A expressão de indiferença de Analía Couceyro quando da matança do porco me lembrou um pouco a mim mesma. Quem cresce diante do abate de animais acaba se tornando "imune" a isso. E que lugar melhor do que a do rusticismo de uma comunidade que fica em um fim de mundo? Poderia ser em qualquer lugar do mundo. O desfecho eu já vi acontecer tantas vezes. Ou ouvi falar.
Revendo esse filme depois de ter visto os dois primeiros recentemente, penso que este me parece mais um remake do primeiro do que propriamente uma continuação. Enfim, não é bom não, mas também não é essa merda toda que alguns comentários abaixo deixam parecer. Já vi tanta tranqueira...
Puxa, uma adaptação de The Price of Salt. Só não curti muito a escolha do elenco. Nem tanto por Cate Blanchett, ela tem muita cara de Carol. Mas Mia Wasikowska como Therese Belivet?
O filme traz temas que já foram pisados e repisados no cinema. Mas nem por isso são temas ultrapassados. Prostituição ainda é um tabu. Se você quer ou precisa ser prostituta tem de andar com uma peixeira dentro da bolsa. Eu concordo com o que alguém falou abaixo: é uma profissão de risco. Mas discordo da forma "natural" como isso foi dito. Por que tem ser uma profissão de risco? Não deixei de notar como Alexandra está sempre à mercê das ações ou do que pensam os homens (seu pai, o amigo do pai, o amante, os cafetões), é como se ela tivesse de dar satisfações ou simplesmente "se envergonhar" do que fazia. Curiosamente, não sei se isso foi intencional, mas a única pessoa que não depirocou foi a amiga Vesna. O que esse filme me mostra, e não sei se foi intenção, é que você não pode ser prostituta em paz.
Ou você é aliciada por cafetões violentos que querem lhe "proteger". Ou o seu pai simplesmente não pode saber porque... Oh, é uma vergonha ter uma filha que vende o corpo
E não quero entrar no campo do juízo de valor. Parto do pressuposto de que o corpo é daquele que o porta e essa pessoa tem o direito de usá-lo como bem quer.
Filme sentimentalóide. Sei lá, não me comovo com esse tipo de narrativa que quer a todo custo enfiar goela abaixo a redenção do personagem. E a todo momento faz isso.
Oh, ele salvou uma garotinha. Salvou o amigo de um surra federal. Se apaixonou. Ele só cometeu o crime porque estava em uma família desajustada. Até mesmo o crime que o moleque comete é justificado.
Acho esse tipo de relato muito hipócrita. Perdoar erros é uma coisa. Quero ver quem é o corajoso que consegue perdoar e conviver, como se nada fosse, com
Quem estiver interessado, veja "Karla". Aliás, não precisa nem ver. Basta pesquisar (caso não conheça o caso) sobre Karla Homolka. In real life, as coisas são bem mais complicadas.
Esse filme me fez lembrar o que me disse um amigo certa vez: "acho que atores têm de fazer de tudo mesmo: sexo de todo tipo, experimentar todo tipo de droga, tudo eles devem fazer." Não é algo descabido. Como interpretar, ou melhor, ser, algo que você não conhece? Nesse sentido, o filme é bem fiel àquilo que se propõe. Personagens? Não vejo uma necessidade em desenvolver dramas pessoais dos personagens (embora isso seja feito em alguma medida), são atores procurando encontrar um certo nível de intepretação em suas performances.
Gostei do documentário pela reflexão que traz sobre o suicídio assistido. Pelo fato de vivermos numa cultura católica e, enfim, o próprio medo da morte que acho que todas as espécies compartilham, talvez seja difícil de ver isso com naturalidade. Pra mim foi interessante ver a aceitação da morte dessas pessoas. Ou ainda, a morte como a melhor alternativa. Achei pungente o relato da esposa cujo marido era paciente terminal de câncer.
Mas como o amigo abaixo falou, é um documentário institucional. Faltou analisar outros ângulos, não necessariamente as famílias que são contras. Até mesmo porque pelo que entendi da política do Exit, havia pouca margem para isso, já que eles só realizavam o procedimento depois de uma análise rigorosa de cada caso. O problema é que só temos entrevistas com o pessoal do Exit e, muito timidamente, alguns depoimentos de familiares. Faltou, por exemplo, ver o que pensam psicológos, médicos, a própria Igreja Católica (embora isso seja citado, mas de forma muito passageira), os demais países europeus, já que somente na Suiça existe uma organização com essa proposta, enfim, muita coisa poderia ter enriquecido o documentário.
Esse filme, pra mim, é uma das melhores comédias realizadas nos últimos anos. Tem um roteiro muito bem escrito e com um puta fôlego, afinal, são poucos os filmes que se passam em apenas um ambiente e em torno de um único evento que não caem na monotonia. Revitaliza o subgênero comédia de erros e é carregado de humor negro e escatológico, mas que consegue ainda assim ser elegante (não sei como isso é possível). O elenco está muito bem, resultado de uma direção segura. É uma das minhas comédias (e filmes no geral também) preferidas.
Algumas coisinhas não ficaram muito legais pelo fato de originalmente ser uma peça. Eu teria abraçado isso se tivesse realizado o filme, optando por uma abordagem que apontasse nesse sentido. Mas o filme é muito bom.
Fraco. Esperava mais vilania, mais sangue, mais gore. Enfim, mas se o problema fosse apenas esse... O roteiro é muito ruim. Devia ter desenvolvido mais a relação entre stalkers e perseguidos. Já somos apresentados ao grupo no momento em planejam sua vingança. Perde tempo com coisas desnecessárias, diálogos inúteis e mal feitos. É um ultraje um filme de tão baixa qualidade citar Audition.
Cinema nacional. Vi alguns comentários abaixo falando que isso nem parece cinema nacional. Bem, não parece mesmo. Enquanto via, me senti dentro de uma colagem de um filme do Gus Van Sant com um desses filmes europeus indies. Daí a pretensão do filme: quero mostrar tudo o que sei. Meu, os melhores filmes são aqueles com as ideias mais simples. O curioso é que, ainda assim, Os Famosos e os Duendes da Morte é um filme essencialmente regional, mas um regional que pretende ir em direção ao universal. Nisso ele falha miseravelmente. Sempre fico inconformada com esses retratos trágicos da adolescência. É assim, mas não é isso tudo. O filme acaba ficando chatinho por causa da vontade de ser cool. Nem todo adolescente curte Bob Dylan ou tem blog. Muito menos adolescente brasileiro. Esse filme é bem direcionado pra um determinado público. Sei lá, meys, encheu essa ladainha cult/indie no cinema nacional.
O garoto não é gay e nem se mata por conta de bullying. Há todo um conjunto de fatores (mal desenvolvidos na trama) que mostram um playboyzinho mimado de merda que não suporta ser contrariado. Nesse ponto o filme até pode ser bem sucedido: em mostrar a futilidade dos jovens de hoje, mimados, acostumados a terem tudo, quando levam a primeira porrada não são capazes de suportar.
Em Busca de Deus
2.1 42A sinopse desse filme é tudo.
O Livro dos Recordes de Shutka
4.2 2Esse filme é muito divertido. E tem uma fotografia linda.
Não aguentei quando foi mencionada a importância da novela Kassandra na cultura de Shutka.
Esse Homem Vai Morrer - Um Faroeste Caboclo
3.9 2Depois de ver um filme desses, bate uma depressão.
La Rabia
3.4 14A expressão de indiferença de Analía Couceyro quando da matança do porco me lembrou um pouco a mim mesma. Quem cresce diante do abate de animais acaba se tornando "imune" a isso. E que lugar melhor do que a do rusticismo de uma comunidade que fica em um fim de mundo? Poderia ser em qualquer lugar do mundo. O desfecho eu já vi acontecer tantas vezes. Ou ouvi falar.
É fácil matar quando você está acostumado a isso.
Gostei de La Rabia. Me lembrou alguns filmes que já vi.
Eu Sempre Vou Saber O Que Vocês Fizeram No Verão …
1.9 325 Assista AgoraRevendo esse filme depois de ter visto os dois primeiros recentemente, penso que este me parece mais um remake do primeiro do que propriamente uma continuação. Enfim, não é bom não, mas também não é essa merda toda que alguns comentários abaixo deixam parecer. Já vi tanta tranqueira...
Carol
3.9 1,5K Assista AgoraPuxa, uma adaptação de The Price of Salt. Só não curti muito a escolha do elenco. Nem tanto por Cate Blanchett, ela tem muita cara de Carol. Mas Mia Wasikowska como Therese Belivet?
Strella
3.8 14Esse filme me lembrou bastante Funeral de Rosas, só que mais ameno e menos problemático. Gostei muito mesmo.
A Garota Eslovena
3.1 73 Assista AgoraO filme traz temas que já foram pisados e repisados no cinema. Mas nem por isso são temas ultrapassados. Prostituição ainda é um tabu. Se você quer ou precisa ser prostituta tem de andar com uma peixeira dentro da bolsa. Eu concordo com o que alguém falou abaixo: é uma profissão de risco. Mas discordo da forma "natural" como isso foi dito. Por que tem ser uma profissão de risco? Não deixei de notar como Alexandra está sempre à mercê das ações ou do que pensam os homens (seu pai, o amigo do pai, o amante, os cafetões), é como se ela tivesse de dar satisfações ou simplesmente "se envergonhar" do que fazia. Curiosamente, não sei se isso foi intencional, mas a única pessoa que não depirocou foi a amiga Vesna. O que esse filme me mostra, e não sei se foi intenção, é que você não pode ser prostituta em paz.
Ou você é aliciada por cafetões violentos que querem lhe "proteger". Ou o seu pai simplesmente não pode saber porque... Oh, é uma vergonha ter uma filha que vende o corpo
E não quero entrar no campo do juízo de valor. Parto do pressuposto de que o corpo é daquele que o porta e essa pessoa tem o direito de usá-lo como bem quer.
Rapaz A
3.9 114Filme sentimentalóide. Sei lá, não me comovo com esse tipo de narrativa que quer a todo custo enfiar goela abaixo a redenção do personagem. E a todo momento faz isso.
Oh, ele salvou uma garotinha. Salvou o amigo de um surra federal. Se apaixonou. Ele só cometeu o crime porque estava em uma família desajustada. Até mesmo o crime que o moleque comete é justificado.
Acho esse tipo de relato muito hipócrita. Perdoar erros é uma coisa. Quero ver quem é o corajoso que consegue perdoar e conviver, como se nada fosse, com
um assassino.
Quem estiver interessado, veja "Karla". Aliás, não precisa nem ver. Basta pesquisar (caso não conheça o caso) sobre Karla Homolka. In real life, as coisas são bem mais complicadas.
Diário de um Jornalista Bêbado
3.0 774 Assista grátisO filme simplesmente não engrena.
Drama
3.0 243Esse filme me fez lembrar o que me disse um amigo certa vez: "acho que atores têm de fazer de tudo mesmo: sexo de todo tipo, experimentar todo tipo de droga, tudo eles devem fazer." Não é algo descabido. Como interpretar, ou melhor, ser, algo que você não conhece? Nesse sentido, o filme é bem fiel àquilo que se propõe. Personagens? Não vejo uma necessidade em desenvolver dramas pessoais dos personagens (embora isso seja feito em alguma medida), são atores procurando encontrar um certo nível de intepretação em suas performances.
Exit - O Direito de Morrer
3.5 4Gostei do documentário pela reflexão que traz sobre o suicídio assistido. Pelo fato de vivermos numa cultura católica e, enfim, o próprio medo da morte que acho que todas as espécies compartilham, talvez seja difícil de ver isso com naturalidade. Pra mim foi interessante ver a aceitação da morte dessas pessoas. Ou ainda, a morte como a melhor alternativa. Achei pungente o relato da esposa cujo marido era paciente terminal de câncer.
Mas como o amigo abaixo falou, é um documentário institucional. Faltou analisar outros ângulos, não necessariamente as famílias que são contras. Até mesmo porque pelo que entendi da política do Exit, havia pouca margem para isso, já que eles só realizavam o procedimento depois de uma análise rigorosa de cada caso. O problema é que só temos entrevistas com o pessoal do Exit e, muito timidamente, alguns depoimentos de familiares. Faltou, por exemplo, ver o que pensam psicológos, médicos, a própria Igreja Católica (embora isso seja citado, mas de forma muito passageira), os demais países europeus, já que somente na Suiça existe uma organização com essa proposta, enfim, muita coisa poderia ter enriquecido o documentário.
Morte no Funeral
3.5 279 Assista AgoraEsse filme, pra mim, é uma das melhores comédias realizadas nos últimos anos. Tem um roteiro muito bem escrito e com um puta fôlego, afinal, são poucos os filmes que se passam em apenas um ambiente e em torno de um único evento que não caem na monotonia. Revitaliza o subgênero comédia de erros e é carregado de humor negro e escatológico, mas que consegue ainda assim ser elegante (não sei como isso é possível). O elenco está muito bem, resultado de uma direção segura. É uma das minhas comédias (e filmes no geral também) preferidas.
Afinidade
3.4 49Sarah Waters e seus personagens ambíguos. Gostay. Mas minha historinha preferida dela ainda é Fingersmith.
Deus da Carnificina
3.8 1,4KAlgumas coisinhas não ficaram muito legais pelo fato de originalmente ser uma peça. Eu teria abraçado isso se tivesse realizado o filme, optando por uma abordagem que apontasse nesse sentido. Mas o filme é muito bom.
A Final
2.6 239 Assista AgoraFraco. Esperava mais vilania, mais sangue, mais gore. Enfim, mas se o problema fosse apenas esse... O roteiro é muito ruim. Devia ter desenvolvido mais a relação entre stalkers e perseguidos. Já somos apresentados ao grupo no momento em planejam sua vingança. Perde tempo com coisas desnecessárias, diálogos inúteis e mal feitos. É um ultraje um filme de tão baixa qualidade citar Audition.
Madame Satã
3.9 421 Assista AgoraDe uma humanidade sem tamanho.
Os Famosos e os Duendes da Morte
3.7 670 Assista AgoraCinema nacional. Vi alguns comentários abaixo falando que isso nem parece cinema nacional. Bem, não parece mesmo. Enquanto via, me senti dentro de uma colagem de um filme do Gus Van Sant com um desses filmes europeus indies. Daí a pretensão do filme: quero mostrar tudo o que sei. Meu, os melhores filmes são aqueles com as ideias mais simples. O curioso é que, ainda assim, Os Famosos e os Duendes da Morte é um filme essencialmente regional, mas um regional que pretende ir em direção ao universal. Nisso ele falha miseravelmente. Sempre fico inconformada com esses retratos trágicos da adolescência. É assim, mas não é isso tudo. O filme acaba ficando chatinho por causa da vontade de ser cool. Nem todo adolescente curte Bob Dylan ou tem blog. Muito menos adolescente brasileiro. Esse filme é bem direcionado pra um determinado público. Sei lá, meys, encheu essa ladainha cult/indie no cinema nacional.
Splendor
3.9 20- O que é neo-realismo?
- Olhe, nos filmes, não devemos fazer as pessoas sonharem enganando-as, devemos dizer a verdade.
Vênus Negra
4.0 159Não sei o que é mais nojento: a história de Saartjie ou a demora do Estado francês para "autorizar" o "retorno" dela ao seu país.
Maurice
4.0 190Bom filme, mas acho que faltou mais esmero no desenvolvimento
da relação entre Maurice e Alec.
Sala do Suicídio
3.8 275Fraco demais. Roteiro mal desenvolvido, personagens mal desenvolvidos. A sinopse engana um pouco.
O garoto não é gay e nem se mata por conta de bullying. Há todo um conjunto de fatores (mal desenvolvidos na trama) que mostram um playboyzinho mimado de merda que não suporta ser contrariado. Nesse ponto o filme até pode ser bem sucedido: em mostrar a futilidade dos jovens de hoje, mimados, acostumados a terem tudo, quando levam a primeira porrada não são capazes de suportar.
Toda Nudez Será Castigada
3.6 117Seu filho... fugiu com o ladrão boliviano! No mesmo avião!
Ernesto
3.2 10Eu sabia que o Emilio era uma menina.
Meu, mas grande interpretação de Lara Wendel.