Flaviane

Amei a abordagem do Batman detetive. Lembrei, em diversos momentos, dos elementos que o jogo Batman Akham City e Arkham Knight trazem de investigação. Sempre gostei muito da inteligência do herói e da sua capacidade analítica. Trouxeram isso no filme com as resoluções de charadas, a espionagem usando tecnologia, a análise de detetive. Amei que exploraram essa parte do batman raiz, ao invés de ficar só na porrada, coisa que sabemos que ele é bom. O personagem casou bem com o Robert. E amei a química dele com a Zoë Kravitz, que, aproveitando o espaço, deu uma mulher gato pra lá de maravilhosa! E falando em atuação boa, que vilão, hein? Finalmente um Charada interessante, sem ser extremamente caricato. Ele é tão inteligente, articulado, frio e calculista, que de fato é merecedor de ir pro Asilo Arkham. Finalmente um desenvolvimento e uma atuação à altura do personagem. Entregou o que prometeu e muito mais.

Achei que a história foi explorada com muita pressa além de terem explorado pouco os personagens. Eu queria saber mais sobre algumas coisas que são citadas no filme, mas que acabam passando como detalhes, sendo que não são, como a Forja dos Mundos. A Thena é um personagem incrível nos quadrinhos, mas foi pouco explorada. Olhe... foi muita pressa pra contar a história. Montaram um elenco de milhões - literalmente - pra explorarem pouco a história e os personagens. Não consigo compreender... Mas é o que temos, né?

A história me passou o tempo todo a sensação de que o que conta, no final de tudo, são nossas atitudes. O que se faz conta muito mais do que aquilo que pode ser visto. Fiquei tocada pelo fato do filme abordar questões de moral dessa forma tão incômoda. As cores do filme, que trazem uma sensação de leveza, ao mesmo tempo que alguns dos personagens nos trazem desconforto justamente pela deformidade deles terem sido criadas de forma a incomodar, mesmo. Quem assiste e só VÊ o filme, talvez não tenha entendido nada. Quem procura enxergar nas entrelinhas a importância dos laços invisíveis para nos sentirmos seguros, queridos, amados - isso inclui o auto amor - assistiu do jeito certo. Eu gostei e recomendo. A crítica é ótima. E ele foi feito pra incomodar, mesmo, quem não tem o costume de se aprofundar em nada.