É comum ao nosso imaginário pensar a vida extraterrestre com algumas semelhas a nossa, logo, quando pensamos em um E.T., pensamos em um ser bípede e com pequenas características diferentes da nossa. Mas as buscas por vidas fora do nosso planeta esperam encontrar qualquer tipo de vida, inclusive as formas de vida microscópicas como as unicelulares. E é justamente essa forma de vida que os astronautas, que passamos a acompanhar em tela, encontram numa capsula que retorna de Marte possuindo vários tipos de amostras e entre elas está o nosso amigo Calvin - assim nomeado por uma aluna de uma escola escolhida entre outras milhares nos EUA para poderem escolher o nome da criatura. Nesse início de filme nos deparamos com o maravilhamento que essa nova descoberta desperta não só no mundo, mas com mais intensidade nos cientistas a bordo da nave, em especial o Hugh que é quem possui a função de despertar e estudar a evolução aquele ser. Porém por um deslize da tripulação temos o que era o sonho de todo cientista se torna num pesadelo da qual ninguém pretende fazer parte. Como era de se imaginar, e isso está claro nos trailers, a criatura se torna hostil e escapa de seu isolamento, colocando a vida de todos na nave em risco. Durante quase todo o filme passamos a viver num suspense frenético, que em alguns momentos me fez até suar. Claramente o diretor Daniel Espinosa se inspirou em Alien: O oitavo passageiro, inclusive aqui temos um personagem que acredita ser certo manter a criatura viva. Mas o filme apenas serviu como inspiração, Vida é um filme mais contido que Alien, a começar pelo tempo, aqui não estamos num futuro muito longínquo, é um tempo bastante palpável, diria que a qualquer momento seremos capazes de fazer esse tipo de descoberta. Não é um filme fantástico, mas consegue preencher bem o vácuo de filmes do gênero. Existem alguns furos como, por exemplo, quando o personagem do Ryan Reynolds desobedece uma ordem direta de sua comandante e o próprio protocolo, acho que não é o tipo de comportamento que se espera de alguém treinado anos a fio para estar ali. De qualquer forma é um filme que vale a pena ser visto.
OBS.: É estranho não ver o Jake Gyllenhaal não se destacando :(
Falar sobre qualquer conflito hoje em dia é completamente complicado e até certo ponto polêmico, pois estamos falando de fatos que podem despertar os mais variados sentimentos nos sujeitos envolvidos direta e indiretamente. Por isso, qualquer obra que procure abordar esse tema tão invisibilizado ou estigmatizado é de grande importância para aprofundar e difundir os debates. E I saw the sun pretende ser esse filme que que traz a luz do cinema um conflito que já dura anos e que já fez centenas de vítimas para ambos os lados. Porém, o filme vacila em pontos muito importantes, as vezes sendo contraditório com premissas propostas pelo próprio filme. O filme se passa na região montanhosa da Turquia, aonde vivem os povos Curdos, uma etnia exige a criação de um Estado próprio pois já não querem mais a tutela do Estado Turco. Somos apresentados a uma família de camponeses que vivem próximos ao epicentro da luta entre os rebeldes curdos e o Estado turco – materializado em suas forças militares. E logo no início vemos como essa família se encontra em meio ao fogo cruzado com os irmãos Mamo e Ramo a fugirem da mira dos helicópteros – que na abertura do filme nos oferecem uma bela imagem com o sol ao fundo – que faziam uma operação na região. Assim somos apresentados a família e as principais tramas do filme, como o pai que possui um filho servindo no exército e outro no grupo rebelde, a busca de um pai pelo nascimento de um filho homem, os dilemas de um homem aparentemente gay e afeminado, a visão do feminino dentro dessa sociedade e várias outras tramas e subtramas. Pelo que me parece a principal trama do filme está na relação do Estado com os indivíduos e o coletivo, não atoa o que move todas essas tramas é exatamente o conflito entre rebeldes e o Estado, que obriga que aquela família que estava estabelecida – possivelmente – a várias gerações se locomova em direção a capital da Turquia em busca de uma nova vida – acrescente as subtramas o conflito entre o moderno e o arcaico – não significando o fim dos problemas dessa família com o Estado. E é justamente nesse emaranhados de tramas e subtramas que o filme perde muito seu potencial, pois o que me parece é que os diretor o roteirista não conseguiram criar um entrelaçamento entre tudo o que eles pretendia abordar. Dessa forma, o filme que pretende dar uma visão menos maniqueísta sobre o conflito entre os rebeldes curdos e o Estado Turco acaba insistentemente fazendo com que mesmo os personagens curdos nomeiem os rebeldes como terroristas – e o filme volta a fazer isso logo após o encerramento do filme. Ou mesmo quando o filme implicitamente mostra que a vida daqueles que optaram por abandonar a Turquia melhorou e que daqueles que preferiram ficar - ou não possuíam condições de sair – piorou substancialmente. Claro que não quero dizer que a vida para os curdos que migram para a capital do país deva ser mil maravilhas, mas o diretor e o roteirista escolheram deliberadamente mostrar apenas o que de pior essa mudança pode provocar. Muitos podem dizer que isso a realidade, mas temos que lembrar que por pior que a vida seja há aqueles momentos que nos fazem, mesmo em meio ao caos, querer continuar vivendo, e é sintomático que os únicos momentos de prazer do filme acabem em tragédias, como as meninas que por se darem ao luxo de brinca – de ter aqueles pequenos prazeres de que é feita a vida – indiretamente acabam provocando uma grande perda para a família já muito sofrida. Destaco positivamente as duas metáforas cinematográficas que percebi no filme, as cenas que envolvem a fixação de retratos na parede e a máquina como representante da modernidade que os engole. A sensação que o filme nos deixa, diferente de outras produções, é que não há esperança para os povos oprimidos, a menos que eles consigam migrar em direção aos países hegemônicos, do contrário estão fadados a viver no sofrimento.
Eu me sentia um pouco estranho por ainda não ter assistido a este filme, e, numa terça-feira chuvosa resolvi dar uma chance e assisti-lo, filme que hoje já conta com uma sequência.
E estava curtindo o filme, achei que a ambientação inicial ficou perfeita, a gente entende que o John perdeu uma pessoa amada e que, ainda atormentado pela perda, reencontra num cachorro, dado de presente por sua esposa, um motivo para viver. Mas com alguns acontecimentos trágicos e inesperado somos apesentados ao passado do John Wick e percebemos que ele é muito mais do que aparenta ser, isso fica claro nas reações dos outros personagens apenas ao ouvir seu nome.
Então, saímos daquele inicio melancólico com doses de fofura - qo presente de John - para entrar de cabeça num mundo de ação, com tiros, sangue - pouco sangue -, perseguições, etc. E é ai que se inicia os problema do filme - pelo menos para mim. A ação não me convence - por mais que as cenas sejam bem coreografadas e filmadas, a gente logo percebe que os golpes de jiu-jitsu são puro exibicionismo, nunca resultando em braços quebrados e nem nada do tipo - e menos ainda o motivo que leva John Wick de volta ao jogo. Mas, enquanto o filme consegue fazer piadas com o gênero de ação - como quando o grande chefão da máfia pergunta a um de seus subalterno porque esse bateu em seu filho e vemos sua reação diante da reposta, ou mesmo quando um policial bate na porta de John Wick pra atender uma denuncia - ele é até aturável, mas quando tudo aquilo parece começar a ser lavado a sério, para mim, se torna insuportável continuar a assistir o filme.
Para não dizer que odiei tudo, a fotografia é muito bonita, e consegue nos situar, mesmo nas cenas de ação, geograficamente, nunca nos deixando perdidos como muito filme de ação costuma deixar. A escolha de uma paleta mais fria com os figurinos igualmente frios nos remete ao mundo frio pelo qual o John Wick passa a viver após a morte de sua esposa - e que ele vivia antes.
Enfim, acho que estamos tão carentes de bons filmes de ação que qualquer coisa que aparece nos enche logo os olhos, infelizmente esse filme não conseguiu encher os meus.
É o segundo filme original Netflix que opta por uma abordagem diferente daquelas que nos acostumamos a assistir em filmes hollywoodianos sobre os conflitos no Oriente médio em que os EUA estão envolvidos, o primeiro foi Castelo de Areia com direção do brasileiro Fernando Coimbra . O que os dois têm em comum? Nenhum deles conseguiu alcançar o status de ótimo.
Apesar de contar com uma boa atuação do Brad Pitt no papel do Gen. Stanley A. McChrystal, sim, era para ser um personagem caricato. O filme não consegue encontrar seu tom que varia muito entre o humor e o drama sem conseguir estabelecer uma fluidez entre as duas facetas.
Mas no quesito critica as guerras comandadas pelos EUA no Oriente médio o filme se mostra melhor que Castelo de areia. O filme não só mostra a guerra pelo olhar dos soldados, mas coloca um novo olhar sobre o combate tendo como protagonista um general.
Para ficar claro, o filme não é ótimo, mas também não é ruim, acho que vale a pena ser visto justamente por nos dar outro olhar sobre as guerras modernas e as relações politicas que a envolvem.
Se pelo menos todo ano tivermos um filme de terror neste nível estarei satisfeito... mentira, todos deveriam ser neste nível!
O filme possui uma direção simples, nada demais tendo em vista outros filmes de terror que alcançaram o mesmo status, como A bruxa e Babadook. O grande trunfo desse está no roteiro que nos faz duvidar da veracidade do que está acontecendo o tempo inteiro - o filme estava no final e eu ficava pensando "agora ele vai acordar a descobrir que tudo se passou em sua mente" - e também na forma como aborda o racismo.
Num primeiro momento somos apresentados a um racismo mais velado, ou seja, coberto por um véu de não racismo, mas que vai se "descobrindo". E então nos é apresentado um racismo baseado nas teorias racistas do século XIX aonde o ser humano é divido por raças e cada uma delas possui uma "habilidade" biológica, o negro é marcado pela força, vigor físico, etc - daí do trabalhador negro e escravizado poder suportar maiores tempos de trabalho - e ao branco resta a inteligencia - daí a legitimação do domínio europeu sobre o resto do mundo - não civilizado.
Além de tudo isso que foi citado acima, o filme utiliza o humor de uma forma genial, destaque para a ultima cena aonde a tensão é totalmente cortada.
É um filme sobre a guerra do Iraque de uma perspectiva diferente da que nos acostumamos, principalmente em filmes produzidos pelos estadunidenses. Aqui não acompanhamos um herói, mas alguém que se viu obrigado a servir para pagar sua faculdade, e que parece estar a todo momento tentando escapar da ação, o que o difere e muito de seus companheiro de equipe que acreditam estar lutando pela liberdade do povo iraquiano - apesar de em certos momentos mostrarem desprezo pelos mesmos.
O filme peca por possuir alguns diálogos demasiadamente artificiais e pela fraca construção de personagens através deste mesmo tipo de diálogo. Por exemplo, ao invés de apenas nos mostrar através de atos que Ocre não é como os outros soldados - o que fica evidente em sua primeira cena - o filme usa um dialogo entre o mesmo e seu sargento, com este dizendo para a gente - está claro que aquilo é um dialogo puramente expositivo e sem valor algum para a trama - que Ocre é inteligente e não é como os outros rapazes, dialogo que volta a se repetir mais a frente. Também podemos perceber a fraca construção dos personagens quando alguns deles morrem e não sentimos qualquer tipo de sentimento, apenas a indiferença.
Mas apesar de seus problemas o filme acerta ao nos trazer outra visão da guerra no Iraque, principalmente o fato desta guerra ter como pretexto a liberdade do povo iraquiano. Em um dos melhores diálogos do filme Ocre conversa com um Iraquiano que se dispôs a ajudá-los na reconstrução da distribuidora de água. Ocre fica espantando ao saber que aquele Iraquiano era formado em engenharia mecânica e mais espantando ainda quando descobre que no Iraque sua população possuía acesso gratuito a universidade o que o leva a pensar em seus motivos para estar ali.
Fazendo jus a seu titulo, o filme não nos dá nenhuma esperança de que a guerra do Iraque - ou qualquer guerra - possa trazer uma resolução para os problemas enfrentados pela população iraquiana e pelos soldados estadunidenses, ou seja, o castelo sempre se desfaz em algum momento.
Imagine um mundo aonde sabemos o que acontece após a morte?
É um mundo assim que A descoberta nos apresenta. Após anos de pesquisa um cientista descobre que realmente há algo após a morte, apesar dele não conseguir provar bem o que. Essa descoberta abala o mundo, fazendo com que pessoas com fortes traumas - como grandes perdas familiares - e problemas psicológicos recorram cada vez mais ao suicídio como uma saída mais fácil de seus problemas.
O filme possui uma atmosfera melancólica, representada por sua paleta de cores fria e pelos diálogos desconcertados de seus personagens, nos dando a impressão de que mesmo aqueles que seguem vivos ainda não se adaptaram aquele novo mundo.
Confesso que assisti a este filme após saber que havia algum tipo de ligação com o mais novo filme do Shyamalan, Fragmentado. E foi uma experiência fantástica, pois, assisti Corpo fechado e logo em seguida Fragmentado, o que me fez quase pular do sofá na cena que faz a ligação entre os dois filmes e estabelece uma universo cinematográfico do Shyamalan.
A primeira a segunda cena do filme juntas formam um belíssimo cartão de visita da fotografia criativa que será utilizada durante todo o filme, com destaque para cenas icônicas feitas sob a chuva que mesmo antes de descobrimos o que Dunn é de fato - como aquela cena em que filmado de costas assiste a um treino se protegendo da chuva com sua capa - lhe confere um ar heroico. E o que dizer da decisão mais que acertada de colocar o menino para ser uma especie de tutor do Dunn, já que é muito mais provável que uma criança acredite em tudo aquilo, que os adultos que o cercam, como a mãe, por exemplo. Assim como o filho de Dunn somos levados por uma curiosidade e uma ingenuidade infantil a descobrir se Dunn possui realmente todos aqueles dons, apontados pelo Elijah, mas mais que descobrir somos levados a acreditar, antes mesmo de qualquer prova, que Dunn é realmente um herói adormecido.
E se a construção do herói é melhor que a de muitos filmes que se apresentam sob o gênero "filmes de heróis", o que dizer da construção do vilão, Senhor de Vidro, interpretado pelo nem sempre brilhante, mas sempre marcante, Samuel L. Jackson. um personagem que nas mãos de um roteirista dos filmes do universo Marvel já seria apresentado como o mal absoluto e com motivos mesquinhos para toda sua malvadeza. Aqui não temos isso, primeiro porque Elijah é construído desde o começo para ser um personagem mais complexo e profundo, a primeira cena do filme é justamente a cena de seu nascimento. E segundo porque sua é sua vilania que cria o herói e ele não está apenas ciente disso, como o faz propositalmente.
O corpo fechado é um filme muito bom que nos leva a crer que um filme sobre heróis não necessariamente precisa ser grandioso e que ganha outro status com a existência de fragmentado.
Acho que é o segundo filme que assisto em que Affleck dirige e atua, as duas vezes ele se colocou como personagem principal, as duas vezes ele era um fora da lei irresistivelmente charmoso e descolado e não, isso não foi um elogio.
A lei da noite em seu marketing nos passa a impressão de um filme repleto de ação e perseguição em um EUA aonde o álcool foi proibido e sua produção e venda é dominada pelas máfias - facilmente comparável com os tráfico de drogas nos dias atuais -, geralmente dividida por etnia/nacionalidade ou grandes famílias. O personagem do Affleck, Joe Coughlin, é um famoso ladrão na Boston da década de '30 que se vê quase obrigado a entrar numa guerra entre máfias diferentes quando um dos chefões, Maso Pescatone, descobre que o mesmo tem dormido com a mulher do chefão de outra máfia, Albert White - Mr. White?! - e o coloca contra a Parede, proposta esta rejeitada por Joe.
Com o medo de que o Mr. White descobrisse sua traição ele e sua amante, Emma Gould, armam uma fuga após um último roubo a banco de Joe. Neste roubo enfim, temos alguma ação com uma fuga bastante interessante devido aos carros usados no filme. Um acidente acontece, alguns policiais morrem e Joe volta para resgatar sua amada quando é surpreendido por uma traição, Emma conta a Mr. White que anda tendo relações com Joe, o que culmina com a quase morte de Joe e sua prisão.
Quando sai da prisão Joe está disposto a buscar vingança, pois pouco antes de ser preso descobre que, sua ainda amada, Emma morreu em um acidente no meio de uma fuga. Com seu pai, Delegado rebaixado a inspetor, morto, Joe faz aquilo que ele mesmo disse que não faria, entra para a mafia chefiada por Maso e para minha total surpresa Joe é logo colocado na função de chefe de produção em Tampa - sempre imaginei uma hierarquia mais rígida nas máfias -, aonde temos um diversidade de nacionalidade e etnias gigante, o que rende alguns bons diálogos sobre a construção dos EUA por não brancos - diferentemente da retórica criada pela KKK naquela época e hoje por Trump. A partir daí vemos Joe ganhar respeito não só da mafia como de todos que habitam a cidade, inclusive do chefe de policia que como descobrimos mais tarde o chama de prefeito.
Durante sua ascensão Joe, considerado um imigrante de segunda categoria pelos brancos americanos, se envolve não só nos negócios, mas também no amor com uma cubana, Graciella Suarez, o que chama atenção para si dos racistas que habitam a cidade. Cada vez mais com suas mãos manchadas de sangue, seja direta ou indiretamente, Joe se pega fazendo tudo aquilo que havia prometido não fazer após servir na primeira guerra mundial, o que fez com ele que jurasse viver como um fora da lei para sempre.
em meio a tudo isso Joe cria uma rixa com o chefe de policia que passa a usar sua filha, após um certo incidente, como uma forma de impedir a legalização do casino de Joe, ideia do mesmo para que a mafia continuasse existindo após o esperado fim da lei seca - o que aconteceria com o tráfico de drogas caso as drogas fossem regulamentadas?. O cassino não sai do papel e uma guerra quase inexplicável acontece dentro da própria mafia da qual Joe faz parte.
O filme termina de forma melancólica, com Joe tendo que lhe dar com os erros do passado, mesmo já não estando na máfia, algumas cenas sem a menor naturalidade são colocadas para que dessa forma criemos alguma empatia pelo "fora da lei", o que para mim não funcionou. Ainda somos apresentados a vários "quase finais" o que me deixou bastante irritado.
O filme é arrastado, com um trilha sonora que faz com que cenas sem nenhum peso dramático forçadamente o ganhe e coisas acontecem na trama sem nenhuma explicação. A atuação do Affeck não consegue estabelecer uma relação de empatia entre seu personagem e o publico, essencial para o publico o veja como uma anti herói e não como um fora da lei qualquer. De relevante, o filme traz uma ambientação quase perfeita daquela época, o que me fez crer que o filme poderia melhorar em algum momento.
Obs: prestem atenção para o momento no qual Joe conversa com Emma no meio da rua após um jantar, está nevando e mesmo assim sua roupa não apresenta nenhum sinal de que realmente esteja nevando.
O filme é muito bom e me surpreendeu bastante. Eu vi toda a repercussão que este filme tomou nos últimos dias e quando comecei a assistir comecei a me perguntar o que havia feito com que este filme fizesse tanto sucesso. Não passou muito tempo e percebi que o filme tentava percorrer um caminho diferente daquele que estamos acostumados a assistir em filmes de zumbi, a prova disso é que a primeira arma de fogo aparece apenas no fim do filme. A proposta do filme - pelo menos a que eu percebi - é nos fazer refletir sobre como a sociedade tem agido como verdadeiros zumbis raivosos e devoradores de gente, principalmente aqueles que lideram grandes empresas, e, como apenas a solidariedade pode nos manter unidos e vivos como especie.
Não atoa em um determinado momento do filme temos uma personagem de idade avançada que percebe que o comportamento egoísta de seus colegas de vagão, ao não permitir a entrada de sua irmã por "estar infectada, em nada se difere daquele comportamento predatório dos infectados.
Não é um filme espetacular, mas pelo menos houve um tentativa de se fazer algo diferente.
Sou muito suspeito para falar de qualquer produção que se passe nos anos 80 e mais suspeito ainda para falar de um filme sobre um grupo de adolescentes que formam uma banda nos 80!
O filme e impecável na escolha do visual, na trilha sonora e na fotografia e por falar em fotografia é genial que o filme não só apresente as musicas como também nos apresente os clips das músicas compostas pela banda, nos fazendo submergir mais ainda nesse mundo rock star oitentista!
Diferentemente dos filmes de terror que nos acostumamos a assistir nos últimos anos A bruxa se recusa a utilizar os velhos elementos de susto já tão saturados no cinema e opta por criar uma atmosfera sombria.
Dos três filme que assisti do Refn esse para mim é o mais fraco, mesmo depois de assistir algumas analises que explicam as simbologias já tão presentes nos filmes do mesmo.
É de longe uma das melhores produções brasileiras, mas é uma pena que seu foco esteja todo direcionado para a violência, perdemos a chance de conhecer outra CDD que não aquela exibida nos noticiários e jornais
A gente as vezes caiu numa de apenas assistir filmes sérios com medo de não parecer cult o suficiente, mas ai, assistimos uma comédia dessa e rolamos de rir...
Me surpreendi com a atuação do Gosling, até então estava acostumado com suas atuações nos filmes do Refn (Drive e Só Deus perdoa), mas aqui ele está sensacional, em nada se parece com seus dois personagens extremamente sérios e sombrios.
Para quem leu o livro é sofrível e para quem não leu... também.
Os personagens são pessimamente construídos, tiveram mudanças sem lógica alguma na adaptação, a montagem deixa muito a desejar, a fotografia é simplista demais, os vilões são fracos, a trilha sonora não acrescenta nada ás cenas - e o que dizer da cena de luta com uma música de baladinha?.
O filme tem um tom documental, até no modo como é filmado, o que dá um ar de realidade muito grande ao que está passando na tela. Mas ter um personagem que contrária todas as regras de como ser um soldado do esquadrão anti bombas pode fazer com que o espectador seja retirado dessa "realidade". É quase como se o personagem estivesse dizendo para a gente "sou protagonista e nada de grave irá acontecer".
Outro ponto negativo e que já era esperado por mim é a humanização dos soldados estadunidenses, o que não é errado, mas acompanhada de uma total desumanização dos rebeldes iraquianos. Nada de muito novo quando falamos de cinema norte americano.
Mas no geral vale a pena ver o filme por ter uma assinatura mais original que outros filmes que abordam essa mesma temática.
Mudaram o tom do final fazendo parecer que a Katniss havia ser tornado uma mãe normal e alegre quando na verdade ele estava atormentada por todos os fantasmas da guerra.
Vida
3.4 1,2K Assista AgoraÉ comum ao nosso imaginário pensar a vida extraterrestre com algumas semelhas a nossa, logo, quando pensamos em um E.T., pensamos em um ser bípede e com pequenas características diferentes da nossa. Mas as buscas por vidas fora do nosso planeta esperam encontrar qualquer tipo de vida, inclusive as formas de vida microscópicas como as unicelulares.
E é justamente essa forma de vida que os astronautas, que passamos a acompanhar em tela, encontram numa capsula que retorna de Marte possuindo vários tipos de amostras e entre elas está o nosso amigo Calvin - assim nomeado por uma aluna de uma escola escolhida entre outras milhares nos EUA para poderem escolher o nome da criatura.
Nesse início de filme nos deparamos com o maravilhamento que essa nova descoberta desperta não só no mundo, mas com mais intensidade nos cientistas a bordo da nave, em especial o Hugh que é quem possui a função de despertar e estudar a evolução aquele ser.
Porém por um deslize da tripulação temos o que era o sonho de todo cientista se torna num pesadelo da qual ninguém pretende fazer parte. Como era de se imaginar, e isso está claro nos trailers, a criatura se torna hostil e escapa de seu isolamento, colocando a vida de todos na nave em risco. Durante quase todo o filme passamos a viver num suspense frenético, que em alguns momentos me fez até suar.
Claramente o diretor Daniel Espinosa se inspirou em Alien: O oitavo passageiro, inclusive aqui temos um personagem que acredita ser certo manter a criatura viva. Mas o filme apenas serviu como inspiração, Vida é um filme mais contido que Alien, a começar pelo tempo, aqui não estamos num futuro muito longínquo, é um tempo bastante palpável, diria que a qualquer momento seremos capazes de fazer esse tipo de descoberta.
Não é um filme fantástico, mas consegue preencher bem o vácuo de filmes do gênero. Existem alguns furos como, por exemplo, quando o personagem do Ryan Reynolds desobedece uma ordem direta de sua comandante e o próprio protocolo, acho que não é o tipo de comportamento que se espera de alguém treinado anos a fio para estar ali. De qualquer forma é um filme que vale a pena ser visto.
OBS.: É estranho não ver o Jake Gyllenhaal não se destacando :(
Günesi gördüm
4.1 15Falar sobre qualquer conflito hoje em dia é completamente complicado e até certo ponto polêmico, pois estamos falando de fatos que podem despertar os mais variados sentimentos nos sujeitos envolvidos direta e indiretamente. Por isso, qualquer obra que procure abordar esse tema tão invisibilizado ou estigmatizado é de grande importância para aprofundar e difundir os debates. E I saw the sun pretende ser esse filme que que traz a luz do cinema um conflito que já dura anos e que já fez centenas de vítimas para ambos os lados. Porém, o filme vacila em pontos muito importantes, as vezes sendo contraditório com premissas propostas pelo próprio filme.
O filme se passa na região montanhosa da Turquia, aonde vivem os povos Curdos, uma etnia exige a criação de um Estado próprio pois já não querem mais a tutela do Estado Turco. Somos apresentados a uma família de camponeses que vivem próximos ao epicentro da luta entre os rebeldes curdos e o Estado turco – materializado em suas forças militares. E logo no início vemos como essa família se encontra em meio ao fogo cruzado com os irmãos Mamo e Ramo a fugirem da mira dos helicópteros – que na abertura do filme nos oferecem uma bela imagem com o sol ao fundo – que faziam uma operação na região.
Assim somos apresentados a família e as principais tramas do filme, como o pai que possui um filho servindo no exército e outro no grupo rebelde, a busca de um pai pelo nascimento de um filho homem, os dilemas de um homem aparentemente gay e afeminado, a visão do feminino dentro dessa sociedade e várias outras tramas e subtramas. Pelo que me parece a principal trama do filme está na relação do Estado com os indivíduos e o coletivo, não atoa o que move todas essas tramas é exatamente o conflito entre rebeldes e o Estado, que obriga que aquela família que estava estabelecida – possivelmente – a várias gerações se locomova em direção a capital da Turquia em busca de uma nova vida – acrescente as subtramas o conflito entre o moderno e o arcaico – não significando o fim dos problemas dessa família com o Estado.
E é justamente nesse emaranhados de tramas e subtramas que o filme perde muito seu potencial, pois o que me parece é que os diretor o roteirista não conseguiram criar um entrelaçamento entre tudo o que eles pretendia abordar. Dessa forma, o filme que pretende dar uma visão menos maniqueísta sobre o conflito entre os rebeldes curdos e o Estado Turco acaba insistentemente fazendo com que mesmo os personagens curdos nomeiem os rebeldes como terroristas – e o filme volta a fazer isso logo após o encerramento do filme. Ou mesmo quando o filme implicitamente mostra que a vida daqueles que optaram por abandonar a Turquia melhorou e que daqueles que preferiram ficar - ou não possuíam condições de sair – piorou substancialmente. Claro que não quero dizer que a vida para os curdos que migram para a capital do país deva ser mil maravilhas, mas o diretor e o roteirista escolheram deliberadamente mostrar apenas o que de pior essa mudança pode provocar. Muitos podem dizer que isso a realidade, mas temos que lembrar que por pior que a vida seja há aqueles momentos que nos fazem, mesmo em meio ao caos, querer continuar vivendo, e é sintomático que os únicos momentos de prazer do filme acabem em tragédias, como as meninas que por se darem ao luxo de brinca – de ter aqueles pequenos prazeres de que é feita a vida – indiretamente acabam provocando uma grande perda para a família já muito sofrida.
Destaco positivamente as duas metáforas cinematográficas que percebi no filme, as cenas que envolvem a fixação de retratos na parede e a máquina como representante da modernidade que os engole.
A sensação que o filme nos deixa, diferente de outras produções, é que não há esperança para os povos oprimidos, a menos que eles consigam migrar em direção aos países hegemônicos, do contrário estão fadados a viver no sofrimento.
John Wick: De Volta ao Jogo
3.8 1,8K Assista AgoraEu me sentia um pouco estranho por ainda não ter assistido a este filme, e, numa terça-feira chuvosa resolvi dar uma chance e assisti-lo, filme que hoje já conta com uma sequência.
E estava curtindo o filme, achei que a ambientação inicial ficou perfeita, a gente entende que o John perdeu uma pessoa amada e que, ainda atormentado pela perda, reencontra num cachorro, dado de presente por sua esposa, um motivo para viver. Mas com alguns acontecimentos trágicos e inesperado somos apesentados ao passado do John Wick e percebemos que ele é muito mais do que aparenta ser, isso fica claro nas reações dos outros personagens apenas ao ouvir seu nome.
Então, saímos daquele inicio melancólico com doses de fofura - qo presente de John - para entrar de cabeça num mundo de ação, com tiros, sangue - pouco sangue -, perseguições, etc. E é ai que se inicia os problema do filme - pelo menos para mim. A ação não me convence - por mais que as cenas sejam bem coreografadas e filmadas, a gente logo percebe que os golpes de jiu-jitsu são puro exibicionismo, nunca resultando em braços quebrados e nem nada do tipo - e menos ainda o motivo que leva John Wick de volta ao jogo. Mas, enquanto o filme consegue fazer piadas com o gênero de ação - como quando o grande chefão da máfia pergunta a um de seus subalterno porque esse bateu em seu filho e vemos sua reação diante da reposta, ou mesmo quando um policial bate na porta de John Wick pra atender uma denuncia - ele é até aturável, mas quando tudo aquilo parece começar a ser lavado a sério, para mim, se torna insuportável continuar a assistir o filme.
Para não dizer que odiei tudo, a fotografia é muito bonita, e consegue nos situar, mesmo nas cenas de ação, geograficamente, nunca nos deixando perdidos como muito filme de ação costuma deixar. A escolha de uma paleta mais fria com os figurinos igualmente frios nos remete ao mundo frio pelo qual o John Wick passa a viver após a morte de sua esposa - e que ele vivia antes.
Enfim, acho que estamos tão carentes de bons filmes de ação que qualquer coisa que aparece nos enche logo os olhos, infelizmente esse filme não conseguiu encher os meus.
Máquina de Guerra
2.7 150 Assista AgoraÉ o segundo filme original Netflix que opta por uma abordagem diferente daquelas que nos acostumamos a assistir em filmes hollywoodianos sobre os conflitos no Oriente médio em que os EUA estão envolvidos, o primeiro foi Castelo de Areia com direção do brasileiro Fernando Coimbra . O que os dois têm em comum? Nenhum deles conseguiu alcançar o status de ótimo.
Apesar de contar com uma boa atuação do Brad Pitt no papel do Gen. Stanley A. McChrystal, sim, era para ser um personagem caricato. O filme não consegue encontrar seu tom que varia muito entre o humor e o drama sem conseguir estabelecer uma fluidez entre as duas facetas.
Mas no quesito critica as guerras comandadas pelos EUA no Oriente médio o filme se mostra melhor que Castelo de areia. O filme não só mostra a guerra pelo olhar dos soldados, mas coloca um novo olhar sobre o combate tendo como protagonista um general.
Para ficar claro, o filme não é ótimo, mas também não é ruim, acho que vale a pena ser visto justamente por nos dar outro olhar sobre as guerras modernas e as relações politicas que a envolvem.
Corra!
4.2 3,6K Assista AgoraSe pelo menos todo ano tivermos um filme de terror neste nível estarei satisfeito... mentira, todos deveriam ser neste nível!
O filme possui uma direção simples, nada demais tendo em vista outros filmes de terror que alcançaram o mesmo status, como A bruxa e Babadook. O grande trunfo desse está no roteiro que nos faz duvidar da veracidade do que está acontecendo o tempo inteiro - o filme estava no final e eu ficava pensando "agora ele vai acordar a descobrir que tudo se passou em sua mente" - e também na forma como aborda o racismo.
Num primeiro momento somos apresentados a um racismo mais velado, ou seja, coberto por um véu de não racismo, mas que vai se "descobrindo". E então nos é apresentado um racismo baseado nas teorias racistas do século XIX aonde o ser humano é divido por raças e cada uma delas possui uma "habilidade" biológica, o negro é marcado pela força, vigor físico, etc - daí do trabalhador negro e escravizado poder suportar maiores tempos de trabalho - e ao branco resta a inteligencia - daí a legitimação do domínio europeu sobre o resto do mundo - não civilizado.
Além de tudo isso que foi citado acima, o filme utiliza o humor de uma forma genial, destaque para a ultima cena aonde a tensão é totalmente cortada.
Castelo de Areia
3.2 120 Assista AgoraÉ um filme sobre a guerra do Iraque de uma perspectiva diferente da que nos acostumamos, principalmente em filmes produzidos pelos estadunidenses. Aqui não acompanhamos um herói, mas alguém que se viu obrigado a servir para pagar sua faculdade, e que parece estar a todo momento tentando escapar da ação, o que o difere e muito de seus companheiro de equipe que acreditam estar lutando pela liberdade do povo iraquiano - apesar de em certos momentos mostrarem desprezo pelos mesmos.
O filme peca por possuir alguns diálogos demasiadamente artificiais e pela fraca construção de personagens através deste mesmo tipo de diálogo. Por exemplo, ao invés de apenas nos mostrar através de atos que Ocre não é como os outros soldados - o que fica evidente em sua primeira cena - o filme usa um dialogo entre o mesmo e seu sargento, com este dizendo para a gente - está claro que aquilo é um dialogo puramente expositivo e sem valor algum para a trama - que Ocre é inteligente e não é como os outros rapazes, dialogo que volta a se repetir mais a frente. Também podemos perceber a fraca construção dos personagens quando alguns deles morrem e não sentimos qualquer tipo de sentimento, apenas a indiferença.
Mas apesar de seus problemas o filme acerta ao nos trazer outra visão da guerra no Iraque, principalmente o fato desta guerra ter como pretexto a liberdade do povo iraquiano. Em um dos melhores diálogos do filme Ocre conversa com um Iraquiano que se dispôs a ajudá-los na reconstrução da distribuidora de água. Ocre fica espantando ao saber que aquele Iraquiano era formado em engenharia mecânica e mais espantando ainda quando descobre que no Iraque sua população possuía acesso gratuito a universidade o que o leva a pensar em seus motivos para estar ali.
Fazendo jus a seu titulo, o filme não nos dá nenhuma esperança de que a guerra do Iraque - ou qualquer guerra - possa trazer uma resolução para os problemas enfrentados pela população iraquiana e pelos soldados estadunidenses, ou seja, o castelo sempre se desfaz em algum momento.
A Descoberta
3.3 385 Assista AgoraImagine um mundo aonde sabemos o que acontece após a morte?
É um mundo assim que A descoberta nos apresenta. Após anos de pesquisa um cientista descobre que realmente há algo após a morte, apesar dele não conseguir provar bem o que. Essa descoberta abala o mundo, fazendo com que pessoas com fortes traumas - como grandes perdas familiares - e problemas psicológicos recorram cada vez mais ao suicídio como uma saída mais fácil de seus problemas.
O filme possui uma atmosfera melancólica, representada por sua paleta de cores fria e pelos diálogos desconcertados de seus personagens, nos dando a impressão de que mesmo aqueles que seguem vivos ainda não se adaptaram aquele novo mundo.
Corpo Fechado
3.7 1,3K Assista AgoraConfesso que assisti a este filme após saber que havia algum tipo de ligação com o mais novo filme do Shyamalan, Fragmentado. E foi uma experiência fantástica, pois, assisti Corpo fechado e logo em seguida Fragmentado, o que me fez quase pular do sofá na cena que faz a ligação entre os dois filmes e estabelece uma universo cinematográfico do Shyamalan.
Sobre o Corpo fechado especificamente
A primeira a segunda cena do filme juntas formam um belíssimo cartão de visita da fotografia criativa que será utilizada durante todo o filme, com destaque para cenas icônicas feitas sob a chuva que mesmo antes de descobrimos o que Dunn é de fato - como aquela cena em que filmado de costas assiste a um treino se protegendo da chuva com sua capa - lhe confere um ar heroico. E o que dizer da decisão mais que acertada de colocar o menino para ser uma especie de tutor do Dunn, já que é muito mais provável que uma criança acredite em tudo aquilo, que os adultos que o cercam, como a mãe, por exemplo. Assim como o filho de Dunn somos levados por uma curiosidade e uma ingenuidade infantil a descobrir se Dunn possui realmente todos aqueles dons, apontados pelo Elijah, mas mais que descobrir somos levados a acreditar, antes mesmo de qualquer prova, que Dunn é realmente um herói adormecido.
E se a construção do herói é melhor que a de muitos filmes que se apresentam sob o gênero "filmes de heróis", o que dizer da construção do vilão, Senhor de Vidro, interpretado pelo nem sempre brilhante, mas sempre marcante, Samuel L. Jackson. um personagem que nas mãos de um roteirista dos filmes do universo Marvel já seria apresentado como o mal absoluto e com motivos mesquinhos para toda sua malvadeza. Aqui não temos isso, primeiro porque Elijah é construído desde o começo para ser um personagem mais complexo e profundo, a primeira cena do filme é justamente a cena de seu nascimento. E segundo porque sua é sua vilania que cria o herói e ele não está apenas ciente disso, como o faz propositalmente.
O corpo fechado é um filme muito bom que nos leva a crer que um filme sobre heróis não necessariamente precisa ser grandioso e que ganha outro status com a existência de fragmentado.
A Lei da Noite
3.2 208 Assista AgoraAcho que é o segundo filme que assisto em que Affleck dirige e atua, as duas vezes ele se colocou como personagem principal, as duas vezes ele era um fora da lei irresistivelmente charmoso e descolado e não, isso não foi um elogio.
A lei da noite em seu marketing nos passa a impressão de um filme repleto de ação e perseguição em um EUA aonde o álcool foi proibido e sua produção e venda é dominada pelas máfias - facilmente comparável com os tráfico de drogas nos dias atuais -, geralmente dividida por etnia/nacionalidade ou grandes famílias. O personagem do Affleck, Joe Coughlin, é um famoso ladrão na Boston da década de '30 que se vê quase obrigado a entrar numa guerra entre máfias diferentes quando um dos chefões, Maso Pescatone, descobre que o mesmo tem dormido com a mulher do chefão de outra máfia, Albert White - Mr. White?! - e o coloca contra a Parede, proposta esta rejeitada por Joe.
Com o medo de que o Mr. White descobrisse sua traição ele e sua amante, Emma Gould, armam uma fuga após um último roubo a banco de Joe. Neste roubo enfim, temos alguma ação com uma fuga bastante interessante devido aos carros usados no filme. Um acidente acontece, alguns policiais morrem e Joe volta para resgatar sua amada quando é surpreendido por uma traição, Emma conta a Mr. White que anda tendo relações com Joe, o que culmina com a quase morte de Joe e sua prisão.
Quando sai da prisão Joe está disposto a buscar vingança, pois pouco antes de ser preso descobre que, sua ainda amada, Emma morreu em um acidente no meio de uma fuga. Com seu pai, Delegado rebaixado a inspetor, morto, Joe faz aquilo que ele mesmo disse que não faria, entra para a mafia chefiada por Maso e para minha total surpresa Joe é logo colocado na função de chefe de produção em Tampa - sempre imaginei uma hierarquia mais rígida nas máfias -, aonde temos um diversidade de nacionalidade e etnias gigante, o que rende alguns bons diálogos sobre a construção dos EUA por não brancos - diferentemente da retórica criada pela KKK naquela época e hoje por Trump. A partir daí vemos Joe ganhar respeito não só da mafia como de todos que habitam a cidade, inclusive do chefe de policia que como descobrimos mais tarde o chama de prefeito.
Durante sua ascensão Joe, considerado um imigrante de segunda categoria pelos brancos americanos, se envolve não só nos negócios, mas também no amor com uma cubana, Graciella Suarez, o que chama atenção para si dos racistas que habitam a cidade. Cada vez mais com suas mãos manchadas de sangue, seja direta ou indiretamente, Joe se pega fazendo tudo aquilo que havia prometido não fazer após servir na primeira guerra mundial, o que fez com ele que jurasse viver como um fora da lei para sempre.
em meio a tudo isso Joe cria uma rixa com o chefe de policia que passa a usar sua filha, após um certo incidente, como uma forma de impedir a legalização do casino de Joe, ideia do mesmo para que a mafia continuasse existindo após o esperado fim da lei seca - o que aconteceria com o tráfico de drogas caso as drogas fossem regulamentadas?. O cassino não sai do papel e uma guerra quase inexplicável acontece dentro da própria mafia da qual Joe faz parte.
O filme termina de forma melancólica, com Joe tendo que lhe dar com os erros do passado, mesmo já não estando na máfia, algumas cenas sem a menor naturalidade são colocadas para que dessa forma criemos alguma empatia pelo "fora da lei", o que para mim não funcionou. Ainda somos apresentados a vários "quase finais" o que me deixou bastante irritado.
O filme é arrastado, com um trilha sonora que faz com que cenas sem nenhum peso dramático forçadamente o ganhe e coisas acontecem na trama sem nenhuma explicação. A atuação do Affeck não consegue estabelecer uma relação de empatia entre seu personagem e o publico, essencial para o publico o veja como uma anti herói e não como um fora da lei qualquer. De relevante, o filme traz uma ambientação quase perfeita daquela época, o que me fez crer que o filme poderia melhorar em algum momento.
Obs: prestem atenção para o momento no qual Joe conversa com Emma no meio da rua após um jantar, está nevando e mesmo assim sua roupa não apresenta nenhum sinal de que realmente esteja nevando.
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Snowden: Herói ou Traidor
3.8 411 Assista AgoraPara quem quiser se aprofundar mais na luta que Snowden travou com o Estado norte americano, indico o documentário Citizenfour.
Invasão Zumbi
4.0 2,0K Assista AgoraO filme é muito bom e me surpreendeu bastante. Eu vi toda a repercussão que este filme tomou nos últimos dias e quando comecei a assistir comecei a me perguntar o que havia feito com que este filme fizesse tanto sucesso. Não passou muito tempo e percebi que o filme tentava percorrer um caminho diferente daquele que estamos acostumados a assistir em filmes de zumbi, a prova disso é que a primeira arma de fogo aparece apenas no fim do filme. A proposta do filme - pelo menos a que eu percebi - é nos fazer refletir sobre como a sociedade tem agido como verdadeiros zumbis raivosos e devoradores de gente, principalmente aqueles que lideram grandes empresas, e, como apenas a solidariedade pode nos manter unidos e vivos como especie.
Não atoa em um determinado momento do filme temos uma personagem de idade avançada que percebe que o comportamento egoísta de seus colegas de vagão, ao não permitir a entrada de sua irmã por "estar infectada, em nada se difere daquele comportamento predatório dos infectados.
Não é um filme espetacular, mas pelo menos houve um tentativa de se fazer algo diferente.
Sing Street - Música e Sonho
4.1 714 Assista AgoraSou muito suspeito para falar de qualquer produção que se passe nos anos 80 e mais suspeito ainda para falar de um filme sobre um grupo de adolescentes que formam uma banda nos 80!
O filme e impecável na escolha do visual, na trilha sonora e na fotografia e por falar em fotografia é genial que o filme não só apresente as musicas como também nos apresente os clips das músicas compostas pela banda, nos fazendo submergir mais ainda nesse mundo rock star oitentista!
Moonrise Kingdom
4.2 2,1K Assista AgoraÉ simplesmente Wes Anderson e isso para mim já basta.
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraDiferentemente dos filmes de terror que nos acostumamos a assistir nos últimos anos A bruxa se recusa a utilizar os velhos elementos de susto já tão saturados no cinema e opta por criar uma atmosfera sombria.
Apenas Deus Perdoa
3.0 630 Assista AgoraDos três filme que assisti do Refn esse para mim é o mais fraco, mesmo depois de assistir algumas analises que explicam as simbologias já tão presentes nos filmes do mesmo.
Cidade de Deus
4.2 1,8K Assista AgoraÉ de longe uma das melhores produções brasileiras, mas é uma pena que seu foco esteja todo direcionado para a violência, perdemos a chance de conhecer outra CDD que não aquela exibida nos noticiários e jornais
Dois Caras Legais
3.6 637 Assista AgoraA gente as vezes caiu numa de apenas assistir filmes sérios com medo de não parecer cult o suficiente, mas ai, assistimos uma comédia dessa e rolamos de rir...
Me surpreendi com a atuação do Gosling, até então estava acostumado com suas atuações nos filmes do Refn (Drive e Só Deus perdoa), mas aqui ele está sensacional, em nada se parece com seus dois personagens extremamente sérios e sombrios.
O Lar das Crianças Peculiares
3.3 1,5K Assista AgoraPara quem leu o livro é sofrível e para quem não leu... também.
Os personagens são pessimamente construídos, tiveram mudanças sem lógica alguma na adaptação, a montagem deixa muito a desejar, a fotografia é simplista demais, os vilões são fracos, a trilha sonora não acrescenta nada ás cenas - e o que dizer da cena de luta com uma música de baladinha?.
Guerra ao Terror
3.5 1,4K Assista AgoraO filme tem um tom documental, até no modo como é filmado, o que dá um ar de realidade muito grande ao que está passando na tela. Mas ter um personagem que contrária todas as regras de como ser um soldado do esquadrão anti bombas pode fazer com que o espectador seja retirado dessa "realidade". É quase como se o personagem estivesse dizendo para a gente "sou protagonista e nada de grave irá acontecer".
Outro ponto negativo e que já era esperado por mim é a humanização dos soldados estadunidenses, o que não é errado, mas acompanhada de uma total desumanização dos rebeldes iraquianos. Nada de muito novo quando falamos de cinema norte americano.
Mas no geral vale a pena ver o filme por ter uma assinatura mais original que outros filmes que abordam essa mesma temática.
Jogos Vorazes: A Esperança - O Final
3.6 1,9K Assista AgoraMudaram o tom do final fazendo parecer que a Katniss havia ser tornado uma mãe normal e alegre quando na verdade ele estava atormentada por todos os fantasmas da guerra.
Drácula: A História Nunca Contada
3.2 1,4K Assista AgoraSó uma pergunta. Quem sacrifica todo seu exercito para capturar apenas uma garoto?