O filme começa num tom bastante lento e, de certa forma, a trama não é apresentada da maneira mais interessante. Há muita quebra de ritmo, falta de desenvolvimento nos personagens e cenas desconexas. Tudo muda em uma cena de diálogo entre o personagem do Michael Fassbender e um padre. Ali, algumas pontas soltas se juntam, a frustração é colocada pra fora e a trama ganha um respiro. Sem contar que, tecnicamente, a cena é impressionante. 17 minutos sem cortes (ou com a ilusão (perfeita) de que eles não aconteceram). Um talento espetacular dos atores e a importância de um roteiro afiadíssimo. Foi o que deu fôlego ao filme. Daí pra frente, um show do Fassbender em uma performance digna de Oscar. As expressões são incríveis e a dor do personagem é angustiante.
A direção do Steve McQueen ainda se mostrava um pouco imatura a esse ponto, mas viria a se estabelecer em Shame, que é espetacular, e em 12 Years Slave, que é ainda melhor. Planos longos, sofrimento, simbolismo. Tudo está aqui, e seria aperfeiçoado mais tarde. Bom filme e um presságio para o monstro que se tornaria o diretor.
Esse filme deveria ter caído na mão de uma direção mais competente. Aqui, temos um material fonte incrível e um promissor elenco desperdiçados. Me impressionam essas 4 estrelas aqui do Fimow
Um grande trabalho de equipe. Roteiro, direção, atuação, cinematografia. Tudo muito afiado. Finalmente a figura de Steve Jobs ganha uma biografia que possa servir como referência.
O filme é todo a base de diálogos, o que não é fácil de sustentar. Mas, mesmo assim, ele te prende por 2 horas, reforçando o brilhante trabalho de Alan Sorkin. Os embates são muito reais e empolgantes para quem assiste. Só achei forçado o fato de todos os conflitos serem resolvidos no mesmo lapso de tempo (certamente não foi assim na vida real, né?). Até há um momento em que o filme brinca com isso, tirando sarro da própria cara. Pra narrativa, funcionou, mas não foi convincente no reflexo com a realidade, que deve ser respeitado ao máximo em uma biografia.
Em termos de trama, não existe uma forçação de barra para que o público goste do protagonista. Jobs é estabelecido como uma pessoa terrível, dominada pela sua ambição e que fecha a porta para todos que buscam vínculos emocionais com ele. Um péssimo pai, amigo, companheiro de relação. Além de não ter caráter, profissionalmente falando. Nesse sentido, o final do filme me incomodou um pouco, pois tenta se "redimir", mostrar uma face positiva. Não era o caso.
Sobre as interpretações: Michael Fassbender é um dos grandes atores da geração, e prova mais uma vez. Atuação sólida, paranoica, passando perfeitamente o egoísmo do personagem. Meu trabalho favorito entre todos os indicados na categoria principal do Oscar. Não deve vencer, pois DiCaprio tem ao seu favor o conjunto da obra (e a vitória não será injusta). Mas fica a ressalva do quão brilhante Fassbender é como ator.
Kate Winslet dá uma interpretação firme, mas sem tantas camadas. Dessa forma, pode-se dizer que ela está apenas funcional. De resto, Seth Rogen, Jeff Daniels, Katherine Waterston, todos bem.
Steve Jobs vem pra ser o filme definitivo sobre o magnata da informática. Muito bem realizado, erra pouco e dá uma boa noção de quem foi o anti-herói da Apple.
A aclamada atuação do Stallone se justifica, apesar de não ser a minha favorita entre os coadjuvantes (mas, mesmo assim, torcerei por ele). Agora, ainda com os grandes trabalhos interpretativos, o filme se destaca, mesmo, na direção, em especial nas cenas de luta. Ryan Coogler busca criar a sensação de um espetáculo real, com takes longuíssimos e de raríssimos cortes. É claro que o diretor deve muito ao que já foi feito no passado, em especial, por Martin Scorsese (Raging Bull), mas é preciso dizer que as tomadas de Creed são as mais belas já feitas em um filme de luta. Te deixa compenetrado e sem piscar. Voltando um pouco para as interpretações no polo principal, é impossível não elogiar o trabalho e a dedicação de Michael B. Jordan ao projeto. As cenas de interação entre ele e o Stallone são mais um ponto forte do filme.
Não esperava que a história fosse tomar um rumo parecido com o de Rocky I, e fiquei feliz com a homenagem. Funcionou como nostalgia para os fãs e também para fugir da previsibilidade vista na maioria dos filmes de boxe.
Tive poucos problemas com o filme, mas, para não dizer que foi perfeito, vejo que a relação com a Tessa Thompson funcionou apenas como um acessório de narrativa, nunca se provando, de fato. Alonga em alguns momentos e é claramente o elemento menos interessante da história.
Por fim, adorei Creed. Como fã da franquia, mesmo reconhecendo que ela erra mais do que acerta, o filme foi um prato cheio.
Agora, só uma dica para os que entrarão aqui antes de conferir o filme: NÃO VEJAM O TRAILER. Conseguiram contar tudo o que acontece de mais relevante na história em 3 minutos. Piada de péssimo gosto
Manter um relacionamento é muito mais difícil do que começá-lo. O filme soa um pouco decepcionante do sentido de fugir do otimismo do restante da trilogia, que te deixa com um sorriso no rosto durante todo o tempo. Aqui, a realidade é vista com mais crueldade, retratada com perfeição. Encerrou a trilogia numa nota altíssima.
Psicologia pura. Filme retrata perfeitamente a figura do gênio problemático, com dois atores muito fortes trabalhando nos papéis principais. Nunca fui fã do John Cusack, mas aqui ele está perfeito como uma pessoa carregada de remorsos e com a sensação de estar preso. Já Paul Dano, como sempre, dá um show. O garoto é talento puro, e não é de hoje. Nas cenas mais energéticas, ele diverte o público e nos faz torcer muito pelo Brian, e, quando a paranoia começa a surgir, é melhor ainda. A edição do filme é ótima, fazendo com que as duas horas passem rapidamente. Uma grande experiência.
Uma das críticas presentes do filme também acabou pegando em cheio.
Brian tenta sair da zona de conforto para produzir algo mais artístico. É visto com desconfiança pelos irmãos e ira por parte de Mike Love. O disco vende muito pouco e perturba o protagonista. Na sequência, vem o pai de Brian, apresentando uma música de conteúdo raso, que venderá bem, e ainda dizendo: "olha, a voz é igual a do Brian". Esse segmento é perfeito e serve como uma crítica muito atual, de que artistas puramente voltados ao entretenimento escondem valores que merecem ser vistos.
Mesmo ótimo, o filme poderia ter explorado melhor alguns aspectos. A relação entre os irmãos é rasa, eles servem apenas como suporte o filme todo. O problema de saúde que Brian sofre também não é visto com clareza, sendo inconstante. É explicado nos créditos, mas faltaram evidências dentro da trama. E a transição no relacionamento amoroso do filme também acaba sendo piegas demais.
O perfeito retrato de um vício. O filme não entrega de forma mastigada aquilo que ele quer passar, é necessário o máximo de atenção e compreensão. Um favorito.
Em seu filme anterior (Frank), Lenny Abrahamson mostrou que sabe trabalhar com expressões, diálogos sinceros. Tudo isso está de volta em Room, só que ainda mais amadurecido.
A primeira metade do filme é perfeita, irretocável. Criou-se uma grandeza tão sincera para o quarto aos olhos da criança que, quando o vemos de fora, parece mentira.
(A cena em que eles voltam ao local, no final do filme, é divina e ilustra perfeitamente tudo isso. "Esse é o quarto? Tão pequeno? "...")
A interação entre mãe e filho, a esse altura, também é perfeita, com diálogos incríveis e momentos angustiantes. Pode-se argumentar que a segunda metade cai um pouco, e é verdade. Mesmo assim, nunca deixa de ser adequada, evidenciando as cicatrizes deixadas pelos ocorridos.
A atuação da Brie Larson vem sendo aclamada, e com razão. Sua personagem está a beira de explodir, e a atriz passa isso com expressões e atitudes sutis. Quando se exige uma carga emocional maior, nos momentos mais tensos, é talento total. Até o momento, ninguém em sua altura na corrida pelo Oscar. Jacob Tremblay também está incrível, já provou seu talento. É ajudado por um roteiro excelente, e executa tudo muito bem. Uma grata revelação.
Quanto mais você pensa no filme, mais ele faz sentido. Experiência incrível e surpreendente. Minha única ressalva é com a personagem da Maggie Gyllenhaal, que não tem desenvolvimento e apresenta uma "raiva" que não é justificada na história
The Revenant começa numa boa nota, com cenas de ação muito bem dirigidas e um conflito que, apesar de clichê, te deixa investido. No entanto, um segundo ato arrastado, monótono, e excessivamente conveniente acaba cansando (e muito). E, mesmo gigantesco, ele ainda fracassa ao estabelecer a passagem de tempo, fazendo com que muitas sequências sejam implausíveis. Quase estraga a experiência. O final é justo, mas não apaga todos os defeitos. O filme tem 2h36, e poderia tranquilamente ser cortado em 20/30 min.
Sobre as interpretações, só elogios. DiCaprio entrega sua melhor atuação (com a possível exceção de O Aviador). É um papel dificílimo, que foi muito bem executado e sustentou o filme. Tom Hardy vai bem como um personagem perturbado, já feito por ele próprio em outros filmes. Entretanto, as motivações dele acabam não sendo expostas em nenhum momento. Domhnall Gleeson segue trabalhando muito bem, e Will Poulter surpreende. Mas, mesmo com ótimas interpretações, o filme se destaca MESMO na cinematografia, que é belíssima e merece estar entre as indicadas nas premiações.
Para quem está esperando pelo cinema, vale a pena. Tende a ser uma boa experiência, é um filme visualmente incrível. Quanto a enredo, abaixem as expectativas. Inarritu deu um passo pra trás.
Sobre a atuação da Saoirse Ronan: extremamente consistente. Nas cenas maior carga emocional, a atriz dá um tom minimalista, evidenciando as frustrações e os receios da personagem. Não há um grande monólogo, nem um grande momento de impacto. Mas é uma performance sincera e humana. As mudanças em torno da protagonista também são bem construídas. Não acho que vá ganhar o Oscar, mas merece ser lembrada.
Sobre o filme: se não fosse pela excelente atuação, teria sido um desastre. História muito familiar e previsível. Conveniências absurdas em diversos diálogos e aproveitamento ruim de possíveis arcos para a história. Também apela para a força do acaso, deixando com que as situações se amarrem de maneira forçada e artificial. Passa longe das expectativas que foram colocadas
Ritmo vagaroso no segundo ato, quase te tira do filme. No geral, é bem realizado, conta com uma atuação muito boa do Matt Damon e uma cinematografia lindíssima. Mas não me encantou.
Sicario: Terra de Ninguém
3.7 942 Assista AgoraBenicio Del Toro foi terrivelmente esnobado nas premiações. Melhor atuação coadjuvante do ano.
Fome
4.0 310O filme começa num tom bastante lento e, de certa forma, a trama não é apresentada da maneira mais interessante. Há muita quebra de ritmo, falta de desenvolvimento nos personagens e cenas desconexas. Tudo muda em uma cena de diálogo entre o personagem do Michael Fassbender e um padre. Ali, algumas pontas soltas se juntam, a frustração é colocada pra fora e a trama ganha um respiro. Sem contar que, tecnicamente, a cena é impressionante. 17 minutos sem cortes (ou com a ilusão (perfeita) de que eles não aconteceram). Um talento espetacular dos atores e a importância de um roteiro afiadíssimo. Foi o que deu fôlego ao filme. Daí pra frente, um show do Fassbender em uma performance digna de Oscar. As expressões são incríveis e a dor do personagem é angustiante.
A direção do Steve McQueen ainda se mostrava um pouco imatura a esse ponto, mas viria a se estabelecer em Shame, que é espetacular, e em 12 Years Slave, que é ainda melhor. Planos longos, sofrimento, simbolismo. Tudo está aqui, e seria aperfeiçoado mais tarde. Bom filme e um presságio para o monstro que se tornaria o diretor.
Um Crime Americano
4.0 989 Assista AgoraEsse filme deveria ter caído na mão de uma direção mais competente. Aqui, temos um material fonte incrível e um promissor elenco desperdiçados. Me impressionam essas 4 estrelas aqui do Fimow
Steve Jobs
3.5 591 Assista AgoraUm grande trabalho de equipe. Roteiro, direção, atuação, cinematografia. Tudo muito afiado. Finalmente a figura de Steve Jobs ganha uma biografia que possa servir como referência.
O filme é todo a base de diálogos, o que não é fácil de sustentar. Mas, mesmo assim, ele te prende por 2 horas, reforçando o brilhante trabalho de Alan Sorkin. Os embates são muito reais e empolgantes para quem assiste. Só achei forçado o fato de todos os conflitos serem resolvidos no mesmo lapso de tempo (certamente não foi assim na vida real, né?). Até há um momento em que o filme brinca com isso, tirando sarro da própria cara. Pra narrativa, funcionou, mas não foi convincente no reflexo com a realidade, que deve ser respeitado ao máximo em uma biografia.
Em termos de trama, não existe uma forçação de barra para que o público goste do protagonista. Jobs é estabelecido como uma pessoa terrível, dominada pela sua ambição e que fecha a porta para todos que buscam vínculos emocionais com ele. Um péssimo pai, amigo, companheiro de relação. Além de não ter caráter, profissionalmente falando. Nesse sentido, o final do filme me incomodou um pouco, pois tenta se "redimir", mostrar uma face positiva. Não era o caso.
Sobre as interpretações: Michael Fassbender é um dos grandes atores da geração, e prova mais uma vez. Atuação sólida, paranoica, passando perfeitamente o egoísmo do personagem. Meu trabalho favorito entre todos os indicados na categoria principal do Oscar. Não deve vencer, pois DiCaprio tem ao seu favor o conjunto da obra (e a vitória não será injusta). Mas fica a ressalva do quão brilhante Fassbender é como ator.
Kate Winslet dá uma interpretação firme, mas sem tantas camadas. Dessa forma, pode-se dizer que ela está apenas funcional. De resto, Seth Rogen, Jeff Daniels, Katherine Waterston, todos bem.
Steve Jobs vem pra ser o filme definitivo sobre o magnata da informática. Muito bem realizado, erra pouco e dá uma boa noção de quem foi o anti-herói da Apple.
Creed: Nascido para Lutar
4.0 1,1K Assista AgoraA aclamada atuação do Stallone se justifica, apesar de não ser a minha favorita entre os coadjuvantes (mas, mesmo assim, torcerei por ele). Agora, ainda com os grandes trabalhos interpretativos, o filme se destaca, mesmo, na direção, em especial nas cenas de luta. Ryan Coogler busca criar a sensação de um espetáculo real, com takes longuíssimos e de raríssimos cortes. É claro que o diretor deve muito ao que já foi feito no passado, em especial, por Martin Scorsese (Raging Bull), mas é preciso dizer que as tomadas de Creed são as mais belas já feitas em um filme de luta. Te deixa compenetrado e sem piscar. Voltando um pouco para as interpretações no polo principal, é impossível não elogiar o trabalho e a dedicação de Michael B. Jordan ao projeto. As cenas de interação entre ele e o Stallone são mais um ponto forte do filme.
Quanto a trama, fui surpreendido.
Não esperava que a história fosse tomar um rumo parecido com o de Rocky I, e fiquei feliz com a homenagem. Funcionou como nostalgia para os fãs e também para fugir da previsibilidade vista na maioria dos filmes de boxe.
Tive poucos problemas com o filme, mas, para não dizer que foi perfeito, vejo que a relação com a Tessa Thompson funcionou apenas como um acessório de narrativa, nunca se provando, de fato. Alonga em alguns momentos e é claramente o elemento menos interessante da história.
Por fim, adorei Creed. Como fã da franquia, mesmo reconhecendo que ela erra mais do que acerta, o filme foi um prato cheio.
Um Sonho Possível
4.0 2,4K Assista AgoraTinha um material fonte riquíssimo que resultou nisso aí. Se for citar todos os defeitos, vou ficar aqui a madrugada toda
O Quarto de Jack
4.4 3,3K Assista AgoraJá assisti e deixei meu comentário no dia.
Agora, só uma dica para os que entrarão aqui antes de conferir o filme: NÃO VEJAM O TRAILER. Conseguiram contar tudo o que acontece de mais relevante na história em 3 minutos. Piada de péssimo gosto
Antes da Meia-Noite
4.2 1,5K Assista AgoraManter um relacionamento é muito mais difícil do que começá-lo. O filme soa um pouco decepcionante do sentido de fugir do otimismo do restante da trilogia, que te deixa com um sorriso no rosto durante todo o tempo. Aqui, a realidade é vista com mais crueldade, retratada com perfeição. Encerrou a trilogia numa nota altíssima.
The Beach Boys: Uma História de Sucesso
3.9 169 Assista AgoraPsicologia pura. Filme retrata perfeitamente a figura do gênio problemático, com dois atores muito fortes trabalhando nos papéis principais. Nunca fui fã do John Cusack, mas aqui ele está perfeito como uma pessoa carregada de remorsos e com a sensação de estar preso. Já Paul Dano, como sempre, dá um show. O garoto é talento puro, e não é de hoje. Nas cenas mais energéticas, ele diverte o público e nos faz torcer muito pelo Brian, e, quando a paranoia começa a surgir, é melhor ainda. A edição do filme é ótima, fazendo com que as duas horas passem rapidamente. Uma grande experiência.
Uma das críticas presentes do filme também acabou pegando em cheio.
Brian tenta sair da zona de conforto para produzir algo mais artístico. É visto com desconfiança pelos irmãos e ira por parte de Mike Love. O disco vende muito pouco e perturba o protagonista. Na sequência, vem o pai de Brian, apresentando uma música de conteúdo raso, que venderá bem, e ainda dizendo: "olha, a voz é igual a do Brian". Esse segmento é perfeito e serve como uma crítica muito atual, de que artistas puramente voltados ao entretenimento escondem valores que merecem ser vistos.
Mesmo ótimo, o filme poderia ter explorado melhor alguns aspectos. A relação entre os irmãos é rasa, eles servem apenas como suporte o filme todo. O problema de saúde que Brian sofre também não é visto com clareza, sendo inconstante. É explicado nos créditos, mas faltaram evidências dentro da trama. E a transição no relacionamento amoroso do filme também acaba sendo piegas demais.
Shame
3.6 2,0K Assista AgoraO perfeito retrato de um vício. O filme não entrega de forma mastigada aquilo que ele quer passar, é necessário o máximo de atenção e compreensão. Um favorito.
O Quarto de Jack
4.4 3,3K Assista AgoraEm seu filme anterior (Frank), Lenny Abrahamson mostrou que sabe trabalhar com expressões, diálogos sinceros. Tudo isso está de volta em Room, só que ainda mais amadurecido.
A primeira metade do filme é perfeita, irretocável. Criou-se uma grandeza tão sincera para o quarto aos olhos da criança que, quando o vemos de fora, parece mentira.
(A cena em que eles voltam ao local, no final do filme, é divina e ilustra perfeitamente tudo isso. "Esse é o quarto? Tão pequeno? "...")
A interação entre mãe e filho, a esse altura, também é perfeita, com diálogos incríveis e momentos angustiantes. Pode-se argumentar que a segunda metade cai um pouco, e é verdade. Mesmo assim, nunca deixa de ser adequada, evidenciando as cicatrizes deixadas pelos ocorridos.
A atuação da Brie Larson vem sendo aclamada, e com razão. Sua personagem está a beira de explodir, e a atriz passa isso com expressões e atitudes sutis. Quando se exige uma carga emocional maior, nos momentos mais tensos, é talento total. Até o momento, ninguém em sua altura na corrida pelo Oscar. Jacob Tremblay também está incrível, já provou seu talento. É ajudado por um roteiro excelente, e executa tudo muito bem. Uma grata revelação.
Tive uma única grande ressalva com o filme:
o arco com o pai da Brie, que não conseguiu ter nenhum tipo de interação com o Jack. Tem explicação ou foi um momento aleatório dentro da história?
No mais, meus parabéns. Filme sensível, inteligente e que mexeu bastante comigo. Merece bastante reconhecimento.
Frank
3.7 597 Assista AgoraQuanto mais você pensa no filme, mais ele faz sentido. Experiência incrível e surpreendente. Minha única ressalva é com a personagem da Maggie Gyllenhaal, que não tem desenvolvimento e apresenta uma "raiva" que não é justificada na história
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraThe Revenant começa numa boa nota, com cenas de ação muito bem dirigidas e um conflito que, apesar de clichê, te deixa investido. No entanto, um segundo ato arrastado, monótono, e excessivamente conveniente acaba cansando (e muito). E, mesmo gigantesco, ele ainda fracassa ao estabelecer a passagem de tempo, fazendo com que muitas sequências sejam implausíveis. Quase estraga a experiência. O final é justo, mas não apaga todos os defeitos. O filme tem 2h36, e poderia tranquilamente ser cortado em 20/30 min.
Sobre as interpretações, só elogios. DiCaprio entrega sua melhor atuação (com a possível exceção de O Aviador). É um papel dificílimo, que foi muito bem executado e sustentou o filme. Tom Hardy vai bem como um personagem perturbado, já feito por ele próprio em outros filmes. Entretanto, as motivações dele acabam não sendo expostas em nenhum momento. Domhnall Gleeson segue trabalhando muito bem, e Will Poulter surpreende. Mas, mesmo com ótimas interpretações, o filme se destaca MESMO na cinematografia, que é belíssima e merece estar entre as indicadas nas premiações.
Para quem está esperando pelo cinema, vale a pena. Tende a ser uma boa experiência, é um filme visualmente incrível. Quanto a enredo, abaixem as expectativas. Inarritu deu um passo pra trás.
Brooklin
3.8 1,1KSobre a atuação da Saoirse Ronan: extremamente consistente. Nas cenas maior carga emocional, a atriz dá um tom minimalista, evidenciando as frustrações e os receios da personagem. Não há um grande monólogo, nem um grande momento de impacto. Mas é uma performance sincera e humana. As mudanças em torno da protagonista também são bem construídas. Não acho que vá ganhar o Oscar, mas merece ser lembrada.
Sobre o filme: se não fosse pela excelente atuação, teria sido um desastre. História muito familiar e previsível. Conveniências absurdas em diversos diálogos e aproveitamento ruim de possíveis arcos para a história. Também apela para a força do acaso, deixando com que as situações se amarrem de maneira forçada e artificial. Passa longe das expectativas que foram colocadas
Perdido em Marte
4.0 2,3K Assista AgoraRitmo vagaroso no segundo ato, quase te tira do filme. No geral, é bem realizado, conta com uma atuação muito boa do Matt Damon e uma cinematografia lindíssima. Mas não me encantou.