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The Bonfire of the Vanities (1990)
Sherman McCoy (Tom Hanks), um arrogante magnata de Wall Street, está voltando do aeroporto com a sua amante (Melanie Griffith) e erra o caminho para chegar em Manhattan, chegando ao Bronx. Lá, ele atropela um homem negro, o que dá início à sua ruína.
O filme conta com um elenco impressionante, incluindo Tom Hanks, Bruce Willis, Melanie Griffith e Morgan Freeman. A presença de atores renomados contribuiu para o prestígio do filme à época. Mesmo assim, a recepção foi mista.
O livro de Tom Wolfe que serviu como fonte para a adaptação é conhecido por sua complexidade e riqueza de detalhes. A adaptação para o Cinema foi um desafio nesse sentido, já que o roteiro passou por diversas revisões a fim de capturar a essência do livro.
No entanto, mesmo com as tentativas de condensar a trama, o filme foi considerado pela crítica como uma versão simplória de um enredo mais complexo. O que eu, definitivamente, concordo.
O longa fez algumas mudanças significativas na trama em relação ao livro. Algumas delas, muito infelizes, como, por exemplo, o personagem de Tom Hanks ter sido suavizado e apresentado ao público de forma mais simpática e cômica, o que diverge do retrato mais ambíguo do personagem apresentado no livro.
É claro que a obra possui qualidades e a direção de Brian De Palma é a maior delas. Com sua mão sofisticada, De Palma sugere sutilezas interessantes e capta o ar tragicômico de uma comédia de erros que necessita de um olhar mais atento às nuances.
Tom Hanks é o que de melhor se vê no elenco. Bruce Willis também está bom, apesar de apagado. Aparece pouco e timidamente (no livro, seu personagem tem maior destaque já que a história é narrada por ele).
Melanie Griffith... bem, creio que nunca uma voz de uma mulher me irritou tanto quanto a voz dela aqui. Isso é um mérito da atriz. Porém, a personagem como um todo exigia uma veia cômica maior, que Griffith fica devendo, a meu ver. Prefiro Kim Cattrall no papel da esposa traída.
Esse é mais um caso de um filme que serve como um lembrete de como adaptações de livros podem ser mais desafiadoras do que parecem. Até mesmo de histórias triviais.
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Doctor Zhivago (1965)
Dr. Yuri Jivago (Omar Sharif) é um médico e poeta que inicialmente apoia a Revolução Russa, mas, aos poucos, se desilude com o socialismo e se divide entre dois amores: a esposa Tania (Geraldine Chaplin) e a bela plebeia Lara (Julie Christie).
David Lean, meu filho, o que você fez aqui? Fiquei sem ar com esse filme. Um espetáculo! Belíssimo! Bravo! Bravo!
👏👏👏👏👏👏
Baseado no romance de Boris Pasternak, "Doutor Jivago" é um romance épico sobre um homem romântico e idealista que descobre aos poucos que a vida exige de si mais do que amor e ideais. O problema é que essa descoberta acontece da pior maneira, no meio da Revolução Russa.
O elenco está sensacional. A dupla de protagonistas está soberba. Christie e Sharif entregam um dos casais mais humanos, palpáveis e convincentes que já vi num filme. Estão espetaculares em seus papeis. Os dois me emocionaram em vários momentos. O restante do elenco também está formidável, com destaque para Alec Guinness, Geraldine Chaplin, Tom Courtenay, Rod Steiger e Ralph Richardson.
E o que dizer da trilha sonora? Da direção de arte? Da fotografia? Do figurino? Tudo aqui é um primor absoluto. Cinema dos grandes. Feito de um jeito que há muito tempo não se faz mais.
O destaque, assim como toda obra-prima, fica com o roteiro que, apesar de algumas licenças e de possuir alguns pontos que não me agradaram tanto no que tange à abordagem histórica, entrega um romance sensível, tocante e muito bonito. Como eu disse, fiquei emocionado em vários momentos.
Por favor, se você ama Cinema, você precisa assistir essa obra-prima do David Lean. Vai por mim. Sei que o tempo de duração não favorece, mas garanto que seus olhos e ouvidos irão te agradecer.
Últimos recados
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Gabriel
Valeu, Gui! Você também tem bom gosto!
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Gabriel
Opa, obrigado por me aceitar como amigo! Curti mil vezes nos teus filmes favoritos 😉
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Tales de Castro
Concordo. Tudo já foi ali dito; mas dê seu jeito -- escreva qualquer coisa, invente, relate, se vire, o público clama, o público exige.
Beijinhos!
The Treasure of the Sierra Madre (1948)
México, 1925. Dobbs (Humphrey Bogart) e Curtin (Tim Holt) foram tentar a sorte no país, mas as coisas não deram tão certo. Howard (Walter Huston), um velho minerador, convence os dois a juntarem-se a ele na procura por ouro. Os 3 enfrentam enormes dificuldades, mas o principal fator que pode realmente impedir o sucesso da empreitada é a ganância.
Baseado no romance homônimo de B. Traven, que por sua vez foi inspirado em eventos reais ocorridos durante a Revolução Mexicana, o filme segue três homens em busca de ouro nas montanhas mexicanas e explora temas como ganância e paranoia.
A produção foi parcialmente filmada no México, na cidade de Tampico, e isso proporcionou uma autenticidade visual à história muito necessária. John Huston valorizou a atmosfera realista do local, bem como as paisagens montanhosas, contribuindo, assim, para a ambientação do filme.
Além de contar com uma história super envolvente e que toca em temas profundamente humanos, como a tragédia da ganância, o longa é notável pela atuação brilhante de Humphrey Bogart no papel de Fred C. Dobbs. Sua transformação gradual de um homem esperançoso para um ser ganancioso e paranóico é considerada uma das melhores performances de sua carreira, quiçá da história do Cinema.
"O Tesouro de Sierra Madre" recebeu aclamação da crítica e do público, conquistando 3 Oscars, incluindo Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado. O filme também teve um impacto significativo na cultura pop, inspirando outras obras cinematográficas e sendo referenciado em diferentes contextos ao longo dos anos.
A combinação de qualidades da obra ajuda a explicar porque ela continua sendo um clássico admirado por milhares de pessoas, mesmo mais de 70 anos depois.
Para fechar, uma curiosidade: o filme apresenta uma rara oportunidade de ver Walter Huston, pai do diretor John Huston, atuando sob o comando de seu filho. Walter interpretou o experiente garimpeiro Howard, um personagem carismático que lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante.