me impedem de dar cinco estrelas.
Deadpool 2
3.8 1,3K Assista AgoraNota máxima para um filme épico que conseguiu ter as melhores cenas pós-crédito de todos os tempos!
Aliás, filme massa pra levar as crushes! XD