É sempre bom pensar no que realmente significa o rótulo "ficção científica" e no que ele se tornou ao longo dos anos, principalmente pro grande público. No fundo, não há obrigatoriedade de explosões, cenas de ação, monstros gigantes, etc - não que isso seja ruim, mas o gênero não se faz nisso. A ficção científica gosta de levantar questionamentos, nos deixar reflexivos a pensar sobre o sentido das coisas. Elementos surreais surgem na tela não só pra fascinar, mas para nos dizer algo que talvez não conseguíssemos entender de oura forma.
Dado esse pretexto, o novo filme do Alex Garland, "Aniquilação", é sim um baita filme de ficção científica, e a falta de ação não tira nenhum mérito dele, muito pelo contrário. A nova produção do diretor de "Ex Machina" traz os mesmos acertos do filme de 2015, mas dessa vez com um acabamento diferente, um tom de psicodelia, de desconhecido.
Em "Aniquilação", Natalie Portman é uma bióloga que parte numa jornada com outras 4 mulheres para um local que por algum motivo deixou de seguir as leis da natureza. Elas pretendem pesquisar e descobrir o que causa tudo isso, e as condições não parecem favoráveis dado em conta que ninguém havia retornado daquele local desde que as expedições começaram. A partir desse ponto, temos uma missão por um lugar irreconhecível, que explora a relação humana com o desconhecido, a impotência, a falta de controle. E nesse ponto, o filme tem seu maior trunfo. O filme utiliza do desconforto dos personagens para construir suas personalidades, para aprofundar suas relações e trazer questionamentos sobre o que é diferente. O primeiro e o segundo ato do filme são instigantes, cativantes, um suspense com uma ambientação bizarra, até chegar no terceiro ato onde as definições de "psicodelia" são atualizadas e você não consegue desgrudar os olhos da tela.
As perguntas que o filme deixa sem resposta e as reflexões que o roteiro proporciona, aliadas a um visual muito belo e um design de som perturbador, fazem com que "Aniquilação" seja uma experiência introspectiva sobre o controle do ser humano perante o mundo que lhe rodeia. Nota: 4.1/5
Óbvio que o filme não é grande coisa, ainda mais levando em conta que os atores não são atores de verdade e isso fica claro, o que acaba incomodando. MAS, o filme não é uma tortura visual, tem algumas tiradas de humor muito boas e eu mesmo me peguei rindo em vários momentos. O filme não se leva a sério em qualquer uma de suas histórias e isso contribui para um humor pastelão non-sense que foca na improbabilidade das ocasiões.
Não, não digo que Internet: O Filme é o novo Monty Phyton, mas as coisas não são 8 ou 80, pessoal. Tentem deixar o ódio aos youtubers um pouco de lado e talvez vocês percebam que o próprio filme satiriza esse universo em que está inserido, e isso gera algumas cenas engraçadíssimas.
Repetindo: não é um filme genial, não é o ápice do humor nacional, mas diverte e faz passar o tempo. Deem uma chance pra esse filme, de preferência, sem serem chatos. Nota: 2.7/5
Só quem vive ou sonha em viver com arte sabe mais do que ninguém o quanto o mundo real pode ser completamente frustrante. Às vezes, sem perceber, situações tediosas são salvas por uma música no fone de ouvido, dias frustrantes melhoram após olhar um bom filme, e isso só reforça o quanto a arte é o refúgio de uma realidade muitas vezes insatisfatória.
Guillermo del Toro é um dos loucos que ainda se arrisca a experimentar viver dessa magia, e ele é muito bom nisso. Bom ao ponto de zombar da realidade em que todos nós, incluindo ele, estamos presos. No seu mais recente trabalho, "A Forma da Água", é possível ouvir o grito da arte, do encanto, da fantasia, e o mais engraçado é o pano de fundo que ele usa pra contar essa história: meados de 1960, Guerra Fria e a paranoia anticomunista que tomou conta do ocidente. Dentro desse contexto tão fervoroso, Del Toro faz surgir um romance entre uma faxineira muda e uma espécie de homem-anfíbio, que foi mantido em cativeiro para ser usado como vantagem na Corrida Espacial.
Não há como descrever a maneira que essa relação entre "a mocinha e o monstro" acontece, nem como o amor entre eles se torna palpável, porque todas as cenas envolvendo ambos são de uma sutileza incrível e de uma beleza estonteante. Não há maneira de diálogos acontecerem entre esses personagens, ora, ambos não falam, mas, quem disse que isso é necessário? Cada cena fala por si, a fotografia e a trilha sonora gritam aos ouvidos cada toque, cada gesto, cada expressão facial. As imagens saltam os olhos de quem vê, e o encanto faz com que as barreiras do que é "normal e aceitável" sejam quebradas completamente, pra dar espaço a tudo aquilo que pode ser sentido.
Em meio a tanta opressão de uma sociedade obcecada por poder, Guillermo Del Toro faz nascer uma história de amor entre espécies, que encanta e dá esperanças de que a fantasia pode sim sair vitoriosa perante a realidade. Isso é arte, e arte não se explica, se sente. Nota: 4.4/5
Sinceramente, você precisa de um QI muito alto para entender The Room. O humor é extremamente sutil, e sem a menor sombra de dúvidas a maioria das piadas passarão despercebidas na cabeça de um telespectador comum. Há também o estilo niilista do Tommy Wiseau, que está profundamente entrelaçada em seu personagem - sua filosofia pessoal é bastante inspirada nos livros de Narodnaya Volya, por exemplo. Os fãs entendem isso; eles possuem a capacidade de realmente apreciar a profundeza dessas piadas, de entender que elas não são apenas engraçadas - elas dizem algo profundo sobre a VIDA.
Consequentemente, pessoas que não gostam de The Room realmente SÃO idiotas - é claro que eles não iriam gostar, por exemplo, da imitação de galinha que Johnny faz magistralmente, que por si só é uma referência ao clássico de Turgenev "Pais e Filhos". Eu gargalho só de imaginar um desses seres simplórios coçando a cabeça diante da confusão causada pelo sarcasmo genial de Wiseau na tela da televisão. Que tolos... como tenho pena deles.
E sim, à propósito, eu TENHO uma tatuagem de The Room. E não, você não pode ver. Somente as garotas podem - e ainda assim elas precisam demonstrar que estão a pelo menos 5 pontos de QI (de preferência abaixo) de mim com antecedência.
Dar 5 estrelas para um filme no Filmow é uma tarefa difícil para mim, digna de uma análise calma e ponderada sobre o filme. Essa análise, em casos como do filme "Bingo - O Rei das Manhãs", se resume em apenas uma pergunta: "por quê eu não daria 5 estrelas pra esse filme?"
Por mais que tenha algumas jogadas inteligentes, A Morte te dá Parabéns insiste em cair nos mesmos clichês de filmes do gênero e nas piadas sem graça que Hollywood gosta de implantar nas relações adolescentes. De brinde você tem uma penca de erros de continuidade, personagens rasos, soluções fáceis e uma direção razoável, acrescente isso a uma pipoca e você vai ter um bom entretenimento despretensioso - ou seja, não exija muito e você pode se divertir.
Sim, o longa-metragem cumpre seu papel como filme pipocão de susto para olhar com os amigos no cinema, por mais que passe a triste impressão de que o diretor queria mais do que isso e não conseguiu. Nota 2.65/5
Bom filme, com um ótimo trabalho de contextualização histórica e humanização de personagens. Pensei que fosse assistir a 100 minutos de uma doutrinação desenfreada, mas, felizmente, o filme consegue ser muito mais maduro do que o esperado.
Triste saber que O Jovem Karl Marx não receberá destaque algum na mídia ocidental devido à sua mensagem comunista, mas é assim que as coisas funcionam atualmente.
"Até agora, os filósofos limitaram-se a interpretar. Interpretam o mundo. Porém, o mundo deve ser transformado."
Há duas coisas que chamam atenção nesse filme: a montagem do primeiro ato onde o tempo aparenta passar como deve, e a maneira como toda a proposta do longa é perdida ao decorrer dos minutos. O que começa como um aparente sci-fi com doses de comédia, acaba como um romance declarado do estilo Hollywood, atingindo todos os clichês do nicho.
Talvez só o que queriam era colocar Chris Patt para contracenar com Jennifer Lawrence, mas esqueceram que isso não compensa um roteiro ruim. Nota 2.65/5
Os cineastas de hoje em dia deveriam voltar no tempo e entender onde realmente se encontra o suspense de uma história: na exposição do comportamento humano quando posto fora de sua zona de conforto.
Hitchcock fez com que víssemos o filme de maneira onisciente, sabendo tudo que se passa e ansiando por cada movimento, o que torna esta película uma magistral ironia dramática de 80 minutos, vindo de um dos grandes mestres do cinema. Nota: 4.7/5
"Foi no reinado de George III que estes personagens viveram e brigaram; bons ou maus, bonitos ou feios, ricos ou pobres, agora, eles são todos iguais.”
Um filme que em seus melhores momentos cria um clima inconfundível de terror e desconforto, com uma estética absurda e uma mixagem de som beirando a perfeição; mas que em seus piores momentos se perde na presunção de um diretor na época iniciante.
Mesmo que por vezes o filme pareça apenas uma sequência de cenas sem sentido, Eraserhead tem muito a dizer, e as opiniões sobre esse longa oscilam tanto porque as pessoas o enxergam de maneiras diferentes (o que é totalmente compreensível). É tudo aparentemente tão bizarro que acaba sendo difícil notar as mensagens que esse filme passa. Medo, insegurança, provação, fraternidade.
Um olhar de diretor que ousou ao limite, e entregou uma obra, no mínimo, curiosíssima. Nota 3.9/5
Kong: A Ilha da Caveira é mais um caso para dizer que boas molduras não salvam quadros ruins, só que nesse caso nem a moldura é tão boa assim.
Pra começo de conversa, o filme não sabe a que vem, principalmente na retratação do King Kong. Ele começa logo em tela, você pensa que ele vai ser presente no filme... então ele some. Então você pensa que vão fazer um mistério em volta do gorila e construir o personagem por meio de histórias e mitologias da ilha, aí ele começa a aparecer sem motivo. Cenas aleatórias, às vezes sendo bonzinho, às vezes sendo ameaçador e traiçoeiro, totalmente mal colocado no filme, uma presença confusa e que nos faz ponderar sobre o real objetivo do nome do longa.
O roteiro é desastroso, os diálogos são piores ainda, as cenas de ação até que são boas mas a imersão nunca é completa porque sempre tem alguém dizendo uma frase horrivelmente colocada ou tendo uma atitude estúpida diante do perigo que você simplesmente não consegue ignorar. A cada 2 minutos você olha pra tela e pensa "Sério? É isso mesmo que eu vi?". Não há qualquer desenvolvimento de personagem, os grupos se deslocam de ponto A até ponto B sem razões convincentes e é fácil não conseguir se situar na ambientação.
O filme acerta na questão visual da mitologia da ilha, há criaturas estranhas e fascinantes, que realmente cativam quem assiste, mas não passa disso. Não há realmente uma mitologia porque não há histórias sendo contadas sobre aquilo que vemos, não nos situam sobre o que cada bicho realmente é, só jogam na tela para gerar espanto e impressionar. É como colocar um laço de fita num pedaço de merda.
"Mas dá pra se divertir?" Olha, se você não for muito exigente, dá sim. É um filme de jornada na selva com monstros aleatórios pulando na sua cara e algumas cenas de ações com os mesmos, desfrute disso caso consiga.
No fim, é isso que o cinema hollywoodiano se tornou: franquias. Maldita seja a Marvel que convenceu cada fucking produtora a ter um universo compartilhado pra si mesmo, isso nos faz ver spin-offs sobre o King Kong para que ele possa, daqui a uns anos, ser posto pra lutar contra o Godzilla (e qual é o sentido disso?!)
É difícil fazer um bom filme de super heroi hoje em dia. Faça um roteiro fraco, um arco clichê de amadurecimento, encaixe piadas forçadas em todos os momentos que puder e pronto, mais um filme horrível que irá fazer milhões com bilheteria e satisfazer os deveres de um blockbuster: lucrar. Se desvencilhar disso chega a ser um desafio, e Logan vem para trazer luz em meio a esse temporal de merda que é o gênero de filmes de super herois.
O filme que traz a despedida de Hugh Jackman no papel se passa num futuro distópico, em 2029, onde não há mais proliferação de mutantes. Logan é um homem velho, castigado pela idade e por tudo que já aconteceu na sua vida. Suas cicatrizes emocionais chegam a ser mais visíveis que as físicas, que aparecem cada vez mais agora que o seu fator de regeneração já não trabalha como deveria. A atmosfera do longa traz à tona toda a melancolia e a depressão que permeia a vida do protagonista, há um tom de culpa em cada fala, arrependimento, você vê um personagem derrotado que não se importa mais com as coisas.
Por mais que o filme tenha a classificação indicativa alta, ele não se faz nas cenas de ação sangrentas e explícitas (que, por sinal, são maravilhosas e dirigidas de maneira impecável), Logan, por sua vez, é um filme que se mostra nas interações entre os personagens e no arco de cada um. Todos estão excelentes aqui, Hugh Jackman, Patrick Stewart e até mesmo a pequena Dafne Keen, dando o melhor de si em seus papeis e convencendo os espectadores da mensagem que o filme passa.
Talvez o único ponto "negativo" de Logan seja a falta de heroísmo. Não há planos de ataque, uniformes de heroi, um senso de justiça ou um vilão megalomaníaco, o filme não é exagerado nesse sentido. Em tela você não verá o Volwerine, verá o Logan, e isso diz muito sobre a trama. Não chega a ser um ponto negativo, mas pode falhar às expectativas de algumas pessoas que chegarão no cinema e verão um filme emotivo e melancólico, e não um blockbuster explosivo com todas suas graças.
Logan é competente em sua proposta, é depressivo, sentimental, pesado e desafiador. Pouco verborrágico, mas que traz muito à tona. Para quem olhou os filmes anteriores do Wolverine, a melhor palavra para descrever seria "finalmente!". Nota 4.5/5
"Hold your breath, make a wish, count to three. Come with me and you'll be in a world of pure imagination..."
São poucas as coisas que despertam sua criança interior, e menos ainda as que não o fazem por nostalgia. Nunca havia olhado esse filme, mas, por algum motivo, me senti com 8 anos de idade. Há um clima psicodélico permeando cada cena, algo que te puxa para dentro, é uma imersão em um mundo fantasioso onde a vida parece ter um lado de conto de fadas.
A trilha sonora "Pure Imagination" é de uma beleza sutil e reconfortante, me trouxe sensações únicas e um arrepio pelo corpo todo. O filme segue a mesma trilha, comandado pelo excelente Gene Wilder, em uma interpretação magnífica.
Meu maior medo é que a minha nota pro filme seja confundida com um hate, quem dera fosse, mas, analisando o filme, ele realmente não merece nem meia estrela (o problema é que essa é a menor nota possível no Filmow).
Anastasia é fraca, atrapalhada, insegura e facilmente seduzida por Christian Grey, um garanhão rico e sádico que de sádico não parece ter nada porque ele não convence de forma alguma. Não há uma forte imponência dele sobre ela, não há desenvolvimento de personagem, construção de caráter, a história não apresenta uma jornada nem qualquer tipo de trama a mais do que realmente aparenta ser, e nesse caso isso é horrível porque o que o filme aparenta ser é ridículo.
Cinquenta Tons de Cinza não funciona como romance, softcore, adaptação de livro, e nem mesmo os fãs de BDSM vão encontrar algo interessante nessa película. É apenas um retrato de uma relação 100% abusiva que por algum motivo o diretor achou que daria certo caso romantizassem a mesma. Pois, veja bem, nem isso funciona.
O filme retrata o sexo de um jeito que eu esperava ansiosamente para ver. Não há romantismo aqui, as coisas não são poetizadas, os atos são crus e sem emoção, de maneira que cria um clima melancólico e deprimente.
Lars Von Trier parece ter achado um jeito de fazer tudo que gosta nesse filme: o esqueleto da trama é Joe falando sobre sua vida sexual ao padre Seligman, e então está feito, há uma abertura para colocar sexo explícito em tela aliado a dezenas de analogias e filosofias totalmente duvidáveis (de propósito).
A história é bem contada e atiça o espectador, mas o filme acaba se tornando arrastado demais e há pelo menos 20 minutos que não precisavam estar ali.
Bom filme, desperta curiosidade pelo segundo volume. Nota 3.7/5
Filme divertido com uma história que cumpre seu papel de entreter. Os personagens são um pouco caricatos mas tem um aprofundamento suficiente para se tornarem interessantes dentro da trama.
O filme traz algumas ótimas cenas e também se destaca pela narração do protagonista que por vez ou outra quebra a quarta parede, mesmo eu achando que esse artifício poderia ter sido usado de maneira melhor.
Apesar das qualidades, sinto que o falatório todo em volta do filme fez com que eu esperasse algo a mais, e no fim, tive a sensação de que Curtindo a Vida Adoidado traz uma crítica rasa a sociedade quando estava a um passo de fazer algo genial.
Bom filme, excelente para passar o tempo, mas não chega a ser um The Breakfast Club. Nota 3.8/5
Aniquilação
3.4 1,6K Assista AgoraÉ sempre bom pensar no que realmente significa o rótulo "ficção científica" e no que ele se tornou ao longo dos anos, principalmente pro grande público. No fundo, não há obrigatoriedade de explosões, cenas de ação, monstros gigantes, etc - não que isso seja ruim, mas o gênero não se faz nisso. A ficção científica gosta de levantar questionamentos, nos deixar reflexivos a pensar sobre o sentido das coisas. Elementos surreais surgem na tela não só pra fascinar, mas para nos dizer algo que talvez não conseguíssemos entender de oura forma.
Dado esse pretexto, o novo filme do Alex Garland, "Aniquilação", é sim um baita filme de ficção científica, e a falta de ação não tira nenhum mérito dele, muito pelo contrário. A nova produção do diretor de "Ex Machina" traz os mesmos acertos do filme de 2015, mas dessa vez com um acabamento diferente, um tom de psicodelia, de desconhecido.
Em "Aniquilação", Natalie Portman é uma bióloga que parte numa jornada com outras 4 mulheres para um local que por algum motivo deixou de seguir as leis da natureza. Elas pretendem pesquisar e descobrir o que causa tudo isso, e as condições não parecem favoráveis dado em conta que ninguém havia retornado daquele local desde que as expedições começaram. A partir desse ponto, temos uma missão por um lugar irreconhecível, que explora a relação humana com o desconhecido, a impotência, a falta de controle. E nesse ponto, o filme tem seu maior trunfo. O filme utiliza do desconforto dos personagens para construir suas personalidades, para aprofundar suas relações e trazer questionamentos sobre o que é diferente. O primeiro e o segundo ato do filme são instigantes, cativantes, um suspense com uma ambientação bizarra, até chegar no terceiro ato onde as definições de "psicodelia" são atualizadas e você não consegue desgrudar os olhos da tela.
As perguntas que o filme deixa sem resposta e as reflexões que o roteiro proporciona, aliadas a um visual muito belo e um design de som perturbador, fazem com que "Aniquilação" seja uma experiência introspectiva sobre o controle do ser humano perante o mundo que lhe rodeia. Nota: 4.1/5
Internet: O Filme
1.5 317Gente, por que tanto ódio no coração?
Óbvio que o filme não é grande coisa, ainda mais levando em conta que os atores não são atores de verdade e isso fica claro, o que acaba incomodando. MAS, o filme não é uma tortura visual, tem algumas tiradas de humor muito boas e eu mesmo me peguei rindo em vários momentos. O filme não se leva a sério em qualquer uma de suas histórias e isso contribui para um humor pastelão non-sense que foca na improbabilidade das ocasiões.
Não, não digo que Internet: O Filme é o novo Monty Phyton, mas as coisas não são 8 ou 80, pessoal. Tentem deixar o ódio aos youtubers um pouco de lado e talvez vocês percebam que o próprio filme satiriza esse universo em que está inserido, e isso gera algumas cenas engraçadíssimas.
Repetindo: não é um filme genial, não é o ápice do humor nacional, mas diverte e faz passar o tempo. Deem uma chance pra esse filme, de preferência, sem serem chatos. Nota: 2.7/5
A Forma da Água
3.9 2,7KSó quem vive ou sonha em viver com arte sabe mais do que ninguém o quanto o mundo real pode ser completamente frustrante. Às vezes, sem perceber, situações tediosas são salvas por uma música no fone de ouvido, dias frustrantes melhoram após olhar um bom filme, e isso só reforça o quanto a arte é o refúgio de uma realidade muitas vezes insatisfatória.
Guillermo del Toro é um dos loucos que ainda se arrisca a experimentar viver dessa magia, e ele é muito bom nisso. Bom ao ponto de zombar da realidade em que todos nós, incluindo ele, estamos presos. No seu mais recente trabalho, "A Forma da Água", é possível ouvir o grito da arte, do encanto, da fantasia, e o mais engraçado é o pano de fundo que ele usa pra contar essa história: meados de 1960, Guerra Fria e a paranoia anticomunista que tomou conta do ocidente. Dentro desse contexto tão fervoroso, Del Toro faz surgir um romance entre uma faxineira muda e uma espécie de homem-anfíbio, que foi mantido em cativeiro para ser usado como vantagem na Corrida Espacial.
Não há como descrever a maneira que essa relação entre "a mocinha e o monstro" acontece, nem como o amor entre eles se torna palpável, porque todas as cenas envolvendo ambos são de uma sutileza incrível e de uma beleza estonteante. Não há maneira de diálogos acontecerem entre esses personagens, ora, ambos não falam, mas, quem disse que isso é necessário? Cada cena fala por si, a fotografia e a trilha sonora gritam aos ouvidos cada toque, cada gesto, cada expressão facial. As imagens saltam os olhos de quem vê, e o encanto faz com que as barreiras do que é "normal e aceitável" sejam quebradas completamente, pra dar espaço a tudo aquilo que pode ser sentido.
Em meio a tanta opressão de uma sociedade obcecada por poder, Guillermo Del Toro faz nascer uma história de amor entre espécies, que encanta e dá esperanças de que a fantasia pode sim sair vitoriosa perante a realidade. Isso é arte, e arte não se explica, se sente. Nota: 4.4/5
The Room
2.3 492Sinceramente, você precisa de um QI muito alto para entender The Room. O humor é extremamente sutil, e sem a menor sombra de dúvidas a maioria das piadas passarão despercebidas na cabeça de um telespectador comum. Há também o estilo niilista do Tommy Wiseau, que está profundamente entrelaçada em seu personagem - sua filosofia pessoal é bastante inspirada nos livros de Narodnaya Volya, por exemplo. Os fãs entendem isso; eles possuem a capacidade de realmente apreciar a profundeza dessas piadas, de entender que elas não são apenas engraçadas - elas dizem algo profundo sobre a VIDA.
Consequentemente, pessoas que não gostam de The Room realmente SÃO idiotas - é claro que eles não iriam gostar, por exemplo, da imitação de galinha que Johnny faz magistralmente, que por si só é uma referência ao clássico de Turgenev "Pais e Filhos". Eu gargalho só de imaginar um desses seres simplórios coçando a cabeça diante da confusão causada pelo sarcasmo genial de Wiseau na tela da televisão. Que tolos... como tenho pena deles.
E sim, à propósito, eu TENHO uma tatuagem de The Room. E não, você não pode ver. Somente as garotas podem - e ainda assim elas precisam demonstrar que estão a pelo menos 5 pontos de QI (de preferência abaixo) de mim com antecedência.
Bingo - O Rei das Manhãs
4.1 1,1K Assista AgoraDar 5 estrelas para um filme no Filmow é uma tarefa difícil para mim, digna de uma análise calma e ponderada sobre o filme. Essa análise, em casos como do filme "Bingo - O Rei das Manhãs", se resume em apenas uma pergunta: "por quê eu não daria 5 estrelas pra esse filme?"
"Eu sou a porra do Bingo, caralho!"
Viva o cinema nacional!
Liga da Justiça
3.3 2,5K Assista AgoraPensei em escrever algo a respeito desse filme, mas conforme ele se aproximava do final o único comentário que havia na minha mente era:
"Puta que pariu, como um filme pode ser tão ruim? "
Star Wars, Episódio VIII: Os Últimos Jedi
4.1 1,6K Assista AgoraQuem tá na direção desse filme? O George Lucas?
A Morte Te Dá Parabéns
3.3 1,5K Assista AgoraPor mais que tenha algumas jogadas inteligentes, A Morte te dá Parabéns insiste em cair nos mesmos clichês de filmes do gênero e nas piadas sem graça que Hollywood gosta de implantar nas relações adolescentes. De brinde você tem uma penca de erros de continuidade, personagens rasos, soluções fáceis e uma direção razoável, acrescente isso a uma pipoca e você vai ter um bom entretenimento despretensioso - ou seja, não exija muito e você pode se divertir.
Sim, o longa-metragem cumpre seu papel como filme pipocão de susto para olhar com os amigos no cinema, por mais que passe a triste impressão de que o diretor queria mais do que isso e não conseguiu. Nota 2.65/5
O Jovem Karl Marx
3.6 272 Assista AgoraBom filme, com um ótimo trabalho de contextualização histórica e humanização de personagens. Pensei que fosse assistir a 100 minutos de uma doutrinação desenfreada, mas, felizmente, o filme consegue ser muito mais maduro do que o esperado.
Triste saber que O Jovem Karl Marx não receberá destaque algum na mídia ocidental devido à sua mensagem comunista, mas é assim que as coisas funcionam atualmente.
"Até agora, os filósofos limitaram-se a interpretar. Interpretam o mundo. Porém, o mundo deve ser transformado."
Nota: 3.8/5
Passageiros
3.3 1,5K Assista AgoraHá duas coisas que chamam atenção nesse filme: a montagem do primeiro ato onde o tempo aparenta passar como deve, e a maneira como toda a proposta do longa é perdida ao decorrer dos minutos. O que começa como um aparente sci-fi com doses de comédia, acaba como um romance declarado do estilo Hollywood, atingindo todos os clichês do nicho.
Talvez só o que queriam era colocar Chris Patt para contracenar com Jennifer Lawrence, mas esqueceram que isso não compensa um roteiro ruim. Nota 2.65/5
Festim Diabólico
4.3 885 Assista AgoraOs cineastas de hoje em dia deveriam voltar no tempo e entender onde realmente se encontra o suspense de uma história: na exposição do comportamento humano quando posto fora de sua zona de conforto.
Hitchcock fez com que víssemos o filme de maneira onisciente, sabendo tudo que se passa e ansiando por cada movimento, o que torna esta película uma magistral ironia dramática de 80 minutos, vindo de um dos grandes mestres do cinema. Nota: 4.7/5
Barry Lyndon
4.2 401 Assista Agora"Foi no reinado de George III que estes personagens viveram e brigaram; bons ou maus, bonitos ou feios, ricos ou pobres, agora, eles são todos iguais.”
Kubrick gênio! 4.4/5
Guardiões da Galáxia Vol. 2
4.0 1,7K Assista AgoraUm bom filme da Marvel, cujo maior defeito é ser um filme da Marvel
O Homem Duplicado
3.7 1,8K Assista AgoraEstrelando, Denis Villeneuve: O Homem Complicado
Eraserhead
3.9 924 Assista AgoraUm filme que em seus melhores momentos cria um clima inconfundível de terror e desconforto, com uma estética absurda e uma mixagem de som beirando a perfeição; mas que em seus piores momentos se perde na presunção de um diretor na época iniciante.
Mesmo que por vezes o filme pareça apenas uma sequência de cenas sem sentido, Eraserhead tem muito a dizer, e as opiniões sobre esse longa oscilam tanto porque as pessoas o enxergam de maneiras diferentes (o que é totalmente compreensível). É tudo aparentemente tão bizarro que acaba sendo difícil notar as mensagens que esse filme passa. Medo, insegurança, provação, fraternidade.
Um olhar de diretor que ousou ao limite, e entregou uma obra, no mínimo, curiosíssima. Nota 3.9/5
2 Coelhos
4.0 2,7K Assista AgoraO Pulp Fiction brasileiro! Haha
Godzilla
3.1 2,1K Assista AgoraDaria uma nota maior se tivesse enxergado algo.
Kong: A Ilha da Caveira
3.3 1,2K Assista AgoraKong: A Ilha da Caveira é mais um caso para dizer que boas molduras não salvam quadros ruins, só que nesse caso nem a moldura é tão boa assim.
Pra começo de conversa, o filme não sabe a que vem, principalmente na retratação do King Kong. Ele começa logo em tela, você pensa que ele vai ser presente no filme... então ele some. Então você pensa que vão fazer um mistério em volta do gorila e construir o personagem por meio de histórias e mitologias da ilha, aí ele começa a aparecer sem motivo. Cenas aleatórias, às vezes sendo bonzinho, às vezes sendo ameaçador e traiçoeiro, totalmente mal colocado no filme, uma presença confusa e que nos faz ponderar sobre o real objetivo do nome do longa.
O roteiro é desastroso, os diálogos são piores ainda, as cenas de ação até que são boas mas a imersão nunca é completa porque sempre tem alguém dizendo uma frase horrivelmente colocada ou tendo uma atitude estúpida diante do perigo que você simplesmente não consegue ignorar. A cada 2 minutos você olha pra tela e pensa "Sério? É isso mesmo que eu vi?". Não há qualquer desenvolvimento de personagem, os grupos se deslocam de ponto A até ponto B sem razões convincentes e é fácil não conseguir se situar na ambientação.
O filme acerta na questão visual da mitologia da ilha, há criaturas estranhas e fascinantes, que realmente cativam quem assiste, mas não passa disso. Não há realmente uma mitologia porque não há histórias sendo contadas sobre aquilo que vemos, não nos situam sobre o que cada bicho realmente é, só jogam na tela para gerar espanto e impressionar. É como colocar um laço de fita num pedaço de merda.
"Mas dá pra se divertir?" Olha, se você não for muito exigente, dá sim. É um filme de jornada na selva com monstros aleatórios pulando na sua cara e algumas cenas de ações com os mesmos, desfrute disso caso consiga.
No fim, é isso que o cinema hollywoodiano se tornou: franquias. Maldita seja a Marvel que convenceu cada fucking produtora a ter um universo compartilhado pra si mesmo, isso nos faz ver spin-offs sobre o King Kong para que ele possa, daqui a uns anos, ser posto pra lutar contra o Godzilla (e qual é o sentido disso?!)
Nota 1.7/5
Logan
4.3 2,6K Assista AgoraÉ difícil fazer um bom filme de super heroi hoje em dia. Faça um roteiro fraco, um arco clichê de amadurecimento, encaixe piadas forçadas em todos os momentos que puder e pronto, mais um filme horrível que irá fazer milhões com bilheteria e satisfazer os deveres de um blockbuster: lucrar. Se desvencilhar disso chega a ser um desafio, e Logan vem para trazer luz em meio a esse temporal de merda que é o gênero de filmes de super herois.
O filme que traz a despedida de Hugh Jackman no papel se passa num futuro distópico, em 2029, onde não há mais proliferação de mutantes. Logan é um homem velho, castigado pela idade e por tudo que já aconteceu na sua vida. Suas cicatrizes emocionais chegam a ser mais visíveis que as físicas, que aparecem cada vez mais agora que o seu fator de regeneração já não trabalha como deveria. A atmosfera do longa traz à tona toda a melancolia e a depressão que permeia a vida do protagonista, há um tom de culpa em cada fala, arrependimento, você vê um personagem derrotado que não se importa mais com as coisas.
Por mais que o filme tenha a classificação indicativa alta, ele não se faz nas cenas de ação sangrentas e explícitas (que, por sinal, são maravilhosas e dirigidas de maneira impecável), Logan, por sua vez, é um filme que se mostra nas interações entre os personagens e no arco de cada um. Todos estão excelentes aqui, Hugh Jackman, Patrick Stewart e até mesmo a pequena Dafne Keen, dando o melhor de si em seus papeis e convencendo os espectadores da mensagem que o filme passa.
Talvez o único ponto "negativo" de Logan seja a falta de heroísmo. Não há planos de ataque, uniformes de heroi, um senso de justiça ou um vilão megalomaníaco, o filme não é exagerado nesse sentido. Em tela você não verá o Volwerine, verá o Logan, e isso diz muito sobre a trama. Não chega a ser um ponto negativo, mas pode falhar às expectativas de algumas pessoas que chegarão no cinema e verão um filme emotivo e melancólico, e não um blockbuster explosivo com todas suas graças.
Logan é competente em sua proposta, é depressivo, sentimental, pesado e desafiador. Pouco verborrágico, mas que traz muito à tona. Para quem olhou os filmes anteriores do Wolverine, a melhor palavra para descrever seria "finalmente!". Nota 4.5/5
Até o Último Homem
4.2 2,0K Assista AgoraApenas deem o Oscar de melhor diretor ao Mel Gibson, por favor!
A Fantástica Fábrica de Chocolate
4.0 1,1K Assista Agora"Hold your breath, make a wish, count to three. Come with me and you'll be in a world of pure imagination..."
São poucas as coisas que despertam sua criança interior, e menos ainda as que não o fazem por nostalgia. Nunca havia olhado esse filme, mas, por algum motivo, me senti com 8 anos de idade. Há um clima psicodélico permeando cada cena, algo que te puxa para dentro, é uma imersão em um mundo fantasioso onde a vida parece ter um lado de conto de fadas.
A trilha sonora "Pure Imagination" é de uma beleza sutil e reconfortante, me trouxe sensações únicas e um arrepio pelo corpo todo. O filme segue a mesma trilha, comandado pelo excelente Gene Wilder, em uma interpretação magnífica.
Clássico irretocável. Nota 4.8/5
Cinquenta Tons de Cinza
2.2 3,3K Assista AgoraMeu maior medo é que a minha nota pro filme seja confundida com um hate, quem dera fosse, mas, analisando o filme, ele realmente não merece nem meia estrela (o problema é que essa é a menor nota possível no Filmow).
Anastasia é fraca, atrapalhada, insegura e facilmente seduzida por Christian Grey, um garanhão rico e sádico que de sádico não parece ter nada porque ele não convence de forma alguma. Não há uma forte imponência dele sobre ela, não há desenvolvimento de personagem, construção de caráter, a história não apresenta uma jornada nem qualquer tipo de trama a mais do que realmente aparenta ser, e nesse caso isso é horrível porque o que o filme aparenta ser é ridículo.
Cinquenta Tons de Cinza não funciona como romance, softcore, adaptação de livro, e nem mesmo os fãs de BDSM vão encontrar algo interessante nessa película. É apenas um retrato de uma relação 100% abusiva que por algum motivo o diretor achou que daria certo caso romantizassem a mesma. Pois, veja bem, nem isso funciona.
Passem longe desse filme. Nota: 0/5
Ninfomaníaca: Volume 1
3.7 2,7K Assista AgoraO filme retrata o sexo de um jeito que eu esperava ansiosamente para ver. Não há romantismo aqui, as coisas não são poetizadas, os atos são crus e sem emoção, de maneira que cria um clima melancólico e deprimente.
Lars Von Trier parece ter achado um jeito de fazer tudo que gosta nesse filme: o esqueleto da trama é Joe falando sobre sua vida sexual ao padre Seligman, e então está feito, há uma abertura para colocar sexo explícito em tela aliado a dezenas de analogias e filosofias totalmente duvidáveis (de propósito).
A história é bem contada e atiça o espectador, mas o filme acaba se tornando arrastado demais e há pelo menos 20 minutos que não precisavam estar ali.
Bom filme, desperta curiosidade pelo segundo volume. Nota 3.7/5
Curtindo a Vida Adoidado
4.2 2,3K Assista AgoraFilme divertido com uma história que cumpre seu papel de entreter. Os personagens são um pouco caricatos mas tem um aprofundamento suficiente para se tornarem interessantes dentro da trama.
O filme traz algumas ótimas cenas e também se destaca pela narração do protagonista que por vez ou outra quebra a quarta parede, mesmo eu achando que esse artifício poderia ter sido usado de maneira melhor.
Apesar das qualidades, sinto que o falatório todo em volta do filme fez com que eu esperasse algo a mais, e no fim, tive a sensação de que Curtindo a Vida Adoidado traz uma crítica rasa a sociedade quando estava a um passo de fazer algo genial.
Bom filme, excelente para passar o tempo, mas não chega a ser um The Breakfast Club. Nota 3.8/5