Nota-se no episódio especial da série Euphoria o comprometimento com a sobriedade visual. Há uma certa necessidade de mostrar que ambas protagonistas estão desconfortáveis sem suas máscaras, mesmo que estejam revelando muito mais sobre elas agora do que durante uma temporada inteira. Jules é verdadeiramente algo que me encanta em qualquer pessoa. É inteligente, criativa, poética. Simplesmente por que pessoas enriquecedoras precisam sofrer tanto na sociedade? Havia uma época em que ser único o tornava especial. Ter estes pequenos traços que, quando somados, nos revelam uma pessoa rica em detalhes era um baita diferencial! A marginalização da padronização tornou tudo opaco, sem cor. E então surgiram as redes sociais que transformaram homens em sistemas operacionais. Quem se importa se estamos falando com um ser humano de verdade do outro lado da tela, quando o que queremos é suprir nossa imaginação? É este mundo escasso de possibilidades que torna tudo pobre e falso. Há um raio de brilho nas imagens projetadas na consciência da protagonista, uma vontade de tornar real tudo aquilo que nos falta. Não é homem que Jules procura, é o amor. Não é de Rue que a Jules foge, é do que a sociedade destrói quando toca.
Parece que devemos sentir culpa por quem somos. As pessoas estão tão enraizadas num ensinamento que dissemina o medo, que as impede de assumir a mudança. Imagina se os homens tivessem consciência da sua existência para questionar as asneiras que propagam? Sendo assim, é preciso afirmar o tempo todo para afastar o preconceito.
Concluindo o episódio tenho a convicção de que este produto audiovisual é um dos mais relevantes atualmente. Fala sobre o comportamento de homens que se mostram másculos e seguros, mas que em quatro paredes são frágeis e reprimidos. Fala da pluralidade da orientação sexual, identidade de gênero, de relacionamentos abusivos, da imoralidade e a farsa social, do enaltecimento e romantismo de bebidas alcoólicas e ilícitos como se fossem a solução para a verdadeira droga: a sociedade. Euphoria é indiscutivelmente a série mais importante, não só pela sua grandeza, mas por nos revelar a verdade. O que está velado precisa ser dito. Se doer, que seja rápido para seguirmos em frente. Então, por onde quer começar?
Certa vez frequentei uma reunião de jovens cristãos numa igrejinha na praça do Rosário. Um homem bem magro e com o rosto marcado pelo tempo, apesar de afirmar ter a idade dos que o rodeavam na ocasião, contava sua terrível experiência com as drogas. No final, abriu um largo sorriso escancarando a vitória de estar limpo e sóbrio. Pouco tempo depois soube que ele morreu.
Episódios especiais têm, na maioria das vezes, a finalidade de conectar as temporadas, de fazer um resumo discreto para aproximar novos espectadores, de satisfazer o público impaciente com a demora da estreia de um novo ano da sua série, e também para aproveitar o eixo de ligação e realizar um episódio que seja "fora da casinha" utilizando através do texto, da imagem ou do som algo que foge da estrutura, do esqueleto do projeto. Seja pela pandemia ou uma decisão simplesmente artística, o episódio se concentra numa reunião entre uma adicta e seu padrinho da Narcóticos Anônimos. Uma conversa profunda sobre perder e vencer, sobre Deus e injustiças divinas, sobre esforço e revolução, relacionamentos e claro, as drogas.
Como somos cruéis e imperdoáveis com nosso corpo e nossa alma. Como o mundo se tornou um vazio de artifícios sem fim. E como desejamos que tudo acabe logo sem aproveitar a beleza da vida. O que nos tornamos, afinal? Dói, machuca mesmo pra nós que estamos distantes de uma realidade e enxergamos o adicto como responsável e culpado por suas escolhas, e muitas vezes não damos importância pra dor do outro porque afinal, não foi uma escolha dele entrar nessa?
Foi um soco no estômago!
Nessas horas a gente enxerga com sofrimento o outro e nos faz parecer próximo algo que não queremos aceitar: que recuperar-se das drogas não é o compromisso de um indivíduo. É responsabilidade de toda uma sociedade. Só há uma palavra que vigora no nível do amor e esta palavra é ESPERANÇA.
O bipolar é vilão da sua própria história. Ele vive um embate de se olhar no espelho e descobrir quem vai vencer o dia. Às vezes a manhã pode estar chuvosa, mas tudo parece brilhante e perfeito. Parece entorpecido por tamanha felicidade e leveza de ver a vida. Quando menos se espera uma rasteira o carrega para o submundo. Recostado à cama, embaixo do edredom, imagina quanto tempo leva o tempo para entender que está pronto pra reerguer de novo. E entre o céu e o inferno existe o surto. Gastos exorbitantes na fase de euforia, brigas e constrangimentos na fase depressiva. Quando não se mutila, procura o álcool, as drogas, o sexo, alguma sensação de sobrevida, de sentir o que dentro dele aparenta não existir mais. É um grito constante de sufoco e conflitos. Há uma sensibilidade e uma dureza no olhar submerso por passagens de humores e quase até de personalidades que envolvem um único indivíduo. O mundo que ora é mágico, ora se torna um terror. E então surge a cumplicidade. O de fora raramente consegue entender uma cabeça repleta de criatividade e sensibilidade, porque do nada tudo torna um furacão. Euphoria, série exibida em 2019 pela HBO, é um grato exemplo e honesto, por assim dizer, da realidade de um personagem que existe e habita entre nós. Há tempos o tempo muda, aliás o que será eterno se é mutável? Antes os problemas psicológicos eram frescura, coisa até de gente rica, de quem tem tempo pra pensar. Hoje, transtornos de ansiedade, depressão, déficit de atenção, seres que parecem extremamente vivos e de repente mortos. Profissionais inconsequentes performam quase a loucura ao diagnosticar facilmente um paciente e submeter um filho, um amigo aos vícios da indústria farmacêutica. Nada se cura, só muda a dor. O que antes doía na alma agora ofende o corpo. E apodrece.
A sequência final da primeira temporada é algo impactante! Quem é bipolar vive exatamente a euforia, dos picos de felicidade a um mortal em uma piscina profunda e vazia. Toda sujeira do passado vem à tona, e revive as dores como se fosse o agora, num looping infinito. Passa, mas parece que dura para sempre.
A arte às vezes parece só entreter, mas há avisos de gatilhos por aí: o que não ofende, ensina. Por vezes aprendemos muito mais até na dor. Desenvolvida por Sam Levinson, tendo no elenco Zendaya - vencedora Do Emmys deste ano pela sua performance na série, Euphoria narra a turbulenta vida de uma jovem com bipolaridade após sair de uma clínica de reabilitação por overdose. O que parece ser uma série para adolescente, revela-se um programa para maiores de dezoito anos. Porque ter problemas mentais é fácil quando a sociedade revela ser doentia. E isto a série sabe mostrar como ninguém.
Com a sensível mensagem de que o diferente também é normal, We Are Who We Are encerra com sonhos por finais felizes aos que apenas desejam estar em paz em meio ao caos.
A sequência final da segunda temporada de Succession é de uma tensão fora do comum! Algo que poucos artistas conseguem fazer! Satisfatoriamente perturbador!
São muitos temas, personagens, o terreno precisava estar bem preparado. No entanto a busca incansável por resultados acaba frustrando diversas vezes o espectador que precisa algo pra conectar e sentir satisfeito. Quando ouvi rumores sobre a dificuldade que os produtores estavam passando em desenvolver a trama, fiquei imaginando o que J.J. Abrams, Jonathan Nolan e Lisa Joy preparavam à sete chaves para a estréia da série que se tornaria o carro chefe da emissora. Abrimos a porta do parque sem saber como a experiência iria nos enriquecer como seres humanos. E agora estamos vivendo como anfitriões, de um conhecimento limitado e impreciso, perdurando à espera de encontrar o centro do nosso próprio labirinto. É preciso muitos pontos para seguirmos retas e curvas, e o que temos encontrado são apenas buracos.
A HBO tem a marca de desenvolver em suas séries episódios icônicos que fogem da narrativa habitual e elevam o patamar dos seus produtos. O episódio oito de Watchmen é uma epifania!
De um lado, temos Dr. Manhattan, um Deus onisciente, onipresente que tenta convencer a garota do bar que ela é e será o grande amor da sua vida. Angela, sem saber do futuro, o questiona dando início a um dos diálogos mais originais e inteligentes da TV! Contada através de flashbacks entendemos o propósito dos personagens assim como parte da resolução da trama, de forma magistral, talvez nunca vista antes no audiovisual, ou ao menos utilizada perfeitamente sob o contexto da série. É verdadeiramente uma obra-prima! E se tornou uma das histórias de amor mais belas que já vi! Sobre o eterno e o finito. O racional e a emoção. Sobre ser intrínseco e mutável. Sobre falhas e perfeição!
Raramente a gente encontra algo tão singular e vislumbrante a ponto de se arrepiar todo. Começou como série sobre jovens, terminou como obra de arte! Não é TV, é HBO.
Há exatamente um ano estava sentado em frente à TV contemplando tudo o que questionara sobre a vida até então. Um dilúvio havia me carregado para as profundezas, e não foi Noé que me salvou. Eu senti um profundo vazio e de repente parecia tudo tão claro e perfeito. Seja lá o que os poucos assistiram a essa maravilha tiveram, pra mim foi quase uma redenção. Pude enxergar um outro Felipe, e algumas coisas deixaram de ser fundamentais. Talvez os autores desta obra nunca tomem conhecimento da transformação humana que eles causaram ao realizar uma série tão esnobada. Mas eu jamais esquecerei. Jamais esquecerei que ela ajudou a me encontrar. Ela me fez acreditar em Deus mesmo que a narrativa quisesse por vezes te fazer a desacreditar. Ela não só respondeu as minhas dúvidas existenciais, como me fez lembrar, através da sutileza, quem eu sou. E com um monólogo devastador de uma mãe desesperada que perdeu os filhos e por sete anos dedicou a vida a entender o motivo do desaparecimento deles, eu deixo aqui minha saudade. Se arte afeta, transborda, transforma, eu aqui nem sei. Se a Bíblia foi escrita pelo homem por ordem divina, ele mandou um adendo através deste espetáculo pra lembrar que somos Ele, estamos Nele, e Ele pertence naqueles que não só buscam, mas querem acreditar:
“Eu estava no estacionamento, nua, curvada como um bebê. Era o mesmo estacionamento de antes mas não havia trailers, nem pessoas, nem nada. Estava frio então comecei a andar. Passei por casas vazias, prédios abandonados. Então achei uma loja. Eu entrei e haviam roupas penduradas em araras., então eu me vesti e voltei a caminhar. Andei até me convencer de que eu era o único ser vivo lá. Ai anoiteceu, vi luzes e fui até elas. Era uma casa. Havia um homem e uma mulher lá. Foram gentis e me disseram…o homem disse que sete anos antes ele estava em um supermercado e todos desapareceram menos ele. E a mulher me disse que perdeu o marido, as três filhas e os oito netos. Foi quando eu entendi. Aqui…nós perdemos alguns. Mas lá…eles perderam todos nós.” Nora Durst
The Leftovers não será lembrada pela grandiosidade, mas por ser a série mais sincera que eu já vivi.
PERTURBADOR! Deitar no sofá e acompanhar a história da Offred é uma punição necessária, que rasga nossos pulsos até que não haja mais batimento cardíaco. Talvez um castigo que todos nós merecemos. O discurso de igualdade, o grito sobre moral e ética e as bandeiras brancas desmoronam a cada episódio. Sim, meu caro amigo! Você que permite dizer ser um homem aberto e que respeita os direitos do outro. Você que prega o amor ao próximo. Vai doer! Vai doer em qualquer um.
Talvez você se ache superior por constituir uma família tradicional. Talvez você se considere privilegiada por ser submissa e amparada por seu marido tão dedicado. Talvez você se considere puro por ser branco e de classe média. Talvez você se ache digno por não ser um doente pervertido que mantém relações sexuais com outra pessoa do mesmo sexo. Lembre-se bem destes dias. Das palavras profanadas, de todo gozo e glória. Lembre-se de como você foi solidário e misericordioso. De como foi onipotente, soberano. Lembre-se! Há uma chama de amor na tristeza de cada um de vocês.
“THE HANDMAID´S TALE” é um conto sobre o futuro onde manda quem tem poder, obedece quem recebe o aviso, e vive quem não tem esperança. Uma oferta a todos que brigam pra ver quem é o melhor, aos que bradam a ditadura, clamam pela punição dos sórdidos, veneram os imaculados e esquecem que nada supera a liberdade. Tudo que se deseja ao próximo volta, sempre volta pra alimentar a chama que existe dentro de nós. Seja a chama da luz ou do inferno.
“THE HANDMAID´S TALE” é aquela série que ninguém quer assistir...mas vai. Nem que seja pra lembrar que podemos ser melhores!
O quão acredita ser iluminado? Qual a proposta, o sentido disso tudo acontecer com você? Estamos vivendo pra quem? E quando estamos em desafeto com a ética e moral, você é do bem ou do mal? O que sempre me deixa em êxtase é como a HBO consegue me surpreender. Confesso que foi difícil me acostumar com a ideia de acompanhar a vida desses personagens em um universo que não me causa empatia. Nunca fui fã de faroeste, tiros, donzelas e rum. Mas então meu mundo caiu. Westworld não é nada sobre isto. Aliás, é muito maior do que poderia imaginar! Enquanto ouvia rumores sobre a dificuldade que os produtores estavam passando em desenvolver a trama desta que com certeza logo tornará o carro chefe da emissora, ficava imaginado o que J.J. Abrams e Jonathan Nolan preparavam à sete chaves. A filosofia permeia o enredo que parece a principio muito superficial. Abrimos a porta do parque sem saber como a experiência vai nos enriquecer como ser humano, com as grandes perguntas que fazemos à humanidade jogadas em um universo irreal. O que esperar da vida? Por que somos conscientes, qual o fundamento de nossas escolhas? Não por engano o tamanho do investimento e espera por esta série repleta de profundas reflexões. Nossos sentimentos são mesclados, confundidos e desnorteados, e quando menos imaginamos a história começa a virar de cabeça para baixo. “Perdendo uma vírgula se perde muito.” Sem mais para não estragar a obra, pegue seu ticket, vista-se de cowboy e prepare-se para a maior experiência em um parque, sem sair de casa. E lembre-se, mesmo que tudo seja mentira, você nunca mais será como antes. Aqui, nada se explica, tudo se complica, e mesmo que desanime de assistir, não pare! O resultado é extremamente inteligente, e não menos gratificante!
Quando encaramos nossas presas acabamos por nos perder sob o desejo, deixando-nos confusos se estamos no comando ou se fomos enfeitiçados. De longe nunca me senti tão persuadido quanto assistindo a esta obra magnífica. É como aquela pessoa misteriosa que ficamos observando por um longo tempo tentando decifra-la. É exatamente assim que estou após finalizar a primeira temporada de uma história que não tem pressa em desenvolver sua narrativa, proporcionando uma degustação maravilhosa e extremamente imersiva. Todas as transgressões da época retratada, o sopro do futuro diante do que parece inevitavelmente inerente. Os olhos admiram o novo mesmo retratando o velho. São tantas formas de elogiar este espetáculo que fico tentando não criar expectativas em quem vá aprecia-la pela primeira vez. Para que chegue de mansinho, como quem não quer nada, e aos poucos seja fisgado permanentemente. MAD MEN é o charme em forma de televisão! Que fique registrado o dia que cacei entretenimento sem saber que seria presa deste produto audiovisual entorpecedor! Matthew Weiner, desde The Sopranos você já me ganhou! Estou entregue aos publicitários.
PERTURBADOR! Deitar no sofá e acompanhar a história da Offred é uma punição necessária, que rasga nossos pulsos até que não haja mais batimento cardíaco. Talvez um castigo que todos nós merecemos. O discurso de igualdade, o grito sobre moral e ética e as bandeiras brancas desmoronam a cada episódio. Sim, meu caro amigo! Você que permite dizer ser um homem aberto e que respeita os direitos do outro. Você que prega o amor ao próximo. Vai doer! Vai doer em qualquer um.
Talvez você se ache superior por constituir uma família tradicional. Talvez você se considere privilegiada por ser submissa e amparada por seu marido tão dedicado. Talvez você se considere puro por ser branco e de classe média. Talvez você se ache digno por não ser um doente pervertido que mantém relações sexuais com outra pessoa do mesmo sexo. Lembre-se bem destes dias. Das palavras profanadas, de todo gozo e glória. Lembre-se de como você foi solidário e misericordioso. De como foi onipotente, soberano. Lembre-se! Há uma chama de esperança na tristeza de cada um de vocês.
“THE HANDMAID´S TALE” é um conto sobre o futuro onde manda quem tem poder, obedece quem recebe o aviso, e vive quem não tem esperança. Uma oferta a todos que brigam pra ver quem é o melhor, aos que bradam a ditadura, clamam pela punição dos sórdidos, veneram os imaculados e esquecem que nada supera a liberdade. E tudo que se deseja ao próximo volta, sempre volta pra alimentar a chama que existe dentro de nós. Seja a chama da luz ou do inferno.
De longe é a pior primeira temporada já exibida pela magnífica HBO (dentro do que já assisti). Porém como dizem os colegas abaixo, se você conseguiu acompanha-la até o final, não desista. Há um presente delicioso na próxima temporada. Estou impressionado com as alterações técnicas e artísticas de uma temporada pra outra. É de um fascínio gratificante!
As lágrimas escorrem, e escorrem muito, com o final desta série incrível! Melhor surpresa de 2017 até agora! Joan Crawford + Bette Davis + Ryan Murphy = FEUD
É difícil, chega ser quase impossível escrever algo que nos toca tão profundamente. Descrever esta série é deveras complicado como o próprio roteiro é. Não complicado por ser complexo, mas por ser delicado, puro e tão sensível que penetra em nosso íntimo, nossas escolhas, nosso passado e nossos preconceitos. A série conseguiu retratar tão perfeitamente o início e o fim de um todo que não há argumentos para mais. É completa. Confesso que chorei, me perdi em lágrimas nos minutos finais. A dor é tão grande, só não mais imensa ao saber que tudo acaba. Tudo morre. E foi tão satisfatório acompanhar os Fishers & Sons, & Diaz, & todos que passaram pela série, que fico por uns minutos contemplando o vazio, o espelho dessa família na minha família, nos meus anseios, minhas convicções. Talvez alguns nunca tenham a oportunidade de acompanhar esse livro televisivo, uma obra bem escrita, que cospe, julga, critica e coloca à disposição os dilemas que passamos ao longo da vida, e pq não na hora da morte. A vida é assim, um painel em branco aguardando tinta preta, a escrita, o letreiro; a data do fim.
Parece que o cinema se alimenta de eras cíclicas. Quase morremos no início do novo século com os filmes sobre catástrofes, lutamos com os super-heróis, viramos religiosos com os espíritas. Parece que agora estamos prontos para falar sobre sexo. Ninfomaníaca está para estrear nas telonas. Lars quer polemizar. Azul é a Cor Mais Quente promete sexo lésbico e Don Jon está fissurado no porn sex. Mas de tudo que promete entreter até os homens mais sádicos, nada me surpreendeu mais que a nova série do canal Showtime: Masters of Sex. Narrando a história de Masters, uns dos maiores ginecologistas da história, entre trepadas e escarradas, fica no apreço o retrato de uma época em que sexo era coisa do capeta, ato vulgar. Mulheres não conheciam o prazer íntimo, não tinham esse direito, e muitos só se relacionavam depois de casar. Tudo se trata de sexo. Envolvente, com um roteiro ágil que transforma sessenta minutos em uma sessão de sexologia, Masters of Sex se revela um seriado intrigante, que quebra tabus, escorrega no preconceito, se lambuza na direção de arte, e nos proporciona um bom orgasmo, o que atualmente as séries tem conseguido nos oferecer facilmente.
Que montagem é essa?? SENSACIONAL É o formato que tende agregar o século XXI: dinamico, curioso, persistente. Mas o roteiro tende a repetir, por diversas vezes, o que ja está impregnado na tela.
Euphoria: Fuck Anyone Who’s Not a Sea Blob
4.3 128Nota-se no episódio especial da série Euphoria o comprometimento com a sobriedade visual. Há uma certa necessidade de mostrar que ambas protagonistas estão desconfortáveis sem suas máscaras, mesmo que estejam revelando muito mais sobre elas agora do que durante uma temporada inteira. Jules é verdadeiramente algo que me encanta em qualquer pessoa. É inteligente, criativa, poética. Simplesmente por que pessoas enriquecedoras precisam sofrer tanto na sociedade? Havia uma época em que ser único o tornava especial. Ter estes pequenos traços que, quando somados, nos revelam uma pessoa rica em detalhes era um baita diferencial! A marginalização da padronização tornou tudo opaco, sem cor. E então surgiram as redes sociais que transformaram homens em sistemas operacionais. Quem se importa se estamos falando com um ser humano de verdade do outro lado da tela, quando o que queremos é suprir nossa imaginação? É este mundo escasso de possibilidades que torna tudo pobre e falso. Há um raio de brilho nas imagens projetadas na consciência da protagonista, uma vontade de tornar real tudo aquilo que nos falta. Não é homem que Jules procura, é o amor. Não é de Rue que a Jules foge, é do que a sociedade destrói quando toca.
Parece que devemos sentir culpa por quem somos. As pessoas estão tão enraizadas num ensinamento que dissemina o medo, que as impede de assumir a mudança. Imagina se os homens tivessem consciência da sua existência para questionar as asneiras que propagam? Sendo assim, é preciso afirmar o tempo todo para afastar o preconceito.
Concluindo o episódio tenho a convicção de que este produto audiovisual é um dos mais relevantes atualmente. Fala sobre o comportamento de homens que se mostram másculos e seguros, mas que em quatro paredes são frágeis e reprimidos. Fala da pluralidade da orientação sexual, identidade de gênero, de relacionamentos abusivos, da imoralidade e a farsa social, do enaltecimento e romantismo de bebidas alcoólicas e ilícitos como se fossem a solução para a verdadeira droga: a sociedade.
Euphoria é indiscutivelmente a série mais importante, não só pela sua grandeza, mas por nos revelar a verdade. O que está velado precisa ser dito. Se doer, que seja rápido para seguirmos em frente.
Então, por onde quer começar?
Euphoria: Trouble Don't Last Always
4.3 154Certa vez frequentei uma reunião de jovens cristãos numa igrejinha na praça do Rosário. Um homem bem magro e com o rosto marcado pelo tempo, apesar de afirmar ter a idade dos que o rodeavam na ocasião, contava sua terrível experiência com as drogas. No final, abriu um largo sorriso escancarando a vitória de estar limpo e sóbrio. Pouco tempo depois soube que ele morreu.
Episódios especiais têm, na maioria das vezes, a finalidade de conectar as temporadas, de fazer um resumo discreto para aproximar novos espectadores, de satisfazer o público impaciente com a demora da estreia de um novo ano da sua série, e também para aproveitar o eixo de ligação e realizar um episódio que seja "fora da casinha" utilizando através do texto, da imagem ou do som algo que foge da estrutura, do esqueleto do projeto. Seja pela pandemia ou uma decisão simplesmente artística, o episódio se concentra numa reunião entre uma adicta e seu padrinho da Narcóticos Anônimos. Uma conversa profunda sobre perder e vencer, sobre Deus e injustiças divinas, sobre esforço e revolução, relacionamentos e claro, as drogas.
Como somos cruéis e imperdoáveis com nosso corpo e nossa alma. Como o mundo se tornou um vazio de artifícios sem fim. E como desejamos que tudo acabe logo sem aproveitar a beleza da vida. O que nos tornamos, afinal?
Dói, machuca mesmo pra nós que estamos distantes de uma realidade e enxergamos o adicto como responsável e culpado por suas escolhas, e muitas vezes não damos importância pra dor do outro porque afinal, não foi uma escolha dele entrar nessa?
Foi um soco no estômago!
Nessas horas a gente enxerga com sofrimento o outro e nos faz parecer próximo algo que não queremos aceitar: que recuperar-se das drogas não é o compromisso de um indivíduo. É responsabilidade de toda uma sociedade.
Só há uma palavra que vigora no nível do amor e esta palavra é ESPERANÇA.
"As dificuldades não duram para sempre."
Euphoria (1ª Temporada)
4.3 892O bipolar é vilão da sua própria história. Ele vive um embate de se olhar no espelho e descobrir quem vai vencer o dia. Às vezes a manhã pode estar chuvosa, mas tudo parece brilhante e perfeito. Parece entorpecido por tamanha felicidade e leveza de ver a vida. Quando menos se espera uma rasteira o carrega para o submundo. Recostado à cama, embaixo do edredom, imagina quanto tempo leva o tempo para entender que está pronto pra reerguer de novo. E entre o céu e o inferno existe o surto. Gastos exorbitantes na fase de euforia, brigas e constrangimentos na fase depressiva. Quando não se mutila, procura o álcool, as drogas, o sexo, alguma sensação de sobrevida, de sentir o que dentro dele aparenta não existir mais. É um grito constante de sufoco e conflitos. Há uma sensibilidade e uma dureza no olhar submerso por passagens de humores e quase até de personalidades que envolvem um único indivíduo. O mundo que ora é mágico, ora se torna um terror. E então surge a cumplicidade. O de fora raramente consegue entender uma cabeça repleta de criatividade e sensibilidade, porque do nada tudo torna um furacão.
Euphoria, série exibida em 2019 pela HBO, é um grato exemplo e honesto, por assim dizer, da realidade de um personagem que existe e habita entre nós. Há tempos o tempo muda, aliás o que será eterno se é mutável? Antes os problemas psicológicos eram frescura, coisa até de gente rica, de quem tem tempo pra pensar. Hoje, transtornos de ansiedade, depressão, déficit de atenção, seres que parecem extremamente vivos e de repente mortos. Profissionais inconsequentes performam quase a loucura ao diagnosticar facilmente um paciente e submeter um filho, um amigo aos vícios da indústria farmacêutica. Nada se cura, só muda a dor. O que antes doía na alma agora ofende o corpo. E apodrece.
A sequência final da primeira temporada é algo impactante! Quem é bipolar vive exatamente a euforia, dos picos de felicidade a um mortal em uma piscina profunda e vazia. Toda sujeira do passado vem à tona, e revive as dores como se fosse o agora, num looping infinito. Passa, mas parece que dura para sempre.
A arte às vezes parece só entreter, mas há avisos de gatilhos por aí: o que não ofende, ensina. Por vezes aprendemos muito mais até na dor. Desenvolvida por Sam Levinson, tendo no elenco Zendaya - vencedora Do Emmys deste ano pela sua performance na série, Euphoria narra a turbulenta vida de uma jovem com bipolaridade após sair de uma clínica de reabilitação por overdose. O que parece ser uma série para adolescente, revela-se um programa para maiores de dezoito anos. Porque ter problemas mentais é fácil quando a sociedade revela ser doentia. E isto a série sabe mostrar como ninguém.
We Are Who We Are (1ª Temporada)
3.8 132Com a sensível mensagem de que o diferente também é normal, We Are Who We Are encerra com sonhos por finais felizes aos que apenas desejam estar em paz em meio ao caos.
"It is what it is."
Right Here, Right Now.
Succession (2ª Temporada)
4.5 228 Assista AgoraA sequência final da segunda temporada de Succession é de uma tensão fora do comum! Algo que poucos artistas conseguem fazer! Satisfatoriamente perturbador!
Contos do Loop (1ª Temporada)
4.3 218 Assista AgoraSó se é possível admirar a vida quando ela é vivenciada!
UM PRIMOR!
The Midnight Gospel (1ª Temporada)
4.5 455 Assista AgoraO episódio final é uma apoteose. Chorei lágrimas que estavam trancadas dentro de mim há muito tempo. Cara, sem palavras agora!
Westworld (3ª Temporada)
3.6 322São muitos temas, personagens, o terreno precisava estar bem preparado. No entanto a busca incansável por resultados acaba frustrando diversas vezes o espectador que precisa algo pra conectar e sentir satisfeito.
Quando ouvi rumores sobre a dificuldade que os produtores estavam passando em desenvolver a trama, fiquei imaginando o que J.J. Abrams, Jonathan Nolan e Lisa Joy preparavam à sete chaves para a estréia da série que se tornaria o carro chefe da emissora. Abrimos a porta do parque sem saber como a experiência iria nos enriquecer como seres humanos. E agora estamos vivendo como anfitriões, de um conhecimento limitado e impreciso, perdurando à espera de encontrar o centro do nosso próprio labirinto. É preciso muitos pontos para seguirmos retas e curvas, e o que temos encontrado são apenas buracos.
Watchmen
4.4 562 Assista AgoraA HBO tem a marca de desenvolver em suas séries episódios icônicos que fogem da narrativa habitual e elevam o patamar dos seus produtos. O episódio oito de Watchmen é uma epifania!
De um lado, temos Dr. Manhattan, um Deus onisciente, onipresente que tenta convencer a garota do bar que ela é e será o grande amor da sua vida. Angela, sem saber do futuro, o questiona dando início a um dos diálogos mais originais e inteligentes da TV!
Contada através de flashbacks entendemos o propósito dos personagens assim como parte da resolução da trama, de forma magistral, talvez nunca vista antes no audiovisual, ou ao menos utilizada perfeitamente sob o contexto da série. É verdadeiramente uma obra-prima!
E se tornou uma das histórias de amor mais belas que já vi!
Sobre o eterno e o finito. O racional e a emoção. Sobre ser intrínseco e mutável. Sobre falhas e perfeição!
Euphoria (1ª Temporada)
4.3 892Raramente a gente encontra algo tão singular e vislumbrante a ponto de se arrepiar todo. Começou como série sobre jovens, terminou como obra de arte! Não é TV, é HBO.
The Leftovers (3ª Temporada)
4.5 427 Assista AgoraHá exatamente um ano estava sentado em frente à TV contemplando tudo o que questionara sobre a vida até então. Um dilúvio havia me carregado para as profundezas, e não foi Noé que me salvou. Eu senti um profundo vazio e de repente parecia tudo tão claro e perfeito. Seja lá o que os poucos assistiram a essa maravilha tiveram, pra mim foi quase uma redenção. Pude enxergar um outro Felipe, e algumas coisas deixaram de ser fundamentais. Talvez os autores desta obra nunca tomem conhecimento da transformação humana que eles causaram ao realizar uma série tão esnobada. Mas eu jamais esquecerei. Jamais esquecerei que ela ajudou a me encontrar. Ela me fez acreditar em Deus mesmo que a narrativa quisesse por vezes te fazer a desacreditar. Ela não só respondeu as minhas dúvidas existenciais, como me fez lembrar, através da sutileza, quem eu sou. E com um monólogo devastador de uma mãe desesperada que perdeu os filhos e por sete anos dedicou a vida a entender o motivo do desaparecimento deles, eu deixo aqui minha saudade. Se arte afeta, transborda, transforma, eu aqui nem sei. Se a Bíblia foi escrita pelo homem por ordem divina, ele mandou um adendo através deste espetáculo pra lembrar que somos Ele, estamos Nele, e Ele pertence naqueles que não só buscam, mas querem acreditar:
“Eu estava no estacionamento, nua, curvada como um bebê. Era o mesmo estacionamento de antes mas não havia trailers, nem pessoas, nem nada. Estava frio então comecei a andar. Passei por casas vazias, prédios abandonados. Então achei uma loja. Eu entrei e haviam roupas penduradas em araras., então eu me vesti e voltei a caminhar. Andei até me convencer de que eu era o único ser vivo lá. Ai anoiteceu, vi luzes e fui até elas. Era uma casa. Havia um homem e uma mulher lá. Foram gentis e me disseram…o homem disse que sete anos antes ele estava em um supermercado e todos desapareceram menos ele. E a mulher me disse que perdeu o marido, as três filhas e os oito netos. Foi quando eu entendi. Aqui…nós perdemos alguns. Mas lá…eles perderam todos nós.” Nora Durst
The Leftovers não será lembrada pela grandiosidade, mas por ser a série mais sincera que eu já vivi.
O Conto da Aia (1ª Temporada)
4.7 1,5K Assista AgoraPERTURBADOR! Deitar no sofá e acompanhar a história da Offred é uma punição necessária, que rasga nossos pulsos até que não haja mais batimento cardíaco. Talvez um castigo que todos nós merecemos. O discurso de igualdade, o grito sobre moral e ética e as bandeiras brancas desmoronam a cada episódio. Sim, meu caro amigo! Você que permite dizer ser um homem aberto e que respeita os direitos do outro. Você que prega o amor ao próximo. Vai doer! Vai doer em qualquer um.
Talvez você se ache superior por constituir uma família tradicional. Talvez você se considere privilegiada por ser submissa e amparada por seu marido tão dedicado. Talvez você se considere puro por ser branco e de classe média. Talvez você se ache digno por não ser um doente pervertido que mantém relações sexuais com outra pessoa do mesmo sexo. Lembre-se bem destes dias. Das palavras profanadas, de todo gozo e glória. Lembre-se de como você foi solidário e misericordioso. De como foi onipotente, soberano. Lembre-se!
Há uma chama de amor na tristeza de cada um de vocês.
“THE HANDMAID´S TALE” é um conto sobre o futuro onde manda quem tem poder, obedece quem recebe o aviso, e vive quem não tem esperança. Uma oferta a todos que brigam pra ver quem é o melhor, aos que bradam a ditadura, clamam pela punição dos sórdidos, veneram os imaculados e esquecem que nada supera a liberdade.
Tudo que se deseja ao próximo volta, sempre volta pra alimentar a chama que existe dentro de nós. Seja a chama da luz ou do inferno.
“THE HANDMAID´S TALE” é aquela série que ninguém quer assistir...mas vai.
Nem que seja pra lembrar que podemos ser melhores!
Westworld (1ª Temporada)
4.5 1,3KO quão acredita ser iluminado? Qual a proposta, o sentido disso tudo acontecer com você? Estamos vivendo pra quem? E quando estamos em desafeto com a ética e moral, você é do bem ou do mal? O que sempre me deixa em êxtase é como a HBO consegue me surpreender. Confesso que foi difícil me acostumar com a ideia de acompanhar a vida desses personagens em um universo que não me causa empatia. Nunca fui fã de faroeste, tiros, donzelas e rum. Mas então meu mundo caiu. Westworld não é nada sobre isto. Aliás, é muito maior do que poderia imaginar! Enquanto ouvia rumores sobre a dificuldade que os produtores estavam passando em desenvolver a trama desta que com certeza logo tornará o carro chefe da emissora, ficava imaginado o que J.J. Abrams e Jonathan Nolan preparavam à sete chaves. A filosofia permeia o enredo que parece a principio muito superficial. Abrimos a porta do parque sem saber como a experiência vai nos enriquecer como ser humano, com as grandes perguntas que fazemos à humanidade jogadas em um universo irreal. O que esperar da vida? Por que somos conscientes, qual o fundamento de nossas escolhas? Não por engano o tamanho do investimento e espera por esta série repleta de profundas reflexões. Nossos sentimentos são mesclados, confundidos e desnorteados, e quando menos imaginamos a história começa a virar de cabeça para baixo. “Perdendo uma vírgula se perde muito.” Sem mais para não estragar a obra, pegue seu ticket, vista-se de cowboy e prepare-se para a maior experiência em um parque, sem sair de casa. E lembre-se, mesmo que tudo seja mentira, você nunca mais será como antes. Aqui, nada se explica, tudo se complica, e mesmo que desanime de assistir, não pare! O resultado é extremamente inteligente, e não menos gratificante!
Mad Men (1ª Temporada)
4.4 346 Assista AgoraQuando encaramos nossas presas acabamos por nos perder sob o desejo, deixando-nos confusos se estamos no comando ou se fomos enfeitiçados. De longe nunca me senti tão persuadido quanto assistindo a esta obra magnífica. É como aquela pessoa misteriosa que ficamos observando por um longo tempo tentando decifra-la. É exatamente assim que estou após finalizar a primeira temporada de uma história que não tem pressa em desenvolver sua narrativa, proporcionando uma degustação maravilhosa e extremamente imersiva. Todas as transgressões da época retratada, o sopro do futuro diante do que parece inevitavelmente inerente. Os olhos admiram o novo mesmo retratando o velho. São tantas formas de elogiar este espetáculo que fico tentando não criar expectativas em quem vá aprecia-la pela primeira vez. Para que chegue de mansinho, como quem não quer nada, e aos poucos seja fisgado permanentemente. MAD MEN é o charme em forma de televisão! Que fique registrado o dia que cacei entretenimento sem saber que seria presa deste produto audiovisual entorpecedor! Matthew Weiner, desde The Sopranos você já me ganhou! Estou entregue aos publicitários.
O Conto da Aia (1ª Temporada)
4.7 1,5K Assista AgoraAQUELA série que você não vai querer assistir...
PERTURBADOR! Deitar no sofá e acompanhar a história da Offred é uma punição necessária, que rasga nossos pulsos até que não haja mais batimento cardíaco. Talvez um castigo que todos nós merecemos. O discurso de igualdade, o grito sobre moral e ética e as bandeiras brancas desmoronam a cada episódio. Sim, meu caro amigo! Você que permite dizer ser um homem aberto e que respeita os direitos do outro. Você que prega o amor ao próximo. Vai doer! Vai doer em qualquer um.
Talvez você se ache superior por constituir uma família tradicional. Talvez você se considere privilegiada por ser submissa e amparada por seu marido tão dedicado. Talvez você se considere puro por ser branco e de classe média. Talvez você se ache digno por não ser um doente pervertido que mantém relações sexuais com outra pessoa do mesmo sexo. Lembre-se bem destes dias. Das palavras profanadas, de todo gozo e glória. Lembre-se de como você foi solidário e misericordioso. De como foi onipotente, soberano. Lembre-se! Há uma chama de esperança na tristeza de cada um de vocês.
“THE HANDMAID´S TALE” é um conto sobre o futuro onde manda quem tem poder, obedece quem recebe o aviso, e vive quem não tem esperança. Uma oferta a todos que brigam pra ver quem é o melhor, aos que bradam a ditadura, clamam pela punição dos sórdidos, veneram os imaculados e esquecem que nada supera a liberdade. E tudo que se deseja ao próximo volta, sempre volta pra alimentar a chama que existe dentro de nós. Seja a chama da luz ou do inferno.
Vale muito conferir!
The Leftovers (3ª Temporada)
4.5 427 Assista AgoraQuerendo dizer muito sem ter palavras! Estou quebrado em emoções.
The Leftovers (1ª Temporada)
4.2 583 Assista AgoraDe longe é a pior primeira temporada já exibida pela magnífica HBO (dentro do que já assisti). Porém como dizem os colegas abaixo, se você conseguiu acompanha-la até o final, não desista. Há um presente delicioso na próxima temporada. Estou impressionado com as alterações técnicas e artísticas de uma temporada pra outra. É de um fascínio gratificante!
Feud: Bette and Joan (1ª Temporada)
4.6 283 Assista AgoraAs lágrimas escorrem, e escorrem muito, com o final desta série incrível!
Melhor surpresa de 2017 até agora!
Joan Crawford + Bette Davis + Ryan Murphy = FEUD
"Você nunca deveria dizer coisas ruins de pessoas mortas, apenas algo bom. Joan Crawford morreu... Bom" - Davis
Black Mirror (3ª Temporada)
4.5 1,3K Assista AgoraSem saber viver uma sexta-feira feliz depois de assistir Black Mirror.
Tô na fossa, mas tô bem!
A Sete Palmos (5ª Temporada)
4.8 478 Assista AgoraÉ difícil, chega ser quase impossível escrever algo que nos toca tão profundamente. Descrever esta série é deveras complicado como o próprio roteiro é. Não complicado por ser complexo, mas por ser delicado, puro e tão sensível que penetra em nosso íntimo, nossas escolhas, nosso passado e nossos preconceitos. A série conseguiu retratar tão perfeitamente o início e o fim de um todo que não há argumentos para mais. É completa.
Confesso que chorei, me perdi em lágrimas nos minutos finais. A dor é tão grande, só não mais imensa ao saber que tudo acaba. Tudo morre. E foi tão satisfatório acompanhar os Fishers & Sons, & Diaz, & todos que passaram pela série, que fico por uns minutos contemplando o vazio, o espelho dessa família na minha família, nos meus anseios, minhas convicções.
Talvez alguns nunca tenham a oportunidade de acompanhar esse livro televisivo, uma obra bem escrita, que cospe, julga, critica e coloca à disposição os dilemas que passamos ao longo da vida, e pq não na hora da morte. A vida é assim, um painel em branco aguardando tinta preta, a escrita, o letreiro; a data do fim.
Masters of Sex (1ª Temporada)
4.4 126 Assista AgoraParece que o cinema se alimenta de eras cíclicas. Quase morremos no início do novo século com os filmes sobre catástrofes, lutamos com os super-heróis, viramos religiosos com os espíritas. Parece que agora estamos prontos para falar sobre sexo. Ninfomaníaca está para estrear nas telonas. Lars quer polemizar. Azul é a Cor Mais Quente promete sexo lésbico e Don Jon está fissurado no porn sex. Mas de tudo que promete entreter até os homens mais sádicos, nada me surpreendeu mais que a nova série do canal Showtime: Masters of Sex. Narrando a história de Masters, uns dos maiores ginecologistas da história, entre trepadas e escarradas, fica no apreço o retrato de uma época em que sexo era coisa do capeta, ato vulgar. Mulheres não conheciam o prazer íntimo, não tinham esse direito, e muitos só se relacionavam depois de casar. Tudo se trata de sexo. Envolvente, com um roteiro ágil que transforma sessenta minutos em uma sessão de sexologia, Masters of Sex se revela um seriado intrigante, que quebra tabus, escorrega no preconceito, se lambuza na direção de arte, e nos proporciona um bom orgasmo, o que atualmente as séries tem conseguido nos oferecer facilmente.
Viciante!
Masters of Sex (1ª Temporada)
4.4 126 Assista AgoraSei que não tem nada a ver, mas...
Wow
Deus, obrigado por não me deixar tanto tempo órfão de Breaking Bad!
Afinal, o que querem as Mulheres?
4.0 200Que montagem é essa?? SENSACIONAL
É o formato que tende agregar o século XXI: dinamico, curioso, persistente. Mas o roteiro tende a repetir, por diversas vezes, o que ja está impregnado na tela.
Clandestinos – O Sonho Começou
4.1 118Texto sincero, como se tudo fosse um docudrama. E de fato a realidade e ficção se misturam ao narrar fatos da vida do próprio diretor e dos atores.