Essa sem dúvida foi a temporada mais divertida até agora, diferente das outras adorei que o boneco assassino não é a única coisa sobrenatural na trama, também tem toda uma mitologia local brincando com teorias da conspiração e com as lendas dos fantasmas da Casa Branca. Essas tramas podem não ser essenciais, mas rendem bons momentos como na cena do suposto fantasma de Joseph aparecendo no baile de Halloween.
É também a temporada que menos se leva a sério, proporcionando cenas realmente muito inesperadas que quebram a quarta parede, como o momento inacreditável em que mostra Chucky assistindo Boneco do Mal, Gritos Mortais (Dead Silence) e o recente filme viral da boneca Megan e criticando todos eles, o que foi essa cena, dei muitas gargalhadas vendo, deveria durar mais tempo esse momento.
Com um final totalmente nostálgico e que nos lembra os primeiros filmes da franquia, a série termina pedindo por uma quarta temporada. Se não vier ainda assim vai ser um belo e nostálgico encerramento pra franquia, continuo com a opinião de que esse seriado foi a melhor coisa que poderia ter acontecido com esse ícone de terror dos anos 80, ressuscitou totalmente o personagem e ainda superou todos os filmes originais.
Amei a máscara do Ghostface ser de glitter, é um curta bem criativo, com referências a Psicose, Chucky, Dia dos Namorados Macabro, e até mesmo ao Zé do Caixão (o nome do hospital é Mojica Marins).
O curta demora pra engrenar e a abertura não é muito chamativa, mas quando começa ganhar força após o primeiros dez minutos não para mais de crescer, com um suspense bem construído e uma fotografia bem acima da média para um filme amador, a reviravolta final é muito criativa e dá pra ver muita vontade de fazer o Brasil voltar a ser referência no gênero de terror, dando um aspecto único e nacional a uma das franquias mais famosas do slasher.
Original demais, não lembro de ter assistido nada semelhante. Um filme muito bom, mas atinge todo o seu potencial de terror apenas no terceiro ato, os dois primeiros são usados pra conhecermos todos os personagens da produção e pegarmos carisma pelos mesmos, o que é raro em filmes de terror.
O filme é também uma crítica ao sensacionalismo e a busca pela fama e audiência acima de tudo, uma reflexão sobre o preço da fama e tudo o que vem com ela, se esse filme tivesse sido feito nos anos 80 não tenho a menor dúvida que hoje seria um clássico.
Ótima ambientação e atuações (destaque para a menininha e o cético), adorei a maneira como em várias cenas existe a quebra da quarta parede e nos pegamos pensando o que é real ou não naquilo tudo, só faltou mesmo um maior desenvolvimento no terceiro ato pra ficar um filme totalmente perfeito.
Filme feito no ápice da pandemia de Covid, então quem for assistir precisa ter em mente que não terá mais que dois atores no filme inteiro e nem cenários abertos com figurantes circulando.
Aqui a narrativa se aproveita desse clima claustrofóbico para construir uma sátira social sobre relacionamentos no século 21, mostrando como o jogo de interesses do dinheiro e do amor podem ser muito mais próximos do que gostaríamos, é um filme feito para incomodar o tempo todo quem o assiste, focando em traumas do passado, análise psicológica dos personagens, é como uma grande sessão de terapia cheia de reviravoltas.
Os atores entregam muito, o filme flerta com o suspense, até com um pouco de terror, com o romance, com o erotismo, o drama e a paródia. Tenho certeza que muitos não vão gostar, mas duvido muito que ninguém vai se incomodar com o roteiro afiado. Isso precisaria ganhar uma adaptação pro teatro, pois combina muito com o formato.
Destaque para a cena final onde tudo termina no elevador, diria que é um final macabro e sinistro, só que ao mesmo tempo é romântico e acaba sendo muito fofo mesmo, que filme único e insano, igual a mente humana.
Impossível que quem criou esse filme não tenha jogado Life is Strange. Pena que aqui parece o tempo todo que a parte do drama luta com a parte da ficção científica, parecendo dois filmes em conflito, o que acaba tirando bastante o impacto que essa obra poderia ter.
Penso também que se tivessem momentos mais marcantes ou simplesmente mais descontraídos e divertidos em vez de cenas cotidianas sendo lembradas o tempo todo, isso atingiria um potencial bem melhor no efeito dramático, pois o novo relacionamento dela (embora seja clichê padrão) tem muito mais química que o antigo, nas lembranças o ex está sempre com um jeito meio acomodado e sem graça, não nos sentimos com vontade de ficar voltando no tempo e nos interessamos mais pelo novo relacionamento.
O filme parece meio perdido, sem saber o que fazer com tantas boas ideias em mãos, então prefere esquecer dele mesmo e seguir o desejo do público ao se acomodar no romance clichê e o drama do começo, o luto, os traumas, e tudo isso vai se perdendo aos poucos sem aprofundamento, tornando o filme melhor no começo e da metade pro final tudo vai piorando até acabar de maneira super apressada. Quando acaba pouco nos importamos com o final, pois o filme já tinha falecido antes.
Quando o filme termina a gente se sente como se tivesse acordando de um pesadelo, aliviado que tudo acabou, esse terror coreano realmente sabe colocar medo e brincar com nossas expectativas.
O interessante é que é mais um filme de perguntas do que de respostas sobre convivência com ideias opostas, enquanto a mulher é religiosa, o cara é ateu e acredita somente na ciência médica para resolver seu problema que pode ser médico ou espiritual, e o filme não oferece respostas sobre quem está certo, para uns a mulher vai ser louca, para outros o cara vai estar louco por não acreditar na esposa, ambos cometem atrocidades ( coitado dois dois dogs), para uns no final do filme tudo foi apenas uma atuação do cara pra convencer a mulher que estava enlouquecendo aos poucos, para outros ele realmente estava possuído o tempo todo e a mulher agiu certo o tempo todo, mas a mensagem principal aqui não é estabelecer quem está certo ou errado na história e sim a importância da união de ideias opostas para resolver problemas, afinal, essa é a base de qualquer relacionamento em sociedade.
Mas enquanto eles se abraçavam abatidos e puderam finalmente dormir em paz, senti que é uma obra muito mais profunda do que aparenta e nas entrelinhas o filme estava mesmo é falando da conturbada relação da Coreia do Sul com a Coreia do Norte, principalmente se a gente perceber que um dos países adotou a ciência e o outro o misticismo (onde o seu governante é literalmente adorado como um deus) e que o casamento (Era apenas uma Coreia) se desfez no final como um grande pesadelo, (Reparem no cartaz do filme que a mulher está de vermelho que é a cor do comunismo, enquanto o cara está de cinza, que representa a cor mais comum do terno, o uniforme do capitalismo).
Não seria exagero dizer que a Sydney Sweeney merecia uma indicação ao Oscar por esse filme, atuação simplesmente impecável.
A trilha sonora é excelente (a cena da música natalina no "nascimento do novo Cristo" foi uma grande sacada e surreal de boa pra gerar tensão, nunca imaginei que uma música de Natal poderia ser assustadora, rs), os cenários e os personagens colaboram bastante para o clima de terror, embora tudo pareça exagerado muitas vezes.
Tem uma certa pegada de mistério que me lembrou muito o terror "Corra!" do Jordan Peele, se fosse ele na direção transformaria isso aqui em uma obra-prima sem sombra de dúvidas, embora a parte do drama não seja tão aprofundada como deveria, é inegável que acaba sim sendo um terror eficiente e bem feitinho, e o seu final chocante é sim a cereja do bolo, embora para mim tenha sido previsível.
Não sabia que o filme iria ser uma sátira de "Onde os Fracos não tem Vez" e que ainda seria dirigido por um dos Irmãos Coen.
Entendo que sátiras não costumam se levar a sério, mas aqui é tudo tão experimental que o tempo todo fica aquela sensação de que está faltando algo na história, a sensação que passa é que o filme não se leva a sério nem nas críticas sociais que tenta fazer, não tem profundidade em nada e é um road movie bem apagado e seus momentos cômicos são todos forçados, não tem nada que seja realmente ousado, memorável ou divertido para sustentar uma trama com vida própria, muito pelo contrário, muitas das cenas parecem a visão do seu tio de churrasco sobre o universo lésbico, uma pena. Como ponto positivo fica a atuação da Margaret Qualley que se esforça ao máximo pra não deixar a peteca cair.
Comédia muito divertida, ri muito em várias cenas. O que mais faltou no novo remake de Meninas Malvadas tem de sobra aqui, que é nos simpatizarmos pelos personagens. A química das duas atrizes principais é realmente muito boa.
Com muitas doses de comédia e pequenos toques de drama, esse filme descompromissado de fim de noite consegue atingir o ápice do gênero de filmes colegiais e se tornar algo realmente memorável com grande potencial para virar clássico no futuro. Mesmo tendo personagens estereotipados, todos eles soam como um sátira ao próprio gênero de filmes teen, a conclusão final dessa obra no estilo "nada é o que parece ser" é épica demais.
Só não dou excelente pois algumas situações soam forçadas demais para causar risos, mas algo que sempre é esperado de filmes teen e não é nada que estrague a experiência, a vantagem é que aqui muitas dessas situações realmente funcionam, como na cena do táxi que me fez gargalhar alto.
Muito triste ver uma história tão bonita sobre barganha, dor do luto, sacrifício em nome do amor, etc.., ser literalmente sugada pelo ralo da piscina.
Em vez de desenvolver os personagens o filme só se preocupa em gerar suspense pra saber qual vai ser a próxima coisa sobrenatural a ocorrer, chega a se entediante quando explicam todo o sobrenatural do filme no meio da história, perde todo o impacto no terceiro ato, parece que não aprenderam o básico do gênero, quando se explica o terror ele morre. Não existe quase nenhuma profundidade emocional aqui, embora a trama pedia isso e o pouco que tinha é perdido quando começa a onda de possessões enfadonhas, uma saída fácil do roteiro pra não ter que desenvolver seus personagens.
Obs: Os monstros do filme parecem uma versão meia boca dos zumbis daquele jogo do fliperama The House of The Dead, rs
Obs 2: A cena que o brinquedo fica preso na tubulação da piscina é de uma vergonha alheia tremenda por ser cópia descarada de IT, o menino tentando pegar lembra muito a cena do barquinho de papel preso no bueiro no filme IT: A Coisa. só substituíram por um iate de controle remoto, como se isso fosse deixar o filme com ares mais modernos, rs
Não sabia que ia ser uma comédia, o vilão Knox praticamente pegou o filme pra ele, cada vez que ele aparecia eu cascava o bico de tanto dar risada. Nem acredito que esse é o primeiro filme da carreira dele.
(Notem que o filme termina igual quando começa, com ele peladão fugindo do hospital, explicando pra gente nos segundos finais do filme o motivo de estar pelado quando o filme começou, genial. Obs: Isso me lembrou muito GTA)
A pessoa pra gostar disso aqui precisa abraçar o pastiche, não pode assistir um filme desses esperando profundidade (nem o título do filme faz sentido, deveriam ter mantido o "Casa de Estrada" do original), quem abraçar o nonsense vai se divertir bastante, é como se fosse aqueles jogos de fliperama de luta antigos, onde você jogava com um cigarrinho no canto da boca e equilibrando a lata de cerveja no meio dos botões, agora tenta pensar nessa lata como se ela fosse o roteiro do filme, pronto, vai se divertir bastante.
Como ponto negativo achei estranho o filme não ter cenas mais quentes, os filmes atuais parecem fugir de cenas eróticas igual o diabo foge da cruz, uma pena, pois aqui eu senti que só faltou isso para pegar totalmente a vibe dos filmes de ação dos anos 80.
Dentro do que ele se propõe a ser, achei um trabalho de direção fenomenal, me deu até uma vontade enorme de jogar uns jogos de luta do fliperama, aliás, é o que vou fazer agora. E precisam contratar esse cara pra dirigir uma futura adaptação de GTA para as telonas, caso venha ocorrer.
Obs: Não assisti o original, mas com certeza acho que teria me divertido bem mais com o que foi feito aqui, não sei se é verdade, mas ouvi falar que o filme se levava a sério demais perto desse.
Muitos easter eggs de Psicose, O Iluminado, Ilha do Medo, O Chamado, mas sem nenhuma pretensão de ser uma referência ao gênero do terror igual esses outros grandes filmes.
Um terror bem leve com uma vibe de quem saiu diretamente dos anos 70, mas com pouco aprofundamento em seus personagens e com um roteiro pouco desenvolvido, diria que é um filme no estilo Tela Quente, pra ver no final da noite e se divertir sem saber o que vai acontecer, mas o lado triste é que se você assistiu essas obras de terror que esse filme aqui faz referência talvez goste menos ainda dele.
Mas se dizer que não gostei estaria mentindo, pois achei tão delicioso ver ela enfrentando o medo de ficar sozinha, explorando os quartos do motel, interagindo com os hóspedes, que teve uma hora que não sabia se os fantasmas eram reais ou não, se tudo aquilo era uma grande pegadinha ou se tinha algo mais envolvido, enfim, me lembrou aqueles jogos indies de resolver enigmas em locais assombrados, pra mim foi uma experiência divertida e com uma vibe incrível dos anos 70, mesmo o filme se passando nos dias atuais.
O filme é muito bom, principalmente as partes que satirizam a hipocrisia religiosa e causam muitos risos. Mas como toda sátira acaba soando exagerado em muitos momentos, e muitas vezes parece que quase todo mundo do filme é ignorante, embora no Brasil infelizmente não deva ser muito diferente do mostrado aqui, fica parecendo que a sátira está acima de todos os personagens do filme, senti falta de mais momentos contemplativos, principalmente envolvendo o ator principal (ele tá ótimo cantando no final), e senti que faltaram momentos de transformações sociais e arrependimentos mais evidentes no desenvolvimento da trama, tudo pode soar muito frio demais, mas isso não soa sempre como um defeito e sim como o estilo da diretora.
Doeu ver uma criança de uns cinco anos de idade participando da cura gay, é uma sátira fria, que incomoda ao mesmo tempo em que pode causar risos.
Embora recorra a alguns temas arroz de festa do cinema nacional (pobreza, criminalidade, corrupção, etc..), isso faz sentido dentro da sátira social proposta aqui ao mostrar como a religião pode inverter a realidade ao ser usada para transformar comportamentos normais em grandes pecados que precisam de meses de tratamentos intensivos e comportamentos verdadeiramente criminosos em pequenos desvios de conduta que se curam com apenas algumas simples orações.
Um outro filme com esse temática da cura gay, mas sem o drama e com apenas a sátira social foi o excelente "Nunca fui Santa" (But I'm a Cheerleader, 1999). Pra mim um dos maiores clássicos do cinema e envelheceu super bem.
Sem dúvida já é um dos piores filmes que assisti em 2024.
As histórias são rasas, clichês e enfadonhas, todas levadas pra tela de modo artificial. Pra completar os personagens são superficiais e estereotipados, o roteiro não deixa dúvidas em nenhum momento, tudo é explicado do começo ao fim, ou seja, já sabemos tudo o que vai acontecer, é até difícil assistir até o final de tão enfadonho pois não nos sentimos presos na trama, fica um vazio, é como se faltasse algo pra completar, lembra até aqueles filmes religiosos tipo Nosso Lar, não por causa da temática religiosa (Esse filme não é religioso), e sim pela falta de tempero e excessos de explicações.
O filme nem entra na temática dos transtornos mentais, tudo é resolvido com discursos de auto ajuda baratos, parece até mesmo uma mistura de Paulo Coelho com Augusto Cury e no final é triste constatar que o roteiro do filme não passa de uma das palestras desmotivacionais do guru coach desmotivado do começo do filme.
O único momento que o filme me gerou tensão foi aquele surto da mulher fazendo acrobacias de ginástica na beira da sacada do prédio que estava molhada pela chuva, isso já deveria ser considerada uma tentativa de tirar a própria vida, fiquei achando que ela iria cair a cada movimento que ela fazia e me senti em outra dimensão quando vi que os personagens estavam admirando e aplaudindo ela na maior tranquilidade do mundo, dei até risada de tão ridículo e sem noção que ficou a cena quando descobri que não era algo feito pra gerar tensão.
É muito pior que um filme ruim, é um verdadeiro vexame, achei em alguns momentos que a obra estava tirando uma com a nossa cara. Não é possível que isso foi feito pra emocionar, só funciona se você levar isso tudo como uma grande brincadeira com filmes motivacionais (Se for esse o caso até dá pra aumentar a nota do filme pra duas estrelas, mas como em todo lugar tá dizendo que é drama e não uma comédia vai ficar sendo meia estrela mesmo).
Adaptação de uma obra que já era uma adaptação de outra, não preciso dizer mais nada. Essa onda chata de reboots de Hollywood precisa acabar urgentemente.
Simplesmente nada salva, uma das cenas mais engraçadas do original era ela vestida de Noiva Fantasma no Halloween, aqui simplesmente recriaram ela mas de forma totalmente preguiçosa e sem gerar riso nenhum e nem comentário sobre diferenças culturais aqui faz, pior foi o final resumindo o filme e encerrando com uma lição de moral bem infantil que chega a parecer aqueles filmes que passavam no Disney Channel, chega dar vergonha alheia de ter assistido isso.
As músicas são chatas e pouco memoráveis, pra não dizer que não gostei de nada, achei bem divertida a música com a primeira aparição da Regina George, mas o que acaba com o filme é a reciclagem pura e simples do original, é ridículo o filme ainda manter o livro causando todo o alvoroço na escola, em plena era da internet, nada se atualizou aqui, o gay incomodado que foi chamado de gay no livro em pleno 2024, sério? tipo, tá tão na cara do personagem, como se ninguém desconfiasse? é um filme estranho, que parece que estacionou e não saiu mais do começo dos anos 2000.
Obs: Existe uma cena escondida após os créditos finais (mas também é sem graça como todo o resto do filme).
Um filme que retrata o holocausto de modo totalmente diferente do que estamos acostumados, o incômodo já começa na cena inicial quando o filme demora pra começar e a tela fica escura por vários minutos, então já no começo percebemos que o objetivo aqui não é servir de entretenimento pra quem está assistindo e sim incomodar, afinal, esse é o verdadeiro sentido da arte, ao contrário do que defendia a ideologia nazista, que a arte deveria ser bela sempre e encantar em todos os instantes.
Esse filme incomoda pelo minimalismo, pelo som, pelo clima claustrofóbico que ele consegue gerar mostrando apenas ambientes bem iluminados e pelo modo em que retrata como o mal é algo que pode ser tão banal quando atinge o cotidiano das pessoas. A própria fotografia do filme é uma afronta a ideologia nazista, pois o filme consegue ser um grande horror mostrando apenas o belo. Aqui não temos um início, nem um meio e nem um final, o filme é um retrato cotidiano da banalidade do mal onde o horror fica apenas como pano de fundo, incomodando em todos os instantes.
A cena final do filme é de arrepiar, quando passado e futuro se misturam, mostrando um museu com os horrores do holocausto, então percebemos que tudo aquilo é apenas o coronel imaginando o resultado do seu "trabalho" sendo mostrado no futuro enquanto desce a escadaria do palácio ao mesmo tempo em que vomita enojado em vários momentos, então a luz se apaga e o filme encerra. Sem dúvida vai entrar pro rol das maiores cenas da história do cinema.
Achei sensacional a ideia da história animada ser desenhada o tempo todo no uniforme, passando bastante claustrofobia para representar a opressão do regime iraniano ao mesmo tempo em que é possível encontrar bastante criatividade ao mostrar várias partes do uniforme sendo usadas como cenários da trama, refletindo a liberdade escondida na mente da garota que usa a vestimenta de olho em um futuro que parece nunca chegar, um dos melhores curtas animados do ano.
Gostando ou não, ninguém pode negar que esse filme abriu terreno para um remake do maior clássico de terror da história: Frankenstein. Imagina o tanto de temas que dariam pra ser explorados em uma futura adaptação?
Gostei muito mesmo, ao contrário de todos os outros filmes indicados ao Oscar na categoria de Melhor Filme, a função principal aqui é o mais puro suco da arte, incomodar todos que o assistem o tempo todo e causar uma infinidade de reflexões sobre como a sociedade sempre foi podre, não me espanta ter tanta gente colocando na lista dos piores filmes do ano.
Pensei que seria profundo, mas em várias cenas algumas constatações filosóficas são tão vazias em si mesmo que parecem até que foram inventadas na hora ou até mesmo terem sido tiradas de livros de auto ajuda baratos.
O destaque mesmo vai para Paul Dano que se saiu acima da média dando vida para a Aranha. O relacionamento amoroso é sem química e completamente perdido e apático, como tema central da trama não parece ser sido suficiente para assumir o controle da narrativa e emocionar o telespectador, fora a atuação do Adam Sandler que é bem apagada.
O Astronauta mirou na imensidão do espaço para contar sua trama, mas acertou mesmo foi no mundo da lua.
Depois de anos de espera finalmente consegui gostar de uma comédia romântica, ninguém poderá dizer que essa comédia romântica é igual as outras, pois tudo aqui é único e tira um divertido sarro das fórmulas prontas presente excessivamente nesse gênero e das infantilidades por trás de tudo isso. Por isso aqui não é menos que cinco estrelas, é simplesmente genial, cheio de referências a clássicos do cinema o tempo todo, um humor ácido e soturno e uma pegada gótica que parece que saiu dos filmes do começo da carreira de Tim Burton.
Cada cena eu aplaudia de pé, filme delícia demais. E que trilha sonora foi essa, simplesmente é inesquecível. Os atores também estão super a vontade e os figurinos e direção de arte são elegantes demais, realmente é algo de grande orçamento.
Um filme sobre estranhamento, sobre não se encaixar na sociedade e o objetivo aqui é mostrar o amor como uma busca constante e não como algo que já vem pronto para as pessoas consumirem. Também percebi que o filme dedicou pro seu final uma divertida sátira pra essas obras recentes de true crime que romantizam a figura do serial killer.
Mas o destaque mesmo vai para aquela cena que ela vai na festa, é drogada e acaba doidona no cemitério e quando acorda está tudo preto e branco e ela é a própria Elizabeth Frankenstein que senta na cama ao lado da estátua do cemitério de seu amado que vai ganhando vida aos poucos ao som de Strange da banda Galaxie 500, arrepiou demais.
É perceptível quando o filme é feito por amor ao cinema e não apenas pra fazer dinheiro.
A química entre os atores é muito boa e por mais que o roteiro não fuja do lugar comum para esse tipo de comédia, achei muito agradável de assistir até o fim, não perdeu o ritmo em nenhum momento igual achei que aconteceria por ser um filme com poucos cenários (Já que se passa na pandemia de Covid).
Confesso que estava procurando um filme com uma história que se passasse no começo da pandemia e aqui temos isso, só que agora de forma leve e bem humorada, bem diferente do que esperava encontrar. Achei divertido como esta obra brinca de forma bem criativa com todas as loucuras e paranoias da era Covid ao mesmo tempo que arruma espaço pra contar sua história leve, mas bonitinha sobre a união das pessoas nas adversidades.
Não é excelente igual o Bela Vingança, mas está realmente muito longe de ser ruim como alguns estão falando, mantém toda a fórmula de causar polêmica e gerar debates, também segue o conceito de fazer uma sátira social sobre as elites.
Destaque para a atuação do ator que interpreta o Oliver, merecia muito ser lembrado no Oscar, e algumas cenas criativas, como a reviravolta final. Achei que se não fosse tão previsível e exagerado poderia ser bem melhor, mas ao mesmo tempo é interessante esse estilo pois rende cenas bem criativas (como a dancinha do final), fica parecendo que realmente tudo pode acontecer.
Obs: Me arrependi muito de ter lido algumas críticas do filme antes de assistir, pois infelizmente já sabia algumas cenas que iriam ter (as nojentas), e com isso nada realmente me chocou.
A cena da faculdade no começo do filme zoando com a cultura do politicamente correto é bem curta, mas resume todo o enredo que virá a seguir, as pessoas não querem se sentir desconfortáveis e nem ter suas visões de mundo questionadas, querem consumir obras de arte para se sentirem bem com elas mesmas, com isso a arte vira um meio de lazer, um mero produto mercadológico, marcado por estereótipos que reforçam ainda mais o preconceito em vez de trazer meios de o combater, pois a arte perde o seu sentido crucial que é o de incomodar (quem nunca ouviu a expressão "Isso não é arte", muto usada pela direita quando tem suas velhas convicções questionadas).
O filme mescla muito bem o humor com dramas familiares, e tem ótimas atuações. O que mais vejo gente criticando nele é o seu encerramento que não se leva a sério, mesmo achando que ele poderia ser muito melhor, achei que o clichê nesse caso é mera ironia e combinou com o tom bem humorado e repleto de sátira do resto da obra.
Chucky (3ª Temporada)
3.4 34 Assista AgoraEu sabia, Chucky é o Donald Trump.
Essa sem dúvida foi a temporada mais divertida até agora, diferente das outras adorei que o boneco assassino não é a única coisa sobrenatural na trama, também tem toda uma mitologia local brincando com teorias da conspiração e com as lendas dos fantasmas da Casa Branca. Essas tramas podem não ser essenciais, mas rendem bons momentos como na cena do suposto fantasma de Joseph aparecendo no baile de Halloween.
É também a temporada que menos se leva a sério, proporcionando cenas realmente muito inesperadas que quebram a quarta parede, como o momento inacreditável em que mostra Chucky assistindo Boneco do Mal, Gritos Mortais (Dead Silence) e o recente filme viral da boneca Megan e criticando todos eles, o que foi essa cena, dei muitas gargalhadas vendo, deveria durar mais tempo esse momento.
Com um final totalmente nostálgico e que nos lembra os primeiros filmes da franquia, a série termina pedindo por uma quarta temporada. Se não vier ainda assim vai ser um belo e nostálgico encerramento pra franquia, continuo com a opinião de que esse seriado foi a melhor coisa que poderia ter acontecido com esse ícone de terror dos anos 80, ressuscitou totalmente o personagem e ainda superou todos os filmes originais.
Carnaval Sangrento
2.7 10Amei a máscara do Ghostface ser de glitter, é um curta bem criativo, com referências a Psicose, Chucky, Dia dos Namorados Macabro, e até mesmo ao Zé do Caixão (o nome do hospital é Mojica Marins).
O curta demora pra engrenar e a abertura não é muito chamativa, mas quando começa ganhar força após o primeiros dez minutos não para mais de crescer, com um suspense bem construído e uma fotografia bem acima da média para um filme amador, a reviravolta final é muito criativa e dá pra ver muita vontade de fazer o Brasil voltar a ser referência no gênero de terror, dando um aspecto único e nacional a uma das franquias mais famosas do slasher.
Entrevista com o Demônio
3.5 315Original demais, não lembro de ter assistido nada semelhante. Um filme muito bom, mas atinge todo o seu potencial de terror apenas no terceiro ato, os dois primeiros são usados pra conhecermos todos os personagens da produção e pegarmos carisma pelos mesmos, o que é raro em filmes de terror.
O filme é também uma crítica ao sensacionalismo e a busca pela fama e audiência acima de tudo, uma reflexão sobre o preço da fama e tudo o que vem com ela, se esse filme tivesse sido feito nos anos 80 não tenho a menor dúvida que hoje seria um clássico.
Ótima ambientação e atuações (destaque para a menininha e o cético), adorei a maneira como em várias cenas existe a quebra da quarta parede e nos pegamos pensando o que é real ou não naquilo tudo, só faltou mesmo um maior desenvolvimento no terceiro ato pra ficar um filme totalmente perfeito.
Santuário
3.0 29 Assista AgoraFilme feito no ápice da pandemia de Covid, então quem for assistir precisa ter em mente que não terá mais que dois atores no filme inteiro e nem cenários abertos com figurantes circulando.
Aqui a narrativa se aproveita desse clima claustrofóbico para construir uma sátira social sobre relacionamentos no século 21, mostrando como o jogo de interesses do dinheiro e do amor podem ser muito mais próximos do que gostaríamos, é um filme feito para incomodar o tempo todo quem o assiste, focando em traumas do passado, análise psicológica dos personagens, é como uma grande sessão de terapia cheia de reviravoltas.
Os atores entregam muito, o filme flerta com o suspense, até com um pouco de terror, com o romance, com o erotismo, o drama e a paródia. Tenho certeza que muitos não vão gostar, mas duvido muito que ninguém vai se incomodar com o roteiro afiado. Isso precisaria ganhar uma adaptação pro teatro, pois combina muito com o formato.
Destaque para a cena final onde tudo termina no elevador, diria que é um final macabro e sinistro, só que ao mesmo tempo é romântico e acaba sendo muito fofo mesmo, que filme único e insano, igual a mente humana.
Grandes Hits
3.3 24 Assista AgoraImpossível que quem criou esse filme não tenha jogado Life is Strange. Pena que aqui parece o tempo todo que a parte do drama luta com a parte da ficção científica, parecendo dois filmes em conflito, o que acaba tirando bastante o impacto que essa obra poderia ter.
Penso também que se tivessem momentos mais marcantes ou simplesmente mais descontraídos e divertidos em vez de cenas cotidianas sendo lembradas o tempo todo, isso atingiria um potencial bem melhor no efeito dramático, pois o novo relacionamento dela (embora seja clichê padrão) tem muito mais química que o antigo, nas lembranças o ex está sempre com um jeito meio acomodado e sem graça, não nos sentimos com vontade de ficar voltando no tempo e nos interessamos mais pelo novo relacionamento.
O filme parece meio perdido, sem saber o que fazer com tantas boas ideias em mãos, então prefere esquecer dele mesmo e seguir o desejo do público ao se acomodar no romance clichê e o drama do começo, o luto, os traumas, e tudo isso vai se perdendo aos poucos sem aprofundamento, tornando o filme melhor no começo e da metade pro final tudo vai piorando até acabar de maneira super apressada. Quando acaba pouco nos importamos com o final, pois o filme já tinha falecido antes.
Wandinha (2ª Temporada)
3.1 2 Assista AgoraEspero que na segunda temporada a Wandinha seja uma personagem com mais nuances, pois na primeira temporada foi puro meme.
Sleep - O Mal Nunca Dorme
3.2 21Quando o filme termina a gente se sente como se tivesse acordando de um pesadelo, aliviado que tudo acabou, esse terror coreano realmente sabe colocar medo e brincar com nossas expectativas.
O interessante é que é mais um filme de perguntas do que de respostas sobre convivência com ideias opostas, enquanto a mulher é religiosa, o cara é ateu e acredita somente na ciência médica para resolver seu problema que pode ser médico ou espiritual, e o filme não oferece respostas sobre quem está certo, para uns a mulher vai ser louca, para outros o cara vai estar louco por não acreditar na esposa, ambos cometem atrocidades ( coitado dois dois dogs), para uns no final do filme tudo foi apenas uma atuação do cara pra convencer a mulher que estava enlouquecendo aos poucos, para outros ele realmente estava possuído o tempo todo e a mulher agiu certo o tempo todo, mas a mensagem principal aqui não é estabelecer quem está certo ou errado na história e sim a importância da união de ideias opostas para resolver problemas, afinal, essa é a base de qualquer relacionamento em sociedade.
Mas enquanto eles se abraçavam abatidos e puderam finalmente dormir em paz, senti que é uma obra muito mais profunda do que aparenta e nas entrelinhas o filme estava mesmo é falando da conturbada relação da Coreia do Sul com a Coreia do Norte, principalmente se a gente perceber que um dos países adotou a ciência e o outro o misticismo (onde o seu governante é literalmente adorado como um deus) e que o casamento (Era apenas uma Coreia) se desfez no final como um grande pesadelo, (Reparem no cartaz do filme que a mulher está de vermelho que é a cor do comunismo, enquanto o cara está de cinza, que representa a cor mais comum do terno, o uniforme do capitalismo).
Imaculada
3.1 161Não seria exagero dizer que a Sydney Sweeney merecia uma indicação ao Oscar por esse filme, atuação simplesmente impecável.
A trilha sonora é excelente (a cena da música natalina no "nascimento do novo Cristo" foi uma grande sacada e surreal de boa pra gerar tensão, nunca imaginei que uma música de Natal poderia ser assustadora, rs), os cenários e os personagens colaboram bastante para o clima de terror, embora tudo pareça exagerado muitas vezes.
Tem uma certa pegada de mistério que me lembrou muito o terror "Corra!" do Jordan Peele, se fosse ele na direção transformaria isso aqui em uma obra-prima sem sombra de dúvidas, embora a parte do drama não seja tão aprofundada como deveria, é inegável que acaba sim sendo um terror eficiente e bem feitinho, e o seu final chocante é sim a cereja do bolo, embora para mim tenha sido previsível.
Garotas em Fuga
2.7 22 Assista AgoraNão sabia que o filme iria ser uma sátira de "Onde os Fracos não tem Vez" e que ainda seria dirigido por um dos Irmãos Coen.
Entendo que sátiras não costumam se levar a sério, mas aqui é tudo tão experimental que o tempo todo fica aquela sensação de que está faltando algo na história, a sensação que passa é que o filme não se leva a sério nem nas críticas sociais que tenta fazer, não tem profundidade em nada e é um road movie bem apagado e seus momentos cômicos são todos forçados, não tem nada que seja realmente ousado, memorável ou divertido para sustentar uma trama com vida própria, muito pelo contrário, muitas das cenas parecem a visão do seu tio de churrasco sobre o universo lésbico, uma pena. Como ponto positivo fica a atuação da Margaret Qualley que se esforça ao máximo pra não deixar a peteca cair.
Um Coen sem o outro é como um navio sem leme.
Fora de Série
3.9 493 Assista AgoraComédia muito divertida, ri muito em várias cenas. O que mais faltou no novo remake de Meninas Malvadas tem de sobra aqui, que é nos simpatizarmos pelos personagens. A química das duas atrizes principais é realmente muito boa.
Com muitas doses de comédia e pequenos toques de drama, esse filme descompromissado de fim de noite consegue atingir o ápice do gênero de filmes colegiais e se tornar algo realmente memorável com grande potencial para virar clássico no futuro. Mesmo tendo personagens estereotipados, todos eles soam como um sátira ao próprio gênero de filmes teen, a conclusão final dessa obra no estilo "nada é o que parece ser" é épica demais.
Só não dou excelente pois algumas situações soam forçadas demais para causar risos, mas algo que sempre é esperado de filmes teen e não é nada que estrague a experiência, a vantagem é que aqui muitas dessas situações realmente funcionam, como na cena do táxi que me fez gargalhar alto.
Mergulho Noturno
2.2 105 Assista AgoraMuito triste ver uma história tão bonita sobre barganha, dor do luto, sacrifício em nome do amor, etc.., ser literalmente sugada pelo ralo da piscina.
Em vez de desenvolver os personagens o filme só se preocupa em gerar suspense pra saber qual vai ser a próxima coisa sobrenatural a ocorrer, chega a se entediante quando explicam todo o sobrenatural do filme no meio da história, perde todo o impacto no terceiro ato, parece que não aprenderam o básico do gênero, quando se explica o terror ele morre. Não existe quase nenhuma profundidade emocional aqui, embora a trama pedia isso e o pouco que tinha é perdido quando começa a onda de possessões enfadonhas, uma saída fácil do roteiro pra não ter que desenvolver seus personagens.
Obs: Os monstros do filme parecem uma versão meia boca dos zumbis daquele jogo do fliperama The House of The Dead, rs
Obs 2: A cena que o brinquedo fica preso na tubulação da piscina é de uma vergonha alheia tremenda por ser cópia descarada de IT, o menino tentando pegar lembra muito a cena do barquinho de papel preso no bueiro no filme IT: A Coisa. só substituíram por um iate de controle remoto, como se isso fosse deixar o filme com ares mais modernos, rs
Matador de Aluguel
3.1 270 Assista AgoraNão sabia que ia ser uma comédia, o vilão Knox praticamente pegou o filme pra ele, cada vez que ele aparecia eu cascava o bico de tanto dar risada. Nem acredito que esse é o primeiro filme da carreira dele.
(Notem que o filme termina igual quando começa, com ele peladão fugindo do hospital, explicando pra gente nos segundos finais do filme o motivo de estar pelado quando o filme começou, genial. Obs: Isso me lembrou muito GTA)
A pessoa pra gostar disso aqui precisa abraçar o pastiche, não pode assistir um filme desses esperando profundidade (nem o título do filme faz sentido, deveriam ter mantido o "Casa de Estrada" do original), quem abraçar o nonsense vai se divertir bastante, é como se fosse aqueles jogos de fliperama de luta antigos, onde você jogava com um cigarrinho no canto da boca e equilibrando a lata de cerveja no meio dos botões, agora tenta pensar nessa lata como se ela fosse o roteiro do filme, pronto, vai se divertir bastante.
Como ponto negativo achei estranho o filme não ter cenas mais quentes, os filmes atuais parecem fugir de cenas eróticas igual o diabo foge da cruz, uma pena, pois aqui eu senti que só faltou isso para pegar totalmente a vibe dos filmes de ação dos anos 80.
Dentro do que ele se propõe a ser, achei um trabalho de direção fenomenal, me deu até uma vontade enorme de jogar uns jogos de luta do fliperama, aliás, é o que vou fazer agora. E precisam contratar esse cara pra dirigir uma futura adaptação de GTA para as telonas, caso venha ocorrer.
Obs: Não assisti o original, mas com certeza acho que teria me divertido bem mais com o que foi feito aqui, não sei se é verdade, mas ouvi falar que o filme se levava a sério demais perto desse.
Night Shift
2.8 9Muitos easter eggs de Psicose, O Iluminado, Ilha do Medo, O Chamado, mas sem nenhuma pretensão de ser uma referência ao gênero do terror igual esses outros grandes filmes.
Um terror bem leve com uma vibe de quem saiu diretamente dos anos 70, mas com pouco aprofundamento em seus personagens e com um roteiro pouco desenvolvido, diria que é um filme no estilo Tela Quente, pra ver no final da noite e se divertir sem saber o que vai acontecer, mas o lado triste é que se você assistiu essas obras de terror que esse filme aqui faz referência talvez goste menos ainda dele.
Mas se dizer que não gostei estaria mentindo, pois achei tão delicioso ver ela enfrentando o medo de ficar sozinha, explorando os quartos do motel, interagindo com os hóspedes, que teve uma hora que não sabia se os fantasmas eram reais ou não, se tudo aquilo era uma grande pegadinha ou se tinha algo mais envolvido, enfim, me lembrou aqueles jogos indies de resolver enigmas em locais assombrados, pra mim foi uma experiência divertida e com uma vibe incrível dos anos 70, mesmo o filme se passando nos dias atuais.
Pedágio
3.7 69O filme é muito bom, principalmente as partes que satirizam a hipocrisia religiosa e causam muitos risos. Mas como toda sátira acaba soando exagerado em muitos momentos, e muitas vezes parece que quase todo mundo do filme é ignorante, embora no Brasil infelizmente não deva ser muito diferente do mostrado aqui, fica parecendo que a sátira está acima de todos os personagens do filme, senti falta de mais momentos contemplativos, principalmente envolvendo o ator principal (ele tá ótimo cantando no final), e senti que faltaram momentos de transformações sociais e arrependimentos mais evidentes no desenvolvimento da trama, tudo pode soar muito frio demais, mas isso não soa sempre como um defeito e sim como o estilo da diretora.
Doeu ver uma criança de uns cinco anos de idade participando da cura gay, é uma sátira fria, que incomoda ao mesmo tempo em que pode causar risos.
Embora recorra a alguns temas arroz de festa do cinema nacional (pobreza, criminalidade, corrupção, etc..), isso faz sentido dentro da sátira social proposta aqui ao mostrar como a religião pode inverter a realidade ao ser usada para transformar comportamentos normais em grandes pecados que precisam de meses de tratamentos intensivos e comportamentos verdadeiramente criminosos em pequenos desvios de conduta que se curam com apenas algumas simples orações.
Um outro filme com esse temática da cura gay, mas sem o drama e com apenas a sátira social foi o excelente "Nunca fui Santa" (But I'm a Cheerleader, 1999). Pra mim um dos maiores clássicos do cinema e envelheceu super bem.
O Primeiro Dia da Minha Vida
3.3 9Sem dúvida já é um dos piores filmes que assisti em 2024.
As histórias são rasas, clichês e enfadonhas, todas levadas pra tela de modo artificial. Pra completar os personagens são superficiais e estereotipados, o roteiro não deixa dúvidas em nenhum momento, tudo é explicado do começo ao fim, ou seja, já sabemos tudo o que vai acontecer, é até difícil assistir até o final de tão enfadonho pois não nos sentimos presos na trama, fica um vazio, é como se faltasse algo pra completar, lembra até aqueles filmes religiosos tipo Nosso Lar, não por causa da temática religiosa (Esse filme não é religioso), e sim pela falta de tempero e excessos de explicações.
O filme nem entra na temática dos transtornos mentais, tudo é resolvido com discursos de auto ajuda baratos, parece até mesmo uma mistura de Paulo Coelho com Augusto Cury e no final é triste constatar que o roteiro do filme não passa de uma das palestras desmotivacionais do guru coach desmotivado do começo do filme.
O único momento que o filme me gerou tensão foi aquele surto da mulher fazendo acrobacias de ginástica na beira da sacada do prédio que estava molhada pela chuva, isso já deveria ser considerada uma tentativa de tirar a própria vida, fiquei achando que ela iria cair a cada movimento que ela fazia e me senti em outra dimensão quando vi que os personagens estavam admirando e aplaudindo ela na maior tranquilidade do mundo, dei até risada de tão ridículo e sem noção que ficou a cena quando descobri que não era algo feito pra gerar tensão.
É muito pior que um filme ruim, é um verdadeiro vexame, achei em alguns momentos que a obra estava tirando uma com a nossa cara. Não é possível que isso foi feito pra emocionar, só funciona se você levar isso tudo como uma grande brincadeira com filmes motivacionais (Se for esse o caso até dá pra aumentar a nota do filme pra duas estrelas, mas como em todo lugar tá dizendo que é drama e não uma comédia vai ficar sendo meia estrela mesmo).
Meninas Malvadas
3.2 183 Assista AgoraAdaptação de uma obra que já era uma adaptação de outra, não preciso dizer mais nada. Essa onda chata de reboots de Hollywood precisa acabar urgentemente.
Simplesmente nada salva, uma das cenas mais engraçadas do original era ela vestida de Noiva Fantasma no Halloween, aqui simplesmente recriaram ela mas de forma totalmente preguiçosa e sem gerar riso nenhum e nem comentário sobre diferenças culturais aqui faz, pior foi o final resumindo o filme e encerrando com uma lição de moral bem infantil que chega a parecer aqueles filmes que passavam no Disney Channel, chega dar vergonha alheia de ter assistido isso.
As músicas são chatas e pouco memoráveis, pra não dizer que não gostei de nada, achei bem divertida a música com a primeira aparição da Regina George, mas o que acaba com o filme é a reciclagem pura e simples do original, é ridículo o filme ainda manter o livro causando todo o alvoroço na escola, em plena era da internet, nada se atualizou aqui, o gay incomodado que foi chamado de gay no livro em pleno 2024, sério? tipo, tá tão na cara do personagem, como se ninguém desconfiasse? é um filme estranho, que parece que estacionou e não saiu mais do começo dos anos 2000.
Obs: Existe uma cena escondida após os créditos finais (mas também é sem graça como todo o resto do filme).
Zona de Interesse
3.6 594 Assista AgoraUm filme que retrata o holocausto de modo totalmente diferente do que estamos acostumados, o incômodo já começa na cena inicial quando o filme demora pra começar e a tela fica escura por vários minutos, então já no começo percebemos que o objetivo aqui não é servir de entretenimento pra quem está assistindo e sim incomodar, afinal, esse é o verdadeiro sentido da arte, ao contrário do que defendia a ideologia nazista, que a arte deveria ser bela sempre e encantar em todos os instantes.
Esse filme incomoda pelo minimalismo, pelo som, pelo clima claustrofóbico que ele consegue gerar mostrando apenas ambientes bem iluminados e pelo modo em que retrata como o mal é algo que pode ser tão banal quando atinge o cotidiano das pessoas. A própria fotografia do filme é uma afronta a ideologia nazista, pois o filme consegue ser um grande horror mostrando apenas o belo. Aqui não temos um início, nem um meio e nem um final, o filme é um retrato cotidiano da banalidade do mal onde o horror fica apenas como pano de fundo, incomodando em todos os instantes.
A cena final do filme é de arrepiar, quando passado e futuro se misturam, mostrando um museu com os horrores do holocausto, então percebemos que tudo aquilo é apenas o coronel imaginando o resultado do seu "trabalho" sendo mostrado no futuro enquanto desce a escadaria do palácio ao mesmo tempo em que vomita enojado em vários momentos, então a luz se apaga e o filme encerra. Sem dúvida vai entrar pro rol das maiores cenas da história do cinema.
Our Uniform
3.4 27 Assista AgoraAchei sensacional a ideia da história animada ser desenhada o tempo todo no uniforme, passando bastante claustrofobia para representar a opressão do regime iraniano ao mesmo tempo em que é possível encontrar bastante criatividade ao mostrar várias partes do uniforme sendo usadas como cenários da trama, refletindo a liberdade escondida na mente da garota que usa a vestimenta de olho em um futuro que parece nunca chegar, um dos melhores curtas animados do ano.
Pobres Criaturas
4.1 1,1K Assista AgoraGostando ou não, ninguém pode negar que esse filme abriu terreno para um remake do maior clássico de terror da história: Frankenstein. Imagina o tanto de temas que dariam pra ser explorados em uma futura adaptação?
Gostei muito mesmo, ao contrário de todos os outros filmes indicados ao Oscar na categoria de Melhor Filme, a função principal aqui é o mais puro suco da arte, incomodar todos que o assistem o tempo todo e causar uma infinidade de reflexões sobre como a sociedade sempre foi podre, não me espanta ter tanta gente colocando na lista dos piores filmes do ano.
O Astronauta
2.9 119 Assista AgoraPensei que seria profundo, mas em várias cenas algumas constatações filosóficas são tão vazias em si mesmo que parecem até que foram inventadas na hora ou até mesmo terem sido tiradas de livros de auto ajuda baratos.
O destaque mesmo vai para Paul Dano que se saiu acima da média dando vida para a Aranha. O relacionamento amoroso é sem química e completamente perdido e apático, como tema central da trama não parece ser sido suficiente para assumir o controle da narrativa e emocionar o telespectador, fora a atuação do Adam Sandler que é bem apagada.
O Astronauta mirou na imensidão do espaço para contar sua trama, mas acertou mesmo foi no mundo da lua.
Lisa Frankenstein
3.2 53Depois de anos de espera finalmente consegui gostar de uma comédia romântica, ninguém poderá dizer que essa comédia romântica é igual as outras, pois tudo aqui é único e tira um divertido sarro das fórmulas prontas presente excessivamente nesse gênero e das infantilidades por trás de tudo isso. Por isso aqui não é menos que cinco estrelas, é simplesmente genial, cheio de referências a clássicos do cinema o tempo todo, um humor ácido e soturno e uma pegada gótica que parece que saiu dos filmes do começo da carreira de Tim Burton.
Cada cena eu aplaudia de pé, filme delícia demais. E que trilha sonora foi essa, simplesmente é inesquecível. Os atores também estão super a vontade e os figurinos e direção de arte são elegantes demais, realmente é algo de grande orçamento.
Um filme sobre estranhamento, sobre não se encaixar na sociedade e o objetivo aqui é mostrar o amor como uma busca constante e não como algo que já vem pronto para as pessoas consumirem. Também percebi que o filme dedicou pro seu final uma divertida sátira pra essas obras recentes de true crime que romantizam a figura do serial killer.
Mas o destaque mesmo vai para aquela cena que ela vai na festa, é drogada e acaba doidona no cemitério e quando acorda está tudo preto e branco e ela é a própria Elizabeth Frankenstein que senta na cama ao lado da estátua do cemitério de seu amado que vai ganhando vida aos poucos ao som de Strange da banda Galaxie 500, arrepiou demais.
É perceptível quando o filme é feito por amor ao cinema e não apenas pra fazer dinheiro.
Quem Chamou o Charlie?
2.7 3 Assista AgoraA química entre os atores é muito boa e por mais que o roteiro não fuja do lugar comum para esse tipo de comédia, achei muito agradável de assistir até o fim, não perdeu o ritmo em nenhum momento igual achei que aconteceria por ser um filme com poucos cenários (Já que se passa na pandemia de Covid).
Confesso que estava procurando um filme com uma história que se passasse no começo da pandemia e aqui temos isso, só que agora de forma leve e bem humorada, bem diferente do que esperava encontrar. Achei divertido como esta obra brinca de forma bem criativa com todas as loucuras e paranoias da era Covid ao mesmo tempo que arruma espaço pra contar sua história leve, mas bonitinha sobre a união das pessoas nas adversidades.
Saltburn
3.5 856Não é excelente igual o Bela Vingança, mas está realmente muito longe de ser ruim como alguns estão falando, mantém toda a fórmula de causar polêmica e gerar debates, também segue o conceito de fazer uma sátira social sobre as elites.
Destaque para a atuação do ator que interpreta o Oliver, merecia muito ser lembrado no Oscar, e algumas cenas criativas, como a reviravolta final. Achei que se não fosse tão previsível e exagerado poderia ser bem melhor, mas ao mesmo tempo é interessante esse estilo pois rende cenas bem criativas (como a dancinha do final), fica parecendo que realmente tudo pode acontecer.
Obs: Me arrependi muito de ter lido algumas críticas do filme antes de assistir, pois infelizmente já sabia algumas cenas que iriam ter (as nojentas), e com isso nada realmente me chocou.
Ficção Americana
3.8 375 Assista AgoraA cena da faculdade no começo do filme zoando com a cultura do politicamente correto é bem curta, mas resume todo o enredo que virá a seguir, as pessoas não querem se sentir desconfortáveis e nem ter suas visões de mundo questionadas, querem consumir obras de arte para se sentirem bem com elas mesmas, com isso a arte vira um meio de lazer, um mero produto mercadológico, marcado por estereótipos que reforçam ainda mais o preconceito em vez de trazer meios de o combater, pois a arte perde o seu sentido crucial que é o de incomodar (quem nunca ouviu a expressão "Isso não é arte", muto usada pela direita quando tem suas velhas convicções questionadas).
O filme mescla muito bem o humor com dramas familiares, e tem ótimas atuações. O que mais vejo gente criticando nele é o seu encerramento que não se leva a sério, mesmo achando que ele poderia ser muito melhor, achei que o clichê nesse caso é mera ironia e combinou com o tom bem humorado e repleto de sátira do resto da obra.
Uma bela crítica ao emburrecimento da sociedade.