"Como retratar de forma inovadora algo que muitos conhecem?" Essa deveria ser a proposta do tão "esperado" Maleficent. Mas isso não foi atingido.
A produção busca, nos primeiros momentos, capturar a atenção do espectador com uma chuva de efeitos especiais aleatórios, que nada ornam com a personagem em cena, tão como com as próprias relações do cenário proposto: certos momentos, as cores em demasia podem até irritar, e não por se tratar de um semblante infantil, mas sim por um enfoque desnecessário.
Após as primeiras cenas, o desenrolar da trama se dá de forma superficial e desconexa, não fazendo muito sentido nos quesitos de motivação das ações. Um personagem precisa de "por que's", e os que interagem com este, também. Obviamente não é o que ocorre ao decorrer do longa, tudo muito jogado. Talvez um trabalho maior neste âmbito pudesse ter realçado o roteiro e evitar que muitos tivessem dormido na sala de cinema (algo que foi evitado por minha parte).
Não bastasse tantos contras, Angelina Jolie não fez uma de suas melhores atuações. Sua personagem busca o blasé e a frieza? Sim. Porém, a recepção de suas expressões e atitudes - neste caso, cito de forma nada subjetiva, que fique claro - parece apenas mal feita (mal no sentido de pouco enfatizado/encorporado); percebe-se uma estranha sensação de "vamos fazer isso logo, quero ir embora". As cenas de choro? Essas até recuso comentar.
Em contrapartida, as animações do mundo noturno se dão com bastante coesão entre si, e relacionam-se bem com a parte "crua" - seres humanos e seus figurinos. Além disso,as cenas em que Angelina Jolie mostra a maldade típica das vilãs de contos de fada, faz com certa maestria - não que isso exija muito, já que vilões ''a lá Disney'' são tão comuns e semelhantes que bastava ver outro filme qualquer e representar.
Por fim, a trama perde muito com desfechos simples, diálogos fracos, clímax previsível e atuações mornas. Vale ressaltar, porém, que os personagens secundários possuem bom contraste na história e conseguem, por vezes, lhe prender o olhar e esperar que algo relacionado a eles ocorra para salvar o filme. Pena que isso não foi aproveitado.
O filme de Stephan Lacant, que repassa ao espectador um ambiente comum dos que trabalham com instituições como a polícia, apresenta de forma mesclada entre o sútil e o agressivo, a relação que se cria entre as personagens de Hanno Koffler e Max Riemelt. A introdução de um rapaz - Borgmann - que se concebe como heterossexual na realidade contemporânea do mundo gay cis-gênero, faz com que o mesmo entre em conflito consigo mesmo, passando a questionar suas construções sobre as definições sexuais de forma arrasadora,
devido a atração pelo novo colega de trabalho Kay Engel. A retratação com duelos de aceitação, tão como o próprio disfarce de personalidade pós-descoberta, surge como um tufão, além, é claro, a cisão dentro do jogo de cores que impetuosamente rompem as cenas passadas em baladas, ou quando o jogo de câmera pressiona o personagem contra o enquadramento, causando uma simbologia à sua agonia e dúvida. Com prolongamentos dessas barreiras, o filme desenrola em chamativas situações rotineiras, que apesar de proporcionar, em alguns casos, um estilo quase fantasioso de ocorrer, prendem a atenção com uma espécie de interligação no típico sentimento de "e agora?", naquele que assiste o filme.
Malévola
3.7 3,8K Assista Agora"Como retratar de forma inovadora algo que muitos conhecem?" Essa deveria ser a proposta do tão "esperado" Maleficent. Mas isso não foi atingido.
A produção busca, nos primeiros momentos, capturar a atenção do espectador com uma chuva de efeitos especiais aleatórios, que nada ornam com a personagem em cena, tão como com as próprias relações do cenário proposto: certos momentos, as cores em demasia podem até irritar, e não por se tratar de um semblante infantil, mas sim por um enfoque desnecessário.
Após as primeiras cenas, o desenrolar da trama se dá de forma superficial e desconexa, não fazendo muito sentido nos quesitos de motivação das ações. Um personagem precisa de "por que's", e os que interagem com este, também. Obviamente não é o que ocorre ao decorrer do longa, tudo muito jogado. Talvez um trabalho maior neste âmbito pudesse ter realçado o roteiro e evitar que muitos tivessem dormido na sala de cinema (algo que foi evitado por minha parte).
Não bastasse tantos contras, Angelina Jolie não fez uma de suas melhores atuações. Sua personagem busca o blasé e a frieza? Sim. Porém, a recepção de suas expressões e atitudes - neste caso, cito de forma nada subjetiva, que fique claro - parece apenas mal feita (mal no sentido de pouco enfatizado/encorporado); percebe-se uma estranha sensação de "vamos fazer isso logo, quero ir embora". As cenas de choro? Essas até recuso comentar.
Em contrapartida, as animações do mundo noturno se dão com bastante coesão entre si, e relacionam-se bem com a parte "crua" - seres humanos e seus figurinos. Além disso,as cenas em que Angelina Jolie mostra a maldade típica das vilãs de contos de fada, faz com certa maestria - não que isso exija muito, já que vilões ''a lá Disney'' são tão comuns e semelhantes que bastava ver outro filme qualquer e representar.
Por fim, a trama perde muito com desfechos simples, diálogos fracos, clímax previsível e atuações mornas.
Vale ressaltar, porém, que os personagens secundários possuem bom contraste na história e conseguem, por vezes, lhe prender o olhar e esperar que algo relacionado a eles ocorra para salvar o filme. Pena que isso não foi aproveitado.
Queda Livre
3.6 591O filme de Stephan Lacant, que repassa ao espectador um ambiente comum dos que trabalham com instituições como a polícia, apresenta de forma mesclada entre o sútil e o agressivo, a relação que se cria entre as personagens de Hanno Koffler e Max Riemelt. A introdução de um rapaz - Borgmann - que se concebe como heterossexual na realidade contemporânea do mundo gay cis-gênero, faz com que o mesmo entre em conflito consigo mesmo, passando a questionar suas construções sobre as definições sexuais de forma arrasadora,
devido a atração pelo novo colega de trabalho Kay Engel. A retratação com duelos de aceitação, tão como o próprio disfarce de personalidade pós-descoberta, surge como um tufão, além, é claro, a cisão dentro do jogo de cores que impetuosamente rompem as cenas passadas em baladas, ou quando o jogo de câmera pressiona o personagem contra o enquadramento, causando uma simbologia à sua agonia e dúvida. Com prolongamentos dessas barreiras, o filme desenrola em chamativas situações rotineiras, que apesar de proporcionar, em alguns casos, um estilo quase fantasioso de ocorrer, prendem a atenção com uma espécie de interligação no típico sentimento de "e agora?", naquele que assiste o filme.