O autor Todd Strasser baseou-se em um professor de História dos Estados Unidos para escrever o livro de ficção "A Onda". A inspiração vem de Ron Jones, que transformou sua sala de aula, no ano de 1967, em uma ambientação do nazismo. Dennis Gansel baseou-se, então, no livro e adaptou-o para o cenário da Alemanha, tendo como professor o personagem Rainer Wenger. Neste filme intrigante e super inteligente, Wenger é incumbido pela direção da escola em que trabalha, de realizar um projeto com duração de uma semana em sala de aula, tendo como tema a "Autocracia". A didática de Wenger é bem diferente dos professores tradicionais da escola em que lecionam, inclusive sua esposa, também professora. Adepto de uma Pedagogia transformadora e tocante, ele traz para sua sala de aula ensinamentos práticos que tornam-se cada vez mais visceral. O que ninguém poderia imaginar era a proporção que tudo tomaria. Com a sala cada vez mais cheia de alunos interessados, as aulas de Autocracia ultrapassavam os muros escolares. O interesse, comprometimento e a união cada vez maior entre os jovens, conquistou o apoio dos pais, que passaram a ver resultados significativos em casa. Todos unidos em um único propósito: acatar ao Sistema imposto. Deixado de lado o senso-crítico e sendo, cada vez mais, levado à agir conforme a maioria. Não é necessário raciocinar diante dos fatos apresentados, tampouco discernir entre o bem e o mal, o certo o errado. Até mesmo o "quero" e o "não quero" são postos de lado, uma vez que só é necessário - e obrigatório - seguir o que rege o líder. E o que acontece quando se destoa desse Universo? O que acontece quando bate-se de frente com tal Sistema? Essa vertente é brilhantemente retratada pela personagem Karo, desde seu posicionamento, suas ações, até mesmo o figurino. Em um momento em que todo o grupo já tomado pela autocracia adota um uniforme para não destoarem entre si, vestindo uma camisa branca e uma calça jeans, Karo destaca-se no vídeo com blusas e casacos vermelhos. Enquanto trava uma luta desesperada para impor-se contra e, ao mesmo tempo, mostrar o quanto estão todos perdidos. A união dos alunos neste projeto, levou alunos excluídos a encontrarem seu lugar junto aos outros. Alunos menos favorecidos a não sentirem-se diferentes dos demais. Tudo isso encantava ainda mais, fazendo com que todos sentissem cada vez mais pertencentes a um grupo e tornando a manipulação por parte do líder ainda mais fácil. Trazendo a temática para os dias atuais, podemos traçar um paralelo (ou até mesmo uma linha tênue) entre a liberdade que tanto lutamos para ter, e a manipulação por trás de "ondas" que muitas vezes seguimos sem nem nos darmos conta. O filme retrata de forma chocante o perigo das ideologias extremistas. Recomendo a TODOS, sem exceção. E que nosso senso-crítico seja cada vez mais despertado! Termino o filme cheia de reflexões. Tenho muito a repensar. Por ora, fico tranquila de afirmar que: Não a 'Je Suis Charlie', Não a #somostodosmacacos e qualquer outra coisa semelhante. Salvo às devidas proporções, assistam ao filme e entenderão!
O filme aborda a vida da artista a partir da adolescência e, apesar de deixar presente as características feministas, livre e a frente do tempo, da pintora, tem como plano de fundo o relacionamento intenso com Diego Rivera e outras relações corriqueiras. O lado militante político de Frida foi negado durante toda a adaptação. Vimos uma Frida apaixonada, que submete-se a um casamento nada convencional, porém totalmente consensual. Embora, mesmo com todo acordo estabelecido entre os dois, ainda lhe traga sofrimento e gastura muitas vezes. Como no ápice, quando resulta no primeiro rompimento do casal. Conhecemos a luta da artista para superar um acidente, ainda na adolescência, que lhe deixou por muito tempo acamada, cheia de fraturas e tendo de passar por muitas cirurgias que, mais tarde, acredita ter sido pior para sua recuperação que o próprio acidente. Frida carrega, durante toda vida, sequelas do acidente. Dificultando seu andar e lhe causando fortes dores. Mas nada disso a impede de tornar-se a pintora que foi, de relacionar-se com bem quiser - homens e mulheres - e posicionar-se politicamente de forma ativa e militante. Mas este último, como já dito, ficou restrito no filme. Vimos um lado mais leve de Frida. Sua paixão pela arte e por Diego. Paixão pela vida e obsessão pela morte. Exageros que foram representados em suas pinturas. O roteiro não nos permitiu conhecer seu 'melhor' lado. Mas serviu para gerar curiosidade de buscar mais. Algumas cenas foram superficiais e com alta dose Hollywoodiana. Desmerecendo a importância de Frida na história. Talvez para alguém que nada conheça da artista, fique uma imagem um tanto quanto distorcida. E por isso, fica minha sugestão: assista! E depois vá conhecer mais sobre a fantástica Frida Kahlo.
Este, é daquele tipo de filme em que tenho a impressão que nunca conseguirei expor tudo o que ele merece que seja dito. É o tipo de filme em que é preciso assistir e sentir cada cena. Aquele tipo que arranca lágrimas até mesmo dos menos sensíveis, afinal, não é fácil ter a pior verdade sobre nós, seres humanos, escancarada diante de nossos olhos. "Histórias Cruzadas" é baseado no livro "A Resposta", de Kathryn Stockett, e retrata a dura vida das empregadas domésticas no estado do Mississipi. Estado esse, onde cidadãos recebiam tratamento extremamente diferenciados, de acordo com sua raça. Onde os negros exerciam atividades direcionadas apenas a servir os brancos. Um filme com elenco em sua quase totalidade feminino, mostrando as árduas jornadas de trabalho das empregadas negras, que tinham de cuidar de todo o funcionamento da casa e, principalmente, dos filhos de seus patrões. Tal função, exigia muito de cada uma, pois tinham de cuidar, educar, dar carinho, amor e atenção, já que os verdadeiros pais não o faziam. o entanto, o preconceito presente em Mississipi era tanto, e tão costumeiro, que mesmo as crianças que nasciam cercadas pela dedicação de suas empregadas, cresciam e seguiam o rumo dos pais biológicos: segregando, diferenciando... O filme acerta mais uma vez, ao trazer personagens praticamente caricatos, pois dá leveza a uma história já tão pesada por si só. Consegue explorar a crueldade do ser humano, envoltos em ignorância, ódio racial e muita alienação! Com personagens marcantes, nenhum coadjuvante perde aos protagonistas, mas Viola Davis, na pele de Aibllen Clark, transmite no olhar toda dor de uma vida inteira de maus-tratos. E encontra o ponto perfeito diante da personagem de Emma Stone: uma jovem esclarecida, com ideias e ambições distantes das vivenciadas por suas conterrâneas. Mesmo sendo branca, Skeeter (Stone) vê além de seus olhos, incomoda-se com a comodidade e vai em busca de mudanças. Para começar, surge a ideia de colher depoimentos das empregadas sobre suas vidas e publicá-las em um livro. Foi dessa forma que nasceu o original "A resposta", e dessa forma que o maravilhoso "Histórias Cruzadas" acontece, através dos relatos sofridos e verdadeiros, destas empregadas cansadas da realidade e ambiente em que estão inseridas.
"Não importa a cor do cabelo, o estilo das roupas, muito menos a cor da pele. Nada disso define caráter."
Um filme questionador, reflexivo, intenso, o qual eu recomendo muito!!!
O ano era 1990 e eu tinha apenas 5 anos quando me encantei com uma música vindo de um filme que alguém em minha casa assistia (muito provável que minha mãe). Como não tinha idade pra assisti-lo também, fui logo tirada da frente da Tv, mas uma outra coisa ficou em minha cabeça além da música já citada: as botas da protagonista. Os anos passaram e quando eu tinha por volta de 12 anos, assisti o tal filme inteiro pela primeira vez. Não, eu ainda não tinha idade pra assisti-lo. Mas não só assisti, como repeti o feito por incontáveis vezes. E agora os conselheiros tutelares virtuais já podem vir nos comentários xingar minha mãe até amanhã. Eu me lembrei do filme pelas botas de Vivian, personagem interpretada por Julia Roberts, juro. E tinha tanta paixão nas botas de cano longo, até as coxas (presas por alfinetes no filme, detalhe) que, inclusive, não tirava um par de botas bem parecidos (sem os alfinetes) de uma de minhas Barbies. Assisti ao filme tantas vezes, que decorei boa parte das falas. A história de amor entre um milionário e uma garota de programa, hoje em dia, já é tão batida quanto princesas sendo salvas por príncipes encantados. E nos anos 90 também não era nenhuma grande novidade mas, por algum motivo que mal sei explicar, esse foi (e é) um dos meus filmes preferidos em toda vida. Acho difícil que alguém ainda não o tenha assistido, de qualquer forma, vamos falar um pouquinho sobre... Vivian é uma garota de programa, linda, desastrada, que passa uma imagem de bem resolvida no trabalho que a vida lhe levou a encarar, mas que no fundo não passa de uma jovem carente e cheia de sonhos. Edward, vivido por Richard Gere, é um empresário bem sucedido, charmoso e experiente. Perdido em uma noite qualquer, atrapalhado com o carro de seu amigo e advogado, para em frente ao local em que Vivian passa a noite a espera de clientes e, ela, sem perder tempo o aborda. A principio ele só queria uma informação para conseguir chegar ao Hotel em que está hospedado, mas a garota cobra pela informação e, ao receber, entra no carro para levá-lo pessoalmente até seu destino. Chegando lá, Edward prepara-se para entrar no Hotel e Vivian para tomar um ônibus e voltar para seu ponto. Mas, claro, nosso 'mocinho' muda de ideia e a convida para passar a noite com ele. Sem pestanejar, a prostituta logo avisa que cobra por hora e, tão logo é avisada que dinheiro não é um problema. A partir daí, a história se desenvolve sem um roteiro mirabolante. Vivian passa a noite, na manhã seguinte recebe uma nova proposta pra acompanhá-lo durante alguns dias e, claro, o amor acontece! Nada além de um roteiro de romance, com a pobre-menina-a-espera-do-príncipe que, nesse caso, não vem de cavalo branco, mas de limusine preta. Vivian passa por situações de machismo e desrespeito através do advogado e braço direito de Edward. Vivencia cenas de profundo preconceito em Lojas quando sai para comprar roupas e olhares tortos dos hóspedes do Hotel. Mas as coisas mudam com o passar dos dias, Vivian aprende a se portar em determinadas ocasiões, com mais delicadeza e elegância. Tudo muito amarradinho e perfeitinho. provavelmente um filme que, se fosse lançado hoje, eu criticaria uma porção de coisas abordadas. Mas, eu amo. Ponto. Me traz algumas lembranças de pré-adolescência que gosto de relembrar, o casal protagonista tem uma química incrível, tanto que repetiram a dose em outros filmes e a música ainda é deliciosa de se ouvir até hoje!
Eu não sou capaz de lembrar a primeira vez em que assisti ao filme E.T. - o extraterrestre. Era bem pequena e a única coisa que me lembro, com perfeição, é do quanto essa produção me encantou e emocionou. Revi incontáveis vezes e sempre com o mesmo carinho. Anos mais tarde, já 'grandinha' (leia-se: com mais idade, já que grande nunca serei), fui assistir mais uma vez e, antes, me questionei: será que agora, com mais idade, o filme perderá parte de seu encanto? Pois, absolutamente. E.T. segue me tocando de forma indescritível. Trabalhei com o filme em minha sala de aula, dando destaque à importância de tratarmos todos como iguais. O respeito, carinho, cuidado, e todas essas ações que devem vir atrelados à amizade verdadeira e incondicional. O trabalho que acompanhou o filme foi um sucesso. Os alunos alcançaram todos os objetivos e compreenderam, com sucesso, todas as intenções do filme. "E.T." é apresentado pela perspectiva de uma criança, Elliot, e seus irmãos (também crianças). Ter a visão adulta afastada do roteiro é, por si só, encantador. Tudo melhora com a genialidade de Spielberg que tem o dom de fazer de seus filmes verdadeiras obras de arte. Suas produções são repletas de magia e muita qualidade. É impossível conter as lágrimas nas cenas finais do filme, assim como passamos todo o filme com uma lágrima na garganta e um sorriso no canto da boca!
Lançado em 2007, Across homenageia a melhor banda de todos os tempos (não, não to falando de Titãs): The Beatles. O filme se baseia no romance de Jude (Heeey, Juude) , um jovem de Liverpool, e Lucy, uma jovem estadunidense. O roteiro é desenhado entrelaçado as músicas do quarteto, o romance, as histórias individuais dos personagens e, tendo como pano de fundo, todo o cenário dos acontecimentos dos anos 60. O musical vem com uma nova roupagem nas melodias dos Beatles e cada música é bastante pertinente ao momento em que é usada no filme. Sou fã da banda, logo, suspeita, mas acredito que Across seja um filme para todos e não só Beatlemaníacos. O roteiro bem construído, personagens com química incrível e a fotografia impecável só me fizeram ter certeza do quanto gostaria de ter curtido cada segundo, cada nota, cada cena, no cinema. Por isso a escolha de hoje!
"Do começo ao fim" narra a história de Francisco e Thomás, filhos da personagem de Julia Lemmertz: um com seu ex-marido, Pedro, e outro com o atual marido, vivido por Fábio Assunção. Já na primeira cena do filme, com o filho mais novo nascendo, temos ciência da ligação que os dois terão pois, ao abrir os olhos pela primeira vez, há uma conexão forte do caçula com o irmão mais velho! Essa relação entre os dois vai amadurecendo ao longo dos anos e ganhando ares afetivos que se distanciam de uma relação comum entre irmãos. Cada vez mais forte, a mãe não tarda a perceber que há algo além entre seus dois meninos. O amor e a conexão dos dois é tanta, que a mãe, mesmo ciente do que se passa - e cresce cada vez mais - diante de seus olhos, não vê nada que possa fazer para impedir ou mudar os caminhos que vêm sendo traçados. Temos, então, um salto de 15 anos na trama e a morte da personagem de Julia Lemmertz nos leva a um marco importante do filme: a primeira relação sexual de fato dos dois. A partir dali temos um romance lindo, doce, intenso, com todas as nuances que um romance verdadeiro nos traz. Um filme com pano de fundo o Rio de Janeiro e a Rússia já é por si só, lindo. Junte a isso um roteiro bem construído, com um casal protagonista com química absurda e, ainda, personagens secundários de peso. Me surpreendeu a mistura de sutileza e intensidade que o Diretor conseguiu imprimir. Assim como, o enfoque no romance, no amor. Não espere dois irmãos com passado assustadores e traumáticos que o levaram a tal envolvimento. Não espere um roteiro baseado no incesto, no tabu. O filme trata de amor. Um filme de amor, sobre o amor!
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A Onda
4.2 1,9KO autor Todd Strasser baseou-se em um professor de História dos Estados Unidos para escrever o livro de ficção "A Onda". A inspiração vem de Ron Jones, que transformou sua sala de aula, no ano de 1967, em uma ambientação do nazismo.
Dennis Gansel baseou-se, então, no livro e adaptou-o para o cenário da Alemanha, tendo como professor o personagem Rainer Wenger.
Neste filme intrigante e super inteligente, Wenger é incumbido pela direção da escola em que trabalha, de realizar um projeto com duração de uma semana em sala de aula, tendo como tema a "Autocracia".
A didática de Wenger é bem diferente dos professores tradicionais da escola em que lecionam, inclusive sua esposa, também professora. Adepto de uma Pedagogia transformadora e tocante, ele traz para sua sala de aula ensinamentos práticos que tornam-se cada vez mais visceral. O que ninguém poderia imaginar era a proporção que tudo tomaria.
Com a sala cada vez mais cheia de alunos interessados, as aulas de Autocracia ultrapassavam os muros escolares. O interesse, comprometimento e a união cada vez maior entre os jovens, conquistou o apoio dos pais, que passaram a ver resultados significativos em casa.
Todos unidos em um único propósito: acatar ao Sistema imposto.
Deixado de lado o senso-crítico e sendo, cada vez mais, levado à agir conforme a maioria.
Não é necessário raciocinar diante dos fatos apresentados, tampouco discernir entre o bem e o mal, o certo o errado. Até mesmo o "quero" e o "não quero" são postos de lado, uma vez que só é necessário - e obrigatório - seguir o que rege o líder.
E o que acontece quando se destoa desse Universo? O que acontece quando bate-se de frente com tal Sistema?
Essa vertente é brilhantemente retratada pela personagem Karo, desde seu posicionamento, suas ações, até mesmo o figurino. Em um momento em que todo o grupo já tomado pela autocracia adota um uniforme para não destoarem entre si, vestindo uma camisa branca e uma calça jeans, Karo destaca-se no vídeo com blusas e casacos vermelhos. Enquanto trava uma luta desesperada para impor-se contra e, ao mesmo tempo, mostrar o quanto estão todos perdidos.
A união dos alunos neste projeto, levou alunos excluídos a encontrarem seu lugar junto aos outros. Alunos menos favorecidos a não sentirem-se diferentes dos demais. Tudo isso encantava ainda mais, fazendo com que todos sentissem cada vez mais pertencentes a um grupo e tornando a manipulação por parte do líder ainda mais fácil.
Trazendo a temática para os dias atuais, podemos traçar um paralelo (ou até mesmo uma linha tênue) entre a liberdade que tanto lutamos para ter, e a manipulação por trás de "ondas" que muitas vezes seguimos sem nem nos darmos conta.
O filme retrata de forma chocante o perigo das ideologias extremistas.
Recomendo a TODOS, sem exceção. E que nosso senso-crítico seja cada vez mais despertado!
Termino o filme cheia de reflexões. Tenho muito a repensar. Por ora, fico tranquila de afirmar que: Não a 'Je Suis Charlie', Não a #somostodosmacacos e qualquer outra coisa semelhante. Salvo às devidas proporções, assistam ao filme e entenderão!
Frida
4.1 1,2K Assista AgoraO filme aborda a vida da artista a partir da adolescência e, apesar de deixar presente as características feministas, livre e a frente do tempo, da pintora, tem como plano de fundo o relacionamento intenso com Diego Rivera e outras relações corriqueiras.
O lado militante político de Frida foi negado durante toda a adaptação.
Vimos uma Frida apaixonada, que submete-se a um casamento nada convencional, porém totalmente consensual. Embora, mesmo com todo acordo estabelecido entre os dois, ainda lhe traga sofrimento e gastura muitas vezes. Como no ápice, quando resulta no primeiro rompimento do casal.
Conhecemos a luta da artista para superar um acidente, ainda na adolescência, que lhe deixou por muito tempo acamada, cheia de fraturas e tendo de passar por muitas cirurgias que, mais tarde, acredita ter sido pior para sua recuperação que o próprio acidente.
Frida carrega, durante toda vida, sequelas do acidente. Dificultando seu andar e lhe causando fortes dores. Mas nada disso a impede de tornar-se a pintora que foi, de relacionar-se com bem quiser - homens e mulheres - e posicionar-se politicamente de forma ativa e militante. Mas este último, como já dito, ficou restrito no filme.
Vimos um lado mais leve de Frida. Sua paixão pela arte e por Diego. Paixão pela vida e obsessão pela morte. Exageros que foram representados em suas pinturas.
O roteiro não nos permitiu conhecer seu 'melhor' lado. Mas serviu para gerar curiosidade de buscar mais.
Algumas cenas foram superficiais e com alta dose Hollywoodiana. Desmerecendo a importância de Frida na história.
Talvez para alguém que nada conheça da artista, fique uma imagem um tanto quanto distorcida. E por isso, fica minha sugestão: assista! E depois vá conhecer mais sobre a fantástica Frida Kahlo.
Histórias Cruzadas
4.4 3,8K Assista AgoraEste, é daquele tipo de filme em que tenho a impressão que nunca conseguirei expor tudo o que ele merece que seja dito. É o tipo de filme em que é preciso assistir e sentir cada cena. Aquele tipo que arranca lágrimas até mesmo dos menos sensíveis, afinal, não é fácil ter a pior verdade sobre nós, seres humanos, escancarada diante de nossos olhos.
"Histórias Cruzadas" é baseado no livro "A Resposta", de Kathryn Stockett, e retrata a dura vida das empregadas domésticas no estado do Mississipi. Estado esse, onde cidadãos recebiam tratamento extremamente diferenciados, de acordo com sua raça. Onde os negros exerciam atividades direcionadas apenas a servir os brancos.
Um filme com elenco em sua quase totalidade feminino, mostrando as árduas jornadas de trabalho das empregadas negras, que tinham de cuidar de todo o funcionamento da casa e, principalmente, dos filhos de seus patrões. Tal função, exigia muito de cada uma, pois tinham de cuidar, educar, dar carinho, amor e atenção, já que os verdadeiros pais não o faziam.
o entanto, o preconceito presente em Mississipi era tanto, e tão costumeiro, que mesmo as crianças que nasciam cercadas pela dedicação de suas empregadas, cresciam e seguiam o rumo dos pais biológicos: segregando, diferenciando...
O filme acerta mais uma vez, ao trazer personagens praticamente caricatos, pois dá leveza a uma história já tão pesada por si só. Consegue explorar a crueldade do ser humano, envoltos em ignorância, ódio racial e muita alienação!
Com personagens marcantes, nenhum coadjuvante perde aos protagonistas, mas Viola Davis, na pele de Aibllen Clark, transmite no olhar toda dor de uma vida inteira de maus-tratos. E encontra o ponto perfeito diante da personagem de Emma Stone: uma jovem esclarecida, com ideias e ambições distantes das vivenciadas por suas conterrâneas.
Mesmo sendo branca, Skeeter (Stone) vê além de seus olhos, incomoda-se com a comodidade e vai em busca de mudanças. Para começar, surge a ideia de colher depoimentos das empregadas sobre suas vidas e publicá-las em um livro.
Foi dessa forma que nasceu o original "A resposta", e dessa forma que o maravilhoso "Histórias Cruzadas" acontece, através dos relatos sofridos e verdadeiros, destas empregadas cansadas da realidade e ambiente em que estão inseridas.
"Não importa a cor do cabelo, o estilo das roupas, muito menos a cor da pele. Nada disso define caráter."
Um filme questionador, reflexivo, intenso, o qual eu recomendo muito!!!
Uma Linda Mulher
3.8 1,6K Assista AgoraO ano era 1990 e eu tinha apenas 5 anos quando me encantei com uma música vindo de um filme que alguém em minha casa assistia (muito provável que minha mãe). Como não tinha idade pra assisti-lo também, fui logo tirada da frente da Tv, mas uma outra coisa ficou em minha cabeça além da música já citada: as botas da protagonista.
Os anos passaram e quando eu tinha por volta de 12 anos, assisti o tal filme inteiro pela primeira vez. Não, eu ainda não tinha idade pra assisti-lo. Mas não só assisti, como repeti o feito por incontáveis vezes. E agora os conselheiros tutelares virtuais já podem vir nos comentários xingar minha mãe até amanhã.
Eu me lembrei do filme pelas botas de Vivian, personagem interpretada por Julia Roberts, juro. E tinha tanta paixão nas botas de cano longo, até as coxas (presas por alfinetes no filme, detalhe) que, inclusive, não tirava um par de botas bem parecidos (sem os alfinetes) de uma de minhas Barbies.
Assisti ao filme tantas vezes, que decorei boa parte das falas. A história de amor entre um milionário e uma garota de programa, hoje em dia, já é tão batida quanto princesas sendo salvas por príncipes encantados. E nos anos 90 também não era nenhuma grande novidade mas, por algum motivo que mal sei explicar, esse foi (e é) um dos meus filmes preferidos em toda vida.
Acho difícil que alguém ainda não o tenha assistido, de qualquer forma, vamos falar um pouquinho sobre...
Vivian é uma garota de programa, linda, desastrada, que passa uma imagem de bem resolvida no trabalho que a vida lhe levou a encarar, mas que no fundo não passa de uma jovem carente e cheia de sonhos.
Edward, vivido por Richard Gere, é um empresário bem sucedido, charmoso e experiente. Perdido em uma noite qualquer, atrapalhado com o carro de seu amigo e advogado, para em frente ao local em que Vivian passa a noite a espera de clientes e, ela, sem perder tempo o aborda. A principio ele só queria uma informação para conseguir chegar ao Hotel em que está hospedado, mas a garota cobra pela informação e, ao receber, entra no carro para levá-lo pessoalmente até seu destino. Chegando lá, Edward prepara-se para entrar no Hotel e Vivian para tomar um ônibus e voltar para seu ponto.
Mas, claro, nosso 'mocinho' muda de ideia e a convida para passar a noite com ele.
Sem pestanejar, a prostituta logo avisa que cobra por hora e, tão logo é avisada que dinheiro não é um problema.
A partir daí, a história se desenvolve sem um roteiro mirabolante. Vivian passa a noite, na manhã seguinte recebe uma nova proposta pra acompanhá-lo durante alguns dias e, claro, o amor acontece!
Nada além de um roteiro de romance, com a pobre-menina-a-espera-do-príncipe que, nesse caso, não vem de cavalo branco, mas de limusine preta.
Vivian passa por situações de machismo e desrespeito através do advogado e braço direito de Edward. Vivencia cenas de profundo preconceito em Lojas quando sai para comprar roupas e olhares tortos dos hóspedes do Hotel.
Mas as coisas mudam com o passar dos dias, Vivian aprende a se portar em determinadas ocasiões, com mais delicadeza e elegância. Tudo muito amarradinho e perfeitinho. provavelmente um filme que, se fosse lançado hoje, eu criticaria uma porção de coisas abordadas. Mas, eu amo. Ponto. Me traz algumas lembranças de pré-adolescência que gosto de relembrar, o casal protagonista tem uma química incrível, tanto que repetiram a dose em outros filmes e a música ainda é deliciosa de se ouvir até hoje!
E.T.: O Extraterrestre
3.9 1,4K Assista AgoraEu não sou capaz de lembrar a primeira vez em que assisti ao filme E.T. - o extraterrestre. Era bem pequena e a única coisa que me lembro, com perfeição, é do quanto essa produção me encantou e emocionou.
Revi incontáveis vezes e sempre com o mesmo carinho. Anos mais tarde, já 'grandinha' (leia-se: com mais idade, já que grande nunca serei), fui assistir mais uma vez e, antes, me questionei: será que agora, com mais idade, o filme perderá parte de seu encanto? Pois, absolutamente. E.T. segue me tocando de forma indescritível.
Trabalhei com o filme em minha sala de aula, dando destaque à importância de tratarmos todos como iguais. O respeito, carinho, cuidado, e todas essas ações que devem vir atrelados à amizade verdadeira e incondicional.
O trabalho que acompanhou o filme foi um sucesso. Os alunos alcançaram todos os objetivos e compreenderam, com sucesso, todas as intenções do filme.
"E.T." é apresentado pela perspectiva de uma criança, Elliot, e seus irmãos (também crianças). Ter a visão adulta afastada do roteiro é, por si só, encantador. Tudo melhora com a genialidade de Spielberg que tem o dom de fazer de seus filmes verdadeiras obras de arte.
Suas produções são repletas de magia e muita qualidade.
É impossível conter as lágrimas nas cenas finais do filme, assim como passamos todo o filme com uma lágrima na garganta e um sorriso no canto da boca!
Across the Universe
4.1 2,2K Assista AgoraLançado em 2007, Across homenageia a melhor banda de todos os tempos (não, não to falando de Titãs): The Beatles.
O filme se baseia no romance de Jude (Heeey, Juude) , um jovem de Liverpool, e Lucy, uma jovem estadunidense. O roteiro é desenhado entrelaçado as músicas do quarteto, o romance, as histórias individuais dos personagens e, tendo como pano de fundo, todo o cenário dos acontecimentos dos anos 60.
O musical vem com uma nova roupagem nas melodias dos Beatles e cada música é bastante pertinente ao momento em que é usada no filme. Sou fã da banda, logo, suspeita, mas acredito que Across seja um filme para todos e não só Beatlemaníacos.
O roteiro bem construído, personagens com química incrível e a fotografia impecável só me fizeram ter certeza do quanto gostaria de ter curtido cada segundo, cada nota, cada cena, no cinema. Por isso a escolha de hoje!
Do Começo ao Fim
3.0 1,3K"Do começo ao fim" narra a história de Francisco e Thomás, filhos da personagem de Julia Lemmertz: um com seu ex-marido, Pedro, e outro com o atual marido, vivido por Fábio Assunção.
Já na primeira cena do filme, com o filho mais novo nascendo, temos ciência da ligação que os dois terão pois, ao abrir os olhos pela primeira vez, há uma conexão forte do caçula com o irmão mais velho!
Essa relação entre os dois vai amadurecendo ao longo dos anos e ganhando ares afetivos que se distanciam de uma relação comum entre irmãos. Cada vez mais forte, a mãe não tarda a perceber que há algo além entre seus dois meninos.
O amor e a conexão dos dois é tanta, que a mãe, mesmo ciente do que se passa - e cresce cada vez mais - diante de seus olhos, não vê nada que possa fazer para impedir ou mudar os caminhos que vêm sendo traçados.
Temos, então, um salto de 15 anos na trama e a morte da personagem de Julia Lemmertz nos leva a um marco importante do filme: a primeira relação sexual de fato dos dois.
A partir dali temos um romance lindo, doce, intenso, com todas as nuances que um romance verdadeiro nos traz.
Um filme com pano de fundo o Rio de Janeiro e a Rússia já é por si só, lindo. Junte a isso um roteiro bem construído, com um casal protagonista com química absurda e, ainda, personagens secundários de peso.
Me surpreendeu a mistura de sutileza e intensidade que o Diretor conseguiu imprimir. Assim como, o enfoque no romance, no amor. Não espere dois irmãos com passado assustadores e traumáticos que o levaram a tal envolvimento. Não espere um roteiro baseado no incesto, no tabu. O filme trata de amor. Um filme de amor, sobre o amor!