anjo(ão)

a sensibilidade desse aqui é fora do comum, tudo aqui tem vida própria, energia. amo demais essa desconstrução da ideia de musa x artista, da discussão sobre a arte com vida (ou seja, um retrato em chamas), da intimidade do casal que progride nas palavras e nos gestos e de como as coisas caminham num ritmo peculiar e único, que não soa nem acelerado nem devagar. é tudo natural, realmente como se algo pegasse fogo até só restarem cinzas (não com uma ideia negativa, mas como o que sobrou depois das chamas e do consumir). tem coisas mais explícitas como as diversas cenas com chamas x cenas com água, mas de maneira alguma isso é algo negativo; pra mim, é mais uma característica que reforça a imagem e simbologia do filme do que um didatismo ou exibicionismo etc.

fora o casal, acho um filme bem legal de assistir. queria que fosse um pouco mais comédia, gosto demais da ideia do espírito que dá mortal e arranca ventilador. no geral, divertidinho e sem mt coisa além fora o básico.

gostei desse. a narrativa transita com fluidez entre gêneros e utiliza diversas técnicas (algumas datadas, outras não), o que ajuda a dinamizar a história. começar pela última cena também ajuda no suspense, mas acho que quebra um pouquinho quando chega no final. a trama em si é mt mt mt boa e amei a química entre as atrizes (apesar da diferença no nível de atuação ter sido um pouco demais pra mim). enfim, é daqueles que amei ter assistido e me pergunto como nunca tinha ouvido falar. mt mt mt bom