Amor (Amour), de Michael Haneke: Amor e Dignidade?
“Cuidado”, “resignação”, “paciência” e “humanidade”. Estes são substantivos que poderiam figurar como o nome do último filme do cineasta austríaco Michael Haneke, mas “Amor” é mesmo o mais apropriado à película, posto que todos os outros estão compreendidos neste. É esse o sentimento que Haneke encontra como justificativa para nos contar a história de Georges e Anne, casal octogenário de ex-professores de piano que precisa lidar com um dos mais cruéis e implacáveis obstáculos para o amor: o tempo.
Diante da nova configuração familiar a que chegamos, o enredo nos leva a confrontar o lado árduo da independência dos filhos, do isolamento, do fim das famílias numerosas, que é a decrepitude beirando a solidão. Georges e Anne moram sozinhos, raramente visitados pela filha do casal e por outros poucos terceiros que fazem parte desse novo mercado que a velhice em seus novos contornos nos legou: enfermeiros, cuidadores, empregados domésticos, carregadores, médicos, etc. Diante da saúde debilitada de sua esposa, Georges cuida dela pacientemente: seu companheiro, seu cuidador, seu amigo, seu amor. Enquanto a filha esporádica aparece vez ou outra para requerer cuidados e meter-se no destino de sua mãe, o marido perene é quem toma as rédeas de suas necessidades em seu apartamento silencioso, cercado de livros e jornais matinais e de um espírito musical que agora está calado. O filme, aliás, não tem cenas externas: todas as situações se passam no apartamento do casal, com exceção de uma. A trilha sonora é absolutamente escassa, pois o silêncio diário de seus personagens é suficientemente ruidoso para não passar despercebido. Se os silêncios de Amor são plenamente audíveis, isso se deve em grande parte a atuações irretocáveis de seus dois personagens principais: Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva. Os closes em Trintignant são um momento mágico do cinema: quando se diz tudo, de maneira absolutamente precisa, sem excessos e sem faltas, sem que palavra alguma precise ser dita. Quanto à Riva, os prêmios que a atuação lhe rendeu e a indicação ao Oscar de melhor atriz dão os contornos a seu desempenho em Amor. Haneke conseguiu dar voz à complexidade do amor ao fugir dos perigosos clichês que envolvem o tema ao permitir que seus protagonistas fossem humanos, sofressem, errassem, perdessem a cabeça e retomassem o rumo, como acontece na vida de seus expectadores, que são conduzidos à cumplicidade máxima, contestadora da ética e da ordem estabelecida. Se é apenas na vida que se pode ter dignidade, a morte constrangedora e embaraçosa nos faz carecer verdadeiramente de amor, sem concessões".
No meu gosto e ponto de vista, o filme começou a ter "ação" perto do final, quando o Otto se matou, na introdução e no meio de seu desenvolvimento, o que tava me fazendo prestar a atenção eram os poucos diálogos interessantes, as atuações não estavam com muitas expressões conforme o roteiro gostaria de repassar, mas é uma boa história. A melancolia que o cinema francês passa, é encantador para os sensíveis. E o dialogo final: "Imaginar que voce pode nao mais me amar, é muito pior pra mim do que aquilo que voce chama de regras que fiz pra mim mesmo. Eu sei que somos duas pessoas. então como qualquer um, nós podiamos estar juntos. Mas por quanto tempo? Se nos somos duas pessoas normais, por quanto tempo nosso amor vai durar? Amor eterno não existe, nem mesmo nos livros. Então amar significa por um tempo determinado. Seria um milagre pra nós, não somos diferentes de nenhuma outra pessoa. Se eu me der pra você, eu vou explodir". Ganhou o filme pra mim.
Outra boa citação do filme é: "você nunca conhece as pessoas, de fato, nem mesmo as que você ama".
Isso é uma direção excelente, isso é um roteiro magnifico, um elenco deslumbrante. Isso é Bergman! A atuação da Bibi Andersson, como sempre, esplêndida! Começo a assistir um filme do Bergman sempre esperando muito, e até agora, entre todos os visualizados, ele não me decepcionou. Lindíssimo!
Por momentos, me senti assistindo The Walking Dead. Deve ter sido por algumas semelhanças do roteiro, e por ser um filme do Frank Darabont, com seu elenco "querido". No final, senti vontade de matar o Thomas Jane, de tanta desesperada angustia que me causou.
EVA GREEN E SEUS PERSONAGENS PSICODÉLICOS! <3 e junto com o Sam Riley, o filme já vale pelas suas atuações. O roteiro é bastante complexo, um longa pra ser bem admirado do inicio ao fim, pra conseguir retratar e interpretar bem o que o significado da trama realmente quer repassar. Não é um filme deslumbrante, excelente... Mas fica no nível bom, por ser reflexivo, interessante. Recomendo.
"E me lembrei da velha anedota, do tipo que vai ao psiquiatra e diz: "Doutor, o meu irmão é maluco. Acha que é uma galinha." E o médico diz: "Por que é que não o interna?" E ele responde: "Até internava, mas preciso dos ovos". É mais ou menos o que eu sinto sobre relacionamentos. São totalmente irracionais, loucos e absurdos... mas nós vamos aguentando porque precisamos dos ovos".
o bergman me perturba, um ser pensante com o seu cinema, consegue, desgraçar-se e encontrar-se, nos diálogos de seus filmes. Sonata de Outono é incrível, a atuação da Liv Ullmann já tinha ganhado o meu bom olhar em "Persona" e agora, nem se fala. Que grande atriz! um filme exacerbadamente grandioso, de ficar pausando e voltando as cenas, só pra refletir nos diálogos e imagens.
O Homem Que Sabia Demais
3.9 258 Assista Agoraamo essa música "que sera, sera, forever will be will be..." http://www.youtube.com/watch?v=xZbKHDPPrrc
David e Lisa
4.2 34 Assista AgoraIf you're normal, who wants to be normal?
Amor
4.2 2,2K Assista AgoraAmor (Amour), de Michael Haneke: Amor e Dignidade?
“Cuidado”, “resignação”, “paciência” e “humanidade”. Estes são substantivos que poderiam figurar como o nome do último filme do cineasta austríaco Michael Haneke, mas “Amor” é mesmo o mais apropriado à película, posto que todos os outros estão compreendidos neste. É esse o sentimento que Haneke encontra como justificativa para nos contar a história de Georges e Anne, casal octogenário de ex-professores de piano que precisa lidar com um dos mais cruéis e implacáveis obstáculos para o amor: o tempo.
Diante da nova configuração familiar a que chegamos, o enredo nos leva a confrontar o lado árduo da independência dos filhos, do isolamento, do fim das famílias numerosas, que é a decrepitude beirando a solidão. Georges e Anne moram sozinhos, raramente visitados pela filha do casal e por outros poucos terceiros que fazem parte desse novo mercado que a velhice em seus novos contornos nos legou: enfermeiros, cuidadores, empregados domésticos, carregadores, médicos, etc. Diante da saúde debilitada de sua esposa, Georges cuida dela pacientemente: seu companheiro, seu cuidador, seu amigo, seu amor.
Enquanto a filha esporádica aparece vez ou outra para requerer cuidados e meter-se no destino de sua mãe, o marido perene é quem toma as rédeas de suas necessidades em seu apartamento silencioso, cercado de livros e jornais matinais e de um espírito musical que agora está calado. O filme, aliás, não tem cenas externas: todas as situações se passam no apartamento do casal, com exceção de uma. A trilha sonora é absolutamente escassa, pois o silêncio diário de seus personagens é suficientemente ruidoso para não passar despercebido.
Se os silêncios de Amor são plenamente audíveis, isso se deve em grande parte a atuações irretocáveis de seus dois personagens principais: Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva. Os closes em Trintignant são um momento mágico do cinema: quando se diz tudo, de maneira absolutamente precisa, sem excessos e sem faltas, sem que palavra alguma precise ser dita. Quanto à Riva, os prêmios que a atuação lhe rendeu e a indicação ao Oscar de melhor atriz dão os contornos a seu desempenho em Amor.
Haneke conseguiu dar voz à complexidade do amor ao fugir dos perigosos clichês que envolvem o tema ao permitir que seus protagonistas fossem humanos, sofressem, errassem, perdessem a cabeça e retomassem o rumo, como acontece na vida de seus expectadores, que são conduzidos à cumplicidade máxima, contestadora da ética e da ordem estabelecida. Se é apenas na vida que se pode ter dignidade, a morte constrangedora e embaraçosa nos faz carecer verdadeiramente de amor, sem concessões".
(via
Martha Marcy May Marlene
3.4 270depois desse filme "marcy's song" vicia.
A Família Flynn
3.5 157 Assista Agora"it's classic"! haha, o De Niro tá fodástico!!! Junto com o Paul Dano e Julianne Moore, só poderia resultar num filmaço! Muito bonito.
Testa de Ferro Por Acaso
3.7 38Woody Allen apenas faz parte do elenco, mas eu achei o filme literalmente a cara dele. haha
Muito bom!
Anna
3.7 42Anna Karina + Serge Gainsbourg + Jean-Claude = *________* preciso verrrrr!!!
A Bela Junie
3.7 826No meu gosto e ponto de vista, o filme começou a ter "ação" perto do final, quando o Otto se matou, na introdução e no meio de seu desenvolvimento, o que tava me fazendo prestar a atenção eram os poucos diálogos interessantes, as atuações não estavam com muitas expressões conforme o roteiro gostaria de repassar, mas é uma boa história. A melancolia que o cinema francês passa, é encantador para os sensíveis. E o dialogo final:
"Imaginar que voce pode nao mais me amar, é muito pior pra mim do que aquilo que voce chama de regras que fiz pra mim mesmo. Eu sei que somos duas pessoas. então como qualquer um, nós podiamos estar juntos. Mas por quanto tempo? Se nos somos duas pessoas normais, por quanto tempo nosso amor vai durar? Amor eterno não existe, nem mesmo nos livros. Então amar significa por um tempo determinado. Seria um milagre pra nós, não somos diferentes de nenhuma outra pessoa. Se eu me der pra você, eu vou explodir". Ganhou o filme pra mim.
Outra boa citação do filme é: "você nunca conhece as pessoas, de fato, nem mesmo as que você ama".
Morangos Silvestres
4.4 658Isso é uma direção excelente, isso é um roteiro magnifico, um elenco deslumbrante. Isso é Bergman!
A atuação da Bibi Andersson, como sempre, esplêndida!
Começo a assistir um filme do Bergman sempre esperando muito, e até agora, entre todos os visualizados, ele não me decepcionou.
Lindíssimo!
O que É que Há, Gatinha?
3.1 35 Assista AgoraPrimeiro e pior filme do Woody. ZzzzZZzz
Versos de um Crime
3.6 666 Assista AgoraQuero só ver se o Daniel Radcliffe vai se garantir como o Allen Ginsberg. Vamos ver se ele supre o James Franco em Howl! :p
Mary e Max: Uma Amizade Diferente
4.5 2,4Kme causou um ataque de sensibilidade. haha. animação mais linda que já vi! daria infinitas estrelas!
O Nevoeiro
3.5 2,6K Assista AgoraPor momentos, me senti assistindo The Walking Dead. Deve ter sido por algumas semelhanças do roteiro, e por ser um filme do Frank Darabont, com seu elenco "querido". No final, senti vontade de matar o Thomas Jane, de tanta desesperada angustia que me causou.
Pink Floyd - The Wall
4.4 703só posso dizer que "senti muito" com esse filme. fodástico!
Como Esquecer
3.6 659 Assista AgoraAngustia.
Poesia.
O Justiceiro Mascarado
3.2 107EVA GREEN E SEUS PERSONAGENS PSICODÉLICOS! <3 e junto com o Sam Riley, o filme já vale pelas suas atuações. O roteiro é bastante complexo, um longa pra ser bem admirado do inicio ao fim, pra conseguir retratar e interpretar bem o que o significado da trama realmente quer repassar. Não é um filme deslumbrante, excelente... Mas fica no nível bom, por ser reflexivo, interessante. Recomendo.
Noivo Neurótico, Noiva Nervosa
4.1 1,1K Assista Agora"E me lembrei da velha anedota, do tipo que vai ao psiquiatra e diz:
"Doutor, o meu irmão é maluco. Acha que é uma galinha."
E o médico diz:
"Por que é que não o interna?"
E ele responde:
"Até internava, mas preciso dos ovos".
É mais ou menos o que eu sinto sobre relacionamentos. São totalmente irracionais, loucos e absurdos... mas nós vamos aguentando porque precisamos dos ovos".
Django Livre
4.4 5,8K Assista AgoraCOMO NÃO AMAR O TARANTINO? A cena mais foda quando começa a tocar "Freedom" do Richie Havens, me arrepiei completamente!
Sonata de Outono
4.5 492o bergman me perturba, um ser pensante com o seu cinema, consegue, desgraçar-se e encontrar-se, nos diálogos de seus filmes. Sonata de Outono é incrível, a atuação da Liv Ullmann já tinha ganhado o meu bom olhar em "Persona" e agora, nem se fala. Que grande atriz! um filme exacerbadamente grandioso, de ficar pausando e voltando as cenas, só pra refletir nos diálogos e imagens.
Assunto de Meninas
3.7 640Me deixou a desejar minutos a mais.
Febre do Rato
4.0 657"Podem calar a boca mas nunca a poesia!"
Tomboy
4.2 1,6K Assista AgoraA sensibilidade que o cinema francês consegue me despertar é incrível. Apenas uma palavra sobre esse filme: belíssimo.
Gainsbourg - O Homem que Amava as Mulheres
4.0 248alguém tem o link da trilha sonora, s'il vous plaît?
Gainsbourg - O Homem que Amava as Mulheres
4.0 248"acontece que a vida é um imprevisto contrário aos destinos".