Começou impressionante, especialmente pela trama que se assemelha bastante ao momento que vivemos em nosso país e pela visão didática das possíveis implicações da vitória de um certo candidato à nossa sociedade. Infelizmente o tom realista perdurou somente durante os primeiros episódios e o clima de terror e paranoia que se instaurou foi substituído por situações inverossímeis, sem nexo e que, várias vezes, beiram o ridículo (como de praxe na série). Vale ressaltar a atuação do Evan Peters, talvez em seu melhor desempenho ao longo das temporadas, embora no final o personagem tenha perdido a força, se tornando bobo e caricato. Mais um grande potencial desperdiçado pelo Ryan Murphy, nada novo sob o sol.
Que temporada ruim. Difícil dizer qual a pior entre essa e a terceira, mas fico com essa, a princípio. Desvirtuaram praticamente tudo que Conan Doyle criou, fazendo uma série meia boca, mas que a legião de fãs fanáticos e shippadores adolescentes que a série fez continuará a aclamar e pedir BIS! Gente, são tantos, mas tantos furos de roteiro que chega a ser ridículo! E as conveniências de roteiro?? Mon Dieu! Parece série pra adolescente (OPS...)! Até a performance do excelente time de atores foi afetada ou talvez seja culpa do roteiro horroroso, não sei dizer. O exagero nas capacidades de Sherlock Holmes é tão grande que chega a ser incômodo e deve fazer Sir Arthur Conan Doyle se revirar no túmulo. Fora isso, "Sherlock" (a série) se tornou quase um filme do 007 com a necessidade de tornarem os casos grandiosos demais, envolvendo segurança nacional e serviço secreto inglês - ah, que saudade da primeira e segunda temporadas! Criam tramas que nem eles mesmos conseguem amarrar e dar sentido e na hora de dar a "solução" colocam qualquer coisa; afinal, foda-se né? Os fãs vão achar super inteligente e complexo, não é mesmo?! E as conexões e supostas "reviravoltas" que fazem? Gente, "irmã" do Sherlock???? E, puta que pariu, que personagem insuportável essa Mary!!!!!!!! E NEM DEPOIS DE MORTA ESSA PRAGA SOME DE TELA. Cristo!!!!! São tantos, mas tantos problemas nessa série, que eu tô é perplexo de ver essa nota (4.2) e os comentários de quem já assistiu. Enfim, chega de desabafar, embora tenha bastante coisa pra botar pra fora ainda. Eu só espero sinceramente que essa temporada seja a última. Chega de passar vergonha e chega de envergonhar o nome de Sherlock Holmes.
Eu definitivamente não estava preparado para esse filme. Na verdade, eu não sei exatamente o que eu estava esperando, mas, sem sombra de dúvidas, o que recebi foi bem além do que eu poderia imaginar. O filme apresenta a jornada de Travis, um homem destroçado por dentro, que perdeu tudo o que tinha e que, consumido pela culpa e pelo arrependimento, se tornou um ser vazio buscando apenas um recomeço. Forçado a confrontar seu passado, Travis tenta reparar os danos e se redimir, pois isso é o máximo que ele pode fazer. As feridas abertas não desaparecerão por mágica, o que se pode fazer é ajudar na cicatrização. A vida não possui um botão de "restart", se cometemos um erro não podemos reiniciar do último "checkpoint", infelizmente. Sem perceber, nos afeiçoamos completamente por Travis. Porque ele é essencialmente humano. A "cena da cabine" é de uma beleza simplesmente inexplicável, desde a minuciosa direção e fotografia às atuações que transmitem com exatidão toda aquela explosão de sentimentos dos personagens. É, sem medo de errar, uma das mais belas sequências do cinema, algo que ficará gravado pra sempre em minha memória. Com momentos de pura delicadeza, permeado por uma sensibilidade ímpar ao longo de toda sua duração e um final excepicionalmente devastador, "Paris, Texas" é um filme que me atingiu em cheio, por completo, do qual jamais esquecerei.
Com uma Elle Fanning hipnotizante e bebendo bastante da fonte de Dario Argento (dos "giallo" italianos em geral) e Jodorowsky, The Neon Demon é, sem dúvidas, o auge estético de Refn. Surreal, emblemático, sangrento, profano, erótico e belo, são os principais adjetivos que me vem a mente para classificá-lo. Certamente, sem a menor intenção de ser presunçoso, esse não é pra qualquer um.
Um típico Woody Allen, com todos os elementos característicos dos filmes do diretor e, se pararmos pra refletir, também um misto de algumas de suas melhores obras. O que mais chamou atenção aqui foi, sem dúvidas, a fotografia, especialmente quando faz uso das luzes alaranjadas ou tons dourados (belo jogo, visto que o filme retrata a era de ouro do cinema), criando um resultado impressionante, de encher os olhos. Sobre o elenco, nada a reclamar; Steve Carell e Kristen Stewart estão ótimos, dando seguimento às boas atuações em seus filmes recentes. Enfim, um ótimo filme do velho Woody, charmoso, esteticamente soberbo e gostoso de assistir.
Terror é um gênero que eu aprecio bastante e que sempre despertou meu interesse. Desde moleque, mesmo sabendo que ficaria noites sem pregar os olhos, eu não resistia a tentação pois gostava de sentir medo, eu gostava da SENSAÇÃO de sentir medo. Naquela época, não era preciso muito pra me fazer sentir assim – qualquer slasher meia boca já me roubaria o sono do dia – mas a medida que eu fui crescendo, o medo que eu sentia foi gradativamente sumindo. Além de eu ter, obviamente, amadurecido e não me aterrorizar com qualquer coisa, eu fui percebendo que a safra atual do nicho não sabia impor de fato o medo ao público. A indústria, seguindo os moldes de sucessos passados, criou uma fórmula pronta para se fazer filmes de terror, fórmula esta que pode trazer ao público incontáveis sentimentos, mas nenhum deles é o medo (a não ser nos mais "sensíveis", claro). Medo não é sangue jorrando e tripa voando pra todo lado, medo não é susto. MEDO é SUTILEZA. Ele está nos pequenos detalhes – na incerteza, no incompreensível, no desconhecido, no profano – e está, acima de tudo, em nossas próprias mentes. O macabro e o sinistro me encantam e sempre me encantaram; não é a toa que meu escritor favorito é Edgar Allan Poe e um dos meus diretores de cinema favorito seja o Dario Argento. Faltava ao cinema de terror atual essa sutileza tão essencial para nos despertar o medo. Faltava, porque com a chegada de "A Bruxa", não falta mais. E é só (só?) isso que tenho a dizer, pois não quero estragar a experiência de ninguém. Irei pontuar tão somente o apuro técnico do filme, que não deixa a desejar em nenhum momento sequer, e a qualidade das interpretações do time de atores, que me surpreendeu bastante. "A Bruxa" é uma obra de arte do terror cinematográfico, um primor, um sopro de alívio (e esperança), em um gênero tão saturado e incapaz de causar no espectador aquilo que se propõe a priori: o medo.
O filme apresenta alguns incômodos problemas de roteiro, uma montagem estranha e uma condução não tão fluida em alguns momentos, mas salvo essas ressalvas, é uma ótima adaptação de quadrinhos. O Batman do Ben Affleck é incrível, a Mulher Maravilha rouba todas as cenas em que aparece, o Superman foi imponente quando preciso e, apesar de estranhar num primeiro momento, eu comprei totalmente esse Lex Luthor piradão à la Coringa. O design do Apocalypse e o abuso de CGI desnecessariamente em alguns momentos foram coisas que não me agradaram muito, mas fora isso é um belo filme em termos visuais. Tenho que destacar também a trilha sonora, que é excelente e empolga de verdade em certos momentos. No fim, eu não saí surpreendido do cinema, o filme foi aquilo que eu esperava. Apesar de grandioso, violento, com uma carga dramática mais pesada (que eu prefiro) e capaz de encher os olhos de qualquer fã, ele peca em alguns pontos que o impedem de ser uma obra-prima do gênero – título que, na minha opinião, dificilmente será tomado de Watchmen.
Com atuações, direções e roteiro excepcionais, House of Cards conseguiu surpreender e se mostrar mais viva do que nunca, quando tudo indicava que a série poderia começar a se desgastar. Essa quarta conseguiu se equiparar à brilhante primeira temporada, algo que pensei que jamais fosse acontecer.
O filme peca em alguns pontos, destaco a condução, pois a falta de ritmo do longa é palpável, e a superficialidade com a qual os vários plots e críticas são abordados, além do subaproveitamento de grande parte do elenco. Mas também há alguns momentos de inspiração dos Coen, onde vemos todo o potencial do afiado humor da dupla, como em duas cenas que me fizeram gargalhar no cinema. É bem legal também a metalinguagem do filme, ver como era o por trás das câmeras das produções cinematográficas da década de 50, o trabalho dos produtores, diretores, atores, figurantes, editores e por aí vai. Enfim, fica a sensação de que poderia ter saído algo bem melhor daí, não fosse o desperdício de ideias e personagens, mas ainda assim é um bom filme, apenas não memorável.
Não dá pra negar, em Touro Indomável, Scorsese deu uma puta aula de direção e o De Niro foi, literalmente, um mostro, em uma de suas melhores performances e, quiçá, uma das melhores atuações do cinema. Além de boquiaberto com o apuro técnico, a ascensão e degradação do "touro" LaMotta, sua personalidade auto-destrutiva e a ruína de sua relação com todos aqueles que o amavam, me deixaram vidrado o filme inteiro. Parecia real, parecia que eu estava realmente ali acompanhando sua história, sua vida. Pra mim não faltou nada, excelência em todos os aspectos.
"Hey, Ray, I never went down, man! You never got me down, Ray!"
Como de praxe nas obras de Tarkovsky, Nostalghia é puramente poesia traduzida em linguagem de cinema. A beleza quase que hipnotizante dos quados (destaque principalmente para os planos abertos) e as sensíveis e incessantes metáforas que permeiam o filme, não só nos guiam através da jornada de Andrei, como nos colocam ali, no seu lugar.
A cena do discurso na estátua seguido da autoimolação ao som da Nona Sinfonia e o genial plano-seqüência onde Andrei carrega a vela acesa de um lado ao outro da piscina termal são fora de série. Transcendentais.
"Uma gota, mais uma gota fazem uma grande gota, não duas gotas."
Que direção incrível a do Iñárritu. O ritmo que o diretor dá a narrativa faz com que a extensa duração e ausência de diálogos não tornem o filme em nenhum momento cansativo ou arrastado. Os movimentos e recursos utilizados pela câmera (que se torna um personagem) são precisos ao colocarem o expectador cada vez mais imerso aos acontecimentos que se sucedem, as transições são perfeitas e, nossa, o plano-sequência apresentado logo nos primeiros minutos é brilhante. Mas convenhamos, o maior destaque da obra é a fotografia. O diretor de fotografia Emmanuel Lubeski faz um trabalho impecável. Sua sensibilidade para captar imagens e a beleza surreal que ele dá às cenas provam sua genialidade e fazem o filme poder ser cotado como um dos mais visualmente belos da atualidade. Sem dúvidas, na minha opinião, a parceria Iñárritu e Lubeski é o ponto alto do trabalho. No mais, vale comentar também as atuações. Apesar de não ser sua melhor atuação, DiCaprio faz um excepcional trabalho de expressão facial e corporal que merece, sim, reconhecimento. Posso mudar de ideia futuramente mas, pra mim, a interpretação do Tom Hardy foi a melhor. É incrível o talento que esse cara tem, o qual vem me surpreendendo bastante nos últimos tempos. A maneira como ele encarna o vilão (e que sotaque espetacular!) é peça chave na construção do sentimento de ódio que seu personagem necessita despertar, o qual também é essencial para a nossa conexão ao filme e à luta por sobrevivência e vingança do peronagem vivido por DiCaprio. Concluindo, sendo ousado e visceral em vários aspectos, The Revenant é mais um grandioso filme na filmografia de Alejandro G. Iñárritu, que cada vez mais desponta como um dos melhores do nosso tempo. Em meio ao mar de emoções que o filme desperta, ao término, fica apenas o deslumbramento com toda a beleza da jornada.
Pasolini dá a luz à um filme irreverente, sarcástico, retratando com extrema naturalidade os indivíduos, a sexualidade e apresentando uma forte crítica à Igreja Católica e ás hipocrisias da sociedade. O realismo presente é tão forte que chega a incomodar, por isso é louvável a ousadia do diretor. Il Decameron teve seus altos e baixos, mas, no geral, foi um filme delicioso de se acompanhar. Afinal, “por que criar uma obra de arte se sonhar com ela é tão mais doce?”
Que experiência! É impossível transcrever em palavras a sensação quando surgiu na tela "A long time ago in a galaxy far far away...", seguido do icônico letreiro ao som de John Willians. 10 anos após o Episódio III e 30 anos após o Episódio VI, a maior e mais importante saga cinematográfica da história tem seu retorno. A espera foi enorme e a expectativa estava tão grande quanto, mas meus caros, a recompensa não poderia ter sido melhor. Além da homenagem à própria saga e o efeito nostalgia (não só pela presença dos personagens da primeira trilogia, mas também por se assemelhar bastante em termos de narrativa aos Episódios IV e V), o filme traz uma espetacular e emocionante nova história, que deixa um promissor caminho aberto para próximos filmes. J. J. Abrams não decepciona e mostra que escolha melhor não poderia ter sido feita; suas tomadas são fantásticas e também remetem várias vezes aquelas utilizadas nos clássicos. Falando nisso, é preciso destacar todo o primor técnico do filme, especialmente os efeitos visuais e a fotografia, que em algumas cenas são tão belas, mas tão belas, que dá vontade de emoldurar e botar na parede. Os novos personagens são excelentes e muito bem atuados, por isso funcionam e são de fácil empatia (BB-8 <3). É difícil escolher um preferido, mas pela minha queda pelo "dark side", preciso dizer que adorei o Kylo Ren. Apesar de ainda não sabermos tanta coisa sobre ele, sua presença é forte, seu visual é bem "cool" e ele mistura elementos do clássico arquétipo de vilão, visto especialmente em Darth Vader, com algo mais humanizado, complexo, dado os conflitos vividos internamente pelo personagem e sua impulsividade/descontrole. Não sei mais sobre o que falar, só sei que precisava falar alguma coisa. Foi maravilhosa a imersão que o filme nos proporciona e a emoção vivida novamente nesse universo tão incrível e tão amado. Como fã, saí mais que satisfeito do cinema, em êxtase, me tremendo. Olhava pros lados e via gente de todos os tipos, gêneros, raças, desde crianças até pessoas de mais idade, todos com um enorme sorriso no rosto. A força havia despertado em todos nós.
A bizarra premissa distópica e o grande elenco de The Lobster bastaram para que esse se tornasse um dos filmes de 2015 que eu estava mais ansioso para ver, desde que o conheci na seleção oficial de Cannes. E que filme! O ótimo diretor Yorgos Lanthimos, que até então eu não conhecia, criou aqui uma história única, extraordinária, repleta de humor ácido, situações absurdas e críticas aos nossos padrões e relacionamentos que me fez sair completamente fascinado do cinema. Some a isso uma forte trilha sonora que casa perfeitamente com as cenas, uma fotografia e ambientação de encher os olhos e a maravilhosa atuação do time de atores. Sem dúvidas uma obra-prima contemporânea, um filme completo, que precisa ser visto.
Descobri que o filme estava em exibição num cinema da cidade onde estou morando aqui na França e resolvi revê-lo. Grande experiencia cinematográfica rever esse clássico da ficção científica na telona e notar que, mesmo 30 anos após o seu lançamento, ele permanece extremamente atual. Meu conceito sobre o filme cresceu bastante nessa segunda visitação, primeiro porque a qualidade técnica da obra foi potencializada na sala de cinema e segundo porque, dessa vez, consegui captar bem mais a fundo todas as nuances que ele apresenta e prestar mais atenção em detalhes que antes passaram despercebidos. E engana-se aquele que o julga como um blockbuster sci-fi de ação: o filme é denso, repleto de simbolismos, questionamentos e de uma carga altamente filosófica, que aliás, é o que guia todo o plot do filme, a humanidade que os personagens buscam. Pra finalizar:
"I've seen things you people wouldn't believe. Attack ships on fire off the shoulder of Orion. I watched C-beams glitter in the dark near the Tannhauser gate. All those moments will be lost in time... like tears in rain... Time to die."
Sem palavras pra essa cena! Clássico absoluto! (Se tiver a oportunidade de (re)vê-lo no cinema, VÁ!)
Poderia enaltecer o alto teor artístico da série. Poderia congratular o grandioso elenco e, especialmente, as memoráveis atuações. Poderia expressar todo o fascínio que os personagens Will e Hannibal manifestaram em mim. Poderia dissecar os magníficos diálogos entre os seus personagens, especialmente entre a dupla de protagonistas, carregados de conteúdo e figuras de linguagem. Poderia exaltar toda a beleza e precisão técnica apresentada. Poderia compartilhar o quão magnífico foi poder saborear todo o requinte exposto ao longo dos episódios. Poderia, mas me faltam palavras. Obra de arte.
Quem se limitou a fazer comparações desnecessárias e julgamentos precipitados, perdeu a chance de acompanhar de mente aberta mais uma fantástica história contada por Nick Pizzolatto. Aqui, a realidade é representada de maneira tão crua, que é praticamente impossível o pessimismo não tomar conta daquele que realmente se envolveu. Esse final me deixou sem palavras, não só pela maneira que o mesmo aconteceu, mas também pelo caminho que levou até ele, a interligação perfeita entre pessoas e fatos, sem deixar restar nenhuma ponta solta. No fim é isso caras, "we get the world we deserve".
O negócio é que 90% do pessoal, ao menos aqui do filmow, está esperando um "remake" da season 1, só que com outros atores/personagens, diretor, etc. Apesar de levar o mesmo nome, a segunda temporada trata de uma história completamente diferente e personagens sem nenhuma relação com a temporada passada. Eu que não iria querer ver um detetive "clone" do Rust, diálogos similares e mesma trama de investigação. Se não é pra fazer uma season 2 continuando a 1, não tem porque fazer uma história onde tudo é igual, mudando só ambientação e personagens; seria um completo desastre, além de perder toda a graça. Deixem de choramingar o tempo todo e de pagarem de viúvas da primeira temporada, feras, superem. Claro que a temporada (ainda) não alcançou o nível da primeira, mas está bem acima da média e, em termos de produção, a qualidade está excelente. Só não vê quem não quer.
Uma cópia pode ser tão fiel a ponto de reproduzir o mesmo efeito que o original? Com forte teor metalinguístico, o diretor Abbas Kiarostami brinca com a percepção de seu telespectador em meio a diálogos riquíssimos (e em três línguas diferentes!) e os maravilhosos cenários italianos. Filme contemplativo, feito para ser apreciado, arte em sua mais pura forma.
Claramente, a versão feminina de 8½. Mais uma vez, temos um personagem central em em meio a uma crise existencial, tendo que enfrentar sua infância, sua criação, seus medos, traumas e seus demônios interiores, para que possa, enfim se libertar. Como não poderia deixar de ser, isso acontece em meio a um festival de bizarrices e situações oníricas, onde, novamente, real e imaginário se misturam. Mesmo com uma direção impecável, cenários e figurinos estonteantes, uma belíssima fotografia e a grandiosa atuação de Giulietta Masina, o filme deixou a sensação de que algo ficou faltando, além de se ter se tornado meio cansativo em certos momentos. Imperfeito, porém, ainda assim, um grande filme.
American Horror Story: Cult (7ª Temporada)
3.6 483 Assista AgoraComeçou impressionante, especialmente pela trama que se assemelha bastante ao momento que vivemos em nosso país e pela visão didática das possíveis implicações da vitória de um certo candidato à nossa sociedade. Infelizmente o tom realista perdurou somente durante os primeiros episódios e o clima de terror e paranoia que se instaurou foi substituído por situações inverossímeis, sem nexo e que, várias vezes, beiram o ridículo (como de praxe na série). Vale ressaltar a atuação do Evan Peters, talvez em seu melhor desempenho ao longo das temporadas, embora no final o personagem tenha perdido a força, se tornando bobo e caricato. Mais um grande potencial desperdiçado pelo Ryan Murphy, nada novo sob o sol.
Sombras da Vida
3.8 1,3K Assista AgoraPs: é verdade esse bilete.
Sherlock (4ª Temporada)
4.2 326 Assista AgoraQue temporada ruim. Difícil dizer qual a pior entre essa e a terceira, mas fico com essa, a princípio. Desvirtuaram praticamente tudo que Conan Doyle criou, fazendo uma série meia boca, mas que a legião de fãs fanáticos e shippadores adolescentes que a série fez continuará a aclamar e pedir BIS! Gente, são tantos, mas tantos furos de roteiro que chega a ser ridículo! E as conveniências de roteiro?? Mon Dieu! Parece série pra adolescente (OPS...)! Até a performance do excelente time de atores foi afetada ou talvez seja culpa do roteiro horroroso, não sei dizer. O exagero nas capacidades de Sherlock Holmes é tão grande que chega a ser incômodo e deve fazer Sir Arthur Conan Doyle se revirar no túmulo. Fora isso, "Sherlock" (a série) se tornou quase um filme do 007 com a necessidade de tornarem os casos grandiosos demais, envolvendo segurança nacional e serviço secreto inglês - ah, que saudade da primeira e segunda temporadas! Criam tramas que nem eles mesmos conseguem amarrar e dar sentido e na hora de dar a "solução" colocam qualquer coisa; afinal, foda-se né? Os fãs vão achar super inteligente e complexo, não é mesmo?! E as conexões e supostas "reviravoltas" que fazem? Gente, "irmã" do Sherlock???? E, puta que pariu, que personagem insuportável essa Mary!!!!!!!! E NEM DEPOIS DE MORTA ESSA PRAGA SOME DE TELA. Cristo!!!!! São tantos, mas tantos problemas nessa série, que eu tô é perplexo de ver essa nota (4.2) e os comentários de quem já assistiu. Enfim, chega de desabafar, embora tenha bastante coisa pra botar pra fora ainda. Eu só espero sinceramente que essa temporada seja a última. Chega de passar vergonha e chega de envergonhar o nome de Sherlock Holmes.
Paris, Texas
4.3 696 Assista AgoraEu definitivamente não estava preparado para esse filme. Na verdade, eu não sei exatamente o que eu estava esperando, mas, sem sombra de dúvidas, o que recebi foi bem além do que eu poderia imaginar. O filme apresenta a jornada de Travis, um homem destroçado por dentro, que perdeu tudo o que tinha e que, consumido pela culpa e pelo arrependimento, se tornou um ser vazio buscando apenas um recomeço. Forçado a confrontar seu passado, Travis tenta reparar os danos e se redimir, pois isso é o máximo que ele pode fazer. As feridas abertas não desaparecerão por mágica, o que se pode fazer é ajudar na cicatrização. A vida não possui um botão de "restart", se cometemos um erro não podemos reiniciar do último "checkpoint", infelizmente. Sem perceber, nos afeiçoamos completamente por Travis. Porque ele é essencialmente humano. A "cena da cabine" é de uma beleza simplesmente inexplicável, desde a minuciosa direção e fotografia às atuações que transmitem com exatidão toda aquela explosão de sentimentos dos personagens. É, sem medo de errar, uma das mais belas sequências do cinema, algo que ficará gravado pra sempre em minha memória. Com momentos de pura delicadeza, permeado por uma sensibilidade ímpar ao longo de toda sua duração e um final excepicionalmente devastador, "Paris, Texas" é um filme que me atingiu em cheio, por completo, do qual jamais esquecerei.
Demônio de Neon
3.2 1,2K Assista AgoraCom uma Elle Fanning hipnotizante e bebendo bastante da fonte de Dario Argento (dos "giallo" italianos em geral) e Jodorowsky, The Neon Demon é, sem dúvidas, o auge estético de Refn. Surreal, emblemático, sangrento, profano, erótico e belo, são os principais adjetivos que me vem a mente para classificá-lo. Certamente, sem a menor intenção de ser presunçoso, esse não é pra qualquer um.
Café Society
3.3 530 Assista AgoraUm típico Woody Allen, com todos os elementos característicos dos filmes do diretor e, se pararmos pra refletir, também um misto de algumas de suas melhores obras. O que mais chamou atenção aqui foi, sem dúvidas, a fotografia, especialmente quando faz uso das luzes alaranjadas ou tons dourados (belo jogo, visto que o filme retrata a era de ouro do cinema), criando um resultado impressionante, de encher os olhos. Sobre o elenco, nada a reclamar; Steve Carell e Kristen Stewart estão ótimos, dando seguimento às boas atuações em seus filmes recentes. Enfim, um ótimo filme do velho Woody, charmoso, esteticamente soberbo e gostoso de assistir.
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraTerror é um gênero que eu aprecio bastante e que sempre despertou meu interesse. Desde moleque, mesmo sabendo que ficaria noites sem pregar os olhos, eu não resistia a tentação pois gostava de sentir medo, eu gostava da SENSAÇÃO de sentir medo. Naquela época, não era preciso muito pra me fazer sentir assim – qualquer slasher meia boca já me roubaria o sono do dia – mas a medida que eu fui crescendo, o medo que eu sentia foi gradativamente sumindo. Além de eu ter, obviamente, amadurecido e não me aterrorizar com qualquer coisa, eu fui percebendo que a safra atual do nicho não sabia impor de fato o medo ao público. A indústria, seguindo os moldes de sucessos passados, criou uma fórmula pronta para se fazer filmes de terror, fórmula esta que pode trazer ao público incontáveis sentimentos, mas nenhum deles é o medo (a não ser nos mais "sensíveis", claro). Medo não é sangue jorrando e tripa voando pra todo lado, medo não é susto. MEDO é SUTILEZA. Ele está nos pequenos detalhes – na incerteza, no incompreensível, no desconhecido, no profano – e está, acima de tudo, em nossas próprias mentes. O macabro e o sinistro me encantam e sempre me encantaram; não é a toa que meu escritor favorito é Edgar Allan Poe e um dos meus diretores de cinema favorito seja o Dario Argento. Faltava ao cinema de terror atual essa sutileza tão essencial para nos despertar o medo. Faltava, porque com a chegada de "A Bruxa", não falta mais. E é só (só?) isso que tenho a dizer, pois não quero estragar a experiência de ninguém. Irei pontuar tão somente o apuro técnico do filme, que não deixa a desejar em nenhum momento sequer, e a qualidade das interpretações do time de atores, que me surpreendeu bastante. "A Bruxa" é uma obra de arte do terror cinematográfico, um primor, um sopro de alívio (e esperança), em um gênero tão saturado e incapaz de causar no espectador aquilo que se propõe a priori: o medo.
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 5,0K Assista AgoraO filme apresenta alguns incômodos problemas de roteiro, uma montagem estranha e uma condução não tão fluida em alguns momentos, mas salvo essas ressalvas, é uma ótima adaptação de quadrinhos. O Batman do Ben Affleck é incrível, a Mulher Maravilha rouba todas as cenas em que aparece, o Superman foi imponente quando preciso e, apesar de estranhar num primeiro momento, eu comprei totalmente esse Lex Luthor piradão à la Coringa. O design do Apocalypse e o abuso de CGI desnecessariamente em alguns momentos foram coisas que não me agradaram muito, mas fora isso é um belo filme em termos visuais. Tenho que destacar também a trilha sonora, que é excelente e empolga de verdade em certos momentos. No fim, eu não saí surpreendido do cinema, o filme foi aquilo que eu esperava. Apesar de grandioso, violento, com uma carga dramática mais pesada (que eu prefiro) e capaz de encher os olhos de qualquer fã, ele peca em alguns pontos que o impedem de ser uma obra-prima do gênero – título que, na minha opinião, dificilmente será tomado de Watchmen.
House of Cards (4ª Temporada)
4.5 407 Assista AgoraCom atuações, direções e roteiro excepcionais, House of Cards conseguiu surpreender e se mostrar mais viva do que nunca, quando tudo indicava que a série poderia começar a se desgastar. Essa quarta conseguiu se equiparar à brilhante primeira temporada, algo que pensei que jamais fosse acontecer.
Ave, César!
3.2 311 Assista AgoraO filme peca em alguns pontos, destaco a condução, pois a falta de ritmo do longa é palpável, e a superficialidade com a qual os vários plots e críticas são abordados, além do subaproveitamento de grande parte do elenco. Mas também há alguns momentos de inspiração dos Coen, onde vemos todo o potencial do afiado humor da dupla, como em duas cenas que me fizeram gargalhar no cinema. É bem legal também a metalinguagem do filme, ver como era o por trás das câmeras das produções cinematográficas da década de 50, o trabalho dos produtores, diretores, atores, figurantes, editores e por aí vai. Enfim, fica a sensação de que poderia ter saído algo bem melhor daí, não fosse o desperdício de ideias e personagens, mas ainda assim é um bom filme, apenas não memorável.
Touro Indomável
4.2 708 Assista AgoraNão dá pra negar, em Touro Indomável, Scorsese deu uma puta aula de direção e o De Niro foi, literalmente, um mostro, em uma de suas melhores performances e, quiçá, uma das melhores atuações do cinema. Além de boquiaberto com o apuro técnico, a ascensão e degradação do "touro" LaMotta, sua personalidade auto-destrutiva e a ruína de sua relação com todos aqueles que o amavam, me deixaram vidrado o filme inteiro. Parecia real, parecia que eu estava realmente ali acompanhando sua história, sua vida. Pra mim não faltou nada, excelência em todos os aspectos.
"Hey, Ray, I never went down, man! You never got me down, Ray!"
Nostalgia
4.3 185Como de praxe nas obras de Tarkovsky, Nostalghia é puramente poesia traduzida em linguagem de cinema. A beleza quase que hipnotizante dos quados (destaque principalmente para os planos abertos) e as sensíveis e incessantes metáforas que permeiam o filme, não só nos guiam através da jornada de Andrei, como nos colocam ali, no seu lugar.
A cena do discurso na estátua seguido da autoimolação ao som da Nona Sinfonia e o genial plano-seqüência onde Andrei carrega a vela acesa de um lado ao outro da piscina termal são fora de série. Transcendentais.
"Uma gota, mais uma gota fazem uma grande gota, não duas gotas."
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraQue direção incrível a do Iñárritu. O ritmo que o diretor dá a narrativa faz com que a extensa duração e ausência de diálogos não tornem o filme em nenhum momento cansativo ou arrastado. Os movimentos e recursos utilizados pela câmera (que se torna um personagem) são precisos ao colocarem o expectador cada vez mais imerso aos acontecimentos que se sucedem, as transições são perfeitas e, nossa, o plano-sequência apresentado logo nos primeiros minutos é brilhante.
Mas convenhamos, o maior destaque da obra é a fotografia. O diretor de fotografia Emmanuel Lubeski faz um trabalho impecável. Sua sensibilidade para captar imagens e a beleza surreal que ele dá às cenas provam sua genialidade e fazem o filme poder ser cotado como um dos mais visualmente belos da atualidade. Sem dúvidas, na minha opinião, a parceria Iñárritu e Lubeski é o ponto alto do trabalho.
No mais, vale comentar também as atuações. Apesar de não ser sua melhor atuação, DiCaprio faz um excepcional trabalho de expressão facial e corporal que merece, sim, reconhecimento. Posso mudar de ideia futuramente mas, pra mim, a interpretação do Tom Hardy foi a melhor. É incrível o talento que esse cara tem, o qual vem me surpreendendo bastante nos últimos tempos. A maneira como ele encarna o vilão (e que sotaque espetacular!) é peça chave na construção do sentimento de ódio que seu personagem necessita despertar, o qual também é essencial para a nossa conexão ao filme e à luta por sobrevivência e vingança do peronagem vivido por DiCaprio.
Concluindo, sendo ousado e visceral em vários aspectos, The Revenant é mais um grandioso filme na filmografia de Alejandro G. Iñárritu, que cada vez mais desponta como um dos melhores do nosso tempo. Em meio ao mar de emoções que o filme desperta, ao término, fica apenas o deslumbramento com toda a beleza da jornada.
Decameron
3.8 79Pasolini dá a luz à um filme irreverente, sarcástico, retratando com extrema naturalidade os indivíduos, a sexualidade e apresentando uma forte crítica à Igreja Católica e ás hipocrisias da sociedade. O realismo presente é tão forte que chega a incomodar, por isso é louvável a ousadia do diretor. Il Decameron teve seus altos e baixos, mas, no geral, foi um filme delicioso de se acompanhar. Afinal, “por que criar uma obra de arte se sonhar com ela é tão mais doce?”
Pulp Fiction: Tempo de Violência
4.4 3,7K Assista AgoraNunca vou me cansar de rever este que é um dos melhores filmes de todos os tempos. ♥
Star Wars, Episódio VII: O Despertar da Força
4.3 3,1K Assista AgoraQue experiência! É impossível transcrever em palavras a sensação quando surgiu na tela "A long time ago in a galaxy far far away...", seguido do icônico letreiro ao som de John Willians. 10 anos após o Episódio III e 30 anos após o Episódio VI, a maior e mais importante saga cinematográfica da história tem seu retorno. A espera foi enorme e a expectativa estava tão grande quanto, mas meus caros, a recompensa não poderia ter sido melhor. Além da homenagem à própria saga e o efeito nostalgia (não só pela presença dos personagens da primeira trilogia, mas também por se assemelhar bastante em termos de narrativa aos Episódios IV e V), o filme traz uma espetacular e emocionante nova história, que deixa um promissor caminho aberto para próximos filmes. J. J. Abrams não decepciona e mostra que escolha melhor não poderia ter sido feita; suas tomadas são fantásticas e também remetem várias vezes aquelas utilizadas nos clássicos. Falando nisso, é preciso destacar todo o primor técnico do filme, especialmente os efeitos visuais e a fotografia, que em algumas cenas são tão belas, mas tão belas, que dá vontade de emoldurar e botar na parede. Os novos personagens são excelentes e muito bem atuados, por isso funcionam e são de fácil empatia (BB-8 <3). É difícil escolher um preferido, mas pela minha queda pelo "dark side", preciso dizer que adorei o Kylo Ren. Apesar de ainda não sabermos tanta coisa sobre ele, sua presença é forte, seu visual é bem "cool" e ele mistura elementos do clássico arquétipo de vilão, visto especialmente em Darth Vader, com algo mais humanizado, complexo, dado os conflitos vividos internamente pelo personagem e sua impulsividade/descontrole.
Não sei mais sobre o que falar, só sei que precisava falar alguma coisa. Foi maravilhosa a imersão que o filme nos proporciona e a emoção vivida novamente nesse universo tão incrível e tão amado. Como fã, saí mais que satisfeito do cinema, em êxtase, me tremendo. Olhava pros lados e via gente de todos os tipos, gêneros, raças, desde crianças até pessoas de mais idade, todos com um enorme sorriso no rosto. A força havia despertado em todos nós.
O Lagosta
3.8 1,4K Assista AgoraA bizarra premissa distópica e o grande elenco de The Lobster bastaram para que esse se tornasse um dos filmes de 2015 que eu estava mais ansioso para ver, desde que o conheci na seleção oficial de Cannes. E que filme! O ótimo diretor Yorgos Lanthimos, que até então eu não conhecia, criou aqui uma história única, extraordinária, repleta de humor ácido, situações absurdas e críticas aos nossos padrões e relacionamentos que me fez sair completamente fascinado do cinema. Some a isso uma forte trilha sonora que casa perfeitamente com as cenas, uma fotografia e ambientação de encher os olhos e a maravilhosa atuação do time de atores. Sem dúvidas uma obra-prima contemporânea, um filme completo, que precisa ser visto.
Blade Runner: O Caçador de Andróides
4.1 1,6K Assista AgoraDescobri que o filme estava em exibição num cinema da cidade onde estou morando aqui na França e resolvi revê-lo. Grande experiencia cinematográfica rever esse clássico da ficção científica na telona e notar que, mesmo 30 anos após o seu lançamento, ele permanece extremamente atual. Meu conceito sobre o filme cresceu bastante nessa segunda visitação, primeiro porque a qualidade técnica da obra foi potencializada na sala de cinema e segundo porque, dessa vez, consegui captar bem mais a fundo todas as nuances que ele apresenta e prestar mais atenção em detalhes que antes passaram despercebidos. E engana-se aquele que o julga como um blockbuster sci-fi de ação: o filme é denso, repleto de simbolismos, questionamentos e de uma carga altamente filosófica, que aliás, é o que guia todo o plot do filme, a humanidade que os personagens buscam. Pra finalizar:
"I've seen things you people wouldn't believe. Attack ships on fire off the shoulder of Orion. I watched C-beams glitter in the dark near the Tannhauser gate. All those moments will be lost in time... like tears in rain... Time to die."
Sem palavras pra essa cena! Clássico absoluto! (Se tiver a oportunidade de (re)vê-lo no cinema, VÁ!)
Hannibal (2ª Temporada)
4.5 802Poderia enaltecer o alto teor artístico da série. Poderia congratular o grandioso elenco e, especialmente, as memoráveis atuações. Poderia expressar todo o fascínio que os personagens Will e Hannibal manifestaram em mim. Poderia dissecar os magníficos diálogos entre os seus personagens, especialmente entre a dupla de protagonistas, carregados de conteúdo e figuras de linguagem. Poderia exaltar toda a beleza e precisão técnica apresentada. Poderia compartilhar o quão magnífico foi poder saborear todo o requinte exposto ao longo dos episódios. Poderia, mas me faltam palavras. Obra de arte.
True Detective (2ª Temporada)
3.6 772Quem se limitou a fazer comparações desnecessárias e julgamentos precipitados, perdeu a chance de acompanhar de mente aberta mais uma fantástica história contada por Nick Pizzolatto. Aqui, a realidade é representada de maneira tão crua, que é praticamente impossível o pessimismo não tomar conta daquele que realmente se envolveu. Esse final me deixou sem palavras, não só pela maneira que o mesmo aconteceu, mas também pelo caminho que levou até ele, a interligação perfeita entre pessoas e fatos, sem deixar restar nenhuma ponta solta. No fim é isso caras, "we get the world we deserve".
Hiroshima, Meu Amor
4.2 315 Assista AgoraTu n'as rien vu à Hiroshima. Rien.
True Detective (2ª Temporada)
3.6 772O negócio é que 90% do pessoal, ao menos aqui do filmow, está esperando um "remake" da season 1, só que com outros atores/personagens, diretor, etc. Apesar de levar o mesmo nome, a segunda temporada trata de uma história completamente diferente e personagens sem nenhuma relação com a temporada passada. Eu que não iria querer ver um detetive "clone" do Rust, diálogos similares e mesma trama de investigação. Se não é pra fazer uma season 2 continuando a 1, não tem porque fazer uma história onde tudo é igual, mudando só ambientação e personagens; seria um completo desastre, além de perder toda a graça. Deixem de choramingar o tempo todo e de pagarem de viúvas da primeira temporada, feras, superem. Claro que a temporada (ainda) não alcançou o nível da primeira, mas está bem acima da média e, em termos de produção, a qualidade está excelente. Só não vê quem não quer.
Cópia Fiel
3.9 452 Assista AgoraUma cópia pode ser tão fiel a ponto de reproduzir o mesmo efeito que o original? Com forte teor metalinguístico, o diretor Abbas Kiarostami brinca com a percepção de seu telespectador em meio a diálogos riquíssimos (e em três línguas diferentes!) e os maravilhosos cenários italianos. Filme contemplativo, feito para ser apreciado, arte em sua mais pura forma.
Julieta dos Espíritos
4.0 130 Assista AgoraClaramente, a versão feminina de 8½. Mais uma vez, temos um personagem central em em meio a uma crise existencial, tendo que enfrentar sua infância, sua criação, seus medos, traumas e seus demônios interiores, para que possa, enfim se libertar. Como não poderia deixar de ser, isso acontece em meio a um festival de bizarrices e situações oníricas, onde, novamente, real e imaginário se misturam. Mesmo com uma direção impecável, cenários e figurinos estonteantes, uma belíssima fotografia e a grandiosa atuação de Giulietta Masina, o filme deixou a sensação de que algo ficou faltando, além de se ter se tornado meio cansativo em certos momentos. Imperfeito, porém, ainda assim, um grande filme.