Junior

Vejo muitos comparando essa obra com Elephant, outro que segue o mesmo tema, porém no final, ambos são totalmente diferentes, e bons. Porém tenho que ressaltar, que as diferenças encontradas neste é que o assassino não é nomeado no filme. Mas sua história permanece importante ao longo do que é rodado em volta disso tudo.

O massacre de Montreal foi alimentado pela misoginia. O assassino era um anti-feminista, transformando seu preconceito em violência. O que é importante sobre o filme, tanto como ele representa o estresse pós-traumático dos alunos que estiveram presentes durante o ataque. Todos lidam com sus traumas pessoais de forma diferente. Polytechnique é menos sobre a tragédia em si, e mais focado em como a comunidade francesa tem tratado e como os mesmos refletiram sobre o incidente.

Quebec às vezes é vista como um microcosmo entro do Canadá. Um estado soberano que deseja separar e proclamar sua independência. Este é um filme que articula claramente dois sentimentos turbulentos: trauma e estresse. Não é um que se esconde atrás do patriotismo ou da repressão. Isso torna essas idéias universais. Ele se comunica com o resto dos canadenses, que todos eles sentem um profundo impacto por este evento, que devem se unir e serem fortes perante a ele.

Um filme realmente especial, com uma beleza tranquila sobre ele. Leva o seu tempo para iniciar de vez, mas o final enlaçou o meu coração de uma maneira tão calorosa. Os temas e símbolos podem não ser exatamente sutis, mas o tratamento do mesmo é elegantemente contido e gratificantemente inteligente. De fato, não é apenas outra mediocridade vencedora de um Oscar que foi muitíssimo merecido. A formosura imposta tanto na fotografia quanto no ambiente do filme me fez ficar arrepiado, posso dizer que é um dos que tem direito a ser lembrado para sempre na história do cinema por tão grandioso que és.

A trama é centrada em um ambiente de classe trabalhadora onde os trabalhadores são explorados por uma empresa de mineração. Como em Woman in the Dunes, há um sentimento inquietante em todo o filme, que vem da colisão de personagens com a dura realidade que a sociedade imperfeita os sujeita. O elemento sobrenatural é importante para o enredo de filmes, torna a alienação aparente de forma concreta. Na morte, os protagonistas despertam para um mundo com o qual não conseguem entrar em contato e, portanto, não podem ter um impacto e na vida isso foi representado por sua classe social. Minha coisa favorita sobre o filme é o uso de música, que na minha opinião dirige muito bem em um todo.

Otoshiana é um conto da conspiração mais astuta e engenhosa na terra dos sonhos - todos os personagens são descartáveis e usados por alguma força sinistra na obscura finalidade clandestina. Este drama de crime é desoladoramente surreal e completamente pós-moderno.