Embora os atores estejam muito bem e sejam fisicamente muito parecidos com as personagens (Marieta Severo, por exemplo, é a cópia fiel da Lucinha), o forte do filme está mesmo nas canções do Cazuza.
É covardia escolher uma entre tantas belas seqüências do filme. Então destaco duas: a luta de Marcel no ringue, enquanto Edith torce por ele na platéia ao som da lírica “Mon Dieu”; e a magnífica cena final quando ela canta no Olympia, “Non, Je Ne Regrette Rien”, a música que resume toda a sua vida. Se é cafona, se tem erros de continuação, se oculta alguns fatos, pouco importa, estamos diante de uma obra sobre emoções, filmado, dirigido e interpretado com muita paixão.
Rimbaud além de grande poeta era um adolescente inconseqüente, convencido e arrogante, que não se preocupava com a conseqüência dos seus atos. Já Verlaine tinha uma personalidade brutal e possessiva. A inteligência e rebeldia de um acaba despertando uma paixão avassaladora no outro. É justamente essa mistura explosiva de temperamentos entre os personagens e seu intenso relacionamento, que torna “Eclipse de uma Paixão” um filme digno de se ver.
Scott não deixa o filme cair na mesmice. Há sempre algo acontecendo que prende deliciosamente a atenção do espectador. Trata-se de uma agressiva resposta feminina a dominação masculina. Destaque pra fotografia e belíssimas locações do Grand Canyon. Além das ótimas Susan Sarandon e Geena Davis, o elenco conta com os coadjuvantes Brad Pitt (iniciando sua carreira) e do espetacular Harvey Keitel.
David Fincher faz um retrato perturbador da inquietação do homem moderno, que, a cada novo dia, percebe estar aquém das metas e dos ideais de realização estabelecidos por ele mesmo e pela sociedade em que vive. É o inconformismo, a angústia, o anseio, a inquietação, a insatisfação, o medo. É também um violento manifesto contra o capitalismo e o comunismo.
Com muita sensibilidade e sutileza, Ang Lee constrói um lindo e triste romance, impossibilitado pela sociedade conservadora e preconceituosa. O roteiro do longa é tão primoroso quanto a sua direção. A beleza esmagadora se faz presente desde as paisagens encantadoras do Wyoming e do Texas a trilha sonora country de Gustavo Santaoalla. Vale destacar as boas atuações do jovem elenco, principalmente do ator australiano Heath Ledger, que consegue passar toda a complexidade conflituosa de seu personagem, em sutis, porém expressivas expressões corporais e faciais. Ele é a grande surpresa do filme. Sua atuação com o mínimo de recursos e palavras é de fazer o queixo cair.
Tim Burton segue fiel a obra original, mas não deixa de adicionar o seu estilo inconfundível. Seja no campo visual, seja nas bizarrices da história, há sempre algo que nos faz lembrar a todo momento que esse é um filme burtiniano. Ele presta uma homenagem há alguns clássicos do cinema como "2001" de Kubrick e "Psicose" de Hitchcock, e recria facetas de "Edward: Mãos de Tesoura", uma de suas obras-primas. Destaques para a sempre boa trilha sonora de Danny Elfman, para os números musicais dos Oompa Loompas e para a gloriosa sequência do ataque dos esquilos. O único ponto negativo fica por conta de Charlie. Ele não consegue conquistar o público com sua bondade e quietude. Seu personagem poderia ser um pouco mais desenvolvido. Fora isso, "A Fántástica Fábrica de Chocolate" é um filme muito bem construido. Entretenimento garantido!
Esse filme é uma típica viagem lynchiana, com o enredo se tornando difuso e complexo. Para se ter uma idéia, cada personagem se desdobra em no mínimo duas personalidades. Para alguns o filme apresenta diversas leituras, para outros é simplesmente incompreensível. Quando se pensa ter compreendido algo, há uma reviravolta e volta-se ao estado inicial de confusão. Como num sonho, “Cidade dos Sonhos” não pede explicações. A atmosfera de suspense é mantida através de situações inusitadas e surpreendentes fazendo com que o espectador fique atento por quase duas horas e meia. Recomendo!
Embora se trate de um filme romântico e, obviamente, contenha algumas cenas previsíveis, Amantes versa sobre o amor de forma profunda e muito sincera. Mostra que nós, seres humanos apaixonados, não passamos de seres efêmeros e iludidos, sempre querendo algo que não existe além de nossa medíocre idealização amorosa. Imperdível para os amantes do gênero.
Os Idiotas é filme obrigatório para quem quer conhecer o Dogma 95 e aprecia radicalismos estéticos. É provável que a história seja apenas uma crítica à hipocrisia da sociedade. Nunca se sabe as reais intenções Lars Von Trier. Mas uma coisa é certa. A forma chama mais atenção do que o argumento em si. Realizado em vídeo e depois transposto para película cinematográfica, o filme tem aquela cara de VHS de casamento do colega do trabalho. Um aspecto amador que é reforçado propositadamente pelas falhas de continuidade e equipamentos expostos.
Em resumo, trata-se apenas de uma história sobre um homem comum que é empurrado violentamente em direção ao inevitável destino da morte. Mas há tantos detalhes significativos, interpretações marcantes e cenas memoráveis (algumas poéticas, outras grotescas), sem falar na primorosa trilha sonora assinada por Neil Young (por si só uma obra-prima) e, claro, uma fotografia em preto-e-branco deslumbrante (arte de Robby Muller, com forte influência de Ansel Adams), que Homem Morto se torna um filme obrigatório para qualquer amante do cinema.
A primeira vista poder-se-ia pensar tratar de mais um filme sobre vampiros e adolescentes, mas Deixa Ela Entrar, dirigido pelo sueco Tomas Alfredson, a partir de um roteiro assinado por John Ajvide Lindqvist, é bem diferente. Trata-se de uma história de amor e terror que graças a uma sutileza fora do normal consegue ser inteligente, poético e sangrento ao mesmo tempo. Corra e veja, antes que Hollywood lance a sua versão e domine os cinemas com mais uma típica história de vampiros.
Trata-se de um filme frio, vazio, sem dramaticidade alguma, que aborda temas polêmicos como adultério, homossexualidade, incesto e matricídio. Faltou acertar o tom da história. Por outro lado, Kalin caprichou na estética. O visual é bem cuidado, a começar pelo deslumbrante figurino. A fotografia é eficiente, os cortes e enquadramentos de muito bom gosto. No elenco, só mesmo Julianne Moore merece algum destaque. Em linhas gerais o filme não chega a ser ruim, mas fica muito aquém do que poderia ter sido.
O filme merece ser visto, sobretudo, pelo seu caráter experimental. No início do documentário a câmera de Tonacci surpreende ao retratar a vida familiar dos índios da floresta em sua plenitude. Ficção ou realidade? São índios de verdade, personagens reais, interpretando a si mesmos. Destaque para a fotografia preto e branco de Aluízio Raulino que abre e fecha o filme, representando o passado de Carapirú. Algumas imagens foram captadas pelos próprios personagens. Não há tradução melhor da cultura indígena e dos seus problemas e diferenças com o homem branco. Serras da Desordem é sem dúvida, um dos melhores filmes brasileiros da década.
Ninguém melhor que Pasolini, católico, homossexual e comunista, para levar às telas esse compêndio sobre a capacidade humana de perverter-se de todas as formas. Destaque para a o próprio Pasolini que interpreta o pintor Giotto, para a música de Ennio Morricone, para os requintes de cenografia, para as locações exóticas e para a mise-em-scènes mais elaborada que a dos filmes anteriores do cineasta italiano.
Cazuza: O Tempo Não Pára
3.6 977 Assista AgoraEmbora os atores estejam muito bem e sejam fisicamente muito parecidos com as personagens (Marieta Severo, por exemplo, é a cópia fiel da Lucinha), o forte do filme está mesmo nas canções do Cazuza.
Piaf - Um Hino ao Amor
4.3 1,1K Assista AgoraÉ covardia escolher uma entre tantas belas seqüências do filme. Então destaco duas: a luta de Marcel no ringue, enquanto Edith torce por ele na platéia ao som da lírica “Mon Dieu”; e a magnífica cena final quando ela canta no Olympia, “Non, Je Ne Regrette Rien”, a música que resume toda a sua vida. Se é cafona, se tem erros de continuação, se oculta alguns fatos, pouco importa, estamos diante de uma obra sobre emoções, filmado, dirigido e interpretado com muita paixão.
Eclipse de uma Paixão
3.6 221 Assista AgoraRimbaud além de grande poeta era um adolescente inconseqüente, convencido e arrogante, que não se preocupava com a conseqüência dos seus atos. Já Verlaine tinha uma personalidade brutal e possessiva. A inteligência e rebeldia de um acaba despertando uma paixão avassaladora no outro. É justamente essa mistura explosiva de temperamentos entre os personagens e seu intenso relacionamento, que torna “Eclipse de uma Paixão” um filme digno de se ver.
Thelma & Louise
4.2 967 Assista AgoraScott não deixa o filme cair na mesmice. Há sempre algo acontecendo que prende deliciosamente a atenção do espectador. Trata-se de uma agressiva resposta feminina a dominação masculina. Destaque pra fotografia e belíssimas locações do Grand Canyon. Além das ótimas Susan Sarandon e Geena Davis, o elenco conta com os coadjuvantes Brad Pitt (iniciando sua carreira) e do espetacular Harvey Keitel.
Clube da Luta
4.5 4,9K Assista AgoraDavid Fincher faz um retrato perturbador da inquietação do homem moderno, que, a cada novo dia, percebe estar aquém das metas e dos ideais de realização estabelecidos por ele mesmo e pela sociedade em que vive. É o inconformismo, a angústia, o anseio, a inquietação, a insatisfação, o medo. É também um violento manifesto contra o capitalismo e o comunismo.
O Segredo de Brokeback Mountain
3.9 2,2K Assista AgoraCom muita sensibilidade e sutileza, Ang Lee constrói um lindo e triste romance, impossibilitado pela sociedade conservadora e preconceituosa. O roteiro do longa é tão primoroso quanto a sua direção. A beleza esmagadora se faz presente desde as paisagens encantadoras do Wyoming e do Texas a trilha sonora country de Gustavo Santaoalla. Vale destacar as boas atuações do jovem elenco, principalmente do ator australiano Heath Ledger, que consegue passar toda a complexidade conflituosa de seu personagem, em sutis, porém expressivas expressões corporais e faciais. Ele é a grande surpresa do filme. Sua atuação com o mínimo de recursos e palavras é de fazer o queixo cair.
A Fantástica Fábrica de Chocolate
3.7 2,2K Assista AgoraTim Burton segue fiel a obra original, mas não deixa de adicionar o seu estilo inconfundível. Seja no campo visual, seja nas bizarrices da história, há sempre algo que nos faz lembrar a todo momento que esse é um filme burtiniano. Ele presta uma homenagem há alguns clássicos do cinema como "2001" de Kubrick e "Psicose" de Hitchcock, e recria facetas de "Edward: Mãos de Tesoura", uma de suas obras-primas. Destaques para a sempre boa trilha sonora de Danny Elfman, para os números musicais dos Oompa Loompas e para a gloriosa sequência do ataque dos esquilos. O único ponto negativo fica por conta de Charlie. Ele não consegue conquistar o público com sua bondade e quietude. Seu personagem poderia ser um pouco mais desenvolvido. Fora isso, "A Fántástica Fábrica de Chocolate" é um filme muito bem construido. Entretenimento garantido!
Cidade dos Sonhos
4.2 1,7K Assista AgoraEsse filme é uma típica viagem lynchiana, com o enredo se tornando difuso e complexo. Para se ter uma idéia, cada personagem se desdobra em no mínimo duas personalidades. Para alguns o filme apresenta diversas leituras, para outros é simplesmente incompreensível. Quando se pensa ter compreendido algo, há uma reviravolta e volta-se ao estado inicial de confusão. Como num sonho, “Cidade dos Sonhos” não pede explicações. A atmosfera de suspense é mantida através de situações inusitadas e surpreendentes fazendo com que o espectador fique atento por quase duas horas e meia. Recomendo!
Uma Mulher Sob Influência
4.3 159 Assista AgoraO que é aquela cena dos meninos querendo proteger a mãe das agressões do pai? Nunca o instinto filial fora tão bem representado.
Amantes
3.5 340Embora se trate de um filme romântico e, obviamente, contenha algumas cenas previsíveis, Amantes versa sobre o amor de forma profunda e muito sincera. Mostra que nós, seres humanos apaixonados, não passamos de seres efêmeros e iludidos, sempre querendo algo que não existe além de nossa medíocre idealização amorosa. Imperdível para os amantes do gênero.
Os Idiotas
3.5 283 Assista AgoraOs Idiotas é filme obrigatório para quem quer conhecer o Dogma 95 e aprecia radicalismos estéticos. É provável que a história seja apenas uma crítica à hipocrisia da sociedade. Nunca se sabe as reais intenções Lars Von Trier. Mas uma coisa é certa. A forma chama mais atenção do que o argumento em si. Realizado em vídeo e depois transposto para película cinematográfica, o filme tem aquela cara de VHS de casamento do colega do trabalho. Um aspecto amador que é reforçado propositadamente pelas falhas de continuidade e equipamentos expostos.
Homem Morto
3.8 203 Assista AgoraEm resumo, trata-se apenas de uma história sobre um homem comum que é empurrado violentamente em direção ao inevitável destino da morte. Mas há tantos detalhes significativos, interpretações marcantes e cenas memoráveis (algumas poéticas, outras grotescas), sem falar na primorosa trilha sonora assinada por Neil Young (por si só uma obra-prima) e, claro, uma fotografia em preto-e-branco deslumbrante (arte de Robby Muller, com forte influência de Ansel Adams), que Homem Morto se torna um filme obrigatório para qualquer amante do cinema.
Deixa Ela Entrar
4.0 1,6KA primeira vista poder-se-ia pensar tratar de mais um filme sobre vampiros e adolescentes, mas Deixa Ela Entrar, dirigido pelo sueco Tomas Alfredson, a partir de um roteiro assinado por John Ajvide Lindqvist, é bem diferente. Trata-se de uma história de amor e terror que graças a uma sutileza fora do normal consegue ser inteligente, poético e sangrento ao mesmo tempo. Corra e veja, antes que Hollywood lance a sua versão e domine os cinemas com mais uma típica história de vampiros.
Pecados Inocentes
3.3 286Trata-se de um filme frio, vazio, sem dramaticidade alguma, que aborda temas polêmicos como adultério, homossexualidade, incesto e matricídio. Faltou acertar o tom da história. Por outro lado, Kalin caprichou na estética. O visual é bem cuidado, a começar pelo deslumbrante figurino. A fotografia é eficiente, os cortes e enquadramentos de muito bom gosto. No elenco, só mesmo Julianne Moore merece algum destaque. Em linhas gerais o filme não chega a ser ruim, mas fica muito aquém do que poderia ter sido.
Serras da Desordem
4.2 32O filme merece ser visto, sobretudo, pelo seu caráter experimental. No início do documentário a câmera de Tonacci surpreende ao retratar a vida familiar dos índios da floresta em sua plenitude. Ficção ou realidade? São índios de verdade, personagens reais, interpretando a si mesmos. Destaque para a fotografia preto e branco de Aluízio Raulino que abre e fecha o filme, representando o passado de Carapirú. Algumas imagens foram captadas pelos próprios personagens. Não há tradução melhor da cultura indígena e dos seus problemas e diferenças com o homem branco. Serras da Desordem é sem dúvida, um dos melhores filmes brasileiros da década.
Decameron
3.8 79Ninguém melhor que Pasolini, católico, homossexual e comunista, para levar às telas esse compêndio sobre a capacidade humana de perverter-se de todas as formas. Destaque para a o próprio Pasolini que interpreta o pintor Giotto, para a música de Ennio Morricone, para os requintes de cenografia, para as locações exóticas e para a mise-em-scènes mais elaborada que a dos filmes anteriores do cineasta italiano.