Inopportune

Apesar de gostar do diretor, este é sem dúvidas um dos seus piores filmes. Nem mesmo a bela fotografia saturada recorrente do diretor é capaz de salvar esse filme do fiasco. O seu drama não se sustenta por ser desajustado, uma trama tão sem graça na qual naturalmente o espectador não cria expectativa nenhuma com seu desenrolar. Embora tente conversar sobre temas dignos e que precisam ser debatidos, o resultado final é uma direção pífia que parece que se perde no meio do caminho e não consegue extrair boas atuações, que param no melodrama não funcional. E talvez eu esteja sendo otimista, e a direção sempre esteve na verdade, perdida.

Com esse filme, cheguei a conclusão que o efeito manada precisa ser seriamente estudado. Trata-se de um filme que se julga brilhante, e qualquer pessoa com bom senso, verifica que o filme passa longe do seu alvo. Aliás, a obra é incapaz de prender o espectador, muito por conta do roteiro megalomaníaco de Tarantino que pelo menos aqui, está longe de sua melhor forma e de funcionar. É um filme extremamente desarticulado, constantemente desorientado que tenta se tornar confuso para parecer complexo. Um vexame.

Este filme se resume a uma palavra: tortura. É inacreditável ter pessoas defendendo esta obra, cuja experiência é tão maçante e vazia, que qualquer espectador normal sentiria mais exausto que tivesse corrido a são silvestre ao termina-la. Uma narrativa exageradamente contemplativa, que no fim, nem de longe se justifica. Os diálogos, até uma criança de 5 anos são capazes de escrever, em tom intelectual e fora de ritmo, o que provoca uma agonia inesquecível. Ficar 3 horas olhando pra parede, deve ser mais interessante, pois pode pelo menos aparecer um mosquito voando na sua frente. Como filme de terror, até funciona, por provocar choros, pesadelos e pânico. Mas claramente, não foi este o objetivo. Caso seja masoquista, você terá um bom entretenimento.