Esse filme me pegou no ponto certo. Em sua bagunça, parece um constante estado de tesão. É caricato, é referencial, achei até preciso nos seus questionamentos de boteco. Não poderia ser criado de outra forma, teria que ser teatral, exagerado e esdrúxulo.
Eu acho complicada a construção de filmes do tema, porque eles sempre acabam caindo num lugar comum. Com esse, não é diferente. Ele traz o esperado, mas cria também uma ânsia constante no espectador que parece lutar junto pelo não querer. A cena final é muito bonita, emociona até. Allisson Janney gigante e fala só com poucos olhares. Não é algo que vá mudar a sua vida, mas também não é um filme ruim.
Um questionamento me pegou: o questionamento da solidão, o fato de ser gay e a negativa à essa ligação. Aquilo fica com o protagonismo. Avançamos, de fato, mas será que a nossa construção como homens gays ainda não nos joga nessa solidão física e mental. Por muito.
Para mim, é um filme trágico em sua poesia. Os espaços silenciosos e a construção vazia deixam claro:
Estranhamente, nas devidas proporções, bate próximo da gente. A rotina do absurdo. Visivelmente maquiavélico, mas ali, rotineiro, habitual, perturbador.
Se você acha que a Academia não iria premiar por dois anos seguidos filmes com elenco em sua maioria asiático, você está completamente certo. Filmes como ele não vencem no Oscar. Ele é cadenciado em uma história tão real que, em diferentes proporções, poderia acontecer com você. Os detalhes nas construções de personagens; as reações em face à confusão, ao amor, à perda; o roteiro delineado em tempos tão específicos; tudo cria uma atmosfera única, uma vivência em outra vida. É a perda do que não se viveu e a pergunta sobre tudo que se construiu. Os questionamentos ficam ali.
Eu não estou no meu melhor momento. Já não estava quando encontrei esse filme. Tudo parecia tão sem sentido, uma rotina que não estava dando certo, um relacionamento que não estava dando certo. Sem pedir muito, Monster me segurou. O que fez eu me desmanchar em lágrimas, talvez fosse tudo que eu precisasse no momento. No início, te faz questionar se a barreira cultural é a explicação, mas tudo vai mudando, os personagens vão se desenvolvendo, todos os lados de uma mesma situação vão se mostrando, sem pressa, sem exageros e dedilhados pela trilha do Sakamoto, sempre especial e uma das últimas dele. "Se apenas algumas pessoas podem ter, então não é felicidade". Por mais que as lágrimas quisessem negar, ali eu estava feliz.
A primeira parte cria uma atmosfera tão desconfortável, que é chocantemente convidativa. Mas ele segue, mesmo com a Patty LuPone maravilhosa, para uma auto-explicação muito evidente
Tudo que X traz, Pearl deixa mais estranho. O ambiente definido, os poucos personagens, o pouco som tudo isso cria uma atmosfera soturna. O quê de perturbado remete a horrores antigos como se exaltasse nos pontos mais sujos.
Põe o pé no acelerador e nunca o tira. É estranho, rápido nas piadas, estranho novamente até chegar no ponto do absurdo, ou seja, tudo o que eu espero numa comédia.
Se existir uma palavra para definir bem sobre o que se retrata o filme, mesmo que redutiva, seria luto. Em suas metáforas que fazem o espectador buscar um significado mesmo quando não é preciso um significado, ele mostra a busca por cessar a dor e tentar seguir em frente. Às vezes, seguir em frente não é uma opção. Fale Comigo não tenta ser autoexplicativo, parte muito das suas referências de mundo e crenças próprias. No final, os sustos se esvaem. O horror não é mais a intenção. O que fica é uma sensação de tristeza e desalento.
Soa tão pedante, tão 'olha como sou brilhante e astuto', que me fez questionar as outras experiências que tive com filmes do Nolan. Eram realmente bons? Nem eu sei mais. Nem toda biografia precisa ser contada, nem toda biografia precisa ser contada em um filme de 3h.
Please Baby Please
3.1 18 Assista AgoraEsse filme me pegou no ponto certo. Em sua bagunça, parece um constante estado de tesão. É caricato, é referencial, achei até preciso nos seus questionamentos de boteco. Não poderia ser criado de outra forma, teria que ser teatral, exagerado e esdrúxulo.
A Sorte Grande
3.4 89 Assista AgoraEu acho complicada a construção de filmes do tema, porque eles sempre acabam caindo num lugar comum. Com esse, não é diferente. Ele traz o esperado, mas cria também uma ânsia constante no espectador que parece lutar junto pelo não querer. A cena final é muito bonita, emociona até. Allisson Janney gigante e fala só com poucos olhares. Não é algo que vá mudar a sua vida, mas também não é um filme ruim.
Reencarnação
2.4 384Toda a construção soturna com cores opacas e falas mansas cria algo diferente, mas eu só achei chato.
A Hora do Pesadelo
3.8 1,2K Assista AgoraO final é realmente engenhoso. Eu não estava esperando algo assim.
Todos Nós Desconhecidos
3.9 169 Assista AgoraUm questionamento me pegou: o questionamento da solidão, o fato de ser gay e a negativa à essa ligação. Aquilo fica com o protagonismo. Avançamos, de fato, mas será que a nossa construção como homens gays ainda não nos joga nessa solidão física e mental. Por muito.
Para mim, é um filme trágico em sua poesia. Os espaços silenciosos e a construção vazia deixam claro:
eles morreram. Sozinhos, morreram.
chame de purgatório ou qualquer coisa que sua crença se aplique,
Zona de Interesse
3.6 583 Assista AgoraEstranhamente, nas devidas proporções, bate próximo da gente. A rotina do absurdo. Visivelmente maquiavélico, mas ali, rotineiro, habitual, perturbador.
Vidas Passadas
4.2 729 Assista AgoraSe você acha que a Academia não iria premiar por dois anos seguidos filmes com elenco em sua maioria asiático, você está completamente certo. Filmes como ele não vencem no Oscar. Ele é cadenciado em uma história tão real que, em diferentes proporções, poderia acontecer com você. Os detalhes nas construções de personagens; as reações em face à confusão, ao amor, à perda; o roteiro delineado em tempos tão específicos; tudo cria uma atmosfera única, uma vivência em outra vida. É a perda do que não se viveu e a pergunta sobre tudo que se construiu. Os questionamentos ficam ali.
Monstro
4.3 261 Assista AgoraEu não estou no meu melhor momento. Já não estava quando encontrei esse filme. Tudo parecia tão sem sentido, uma rotina que não estava dando certo, um relacionamento que não estava dando certo. Sem pedir muito, Monster me segurou. O que fez eu me desmanchar em lágrimas, talvez fosse tudo que eu precisasse no momento. No início, te faz questionar se a barreira cultural é a explicação, mas tudo vai mudando, os personagens vão se desenvolvendo, todos os lados de uma mesma situação vão se mostrando, sem pressa, sem exageros e dedilhados pela trilha do Sakamoto, sempre especial e uma das últimas dele. "Se apenas algumas pessoas podem ter, então não é felicidade". Por mais que as lágrimas quisessem negar, ali eu estava feliz.
O Homem dos Sonhos
3.5 133Eu caí! Eu caí na armadilha do tal filme de comédia, que, na verdade, é um filme perturbado que te deixa destruído ao fim
Folhas de Outono
3.8 99Uma construção em temas tão pesados, mas é tão particular, tão solto, tão característico
Beau Tem Medo
3.2 406 Assista AgoraA primeira parte cria uma atmosfera tão desconfortável, que é chocantemente convidativa. Mas ele segue, mesmo com a Patty LuPone maravilhosa, para uma auto-explicação muito evidente
A Noite das Bruxas
3.3 185Tão sem carisma que deixou até a Tina Fey sem carisma
A Falecida
4.1 106A culpa e a dor criando um delírio quase divino.
Pearl
3.9 987Tudo que X traz, Pearl deixa mais estranho. O ambiente definido, os poucos personagens, o pouco som tudo isso cria uma atmosfera soturna. O quê de perturbado remete a horrores antigos como se exaltasse nos pontos mais sujos.
Os Rejeitados
4.0 317É uma comédia sem sentimentalismo barato onde os personagens são completamente defeituosos. Talvez isso seja o trunfo dele
Crescendo Juntas
3.8 96É daqueles filmes que te consola. Caminha sem exageros, questionando aos poucos e constrói uma história tão genuína.
Super Xuxa contra Baixo Astral
2.7 529 Assista AgoraAchei uma bomba psicodélica que joga crítica ao capitalismo e é excessivamente indulgente, e eu acabei gostando
Saltburn
3.5 848O choque pelo choque. Mas e o conteúdo? Ah, tava em falta.
Clube da Luta Para Meninas
3.4 227 Assista AgoraPõe o pé no acelerador e nunca o tira. É estranho, rápido nas piadas, estranho novamente até chegar no ponto do absurdo, ou seja, tudo o que eu espero numa comédia.
A Casa Lobo
4.1 47Sim, A Casa Lobo é um filme de natal. Um filme de natal para ver com a família toda. Assim como a família de Maria.
Rotting in the Sun
3.5 82 Assista AgoraAchei que seria um filme véi de safadeza de gays, mas, na verdade, era uma sátira metalinguística de gente doida.
Fale Comigo
3.6 961 Assista AgoraSe existir uma palavra para definir bem sobre o que se retrata o filme, mesmo que redutiva, seria luto. Em suas metáforas que fazem o espectador buscar um significado mesmo quando não é preciso um significado, ele mostra a busca por cessar a dor e tentar seguir em frente. Às vezes, seguir em frente não é uma opção. Fale Comigo não tenta ser autoexplicativo, parte muito das suas referências de mundo e crenças próprias. No final, os sustos se esvaem. O horror não é mais a intenção. O que fica é uma sensação de tristeza e desalento.
Mal do Século
3.6 98 Assista AgoraFiquei por muito me perguntando qual era a intenção, o porquê. Ao fim, a metáfora quase me deu um soco.
O momento em que você percebe esse traço de relato sobre a pandemia da AIDS, você fica no chão.
Oppenheimer
4.0 1,1KSoa tão pedante, tão 'olha como sou brilhante e astuto', que me fez questionar as outras experiências que tive com filmes do Nolan. Eram realmente bons? Nem eu sei mais. Nem toda biografia precisa ser contada, nem toda biografia precisa ser contada em um filme de 3h.