Não é um filme ruim. Muito pelo contrário, é um ótimo filme. Mereceu vencer algumas categorias que venceu no Oscar, principalmente edição. Mas tenho algumas questões quanto ao de melhor roteiro e de melhor filme. No caso do roteiro, toda a ideia de um multiverso não é só uma ideia batida, porque os quadrinhos e os filmes sobre quadrinhos fazem isso o tempo todo, mas também porque me soa uma grande muleta, pois lhe dá possibilidade de tratar de literalmente qualquer coisa e de qualquer jeito. Algo completamente diferente de você ter de construir um argumento no interior de uma realidade limitada e finita. A própria ideia de uma tratativa de multiverso já é complicada porque carrega a contradição de você poder mostrar o desenvolvimento no interior de uma única linha. Então é como se sempre partíssemos da linha de desfecho, uma linha protagonista, o que acredito, já contradiz a ideia de multiverso. No que diz respeito ao de melhor filme, talvez a questão seja os critérios utilizados para entender o que é um bom filme. O filme de fato é uma grande construção, isso é inegável. Mas no que tange à profundidade na tratativa das questões, haviam filmes que fizeram isso de maneira mais delicada e sutil competindo, como The Whale. De qualquer forma, vale muito a pena assistir. As piadas são divertidas, o enredo bem desenvolvido, atuação ótima, enfim. Muito bem feito realmente.
A primeira temporada é indiscutivelmente uma ótima produção. Na segunda temporada a coisa deu uma desandada. Além do enredo não ser bom, os poderes que se expressavam quase de forma poética na primeira temporada, acabaram se tornando CGIs mal feitos porque esses poderes agora se mostram descaradamente, o que joga o realismo fantástico da primeira temporada para o espaço. Há alguns méritos na segunda temporada. Os personagens indígenas apareceram, o que era o mínimo que poderiam fazer. Também a atuação de Sebá Alves como Lazo é um ponto fora da curva. Fora isso, a queda de qualidade da série foi realmente drástica. Uma pena.
Com exceção da fotografia, que é muito bonita, o filme é a mais pura expressão do que é a militância liberal do primeiro mundo. Se for entendido como uma paródia, tem algum valor. Ele se mostra muito limitado em roteiro também. O filme precisa se explicar o tempo inteiro com diálogos que tornam linguagem visual (que não foi barata, é muito bem feita) supérflua. Existem alguns filmes que fazem essas explicações funcionarem (como faz Hitchcock), mas são raros. Quando a explicação aparece numa obra, ela como que impõe um significante, é o que Lynch sempre disse tentar evitar nos filmes e quadros dele, dando liberdade para o expectator. É justamente o contrário do que faz esse filme.
Em primeiro lugar é preciso dizer: trata-se de um caso extremo no qual a pessoa está a beira da morte. Não se trata de uma questão estética, o personagem está doente, isso fica claro desde o começo do filme. Em segundo lugar. O filme não é "mal trabalhado". O roteiro envolvendo a obra de Melville ficou muito interessante. Não se trata de fazer uma associação de uma baleia com o personagem, é o personagem que se vê como tal. O filme é muito delicado ao expor de uma forma lúdica a dificuldade que o personagem tem de visitar o seu passado (o falecido namorado, os erros com a filha) com as impossibilidades físicas do personagem. Ele não consegue entrar no quarto do ex-namorado, ele não consegue jogar luz no quarto, ele não consegue caminhar até a filha. O passado permanece intocado ou inacessível. Eu teria muita coisa a dizer sobre esse filme, várias análises, porque eu realmente gostei e acho que apesar de não ser o filme mais denso do Aronofksy, é um ótimo trabalho. O que me deixa intrigado é como moralizar um trabalho do Aronofsky. Isso é possível? Aronofsky estaria fazendo um desserviço aos dependentes químicos com "Requiem for a dream"? Acho que esse tipo de análise destruiria não só a filmografia do diretor como uma série gigantesca de títulos.
A primeira vista é um filme que não teria nada a ver com Lynch. É o plot real de um homem tentando visitar o seu irmão doente. Mas analisando mais detidamente é um filme completamente lyncheano. O surrealismo de Lynch não se limita a construção de narrativas que escapam das formas racionais normativas, ele procura esses elementos no real. O homem elefante de fato existiu. Alvin Straight realmente existiu. Alvin realmente tomou um aparador de grama e viajou um trajeto enorme para visitar o seu irmão. Quem conhece o cinema do Lynch sabe que o que fascina ele é a capacidade de construção de um objeto por meio do caos. Alvin realmente chegou ao seu irmão apesar de toda a impossibilidade louca do seu plano. Isto é Lynch.
Pedante, presunçoso, detentor de análises óbvias, reflexões rasas, inconclusivas, enfim, talvez o maior mérito do filme tenha sido trazer o R. Pattinson para um outro momento da carreira.
As atuações e a fotografia não deixam a desejar em comparação ao padrão alcançado nos demais filmes do gênero. O único demérito fica por conta de algumas incoerências no enredo, com alguns furos, etc (o que se repete em Batman vs Superman)
O filme é leve para crianças e repleto de referências para os adultos. As mulheres como os personagens dominantes no roteiro tb foi bastante interessante. O que me chamou a atenção, porém, foi o fim.
Ele é extremamente melancólico. Sabe-se que antes da Vanellope surgir, a vida do Ralph era bastante solitária, reclusa e a aquela estabilidade tediosa a que ambos se situavam muito se dava por essa amizade construída no primeiro filme. O que será de Ralph a partir de agora? A última cena leva a acreditar que a vida de Ralph se cercou de relações superficiais e sem a qlquer comparativo com a amizade da Vanellope. Enfim, iajsdiuah, conjecturas...
Eu vejo muitas notas negativas e acho que o principal problema do filme foi querer escolher uma linguagem mística que não fica clara, para tratar das questões filosófico/científicas. Outros filmes fizeram isso, mas o plano de fundo místico é destrinchado, ou até autoexplicativo (como no caso da cultura cristã). De qualquer maneira, a fotografia e as atuações são ótimas. E considerando a temática do "místico feminino" que, por ser inacessível, não precisa da compreensão e acolhimento masculino (como os casos de histeria feminina no século XIX), até que essa falta de clareza é interessante.
Eu tenho que concordar com o pessoal achando a morte da Coralina um elemento que destoa do restante do enredo e com uma reação até insensível por parte dos estudantes. Mas, contextualizemos:
Ela é um personagem que não possui sequer uma amizade durante toda a segunda temporada. A pessoa mais próxima dela no colégio, Bruno, vai embora depois de encerrar o trabalho que fazia com ela.
2- O discurso do Pau deixa claro o sentimento que havia com relação a ela em todo o colégio. 3-
A suposta bizarrice de uma festa com um cadáver no banheiro é um recurso, isto é, jogar com o destino, com a fortuna na trama, e isso eu achei bem interessante.
O luto do Santi também não foi AQUELE luto. Que dirá com uma personagem como a Coralina.
5- A terceira temporada está por vir. Talvez ela traga consigo uma série de esclarecimentos sobre quem fora de fato Coralina e assim, torne possível delinear mais precisamente as suas condutas.
Eu considero essa temporada num todo, um tanto inferior que anterior. Por um lado há o empobrecimento do personagem do Merlí, por outro uma aparente necessidade de complexificar o enredo, trazendo novos personagens, criando novos vínculos e tudo mais. Acho que isso ofuscou as abordagens da realidade de um ponto de vista filosófico, ou as tornou tão óbvias em alguns momentos (talvez quando a serie lembrava-se da sua proposta original) que se tornava entediante. Enfim, minha esperança reside no Merlí ensinar sobre Marx na terceira temporada, seria uma tirada inteligente considerando que Pol é alguém que vive em dificuldades financeiras e como ele próprio diz, nunca soube o que é ter dinheiro.
Tudo em Todo O Lugar ao Mesmo Tempo
4.0 2,1K Assista AgoraNão é um filme ruim. Muito pelo contrário, é um ótimo filme. Mereceu vencer algumas categorias que venceu no Oscar, principalmente edição. Mas tenho algumas questões quanto ao de melhor roteiro e de melhor filme. No caso do roteiro, toda a ideia de um multiverso não é só uma ideia batida, porque os quadrinhos e os filmes sobre quadrinhos fazem isso o tempo todo, mas também porque me soa uma grande muleta, pois lhe dá possibilidade de tratar de literalmente qualquer coisa e de qualquer jeito. Algo completamente diferente de você ter de construir um argumento no interior de uma realidade limitada e finita. A própria ideia de uma tratativa de multiverso já é complicada porque carrega a contradição de você poder mostrar o desenvolvimento no interior de uma única linha. Então é como se sempre partíssemos da linha de desfecho, uma linha protagonista, o que acredito, já contradiz a ideia de multiverso. No que diz respeito ao de melhor filme, talvez a questão seja os critérios utilizados para entender o que é um bom filme. O filme de fato é uma grande construção, isso é inegável. Mas no que tange à profundidade na tratativa das questões, haviam filmes que fizeram isso de maneira mais delicada e sutil competindo, como The Whale. De qualquer forma, vale muito a pena assistir. As piadas são divertidas, o enredo bem desenvolvido, atuação ótima, enfim. Muito bem feito realmente.
Cidade Invisível (2ª Temporada)
3.4 184 Assista AgoraA primeira temporada é indiscutivelmente uma ótima produção. Na segunda temporada a coisa deu uma desandada. Além do enredo não ser bom, os poderes que se expressavam quase de forma poética na primeira temporada, acabaram se tornando CGIs mal feitos porque esses poderes agora se mostram descaradamente, o que joga o realismo fantástico da primeira temporada para o espaço. Há alguns méritos na segunda temporada. Os personagens indígenas apareceram, o que era o mínimo que poderiam fazer. Também a atuação de Sebá Alves como Lazo é um ponto fora da curva. Fora isso, a queda de qualidade da série foi realmente drástica. Uma pena.
Please Baby Please
3.1 18 Assista AgoraCom exceção da fotografia, que é muito bonita, o filme é a mais pura expressão do que é a militância liberal do primeiro mundo. Se for entendido como uma paródia, tem algum valor. Ele se mostra muito limitado em roteiro também. O filme precisa se explicar o tempo inteiro com diálogos que tornam linguagem visual (que não foi barata, é muito bem feita) supérflua. Existem alguns filmes que fazem essas explicações funcionarem (como faz Hitchcock), mas são raros. Quando a explicação aparece numa obra, ela como que impõe um significante, é o que Lynch sempre disse tentar evitar nos filmes e quadros dele, dando liberdade para o expectator. É justamente o contrário do que faz esse filme.
A Baleia
4.0 1,0K Assista AgoraEm primeiro lugar é preciso dizer: trata-se de um caso extremo no qual a pessoa está a beira da morte. Não se trata de uma questão estética, o personagem está doente, isso fica claro desde o começo do filme.
Em segundo lugar. O filme não é "mal trabalhado". O roteiro envolvendo a obra de Melville ficou muito interessante. Não se trata de fazer uma associação de uma baleia com o personagem, é o personagem que se vê como tal.
O filme é muito delicado ao expor de uma forma lúdica a dificuldade que o personagem tem de visitar o seu passado (o falecido namorado, os erros com a filha) com as impossibilidades físicas do personagem. Ele não consegue entrar no quarto do ex-namorado, ele não consegue jogar luz no quarto, ele não consegue caminhar até a filha. O passado permanece intocado ou inacessível.
Eu teria muita coisa a dizer sobre esse filme, várias análises, porque eu realmente gostei e acho que apesar de não ser o filme mais denso do Aronofksy, é um ótimo trabalho. O que me deixa intrigado é como moralizar um trabalho do Aronofsky. Isso é possível? Aronofsky estaria fazendo um desserviço aos dependentes químicos com "Requiem for a dream"? Acho que esse tipo de análise destruiria não só a filmografia do diretor como uma série gigantesca de títulos.
Ondas do Destino
4.2 335 Assista AgoraComo em "Ifigênia em Aulis", a vítima da injustiça e da dor do mundo é arrebatada pelos deuses diante da impotência e indecisão da humanidade.
Anatomia do Medo
4.2 26Claramente uma influência importante para Tarkovsky em O sacrifício (1986)
Cartas de um Homem Morto
4.1 38Como diria Yung Buda: "Vai ter um dia em que os mais fortes somem, os meninos são os que sobram no fim"
O Homem Elefante
4.4 1,0K Assista AgoraJohn falece logo após a cena no teatro. A sociedade o reconheceu em sua dignidade humana. A "aberração" estava morta.
Uma História Real
4.2 298A primeira vista é um filme que não teria nada a ver com Lynch. É o plot real de um homem tentando visitar o seu irmão doente. Mas analisando mais detidamente é um filme completamente lyncheano. O surrealismo de Lynch não se limita a construção de narrativas que escapam das formas racionais normativas, ele procura esses elementos no real. O homem elefante de fato existiu. Alvin Straight realmente existiu. Alvin realmente tomou um aparador de grama e viajou um trajeto enorme para visitar o seu irmão. Quem conhece o cinema do Lynch sabe que o que fascina ele é a capacidade de construção de um objeto por meio do caos. Alvin realmente chegou ao seu irmão apesar de toda a impossibilidade louca do seu plano. Isto é Lynch.
Cosmópolis
2.7 1,0K Assista AgoraPedante, presunçoso, detentor de análises óbvias, reflexões rasas, inconclusivas, enfim, talvez o maior mérito do filme tenha sido trazer o R. Pattinson para um outro momento da carreira.
Feels Good Man
3.9 14Filme vinha defendendo teses interessantes até o final, momento o qual demonstrou uma ingenuidade tremenda ao interpretar os fenômenos em Hong Kong.
O Homem de Aço
3.6 3,9K Assista AgoraAs atuações e a fotografia não deixam a desejar em comparação ao padrão alcançado nos demais filmes do gênero. O único demérito fica por conta de algumas incoerências no enredo, com alguns furos, etc (o que se repete em Batman vs Superman)
Marighella
3.9 1,1K Assista AgoraOs comentários negativos só me instigam a querer assistir esse filme :)
WiFi Ralph: Quebrando a Internet
3.7 740 Assista AgoraO filme é leve para crianças e repleto de referências para os adultos. As mulheres como os personagens dominantes no roteiro tb foi bastante interessante. O que me chamou a atenção, porém, foi o fim.
Ele é extremamente melancólico. Sabe-se que antes da Vanellope surgir, a vida do Ralph era bastante solitária, reclusa e a aquela estabilidade tediosa a que ambos se situavam muito se dava por essa amizade construída no primeiro filme. O que será de Ralph a partir de agora? A última cena leva a acreditar que a vida de Ralph se cercou de relações superficiais e sem a qlquer comparativo com a amizade da Vanellope. Enfim, iajsdiuah, conjecturas...
Roma
4.1 1,4K Assista AgoraSó pra comentar: a análise do Zizek até agora foi a melhor. Não nos deixemos levar por sentimentalismos - a condição material econômica cobra!
Anticristo
3.5 2,2K Assista AgoraEu vejo muitas notas negativas e acho que o principal problema do filme foi querer escolher uma linguagem mística que não fica clara, para tratar das questões filosófico/científicas. Outros filmes fizeram isso, mas o plano de fundo místico é destrinchado, ou até autoexplicativo (como no caso da cultura cristã). De qualquer maneira, a fotografia e as atuações são ótimas. E considerando a temática do "místico feminino" que, por ser inacessível, não precisa da compreensão e acolhimento masculino (como os casos de histeria feminina no século XIX), até que essa falta de clareza é interessante.
Noite Sem Fim
3.4 341 Assista AgoraGrande atuação do Liam Neeson!
Merlí (2ª Temporada)
4.3 85Eu tenho que concordar com o pessoal achando a morte da Coralina um elemento que destoa do restante do enredo e com uma reação até insensível por parte dos estudantes. Mas, contextualizemos:
1-
Ela é um personagem que não possui sequer uma amizade durante toda a segunda temporada. A pessoa mais próxima dela no colégio, Bruno, vai embora depois de encerrar o trabalho que fazia com ela.
2- O discurso do Pau deixa claro o sentimento que havia com relação a ela em todo o colégio.
3-
A suposta bizarrice de uma festa com um cadáver no banheiro é um recurso, isto é, jogar com o destino, com a fortuna na trama, e isso eu achei bem interessante.
4-
O luto do Santi também não foi AQUELE luto. Que dirá com uma personagem como a Coralina.
5- A terceira temporada está por vir. Talvez ela traga consigo uma série de esclarecimentos sobre quem fora de fato Coralina e assim, torne possível delinear mais precisamente as suas condutas.
Eu considero essa temporada num todo, um tanto inferior que anterior. Por um lado há o empobrecimento do personagem do Merlí, por outro uma aparente necessidade de complexificar o enredo, trazendo novos personagens, criando novos vínculos e tudo mais. Acho que isso ofuscou as abordagens da realidade de um ponto de vista filosófico, ou as tornou tão óbvias em alguns momentos (talvez quando a serie lembrava-se da sua proposta original) que se tornava entediante. Enfim, minha esperança reside no Merlí ensinar sobre Marx na terceira temporada, seria uma tirada inteligente considerando que Pol é alguém que vive em dificuldades financeiras e como ele próprio diz, nunca soube o que é ter dinheiro.
Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge
4.2 6,4K Assista AgoraBane terrorista? Sei não.
Eraserhead
3.9 922 Assista AgoraAlguém disse...Lacan?