Fernanda

É muito legal como precursor dos documentários antropológicos. E como em 1922 tem a magnitude de se estabelecer relações familiares e fazer filmagens muito intimistas com essa família para fornecer essa imagens que são verdadeiramente documentação etnográfica.

E o filme passa mesmo uma energia bonita, o sorriso do Nanook é o pano de fundo do filme inteiro! Mesmo com o que vemos como as "dificuldades" de seu modo de vida.

Porém, é importante destacar que o Fleharty não é antropólogo. E que o filme apresenta muitas falhas em seu processo. É um tipo de documentário ficcional, o que se chama de "docuficção". E isso é importante destacar porque há falseabilidades propositais que foram criadas para tornar o filme ainda mais "exótico" e portanto, comercial para o estadunidense médio dos anos 20, que vai ao cinema. Exemplo disso são os fatos de que:
Nanook não se chama assim, esse nome é criado para tornar mais facilmente pronunciável ao público.
Sua esposa é outra, a Nyla foi escolhida para interpretar a esposa de Nanook por ser mais bonita que a sua esposa original.
Nanook não caça daquela forma, já era considerada menos efetiva e ultrapassada. Ele possuía e já utilizava em sua caça armas de fogo, muito mais eficientes.

Acho um filme belíssimo! Sempre desperta em mim uma reflexão diferente ao assistir. Do tipo para ver e rever muitas vezes.

Excelente filme para conversar com os alunos a respeito da circularidade de um objeto, do valor que há em fontes materiais. Como o objeto histórico vai muito além da documentalidade escrita.
E é belíssimo!