Se o marketing não tivesse colocado o filme em um pedestal inacreditável, talvez o público conseguisse perceber melhor o delicioso espírito aventuresco à lá Sessão da Tarde que a obra tem, mas mais do que isso, apreciá-la no que convém, mesmo com a presença quase constante do tripudiado CGI ruim.
O clima de mistério e paranoia é a melhor coisa do longa, mas nem como terror se sustenta, já que no clímax, por exemplo, ele se mostra como apenas mais um filme de super-herói genericão.
O subtítulo "Não Se Pode Esconder a Verdade" diz muito sobre a estrutura narrativa do longa. E não, isso não é bom, não nesse caso. Pois ao final fica nítida a intenção dos realizadores com essa sequência: dar o ponto de vista do Edir Macedo sobre as maiores polêmicas pelas quais ele se envolveu. Chute na Santa? Check. Desabamento do teto de um templo? Check. E assim, de episódio em episódio, se vai o roteiro. O 1° filme até tinha isso, mas ali ao menos era possível ver uma tênue linha de evolução da história sendo traçada do ponto A ao B. Só posso lamentar pelo desperdício de talento do elenco, principalmente do protagonista Petrônio Gontijo, e também do diretor Alexandre Avancini, que tem na TV seus melhores resultados em termos qualitativos.
O filme sabe muito bem o que quer, e isso tem a ver com apenas uma coisa: ação; ação bem coreografada, ação bem realizada. Claro que para isso segurar o público em frente à tela seria necessário o fator emocional, e é aí que o filme (e por consequência a franquia) se consolida definitivamente no imaginário popular ao motivar o samurai contemporâneo interpretado por Reeves através de apenas uma mulher e, principalmente, um cachorro.
As tentativas do roteiro de não deixar o filme cair para um genericão de super-herói até existem, como por exemplo não fazer do trio de vilãs um trio de clones em personalidade e motivação, ou investir no humor resultante da interação dos protagonistas com o mundo mágico, mas essas tentativas não são o suficiente para deixá-lo de ser mais adequado para uns 10 anos atrás ou mais. É inevitável a régua do público, para o subgênero como um todo, aumentar depois de um tempo de evolução.
A principal dificuldade das pessoas que comentam esse filme é de separar a obra da opinião que elas têm sobre o biografado, no caso o Edir Macedo. Bom, eu não tenho conhecimento suficiente sobre ele para ter uma opinião sobre a pessoa - muito embora eu tenda a crer em certas coisas que cercam sua figura pública. Por essa razão, entrei nesse filme com a cabeça aberta para conhecer quem é o protagonista que o filme quer me apresentar.
O problema é que isso não acontece. 2 horas de filme depois e eu não faço ideia de quem seja aquele Edir Macedo, quais são suas inseguranças, o que o motiva, nada! Mesmo com um ator de performances incríveis nas novelas bíblicas como o Petrônio Gontijo protagonizando o longa, o Edir desse filme não passa de um conceito: um homem que quer ganhar almas pra Jesus; ponto final. Quase um Messias, não? Talvez venha daí o pomposo subtítulo "Contra Tudo. Por Todos", vai saber...
A fotografia e a direção de arte são os pontos fortes do longa, e até mesmo a direção do Alexandre Avancini surpreende, pois por mais que ele tenha boas obras no currículo, são obras televisivas, estilo folhetinesco que não combina em nada com a linguagem cinematográfica. E assim fica clara aqui a diferença entre um filme pensado para ser filme como esse é, e um recorte mal feito como foi o caso da versão "cinematográfica" da novela Os Dez Mandamentos, do mesmo Avancini.
O protagonista raso é só uma amostra do roteiro fraco, que muitas vezes nem se importa em dar muita liga entre um acontecimento e outro, talvez com pressa de chegar em algum determinado ponto da narrativa. Já os vilões estão a um passo de serem dignos de desenhos animados.
No final das contas, se eu não conheço o verdadeiro Edir Macedo, nesse sentido o do filme é bem fiel à minha realidade. E ainda que esse fosse um protagonista tridimensional e bem delineado pelo roteiro, quem procura por uma biografia (e aqui sim eu excluo toda a discussão sobre a independência da versão fictícia do biografado) provavelmente se decepcionaria, afinal, biografia realmente boa pode ser qualquer uma, menos a que venha do biografado.
O filme representa uma oposição ao "X-Men: Primeira Classe", o 1° dessa nova franquia, em praticamente tudo: o contexto dos personagens é desinteressante, os vilões não poderiam representar menos ameaça, tudo está desgastado, cansado.
Por cada filme dessa franquia se passar em uma década, dá até para traçar um paralelo com aqueles sentimentos nostálgicos de quem, vivendo nos anos 90 (este filme), olha para os anos 60 ("Primeira Classe") e diz que lá sim as coisas eram diferentes, boas e tinham vida - e por "vida" entende-se até mesmo um bom conflito.
Um melancólico fim para a Era do título X-Men na Fox.
Se o primeiro filme decepciona com o plot principal batido e o segundo com tramas paralelas inúteis e antagonismo fraco, esse terceiro é melhor resolvido em todos esses pontos, além de criar uma aventura familiar cativante. É claro que elementos da batida Fórmula Marvel estão presentes em considerável peso, e que o clímax com o vilão é controverso, principalmente depois de tudo o que foi estabelecido sobre ele no próprio filme e em Loki, mas ainda assim o longa consegue mostrar que a dignidade do MCU não morreu - ainda.
A ideia de ser um Sessão da Tarde oitentista para maiores é muito boa, mas a execução falha bastante, a começar pelo apático protagonista narrador sendo ofuscado em narrativa e carisma pelo co-protagonista. O elenco estelar (Joana Fomm, Raul Gazolla, Moacyr Franco, Fábio Porchat) são só presenças agradáveis que não recebem o espaço merecido, enquanto que Carlos Villagrán, o eterno Quico, causa aflição e irritação com seu personagem de falação desenfreada e carregada de chavões e sotaque; também merecia outra vertente para trabalhar em cima. Já Gentili não está integralmente encaixado no formato cinematográfico, provavelmente por conta de sua até então inexperiência no ramo. Apesar do tempo de tela que tem, sua maior contribuição aqui é o material base que dá origem à (interessante) mitologia do longa - se é que posso ir tão longe.
P.S.: Talvez o maior motivo atual para ver esse filme seja o fato de ter sido "cancelado" por esquerdalhas e por bolsonaristas. Afinal, se extremistas com tara de ditadura querem diminuir o acesso livre a uma obra artística, é acesso em massa que se precisa dar a ela.
Um thriller competente, que sufoca o espectador com sua atmosfera bem construída, que calca um de seus pilares na grande atuação de Noomi Rapace, mas que não escapa de conveniências irritantes e furos de roteiro notáveis.
Apesar de ter visto o 1° filme inúmeras vezes ao longo dos últimos mais de 10 anos, eu levei uns bons 20 ou 30 minutos pra me conectar com a família de Jake, e por consequência com o filme. Mas depois que Jake e Neytiri presenciam a chegada de um novo grupo de humanos em Pandora - uma chegada absurdamente assombrosa com as naves e seus propulsores funcionando como verdadeiros arautos do inferno, tripuladas por soldados mascarados, anjos da morte sem rostos, mais alienígenas do que os Na'vi jamais foram -, depois disso a trama engrena e a ida da família protagonista até um novo grupo dos nativos que habita à beira-mar faz com que nos conectemos àqueles personagens novos ao mesmo tempo que nos ambienta sem pressa a uma nova fauna e flora.
Da mesma forma que no 1° filme, a originalidade do roteiro não é o forte (JAMES CAMERON NÉ), a começar
pela reciclagem do vilão anterior - malditos anos 90 e seus clones -, ainda que ironicamente essa versão tenha mais traços de humanidade do que a original. Mas a marca registrada do cineasta continua muito clara, e por essa razão você provavelmente vai sentir, por exemplo, muita raiva e desprezo pelos vilões e da mesma forma vai vibrar quando eles tomarem o que merecem.
James Cameron como o conhecemos!
E isso também significa que não só essa sequência é muito boa como a franquia continua vivíssima. E, mais do que isso, com potencial para muito mais. O Caminho da Água pode ser só o início de um caminho ainda mais expansivo.
Roteiro original nunca foi a marca registrada de James Cameron. O que ele faz constantemente é entregar o melhor possível dentro do conceito de um roteiro previsível/clichê/formulaico e surpreender e encantar em todo o trabalho técnico ao redor. Ao meu ver o filme é exatamente isso, e não me chatearia se mais blockbusters atuais fossem parecidos com esse nesse sentido.
Eu ainda estou tentando entender como um cara carismático como o The Rock conseguiu fazer um protagonista tão apático como esse. Aí você vai ver o roteiro e é mais do mesmo com o mesmo de sempre de forma piorada. Vai ver a direção e a montagem e são uma bagunça que miram em Zack Snyder e atingem em coisa nenhuma. Sobra o quê? Um visual ""às vezes"" interessante, explosões - muitas explosões - bonitas e uma narrativa que te deixa minimamente confortável dentro do gênero super-herói já que, como disse, é mais do mesmo.
Uma das coisas mais incríveis no filme é como nossa heroína precisa conhecer e mergulhar em um mundo fantástico e maluco para amadurecer e aprender um pouco mais sobre a vida real, o seu próprio mundo. Uma grande metáfora, dizem. Pode ser, mas sem que o aspecto aventuresco e de deslumbramento seja negligenciado. Ou seja, tanto quem quer assistir a uma fantasia criativa quanto quem quer uma peça mais artística estarão mui bem servidos.
Tudo aqui é precário, e talvez esse seja o maior trunfo do filme. Às vezes custa para a indústria entender que representar o bizarro é mais exitoso quando se tem apenas um trocado de pão. Mas o que também é custoso para a indústria do terror entender (há décadas, pelo jeito) é que terror e gore não são sinônimos, e que repulsa definitivamente não é tensão.
De encher os olhos como é de se esperar de um filme natalino, principalmente vindo do abastado guarda-chuva Disney. Não tem lá grandes pretensões narrativas, mas diverte na aventura que se propõe. Por mais especiais de feriados no MCU e menos séries genéricas intermináveis.
Quando os termos "filme clássico", "filme de Natal", "Sessão da Tarde" e "nostalgia" vêm na mesma frase mais ou menos nessa ordem, é desta obra icônica que me lembro. Show!
A ausência de Chadwick Boseman faz MUITA falta no filme, não só em termos afetivos, mas também de narrativa. O clima de luto e de melancolia é interessante, mas de modo geral só consigo enxergar um filme irregular.
É bem claro que é um filme de um compositor. E, no caso, de um grande compositor. Isso somado à homenagem à Clássica Era de Ouro dos Monstros da Universal, ao preto-e-branco e ao gore, resulta em diversão garantida e (quase) descompromissada.
Nem toda história precisa ser uma série, portanto, que tenhamos mais especiais como esse no MCU.
Thor - Ragnarok funcionou muito bem porque o humor escrachado tinha uma contrapartida muito forte que era o drama, e ainda localizado na reta final da jornada ao Guerra Infinita. E não era qualquer drama, era a relação de Thor e Loki, o destino de Odin, a identificação de Asgard não como um lugar, mas como um povo... Enfim. Um filme muito bonito.
E a sensação que eu tenho é que o Taika Waititi tentou pegar os elementos mais proeminentes desse filme e elevar à 5° potência nesse Amor e Trovão. E o resultado é um humor predominantemente forçado, exagerado, sem graça, sem base, e um drama quase inexistente já que não vemos Jane Foster há muitos anos (o que significa uma metralhadora de filmes no MCU).
O que se salva de verdade na obra é o visual incrível (e ainda assim prefiro o do filme anterior) e a trilha sonora. De resto, mais uma peça aborrecente da Fase 4.
Depois de 2 expressivos blockbusters sobre multiverso, vem um filme independente e relativamente barato e faz o melhor uso de multiverso que eu já vi no Cinema, e o melhor: usando-o não pelo deslumbramento apenas, mas para contar uma história humana, para retratar a jornada de uma família. Lindo.
Apesar de "Sem Volta para Casa" ter sido mais satisfatório na recompensa emocional resultante do uso do multiverso, esse aqui tem a vantagem de ser um filme muito mais autoral na direção e na montagem, o trabalho de Sam Raimi é exatamente o que vimos na trilogia do Homem-Aranha e em Evil Dead. E aqui isso é um baita trunfo, pois o horror/terror utilizado é apropriadíssimo para o arco da Wanda nesse estágio de sua vida.
The Flash
3.1 750 Assista AgoraSe o marketing não tivesse colocado o filme em um pedestal inacreditável, talvez o público conseguisse perceber melhor o delicioso espírito aventuresco à lá Sessão da Tarde que a obra tem, mas mais do que isso, apreciá-la no que convém, mesmo com a presença quase constante do tripudiado CGI ruim.
Guardiões da Galáxia: Vol. 3
4.2 808 Assista AgoraA arte de fazer um filme sobre um personagem sem deixar de escanteio o grupo título, muito pelo contrário, aliás. Um satisfatório fim de era.
Os Novos Mutantes
2.6 719 Assista AgoraO clima de mistério e paranoia é a melhor coisa do longa, mas nem como terror se sustenta, já que no clímax, por exemplo, ele se mostra como apenas mais um filme de super-herói genericão.
Nada a Perder 2: Não Se Pode Esconder a Verdade
1.7 64O subtítulo "Não Se Pode Esconder a Verdade" diz muito sobre a estrutura narrativa do longa. E não, isso não é bom, não nesse caso. Pois ao final fica nítida a intenção dos realizadores com essa sequência: dar o ponto de vista do Edir Macedo sobre as maiores polêmicas pelas quais ele se envolveu. Chute na Santa? Check. Desabamento do teto de um templo? Check. E assim, de episódio em episódio, se vai o roteiro. O 1° filme até tinha isso, mas ali ao menos era possível ver uma tênue linha de evolução da história sendo traçada do ponto A ao B. Só posso lamentar pelo desperdício de talento do elenco, principalmente do protagonista Petrônio Gontijo, e também do diretor Alexandre Avancini, que tem na TV seus melhores resultados em termos qualitativos.
John Wick: De Volta ao Jogo
3.8 1,8K Assista AgoraO filme sabe muito bem o que quer, e isso tem a ver com apenas uma coisa: ação; ação bem coreografada, ação bem realizada. Claro que para isso segurar o público em frente à tela seria necessário o fator emocional, e é aí que o filme (e por consequência a franquia) se consolida definitivamente no imaginário popular ao motivar o samurai contemporâneo interpretado por Reeves através de apenas uma mulher e, principalmente, um cachorro.
O resto é história.
Shazam! Fúria dos Deuses
2.8 354 Assista AgoraAs tentativas do roteiro de não deixar o filme cair para um genericão de super-herói até existem, como por exemplo não fazer do trio de vilãs um trio de clones em personalidade e motivação, ou investir no humor resultante da interação dos protagonistas com o mundo mágico, mas essas tentativas não são o suficiente para deixá-lo de ser mais adequado para uns 10 anos atrás ou mais. É inevitável a régua do público, para o subgênero como um todo, aumentar depois de um tempo de evolução.
Nada A Perder - Contra Tudo. Por Todos
2.1 206A principal dificuldade das pessoas que comentam esse filme é de separar a obra da opinião que elas têm sobre o biografado, no caso o Edir Macedo. Bom, eu não tenho conhecimento suficiente sobre ele para ter uma opinião sobre a pessoa - muito embora eu tenda a crer em certas coisas que cercam sua figura pública. Por essa razão, entrei nesse filme com a cabeça aberta para conhecer quem é o protagonista que o filme quer me apresentar.
O problema é que isso não acontece. 2 horas de filme depois e eu não faço ideia de quem seja aquele Edir Macedo, quais são suas inseguranças, o que o motiva, nada! Mesmo com um ator de performances incríveis nas novelas bíblicas como o Petrônio Gontijo protagonizando o longa, o Edir desse filme não passa de um conceito: um homem que quer ganhar almas pra Jesus; ponto final. Quase um Messias, não? Talvez venha daí o pomposo subtítulo "Contra Tudo. Por Todos", vai saber...
A fotografia e a direção de arte são os pontos fortes do longa, e até mesmo a direção do Alexandre Avancini surpreende, pois por mais que ele tenha boas obras no currículo, são obras televisivas, estilo folhetinesco que não combina em nada com a linguagem cinematográfica. E assim fica clara aqui a diferença entre um filme pensado para ser filme como esse é, e um recorte mal feito como foi o caso da versão "cinematográfica" da novela Os Dez Mandamentos, do mesmo Avancini.
O protagonista raso é só uma amostra do roteiro fraco, que muitas vezes nem se importa em dar muita liga entre um acontecimento e outro, talvez com pressa de chegar em algum determinado ponto da narrativa. Já os vilões estão a um passo de serem dignos de desenhos animados.
No final das contas, se eu não conheço o verdadeiro Edir Macedo, nesse sentido o do filme é bem fiel à minha realidade. E ainda que esse fosse um protagonista tridimensional e bem delineado pelo roteiro, quem procura por uma biografia (e aqui sim eu excluo toda a discussão sobre a independência da versão fictícia do biografado) provavelmente se decepcionaria, afinal, biografia realmente boa pode ser qualquer uma, menos a que venha do biografado.
X-Men: Fênix Negra
2.6 1,1K Assista AgoraO filme representa uma oposição ao "X-Men: Primeira Classe", o 1° dessa nova franquia, em praticamente tudo: o contexto dos personagens é desinteressante, os vilões não poderiam representar menos ameaça, tudo está desgastado, cansado.
Por cada filme dessa franquia se passar em uma década, dá até para traçar um paralelo com aqueles sentimentos nostálgicos de quem, vivendo nos anos 90 (este filme), olha para os anos 60 ("Primeira Classe") e diz que lá sim as coisas eram diferentes, boas e tinham vida - e por "vida" entende-se até mesmo um bom conflito.
Um melancólico fim para a Era do título X-Men na Fox.
Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania
2.8 519 Assista AgoraSe o primeiro filme decepciona com o plot principal batido e o segundo com tramas paralelas inúteis e antagonismo fraco, esse terceiro é melhor resolvido em todos esses pontos, além de criar uma aventura familiar cativante. É claro que elementos da batida Fórmula Marvel estão presentes em considerável peso, e que o clímax com o vilão é controverso, principalmente depois de tudo o que foi estabelecido sobre ele no próprio filme e em Loki, mas ainda assim o longa consegue mostrar que a dignidade do MCU não morreu - ainda.
Como se Tornar o Pior Aluno da Escola
2.5 340A ideia de ser um Sessão da Tarde oitentista para maiores é muito boa, mas a execução falha bastante, a começar pelo apático protagonista narrador sendo ofuscado em narrativa e carisma pelo co-protagonista. O elenco estelar (Joana Fomm, Raul Gazolla, Moacyr Franco, Fábio Porchat) são só presenças agradáveis que não recebem o espaço merecido, enquanto que Carlos Villagrán, o eterno Quico, causa aflição e irritação com seu personagem de falação desenfreada e carregada de chavões e sotaque; também merecia outra vertente para trabalhar em cima. Já Gentili não está integralmente encaixado no formato cinematográfico, provavelmente por conta de sua até então inexperiência no ramo. Apesar do tempo de tela que tem, sua maior contribuição aqui é o material base que dá origem à (interessante) mitologia do longa - se é que posso ir tão longe.
P.S.: Talvez o maior motivo atual para ver esse filme seja o fato de ter sido "cancelado" por esquerdalhas e por bolsonaristas. Afinal, se extremistas com tara de ditadura querem diminuir o acesso livre a uma obra artística, é acesso em massa que se precisa dar a ela.
Onde Está Segunda?
3.6 1,3K Assista AgoraUm thriller competente, que sufoca o espectador com sua atmosfera bem construída, que calca um de seus pilares na grande atuação de Noomi Rapace, mas que não escapa de conveniências irritantes e furos de roteiro notáveis.
Avatar: O Caminho da Água
3.9 1,3K Assista AgoraApesar de ter visto o 1° filme inúmeras vezes ao longo dos últimos mais de 10 anos, eu levei uns bons 20 ou 30 minutos pra me conectar com a família de Jake, e por consequência com o filme. Mas depois que Jake e Neytiri presenciam a chegada de um novo grupo de humanos em Pandora - uma chegada absurdamente assombrosa com as naves e seus propulsores funcionando como verdadeiros arautos do inferno, tripuladas por soldados mascarados, anjos da morte sem rostos, mais alienígenas do que os Na'vi jamais foram -, depois disso a trama engrena e a ida da família protagonista até um novo grupo dos nativos que habita à beira-mar faz com que nos conectemos àqueles personagens novos ao mesmo tempo que nos ambienta sem pressa a uma nova fauna e flora.
Da mesma forma que no 1° filme, a originalidade do roteiro não é o forte (JAMES CAMERON NÉ), a começar
pela reciclagem do vilão anterior - malditos anos 90 e seus clones -, ainda que ironicamente essa versão tenha mais traços de humanidade do que a original. Mas a marca registrada do cineasta continua muito clara, e por essa razão você provavelmente vai sentir, por exemplo, muita raiva e desprezo pelos vilões e da mesma forma vai vibrar quando eles tomarem o que merecem.
E isso também significa que não só essa sequência é muito boa como a franquia continua vivíssima. E, mais do que isso, com potencial para muito mais. O Caminho da Água pode ser só o início de um caminho ainda mais expansivo.
Avatar
3.6 4,5K Assista AgoraRoteiro original nunca foi a marca registrada de James Cameron. O que ele faz constantemente é entregar o melhor possível dentro do conceito de um roteiro previsível/clichê/formulaico e surpreender e encantar em todo o trabalho técnico ao redor. Ao meu ver o filme é exatamente isso, e não me chatearia se mais blockbusters atuais fossem parecidos com esse nesse sentido.
Adão Negro
3.1 687 Assista AgoraEu ainda estou tentando entender como um cara carismático como o The Rock conseguiu fazer um protagonista tão apático como esse. Aí você vai ver o roteiro e é mais do mesmo com o mesmo de sempre de forma piorada. Vai ver a direção e a montagem e são uma bagunça que miram em Zack Snyder e atingem em coisa nenhuma. Sobra o quê? Um visual ""às vezes"" interessante, explosões - muitas explosões - bonitas e uma narrativa que te deixa minimamente confortável dentro do gênero super-herói já que, como disse, é mais do mesmo.
Portanto, é sem dúvidas um dos filmes já feitos.
A Viagem de Chihiro
4.5 2,3K Assista AgoraUma das coisas mais incríveis no filme é como nossa heroína precisa conhecer e mergulhar em um mundo fantástico e maluco para amadurecer e aprender um pouco mais sobre a vida real, o seu próprio mundo. Uma grande metáfora, dizem. Pode ser, mas sem que o aspecto aventuresco e de deslumbramento seja negligenciado. Ou seja, tanto quem quer assistir a uma fantasia criativa quanto quem quer uma peça mais artística estarão mui bem servidos.
Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio
3.8 1,4K Assista AgoraTudo aqui é precário, e talvez esse seja o maior trunfo do filme. Às vezes custa para a indústria entender que representar o bizarro é mais exitoso quando se tem apenas um trocado de pão.
Mas o que também é custoso para a indústria do terror entender (há décadas, pelo jeito) é que terror e gore não são sinônimos, e que repulsa definitivamente não é tensão.
Guardiões da Galáxia: Especial de Festas
3.5 169 Assista AgoraDe encher os olhos como é de se esperar de um filme natalino, principalmente vindo do abastado guarda-chuva Disney. Não tem lá grandes pretensões narrativas, mas diverte na aventura que se propõe.
Por mais especiais de feriados no MCU e menos séries genéricas intermináveis.
Um Herói de Brinquedo
2.9 584 Assista AgoraQuando os termos "filme clássico", "filme de Natal", "Sessão da Tarde" e "nostalgia" vêm na mesma frase mais ou menos nessa ordem, é desta obra icônica que me lembro. Show!
Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
3.5 800 Assista AgoraA ausência de Chadwick Boseman faz MUITA falta no filme, não só em termos afetivos, mas também de narrativa. O clima de luto e de melancolia é interessante, mas de modo geral só consigo enxergar um filme irregular.
Lobisomem na Noite
3.5 200 Assista AgoraÉ bem claro que é um filme de um compositor. E, no caso, de um grande compositor. Isso somado à homenagem à Clássica Era de Ouro dos Monstros da Universal, ao preto-e-branco e ao gore, resulta em diversão garantida e (quase) descompromissada.
Nem toda história precisa ser uma série, portanto, que tenhamos mais especiais como esse no MCU.
Thor: Amor e Trovão
2.9 973 Assista AgoraThor - Ragnarok funcionou muito bem porque o humor escrachado tinha uma contrapartida muito forte que era o drama, e ainda localizado na reta final da jornada ao Guerra Infinita. E não era qualquer drama, era a relação de Thor e Loki, o destino de Odin, a identificação de Asgard não como um lugar, mas como um povo... Enfim. Um filme muito bonito.
E a sensação que eu tenho é que o Taika Waititi tentou pegar os elementos mais proeminentes desse filme e elevar à 5° potência nesse Amor e Trovão. E o resultado é um humor predominantemente forçado, exagerado, sem graça, sem base, e um drama quase inexistente já que não vemos Jane Foster há muitos anos (o que significa uma metralhadora de filmes no MCU).
O que se salva de verdade na obra é o visual incrível (e ainda assim prefiro o do filme anterior) e a trilha sonora. De resto, mais uma peça aborrecente da Fase 4.
O Predador: A Caçada
3.6 665Ao contrário do que acontece muito na indústria, a franquia do Predador continua explorando novas possibilidades, e a diversão permanece em alta.
Tudo em Todo O Lugar ao Mesmo Tempo
4.0 2,1K Assista AgoraDepois de 2 expressivos blockbusters sobre multiverso, vem um filme independente e relativamente barato e faz o melhor uso de multiverso que eu já vi no Cinema, e o melhor: usando-o não pelo deslumbramento apenas, mas para contar uma história humana, para retratar a jornada de uma família. Lindo.
Doutor Estranho no Multiverso da Loucura
3.5 1,2K Assista AgoraApesar de "Sem Volta para Casa" ter sido mais satisfatório na recompensa emocional resultante do uso do multiverso, esse aqui tem a vantagem de ser um filme muito mais autoral na direção e na montagem, o trabalho de Sam Raimi é exatamente o que vimos na trilogia do Homem-Aranha e em Evil Dead. E aqui isso é um baita trunfo, pois o horror/terror utilizado é apropriadíssimo para o arco da Wanda nesse estágio de sua vida.
Em uma Fase 4 do MCU tão estranha, um bom alívio.