Dizem que se trata de um dos filmes mais geniais da carreira de Alfred Hitchcock, mas isso não posso afirmar, já que é o primeiro que vejo do diretor. Porem, é bem notável a grandiosidade da obra, o excelente trabalho artístico, de detalhes e direção por trás desse filme.
Tudo é repleto de metáforas e significados, cada plano Mise-en-scène é pensado detalhadamente pra imergir o espectador à história. É claro que não da pra perceber tudo, nem todos os detalhes em cena são feitos e entregues com clareza, exige um nível de atenção absurda. E isso é o que mais da mérito a obra e a excelência das filmagens.
O filme como um todo é bem longo e demora pra chegar na ação, mas tudo isso tem um porquê. Nada na história é apresentada de forma rasa e superficial, precisamos primeiro conhecer os personagens, nos identificar com eles, precisamos conhecer a vizinhança, e ter um motivo pra se importar com a história que se passa por ali. Precisamos estar imersos e totalmente conectados a atmosfera do filme, para só depois, nos apresentar a ação.
Primeiro conhecemos o personagem principal, um fotografo que prefere levar uma vida simples. Sua namorada, que ao contrário dele prefere um estilo de vida mais glamorizado, E em primeiro plano, através dos olhos de Jeff, somos apresentados a vizinhança. A bailarina “gostosa” bastante popular entre os homens. A senhorita solitária, que vive sozinha e atrás de um amor. O músico, que toca canções maravilhosas, e serve como composição para maior parte da trilha sonora do próprio filme. Um casal e seu cachorro. O casal da janela misteriosa. E por fim, um marido e sua esposa doente. De certa forma, o grandioso trabalho de direção e roteiro desse filme nos conecta com a vizinhança, nos importamos com os personagens ali presentes, mesmo que sejam apresentados sempre em primeiro plano, e sem nenhum tipo de interação direta. Sabemos o que eles fazem, sua rotina, o que gostam, e quando algo estranho começa a acontecer, quando a esposa doente desaparece, ou quando o cachorro do casal morre, ficamos nos perguntando o que pode estar acontecendo e buscando respostas. E então, após toda essa imersão, somos apresentados a ação da história, e entendemos os motivos do personagem principal em querer solucionar esses mistérios. Pois, fomos diretamente conectados a isso. Nada disso funcionaria se não conhecêssemos os personagens, se não tivéssemos sido apresentados a vizinhança, se não soubéssemos quem eles são, etc… Se não conseguimos nos identificar com a história, tudo se torna entediante.
Até mesmo o personagem principal, com sua profissão de fotógrafo de paisagens e vida selvagem, seguido de sua personalidade modesta, se torna coerente com a história. Sabemos que fotógrafos assim são bem atentos, detalhistas, pacientes e costumam até se arriscar pelo clique perfeito. É o perfil ideal pra que essa história funcione, até os equipamentos que ele usa nas suas “espionagens” são equipamentos diretamente ligados a sua profissão, e fazem sentido estarem ali, tem um motivo ele ter todos aqueles retratos, revistas de fotos, câmera e lentes zoons teleobjetivas em seu apartamento. Não faria sentido se Jeff tivesse uma outra profissão, por exemplo.
Por outro lado, essa obra magnifica pode decepcionar os que esperavam um pouco mais de ação em seu ato final. A conclusão não é nenhum pecado, tudo foi bem amarradinho. As pequenas tramas envolvendo a vizinhança foram concluídas. A bailarina se encontrou com seu real parceiro. A senhorita solitária descobriu que é melhor permanecer sozinha. O casal cujo cachorro foi assassinado adotou um filhotinho novo. O casal da janela misteriosa finalmente se revelou. A namorada glamorosa de Jeff soube se adaptar a seu estilo de vida modesto. E o assassino, foi morto. Numa sequência de acontecimentos rápidos, seguidos de algumas situações absurdas e até engraçadas, como o caso do assassino desmascarado ter caído na armadilha do flash 4 vezes. Mas fora isso, sem muita enrolação.
Janela Indiscreta
4.3 1,2K Assista AgoraDizem que se trata de um dos filmes mais geniais da carreira de Alfred Hitchcock, mas isso não posso afirmar, já que é o primeiro que vejo do diretor. Porem, é bem notável a grandiosidade da obra, o excelente trabalho artístico, de detalhes e direção por trás desse filme.
Tudo é repleto de metáforas e significados, cada plano Mise-en-scène é pensado detalhadamente pra imergir o espectador à história. É claro que não da pra perceber tudo, nem todos os detalhes em cena são feitos e entregues com clareza, exige um nível de atenção absurda. E isso é o que mais da mérito a obra e a excelência das filmagens.
O filme como um todo é bem longo e demora pra chegar na ação, mas tudo isso tem um porquê. Nada na história é apresentada de forma rasa e superficial, precisamos primeiro conhecer os personagens, nos identificar com eles, precisamos conhecer a vizinhança, e ter um motivo pra se importar com a história que se passa por ali. Precisamos estar imersos e totalmente conectados a atmosfera do filme, para só depois, nos apresentar a ação.
Primeiro conhecemos o personagem principal, um fotografo que prefere levar uma vida simples. Sua namorada, que ao contrário dele prefere um estilo de vida mais glamorizado, E em primeiro plano, através dos olhos de Jeff, somos apresentados a vizinhança. A bailarina “gostosa” bastante popular entre os homens. A senhorita solitária, que vive sozinha e atrás de um amor. O músico, que toca canções maravilhosas, e serve como composição para maior parte da trilha sonora do próprio filme. Um casal e seu cachorro. O casal da janela misteriosa. E por fim, um marido e sua esposa doente. De certa forma, o grandioso trabalho de direção e roteiro desse filme nos conecta com a vizinhança, nos importamos com os personagens ali presentes, mesmo que sejam apresentados sempre em primeiro plano, e sem nenhum tipo de interação direta. Sabemos o que eles fazem, sua rotina, o que gostam, e quando algo estranho começa a acontecer, quando a esposa doente desaparece, ou quando o cachorro do casal morre, ficamos nos perguntando o que pode estar acontecendo e buscando respostas. E então, após toda essa imersão, somos apresentados a ação da história, e entendemos os motivos do personagem principal em querer solucionar esses mistérios. Pois, fomos diretamente conectados a isso. Nada disso funcionaria se não conhecêssemos os personagens, se não tivéssemos sido apresentados a vizinhança, se não soubéssemos quem eles são, etc… Se não conseguimos nos identificar com a história, tudo se torna entediante.
Até mesmo o personagem principal, com sua profissão de fotógrafo de paisagens e vida selvagem, seguido de sua personalidade modesta, se torna coerente com a história. Sabemos que fotógrafos assim são bem atentos, detalhistas, pacientes e costumam até se arriscar pelo clique perfeito. É o perfil ideal pra que essa história funcione, até os equipamentos que ele usa nas suas “espionagens” são equipamentos diretamente ligados a sua profissão, e fazem sentido estarem ali, tem um motivo ele ter todos aqueles retratos, revistas de fotos, câmera e lentes zoons teleobjetivas em seu apartamento. Não faria sentido se Jeff tivesse uma outra profissão, por exemplo.
Por outro lado, essa obra magnifica pode decepcionar os que esperavam um pouco mais de ação em seu ato final. A conclusão não é nenhum pecado, tudo foi bem amarradinho. As pequenas tramas envolvendo a vizinhança foram concluídas. A bailarina se encontrou com seu real parceiro. A senhorita solitária descobriu que é melhor permanecer sozinha. O casal cujo cachorro foi assassinado adotou um filhotinho novo. O casal da janela misteriosa finalmente se revelou. A namorada glamorosa de Jeff soube se adaptar a seu estilo de vida modesto. E o assassino, foi morto. Numa sequência de acontecimentos rápidos, seguidos de algumas situações absurdas e até engraçadas, como o caso do assassino desmascarado ter caído na armadilha do flash 4 vezes. Mas fora isso, sem muita enrolação.
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Getúlio
3.1 383 Assista AgoraUm dos melhores filmes nacionais na minha opinião. Super recomendo!