Francisco Campos

Acompanho a pontuação da série a cada semana aqui no Filmow e percebo que ela está caindo. Desisti após o terceiro episódio. O primeiro foi sensacional. Já os outros dois...

Após o terceiro episódio, surpreende-me a agilidade dessa série. Diferente de "The outsider", a série não perde tempo com mistérios demais e enrolação. Matthew Rhys: que ator!

Só agora em 2020, tive a oportunidade de ver "Sangue negro". E com calma, sem distrações, como toda obra de arte merece. O filme de Paul Thomas Anderson consegue algo que apenas diretores da estirpe de um David Lean alcançaram: criar um épico intimista. A exploração do petróleo é o pano de fundo para um intenso estudo de personagem: Daniel Plainview é o self-made-man em essência, sempre disposto a ganhar mais e mais dinheiro, nem que para isso tenha de passar por cima de todos ao seu redor. A atuação de Daniel Day-Lewis é simplesmente soberba. Uma das maiores da história do cinema americano. O que em mãos menos talentosas poderia ser uma caricatura, com Day-Lewis, ganha uma dimensão humana palpável. É fácil odiar e temer Plainview, mas, ao mesmo tempo, percebe-se toda a fragilidade de um homem preparado para não confiar em ninguém. Paul Dano, por sua vez, compõe um Eli Sunday cheio de más intenções, sob uma aura de bom homem. O embate entre os dois só poderia ter um resultado:

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"Sangue negro" concorreu ao Oscar com outra obra-prima: "Onde os fracos não têm vez", dos irmãos Coen. Ganhou apenas o de melhor ator e melhor fotografia, prêmios mais do que justos. Paul Dano nem sequer foi indicado para ator coadjuvante (perderia para Javier Bardem, mas...).
Grande filme!!!