Ivana

Eu adorei a forma como o documentário foi dirigido, tanto é que consegui devorá-lo. Ele me despertou inúmeros sentimentos ambivalentes sobre todos os envolvidos, incluindo a Sally e o Ray.
Acredito que a Sally foi uma mulher a frente do tempo: sustentava a casa sozinha, dava seus pulos pra conseguir dinheiro. Não se deixava abalar pelos outros, muito pelo contrário: ela subvertia o lugar que colocam as mulheres como frágeis e submissas. Ela era dona de si, exceto quando se tratava de seu relacionamento, pois não sabia lidar com o mesmo e, como sabemos, relacionamento tóxico tem essa coisa de prender e cegar a pessoa, fazendo com que ela ature e normalize diversas formas de violência. Sabe-se lá Deus porquê Sally matou Ray, acho que foi um misto de muitas coisas que só ela mesma sabe...
Enfim, recomendo demais que assistam.

Bem filme de sessão da tarde, até na trilha sonora. Filme bem rasinho. Conseguiu entreter em alguns momentos, mas o drama dele não me cativou. Previsível demais, pois tudo dá certo - como se na vida fosse dessa forma, rs.
Atenção pra fotografia que é linda. E só.

Eu amo como os filmes tchecos são surreais. A cena na beira da praia com um balaústre deslocado e a areia branca, remetem a um sonho. Por ser um filme da década de 70, fiquei imaginando como foram gravadas as cenas no fundo do mar, aí vi um comentário que falava que foram gravadas num parque de rochas e usaram stop motion pra dar essa sensação de que as pessoas estavam embaixo d'água.
Eu amo assistir esses filmes porque parece que você está eternamente em um sonho.
Assistam, vale muito a pena e tem no Youtube legendado em inglês.