Uma coisa que não tenho dúvidas: deixar essa narrativa em aberto foi uma grande escolha. A múltipla possibilidade de leitura desse filme abriu um espaço na minha mente desde que assisti ele. Entre elas penso com frequência em uma. Esse é um filme sobre produção de modos de vida (ou de subjetividades). Sobre quão patológico consegue ser essa falsa aparência de arbítrio. Segui essa pista por algo que me chamou muita atenção por toda a primeira parte do filme: A escolha de afastar a câmera quase transformando essas vidas em miniaturas. Das personagens apenas a voz enquadrada pela geometria da vida que levam. As mídias durante todo o filme também ligaram esse estado de alerta. Comunicam de um estado de urgência, falência e transformação. A câmera só toma intimidade com os atores quando o psiquiatra pergunta o que tem dentro. E a partir disso a narrativa toma outro rumo, mas ainda no mesmo eixo: sujeito e subjetividades. Acho que ainda tem muita pista pra seguir e nem todas elas levam pra o mesmo lugar e acho que foi nisso que esse filme, em específico, me ganhou.
Eu tenho certeza que não entendi todo o filme, especialmente do meio pro final, mas fiquei feliz de ter visto ele depois de muitos dias de overthink sobre possibilidades e (justamente) como qualquer decisão poderia alterar tudo. Foi bom pensar que no final das contas nada disso realmente importa. Foi bom pensar que talvez o certo seja não levar nada tão a sério. Ver onde tudo que dá errado pode levar. Senti uma grande empatia por Evelyn, me vi um pouco na relação com o pai, a cobrança, o não ser muito boa em nada especifico e deixar coisas pelo meio do caminho. E acho que tudo isso fez esse filme bater muito certo aqui.
Eu não sou um grande fã de musicais, mas fiquei totalmente impactado com esse. As composições são tudo. Tem uma acidez gostosa de assistir, tem humor e diálogos importantes, cenas que permanecem atuais e necessárias.
O primeiro filme que assisto com a Elizabeth Taylor e já me deu vontade de ver mais coisas dela. Não me chocou que quase faliu o estúdio. A cena da entrada de Cleópatra em Roma deve ficar na minha memória por um bom tempo. É grandiosa. Achei que seria difícil de assistir um filme tão longo, mas me senti atraído pelo magnetismo da personagem, queria saber o que ela ia fazer a seguir, como ela iria aparecer, o que ia falar. A trilha sonora, os cenários, os figurinos, a fotografia. Tudo tão bem orquestrado.
Achei a trilha sonora insuportável, levava as cenas pra umas emoções contraditórias. O roteiro parece que foi tirado de dentro da minha cabeça: mudança repentina de enredo sem sentido e necessidade, furos, coisas soltas etc. Atuações médias no geral. Felizmente Javier e Penélope entregaram em algumas cenas, mas no todo acho que rolou uma direção meio "errada" pra algumas cenas.
Ser morto por um presunto, é mesmo possível??? A mãe consolando o amante depois de ter matado seu filho me deixou bem "???". O beijo aleatório do ex-sogro e ela nunca ter descoberto o caso da mãe com o ex, entre outras situações soltas que num tavam contando nada na totalidade do roteiro e que num deram em nada e tudo bem, mas talvez tenha desperdiçado a chance de ser um filme bem melhor.
Me senti transportado pra algum momento entre os anos 90 e 00, assistindo um filminho de sessão da tarde. Todos os clichês tão lá: o concurso, o plano do golpista, a herança, o passeio nas lojas em beverly hills. Tudo. Salvou minha cabecinha num momento de estresse fodido, amei demais.
Talvez um bom paralelo pra a leitura desse filme sejam os livros Encantamento: sobre política de vida, do Luiz Antonio Simas e Pele negra, máscaras brancas, do Franz Fanon (especialmente em relação ao pai). Ao longo do filme me peguei muitas vezes pensando nessas leituras.
O que perderam as pessoas de cor ao longo dos processos de colonização ao redor do mundo e o que se passa a ser produzido a seguir? O que reverbera como desejo e como lidam com essas formas de viver nesse panorama colonizado e depois neoliberal?
Muitas cenas salientam essas discussões. A língua que precisa ser desaprendida. As crenças e cosmovisão que precisam ser deixadas. Mas elas me vieram especialmente nos encontros de Weljo e Kenza.
Uma delas a que eles vão a um museu e ele pergunta por que teria que pagar pra acessar a cultura dele.
Como aconteceu em muitos lugares do mundo, onde as manifestações de arte eram primeiramente destratadas e em seguida roubadas para pertencerem então a museus europeus.
Acho que o filme se perde um pouco em questão de roteiro (ou minha forma de assistir e analisar ainda está muito condicionada por ideais colonizados?). A condução de algumas questões que se mantém ocultas até certo momento quando poderiam talvez dar uma crescente ao clima do filme e mais intensidade ao final.
Mas no geral pra mim é como se ao longo do filme estivessem acontecendo pequenas insurreições, pequenos desvios nessa tentativa de normalizar a vida. E isso é provavelmente o melhor do filme.
Planeta Terror
3.7 1,1Kpatético, amei
The White Lotus (2ª Temporada)
4.2 346 Assista AgoraTanya, te amo
Não! Não Olhe!
3.5 1,3K Assista Agora"Eu jogarei imundície sobre você, e a tratarei com desprezo; farei de você um espetáculo" - Naum 3:6
Mal do Século
3.6 98 Assista AgoraUma coisa que não tenho dúvidas: deixar essa narrativa em aberto foi uma grande escolha. A múltipla possibilidade de leitura desse filme abriu um espaço na minha mente desde que assisti ele. Entre elas penso com frequência em uma. Esse é um filme sobre produção de modos de vida (ou de subjetividades). Sobre quão patológico consegue ser essa falsa aparência de arbítrio. Segui essa pista por algo que me chamou muita atenção por toda a primeira parte do filme: A escolha de afastar a câmera quase transformando essas vidas em miniaturas. Das personagens apenas a voz enquadrada pela geometria da vida que levam. As mídias durante todo o filme também ligaram esse estado de alerta. Comunicam de um estado de urgência, falência e transformação. A câmera só toma intimidade com os atores quando o psiquiatra pergunta o que tem dentro. E a partir disso a narrativa toma outro rumo, mas ainda no mesmo eixo: sujeito e subjetividades. Acho que ainda tem muita pista pra seguir e nem todas elas levam pra o mesmo lugar e acho que foi nisso que esse filme, em específico, me ganhou.
Shiva Baby
3.8 261 Assista Agoratem uns dias que a pessoa tá só a Danielle
A Vingança de Jennifer
3.4 343a vingança podia ser mais lenta
Titane
3.5 391 Assista AgoraEsse filme me lembrou muito o Manifesto ciborgue de Donna Haraway. E senti que no filme todo há a latência de um comentário sobre a existência Queer.
Tudo em Todo O Lugar ao Mesmo Tempo
4.0 2,1K Assista AgoraEu tenho certeza que não entendi todo o filme, especialmente do meio pro final, mas fiquei feliz de ter visto ele depois de muitos dias de overthink sobre possibilidades e (justamente) como qualquer decisão poderia alterar tudo. Foi bom pensar que no final das contas nada disso realmente importa. Foi bom pensar que talvez o certo seja não levar nada tão a sério. Ver onde tudo que dá errado pode levar. Senti uma grande empatia por Evelyn, me vi um pouco na relação com o pai, a cobrança, o não ser muito boa em nada especifico e deixar coisas pelo meio do caminho. E acho que tudo isso fez esse filme bater muito certo aqui.
O Homem de Palha
4.0 483 Assista AgoraTava esperando pouco, fiquei bastante entretido por um católico aterrorizado
Invocação do Mal
3.8 3,9K Assista Agorapela fama esperava bem mais hehe
Efeito Borboleta
4.0 2,9K Assista Agorapeguei depressão
Legendary (3ª Temporada)
4.0 23Juicy Couture simplesmente a maior casa a pisar nesse palco, sem mas
Hedwig: Rock, Amor e Traição
4.2 256Eu não sou um grande fã de musicais, mas fiquei totalmente impactado com esse. As composições são tudo. Tem uma acidez gostosa de assistir, tem humor e diálogos importantes, cenas que permanecem atuais e necessárias.
Cleópatra
4.0 312 Assista AgoraO primeiro filme que assisto com a Elizabeth Taylor e já me deu vontade de ver mais coisas dela. Não me chocou que quase faliu o estúdio. A cena da entrada de Cleópatra em Roma deve ficar na minha memória por um bom tempo. É grandiosa. Achei que seria difícil de assistir um filme tão longo, mas me senti atraído pelo magnetismo da personagem, queria saber o que ela ia fazer a seguir, como ela iria aparecer, o que ia falar. A trilha sonora, os cenários, os figurinos, a fotografia. Tudo tão bem orquestrado.
Jámon, Jámon
3.6 59Achei a trilha sonora insuportável, levava as cenas pra umas emoções contraditórias. O roteiro parece que foi tirado de dentro da minha cabeça: mudança repentina de enredo sem sentido e necessidade, furos, coisas soltas etc. Atuações médias no geral. Felizmente Javier e Penélope entregaram em algumas cenas, mas no todo acho que rolou uma direção meio "errada" pra algumas cenas.
Ser morto por um presunto, é mesmo possível??? A mãe consolando o amante depois de ter matado seu filho me deixou bem "???". O beijo aleatório do ex-sogro e ela nunca ter descoberto o caso da mãe com o ex, entre outras situações soltas que num tavam contando nada na totalidade do roteiro e que num deram em nada e tudo bem, mas talvez tenha desperdiçado a chance de ser um filme bem melhor.
Táxi Para o Banheiro
3.5 33"Poderíamos fazer algo mais que simplesmente repetir tudo?"
JoJo's Bizarre Adventure: Stone Ocean (5ª Temporada)
4.1 33 Assista AgoraA narrativa e o ritmo desse arco tá tudo! Agora muito curioso com o restante do arco e não sei quando vem aí. Alguém tem notícia?
Love
3.5 883pornô cult. Mas que vontade de ***** Karl Glusman e ***** **** e ***** *** ***** ** ***** ****
Betty (1ª Temporada)
4.2 29Como cancela um cristal desse, caras?
Legalmente Loira
3.1 759 Assista Agoramulher, eu chorando com ela resolvendo o caso foi o auge da minha vida
Big Little Lies (2ª Temporada)
4.2 480Quem não gostou dessa temporada tava muito doida
Ricas e Gloriosas
2.6 56Me senti transportado pra algum momento entre os anos 90 e 00, assistindo um filminho de sessão da tarde. Todos os clichês tão lá: o concurso, o plano do golpista, a herança, o passeio nas lojas em beverly hills. Tudo. Salvou minha cabecinha num momento de estresse fodido, amei demais.
Buladó
3.1 3Talvez um bom paralelo pra a leitura desse filme sejam os livros Encantamento: sobre política de vida, do Luiz Antonio Simas e Pele negra, máscaras brancas, do Franz Fanon (especialmente em relação ao pai). Ao longo do filme me peguei muitas vezes pensando nessas leituras.
O que perderam as pessoas de cor ao longo dos processos de colonização ao redor do mundo e o que se passa a ser produzido a seguir? O que reverbera como desejo e como lidam com essas formas de viver nesse panorama colonizado e depois neoliberal?
Muitas cenas salientam essas discussões. A língua que precisa ser desaprendida. As crenças e cosmovisão que precisam ser deixadas. Mas elas me vieram especialmente nos encontros de Weljo e Kenza.
Uma delas a que eles vão a um museu e ele pergunta por que teria que pagar pra acessar a cultura dele.
Acho que o filme se perde um pouco em questão de roteiro (ou minha forma de assistir e analisar ainda está muito condicionada por ideais colonizados?). A condução de algumas questões que se mantém ocultas até certo momento quando poderiam talvez dar uma crescente ao clima do filme e mais intensidade ao final.
Mas no geral pra mim é como se ao longo do filme estivessem acontecendo pequenas insurreições, pequenos desvios nessa tentativa de normalizar a vida. E isso é provavelmente o melhor do filme.
RuPaul's Drag Race: All Stars (5ª Temporada)
3.8 103Muito ruim a temporada, mas felizmente Shea Coulee