Os heróis têm bastante tempo para desenvolver suas tramas. Há espaço para cada um justificar sua importância. Da mesma forma, a ameaça do vilão Lobo da Estepe é mais consistente.
Gostei bastente de como brinca com nossas preocupações, de como perdemos tempo e deixamos coisas boas de lado para procurar sentido na vida. Ainda assim, acredito que poderiam ter explorado mais esse lado de descobertas e percepções.
(...) O filme tem ótima ambientação, com fotografia e direção provocadoras. Você fica nervoso pelo que pode ou não acontecer no lugar. Tudo parece muito suspeito. Não há jump scare comum, mas uma atmosfera de medo a cada passo. (...) Mais em: @cinelado
Sonic tinha tudo para ser genérico, mas nao é. Visual e propositalmente previsível, ele entrega mais que um filme divertido. O longa se diferencia pelas boas referências aos jogos do ouriço azul. A trilha, as flores e o design noventista da SEGA aparece aqui e ali.
A narrativa também usa muito bem algumas piadas, assim como a dublagem brasileira. Humanizam o personagem e você se importa com o Sonic. Isso é um ponto positivo.
O filme tem seu lado família, mas não esquece dos fãs e da nostalgia. O jeito de derrotar o "chefão" é o mesmo. Parece que você voltou a jogar e nem percebeu, especialmente nesta cena.
Jim Carrey está incrível como #Robotnik. O figurino, as caretas e o andar são singulares e muito bons. Tom (James Marsden) tem sua importância na narrativa. No entanto, o roteiro poderia ter arriscado mais. No que arriscou, foi bem.
Que suspense! O Homem Invisível me fez relembrar o porquê de gostar tanto do gênero. Na história, Cecília (Elisabeth Moss) tenta fugir do marido abusador, Adrian Griffin (Oliver Jackson-Cohen de A Maldição da Residência Hill). O suspense não está atrelado necessariamente ao terror. Mas aqui eles conversam muito bem. Você sabe só pelo título do que se trata a história e isso em nenhum momento tira a graça da trama. Alem de ser um remake do clássico de 1933.
Há ótimas situações de preparação e quase sustos para que tenha viradas muito boas. A direção de Leigh Whannell te engana e surpreende. Usa o cenário para te perguntar se tem ou não alguém ali. Isso te incomoda. Em algumas cenas, você espera o susto ou ação do personagem. Leigh vem e te fala que não é bem assim. E isso é ótimo para te provocar.
Elisabeth Moss está incrível como sempre. Ela interage literalmente com o nada às vezes e você acredita em tudo aquilo. E ela tem uma força no meio do drama da violência que sofre. Você sabe que é um filme de suspense e terror e, especialmente, sobre crítica à violência doméstica e abuso no relacionamento.
O filme é tecnicamente muito bom - direção de Arte, efeitos e trilha. No entanto, há alguns problemas de ritmo que parecem alongar o filme. E você acaba relaxando quando não deve. Nada que atrapalhe.
É um longa que entra para o hall do gênero, das produções críticas de Jordan Peele ao terror sobrenatural de James Wan.
Um filme de adrenalina. Poderia ser um pouco menor, mas vale a pena. O visual da época é muito bonito. As cenas de corridas são incríveis, prendem sua atenção e te fazem torcer junto.
Matt Damon vive muito bem Shelby. É muito bom ver a parceria com Christian Bale. Bale faz um Ken Miles afetado precisamente e impecável.
O longa fala mais do que pensamos. É sobre corrida, mas especialmente sobre o corporativismo por trás dos motores. Das estratégias e sujeira ali espreitando. Para quem não é fã do tema, vale pela forma que é contada. A experiência sensorial da velocidade é perceptível e esse olhar da guerra entre as empresas é curioso.
Com visual incrível, Link Perdido fala sobre pertencer. Na história, o pé-grande quer encontrar seus parentes Iétis. Para isso, atrai um aventureiro que possa ajudá-lo.
Os dois personagens, Mr. LInk e Sir Lionel Frost, querem pertencer a lugares e grupos pela simples questão de afinidade, semelhanças. Mas a animação aponta outras opções. Como pertencer está ligado ao fato de receber e respeitar o diferente. Tanto um quanto o outro têm mais em comum do que imaginam. E não é o fator físico.
A trama é simples. Mas é tão bonita, tão bem feita. #Stopmotion um espetáculo. Os planos são belas paisagens. Você consegue perceber a textura dos ambientes e personagens, as roupas. Mistura de tecidos, madeira e outros materiais. As piadas, as ações dos personagens muito bem colocadas. É inteligente, espirituosa e diverte adultos também. O final é simples. Mas tudo vale a pena!
Um filme forte. Mulheres que realmente são adoráveis. A história, que adapta o livro (Little Woman), fala sobre as aspirações femininas de uma família que tem o pai na Guerra Civil americana.
É um enredo sobre inspiração. Como mulheres podem se inspirar uma nas outras e isso torna o filme muito intenso. São emoções e situação que mostram como o longa é atemporal, de um jeito diferente, mas é.
O elenco maravilhoso. Emma Watson (Meg), Saoirse Ronan (Jo), Eliza Scanlen (Beth) e Florence Pugh (Amy) têm uma química fraternal incrível. Cada uma com sua personalidade e sonhos. Por mais diferentes que sejam, elas estão juntas.
A mãe Marmee March, vivida por Laura Dern carrega esses sonhos no colo, dando a liberdade necessária para as filhas buscarem seus caminhos, além de casamentos. Timothée Chalamet, o pentelho Laurie Laurence é outro destaque.
O figurino é um dos acertos técnicos. A ambientação é muito bonita e poética para o texto adaptado e profundo. Você vai chorar e rir. É tocante e necessário. A direção de Greta Gerwig merecia ser lembrada no Oscar.
Não é apenas um filme de guerra. Quando se fala sobre experiência cinematográfica, esse filme pode justificar. Ele preenche a tela da melhor forma possível.
A trama é sobre dois soldados que precisam levar uma mensagem para o outro lado amigo e evitar uma armadilha alemã em Primeira Grande Guerra. Simples, mas toda trajetória tem certa complexidade. Os personagens Schofield (George MacKay) e Blake (Dean-Charles Chapman) são quase literalmente maratonistas. Um Indiana Jones militar.
A começar falando da Fotografia perfeita de 1917. Você vê beleza no drama da guerra, naquela destruição. As cidades, os muros, os mortos estão em cena, contam a história como os personagens. A luz é de uma beleza mágica. No escuro, nas explosões, no fogo. Junto com a Direção de Arte cinzenta, suja e novamente muito linda. São efeitos visuais e sons que merecem todos os prêmios técnicos.
Mais um filme que mostra como o trabalho da equipe técnica é importante, é real e pode ser tão brilhante quanto o elenco e o roteiro.
A direção de Sam se arrisca, faz a diferença. O plano sequência é muito bem usado, sem vertigem ou coisas desnecessárias. Sim, tem cortes invisíveis, é óbvio. Mas está tudo muito bem feito, com transições coerentes.
Acredito que seja o mais premiado do Oscar deste ano. Faz o tipo da academia, mas isso não o torna meramente um queridinho qualquer. É muito bom e merece.
História de Um Casamento é um filme de atuações. Feito para gente se arrepiar, sentir cada momento do casal em processo de divórcio. A trama gira em torno de Charlie (Adam Driver) e Nicole (Scarlett Johansson) que decidiram se separar, porém com um filho que torna tudo bem mais complexo.
O casamento em si é contado pelos dois lados, de como tudo foi se desgastando, gostos, vontades e ambições. Como o em comum se tornou em atos de imposição, mais em texto do quem em imagem, o que dá mais brilho para os atores.
Logo na abertura do filme, temos uma apresentação delicada sobre o dilema. E isso é o começo do desgaste financeiro, jurídico e emocional que todos envolvidos acabam sofrendo. Aqui e na vida real, o tempo pode curar, mas também pode fazer doer mais. O processo de divórcio é um personagem em si. Laura Dern vive a advogada Nora. Está ótima, como um alívio quase cômico, sagaz.
Adam e Scarlett estão incríveis. Em determinado momento, é de emocionar com as atuações que entregam. Tão reais e comoventes. São sentimentos diversos que saltam à tela.
Uma história de amor e de uma mão decepada em uma jornada de busca do seu corpo. A premissa é incomum, mas que traz uma enorme sensibilidade.
O filme começa estranho e meio arrastado, porém logo você embarca sem se arrepender. É uma animação mais adulta, então as cenas são mais tensas. Por outro lado, a direção é sensível, com planos mais fechados, justamente para te levar para dentro da trama e entender o que cada personagem vive.
A mão é um personagem por si só, então os ângulos, os traços e as escolhas narrativas a tratam assim. É uma animação que fala dos nossos sentidos, da mecânica do corpo e do toque. A fotografia é muito linda, buscando sempre nos situar do porquê dos enquadramentos. Nesse sentido, a história fala de destino, de juventude e de amor, das nossas conexões.
Jojo Rabbit é uma sátira inteligente. Corajoso, mas que se sai muito bem. O filme conta a história de um garoto, Jojo (Roman Griffin Davis), que vive na Alemanha nazista. Um “apaixonado” pela política de Hitler, mas que descobre uma judia escondida na sua própria casa. Lendo a sinopse você até pensa que vai contar tudo do mesmo jeito de sempre. Mas nem pensar.
O diretor Taika Waititi tem escolhas maravilhosas e até leves de mostrar como o nazismo era. Você entende todo o idiotismo das ações da ideologia. Como a sociedade alemã defensora estava cega e fazia coisas realmente absurdas. A construção de inimigos, inventando desculpas para tal, pintando criaturas e fantasias para que todo seu simples ódio fosse justificado. E o longa mostra isso da maneira mais infantil e cômica possível. Você se pega rindo, em determinados momentos, justamente pelo jeito que se conta.
A figura de Hitler é imaginária, na cabeça de Jojo, um amigo que não existe, fruto novamente de seu fanatismo. Mas esse amigo, mais uma função que diretor Taika assume, tem todo trejeito do líder nazista.
O elenco está incrível. Taika e o pequeno Roman funcionam muito bem. Scarlett Johansson mereceu sua indicação para Melhor Atriz Codjuvante. Ela faz uma mãe delicada e firme. Mas destaco duas grandes figuras - Capitão Klenzendorf e o amigo de Jojo, Yorki – vividos por Sam Rockwell e Archie Yates, respectivamente. O capitão é a figura de falsa-moralidade, que te faz questionar e rir ao mesmo tempo. Já o pequeno Yorki é uma fofura em cena. Você ri das suas falas, de cada pedaço de caminho que anda, soltando frases maravilhosas. Já a jovem Elsa Korr, vivida pela ótima Thomasin McKenzie, te lembra o terror que a época foi e por que esse filme é necessário, com momentos mais tensos.
Tecnicamente, a fotografia é ótima. No entanto, a direção de arte, assinada por Ra Vincent e Nora Sopková, é espetacular e se destaca. Cada cor, objeto em cena e cenário tornam tudo mais lúdica e menos pesado. Um sorriso impresso naquela tristeza.
Taika conseguiu fazer algo realmente bom, tornar algo tão macabro na nossa história em algo mais leve, importante e crítico, mas soando como deve soar – uma vergonha.
Parasita é realmente tudo isso. As viradas e os detalhes de roteiro justificam todo falatório. O filme começa mostrando uma família falida que quer vencer na vida pura e simplesmente. Mas o texto vai se contorcendo em cada cena e na metade do filme você percebe que não sabe para onde A Grande Família Coreana vai naquela história. Nosso senso criativo até tenta.
O elenco tem uma sintonia mafiosa e que funciona muito bem. A parte rica é tão boa quanto. Todos amarrados naquela trama, que vai do humor ao horror em minutos.
A fotografia é uma das melhores coisas. É parte do roteiro crítico. Aponta as desigualdades sociais, do quase literal parasita e os problemas injustos das grandes cidades. É nítido que bairros pobres são os porões das áreas de elite, escusos, baixos e tristes. É a Fotografia que destaca, com a Direção de Arte e a Montagem, os objetos, as luzes que diferenciam ricos de pobres. O pobre pode enxergar algo como negativo e o rico, com outra realidade, enxerga, como positivo.
Até o último minuto o longa te surpreende. Sensível e corajoso, como o próprio diretor disse no Globo de Ouro, Parasita é um exemplo e um motivo para ultrapassar a barreira da legenda.
Coringa é aquele filme que você assiste e não consegue pausar. Fica vidrado. Cada cena, cada afetação. Joaquim Phoenix se entrega e entrega uma atuação memorável. A risada é de desespero, de frieza, de loucura. Ela fala muito sobre o personagem. Coringa está perdido no caos de Gotham, com cidadãos desesperados e sem esperança. O filme humaniza o vilão a cada ato. Quem assiste torce por ele e, ao mesmo tempo, se aterroriza. São lutas internas, expressões agudas que o transformam no grande personagem que é.
Tecnicamente, um filme muito bonito. A fotografia e direção de arte acompanham.o personagem, suas emoções. É uma melancolia que, por incrível que pareça, agrada aos olhos. Você lembra de Táxi Driver aqui e ali e isso é um outro elogio. A trilha sonora provoca e deixa toda a experiência mais imersiva e contagiante. Joaquim é afetado no limite. Ri e se contorce para valer. É bonito e incomoda. Corre e dança dando o tom bizarro do personagem. As cenas de sangue e luta funcionam muito bem. Tudo real e louco ao mesmo tempo.
Para quem queria um bom novo Coringa, ganhou um excelente.
O filme é uma versão melhor de Uma Noite de Crime. Um ideia mais elaborada na verdade. Você fica tenso no começo e pensa que pode ser um filme de casa ou de pura perseguição, de reféns, mas não é. Você aceita e pensa que vai ser bem melhor do que isso. O diretor até tenta, porém vira um sangue por sangue. Tem simbolismo. Tem atuações ótimas da Lupita. Tem ambientação, ritmo e técnica boas. Mas o final bom não justifica o meio genérico. Tem que ser uma construção ótima para um final excelente. Os motivos dos personagens não podem mudar o que já vimos.Ninguém vai ver um filme só pelo final, sabe? Vi e prefiro Corra. Não tem como não comparar. Algumas cenas e atitudes soam burras, outras não funcionam. Dava para ser mais simples.
Klaus chega para ser um clássico de Natal. Um filme que conta e reconta a mitologia natalina, com toque de humor, mas com muita emoção e delicadeza. A animação mostra como o espírito de Natal se forma, como ele tá em cada pessoa e que a data sempre será mágica para quem a honra. No final, isso é nítido. Tecnicamente excelente, com traços bonitos e que precisam ser destacados. Personagens bons condutores, humanos e dosados. Uma animação realmente espirituosa. Um belo presente da Netflix.
Gostei. É um filme diferente de O Iluminado, outra proposta. O começo é estranho, você não sabe para onde aquilo vai te levar. Mais para frente a gente entende a conexão entre os personagens. Claro que toda hora a gente revisita o clássico dos anos 80. Os efeitos acertam e erram, mas no geral, o tom do longa vai mais para fantasia e suspense do que para o terror e isso justifica algumas coisas. O roteiro explica tudo sempre e tem boas saídas, mas exagera em certos momentos. Surpreende e tem poucos sustos. Destaque para Ewan e para Rebecca. Já a personagem de Emily Alyn é construída e depois jogada fora, foi usada mais para explicar coisas do universo em si e me irritar um pouco.
Flanagan traz muito do melhor de Residência Hill. É nítido.
Quando Danny revisita o hotel Overlook é bonito o jeito que o diretor mostra os ambientes, caminha pelos cenários clássicos, usa a luz e o tempo para criar atmosfera.
Como não tinha visto o trailer direito (algo que tenho feito ultimamente), fui aberto para qualquer coisa. E saí feliz. Gosto desse tipo de suspense e acho que é uma continuação justa de O Iluminado. Não é comparável, mas é justa.
Professor Polvo
4.2 387 Assista AgoraImagens assustadoramente lindas. Escrevi mais no @cinelado :)
Liga da Justiça de Zack Snyder
4.0 1,3KOs heróis têm bastante tempo para desenvolver suas tramas. Há espaço para cada um justificar sua importância. Da mesma forma, a ameaça do vilão Lobo da Estepe é mais consistente.
Escrevi mais no @cinelado :)
Os 7 de Chicago
4.0 581 Assista AgoraDestaco a montagem do filme. Escrevi mais lá no insta @cinelado! :)
Soul
4.3 1,4KGostei bastente de como brinca com nossas preocupações, de como perdemos tempo e deixamos coisas boas de lado para procurar sentido na vida. Ainda assim, acredito que poderiam ter explorado mais esse lado de descobertas e percepções.
Escrevi mais no @cinelado
Mulher-Maravilha 1984
3.0 1,4K Assista AgoraGostei.
Escrevi no @cinelado :)
O Farol
3.8 1,6K Assista AgoraCurti demais! Vou escrever sobre no @cinelado! :)
O Chalé
3.3 724 Assista Agora(...) O filme tem ótima ambientação, com fotografia e direção provocadoras. Você fica nervoso pelo que pode ou não acontecer no lugar. Tudo parece muito suspeito. Não há jump scare comum, mas uma atmosfera de medo a cada passo. (...)
Mais em: @cinelado
Abominável
3.8 219 Assista AgoraQue visual incrível!
Sonic: O Filme
3.4 712 Assista AgoraSonic tinha tudo para ser genérico, mas nao é. Visual e propositalmente previsível, ele entrega mais que um filme divertido. O longa se diferencia pelas boas referências aos jogos do ouriço azul. A trilha, as flores e o design noventista da SEGA aparece aqui e ali.
A narrativa também usa muito bem algumas piadas, assim como a dublagem brasileira. Humanizam o personagem e você se importa com o Sonic. Isso é um ponto positivo.
O filme tem seu lado família, mas não esquece dos fãs e da nostalgia. O jeito de derrotar o "chefão" é o mesmo. Parece que você voltou a jogar e nem percebeu, especialmente nesta cena.
Jim Carrey está incrível como #Robotnik. O figurino, as caretas e o andar são singulares e muito bons. Tom (James Marsden) tem sua importância na narrativa. No entanto, o roteiro poderia ter arriscado mais. No que arriscou, foi bem.
@cinelado
O Homem Invisível
3.8 2,0K Assista AgoraQue suspense! O Homem Invisível me fez relembrar o porquê de gostar tanto do gênero. Na história, Cecília (Elisabeth Moss) tenta fugir do marido abusador, Adrian Griffin (Oliver Jackson-Cohen de A Maldição da Residência Hill). O suspense não está atrelado necessariamente ao terror. Mas aqui eles conversam muito bem. Você sabe só pelo título do que se trata a história e isso em nenhum momento tira a graça da trama. Alem de ser um remake do clássico de 1933.
Há ótimas situações de preparação e quase sustos para que tenha viradas muito boas. A direção de Leigh Whannell te engana e surpreende. Usa o cenário para te perguntar se tem ou não alguém ali. Isso te incomoda. Em algumas cenas, você espera o susto ou ação do personagem. Leigh vem e te fala que não é bem assim. E isso é ótimo para te provocar.
Elisabeth Moss está incrível como sempre. Ela interage literalmente com o nada às vezes e você acredita em tudo aquilo. E ela tem uma força no meio do drama da violência que sofre. Você sabe que é um filme de suspense e terror e, especialmente, sobre crítica à violência doméstica e abuso no relacionamento.
O filme é tecnicamente muito bom - direção de Arte, efeitos e trilha. No entanto, há alguns problemas de ritmo que parecem alongar o filme. E você acaba relaxando quando não deve. Nada que atrapalhe.
É um longa que entra para o hall do gênero, das produções críticas de Jordan Peele ao terror sobrenatural de James Wan.
Ford vs Ferrari
3.9 715 Assista Agora@cinelado
Um filme de adrenalina. Poderia ser um pouco menor, mas vale a pena. O visual da época é muito bonito. As cenas de corridas são incríveis, prendem sua atenção e te fazem torcer junto.
Matt Damon vive muito bem Shelby. É muito bom ver a parceria com Christian Bale. Bale faz um Ken Miles afetado precisamente e impecável.
O longa fala mais do que pensamos. É sobre corrida, mas especialmente sobre o corporativismo por trás dos motores. Das estratégias e sujeira ali espreitando. Para quem não é fã do tema, vale pela forma que é contada. A experiência sensorial da velocidade é perceptível e esse olhar da guerra entre as empresas é curioso.
Democracia em Vertigem
4.1 1,3KGostei da leitura. Nosso país é de vidro.
Link Perdido
3.4 150Com visual incrível, Link Perdido fala sobre pertencer. Na história, o pé-grande quer encontrar seus parentes Iétis. Para isso, atrai um aventureiro que possa ajudá-lo.
Os dois personagens, Mr. LInk e Sir Lionel Frost, querem pertencer a lugares e grupos pela simples questão de afinidade, semelhanças. Mas a animação aponta outras opções. Como pertencer está ligado ao fato de receber e respeitar o diferente. Tanto um quanto o outro têm mais em comum do que imaginam. E não é o fator físico.
A trama é simples. Mas é tão bonita, tão bem feita. #Stopmotion um espetáculo. Os planos são belas paisagens. Você consegue perceber a textura dos ambientes e personagens, as roupas. Mistura de tecidos, madeira e outros materiais. As piadas, as ações dos personagens muito bem colocadas. É inteligente, espirituosa e diverte adultos também. O final é simples. Mas tudo vale a pena!
Adoráveis Mulheres
4.0 975 Assista AgoraUm filme forte. Mulheres que realmente são adoráveis. A história, que adapta o livro (Little Woman), fala sobre as aspirações femininas de uma família que tem o pai na Guerra Civil americana.
É um enredo sobre inspiração. Como mulheres podem se inspirar uma nas outras e isso torna o filme muito intenso. São emoções e situação que mostram como o longa é atemporal, de um jeito diferente, mas é.
O elenco maravilhoso. Emma Watson (Meg), Saoirse Ronan (Jo), Eliza Scanlen (Beth) e Florence Pugh (Amy) têm uma química fraternal incrível. Cada uma com sua personalidade e sonhos. Por mais diferentes que sejam, elas estão juntas.
A mãe Marmee March, vivida por Laura Dern carrega esses sonhos no colo, dando a liberdade necessária para as filhas buscarem seus caminhos, além de casamentos. Timothée Chalamet, o pentelho Laurie Laurence é outro destaque.
O figurino é um dos acertos técnicos. A ambientação é muito bonita e poética para o texto adaptado e profundo. Você vai chorar e rir. É tocante e necessário. A direção de Greta Gerwig merecia ser lembrada no Oscar.
Insta - @cinelado
1917
4.2 1,8K Assista AgoraNão é apenas um filme de guerra. Quando se fala sobre experiência cinematográfica, esse filme pode justificar. Ele preenche a tela da melhor forma possível.
A trama é sobre dois soldados que precisam levar uma mensagem para o outro lado amigo e evitar uma armadilha alemã em Primeira Grande Guerra. Simples, mas toda trajetória tem certa complexidade. Os personagens Schofield (George MacKay) e Blake (Dean-Charles Chapman) são quase literalmente maratonistas. Um Indiana Jones militar.
A começar falando da Fotografia perfeita de 1917. Você vê beleza no drama da guerra, naquela destruição. As cidades, os muros, os mortos estão em cena, contam a história como os personagens. A luz é de uma beleza mágica. No escuro, nas explosões, no fogo. Junto com a Direção de Arte cinzenta, suja e novamente muito linda. São efeitos visuais e sons que merecem todos os prêmios técnicos.
Mais um filme que mostra como o trabalho da equipe técnica é importante, é real e pode ser tão brilhante quanto o elenco e o roteiro.
A direção de Sam se arrisca, faz a diferença. O plano sequência é muito bem usado, sem vertigem ou coisas desnecessárias. Sim, tem cortes invisíveis, é óbvio. Mas está tudo muito bem feito, com transições coerentes.
Acredito que seja o mais premiado do Oscar deste ano. Faz o tipo da academia, mas isso não o torna meramente um queridinho qualquer. É muito bom e merece.
História de um Casamento
4.0 1,9K Assista AgoraHistória de Um Casamento é um filme de atuações. Feito para gente se arrepiar, sentir cada momento do casal em processo de divórcio. A trama gira em torno de Charlie (Adam Driver) e Nicole (Scarlett Johansson) que decidiram se separar, porém com um filho que torna tudo bem mais complexo.
O casamento em si é contado pelos dois lados, de como tudo foi se desgastando, gostos, vontades e ambições. Como o em comum se tornou em atos de imposição, mais em texto do quem em imagem, o que dá mais brilho para os atores.
Logo na abertura do filme, temos uma apresentação delicada sobre o dilema. E isso é o começo do desgaste financeiro, jurídico e emocional que todos envolvidos acabam sofrendo. Aqui e na vida real, o tempo pode curar, mas também pode fazer doer mais.
O processo de divórcio é um personagem em si. Laura Dern vive a advogada Nora. Está ótima, como um alívio quase cômico, sagaz.
Adam e Scarlett estão incríveis. Em determinado momento, é de emocionar com as atuações que entregam. Tão reais e comoventes. São sentimentos diversos que saltam à tela.
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Perdi Meu Corpo
3.8 351 Assista AgoraUma história de amor e de uma mão decepada em uma jornada de busca do seu corpo. A premissa é incomum, mas que traz uma enorme sensibilidade.
O filme começa estranho e meio arrastado, porém logo você embarca sem se arrepender. É uma animação mais adulta, então as cenas são mais tensas. Por outro lado, a direção é sensível, com planos mais fechados, justamente para te levar para dentro da trama e entender o que cada personagem vive.
A mão é um personagem por si só, então os ângulos, os traços e as escolhas narrativas a tratam assim. É uma animação que fala dos nossos sentidos, da mecânica do corpo e do toque. A fotografia é muito linda, buscando sempre nos situar do porquê dos enquadramentos. Nesse sentido, a história fala de destino, de juventude e de amor, das nossas conexões.
Bonita e diferente, Perdi Meu Corpo fala da vida.
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Jojo Rabbit
4.2 1,6K Assista AgoraJojo Rabbit é uma sátira inteligente. Corajoso, mas que se sai muito bem. O filme conta a história de um garoto, Jojo (Roman Griffin Davis), que vive na Alemanha nazista. Um “apaixonado” pela política de Hitler, mas que descobre uma judia escondida na sua própria casa. Lendo a sinopse você até pensa que vai contar tudo do mesmo jeito de sempre. Mas nem pensar.
O diretor Taika Waititi tem escolhas maravilhosas e até leves de mostrar como o nazismo era. Você entende todo o idiotismo das ações da ideologia. Como a sociedade alemã defensora estava cega e fazia coisas realmente absurdas. A construção de inimigos, inventando desculpas para tal, pintando criaturas e fantasias para que todo seu simples ódio fosse justificado. E o longa mostra isso da maneira mais infantil e cômica possível. Você se pega rindo, em determinados momentos, justamente pelo jeito que se conta.
A figura de Hitler é imaginária, na cabeça de Jojo, um amigo que não existe, fruto novamente de seu fanatismo. Mas esse amigo, mais uma função que diretor Taika assume, tem todo trejeito do líder nazista.
O elenco está incrível. Taika e o pequeno Roman funcionam muito bem. Scarlett Johansson mereceu sua indicação para Melhor Atriz Codjuvante. Ela faz uma mãe delicada e firme. Mas destaco duas grandes figuras - Capitão Klenzendorf e o amigo de Jojo, Yorki – vividos por Sam Rockwell e Archie Yates, respectivamente. O capitão é a figura de falsa-moralidade, que te faz questionar e rir ao mesmo tempo. Já o pequeno Yorki é uma fofura em cena. Você ri das suas falas, de cada pedaço de caminho que anda, soltando frases maravilhosas. Já a jovem Elsa Korr, vivida pela ótima Thomasin McKenzie, te lembra o terror que a época foi e por que esse filme é necessário, com momentos mais tensos.
Tecnicamente, a fotografia é ótima. No entanto, a direção de arte, assinada por Ra Vincent e Nora Sopková, é espetacular e se destaca. Cada cor, objeto em cena e cenário tornam tudo mais lúdica e menos pesado. Um sorriso impresso naquela tristeza.
Taika conseguiu fazer algo realmente bom, tornar algo tão macabro na nossa história em algo mais leve, importante e crítico, mas soando como deve soar – uma vergonha.
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Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraParasita é realmente tudo isso. As viradas e os detalhes de roteiro justificam todo falatório. O filme começa mostrando uma família falida que quer vencer na vida pura e simplesmente. Mas o texto vai se contorcendo em cada cena e na metade do filme você percebe que não sabe para onde A Grande Família Coreana vai naquela história. Nosso senso criativo até tenta.
O elenco tem uma sintonia mafiosa e que funciona muito bem. A parte rica é tão boa quanto. Todos amarrados naquela trama, que vai do humor ao horror em minutos.
A fotografia é uma das melhores coisas. É parte do roteiro crítico. Aponta as desigualdades sociais, do quase literal parasita e os problemas injustos das grandes cidades. É nítido que bairros pobres são os porões das áreas de elite, escusos, baixos e tristes. É a Fotografia que destaca, com a Direção de Arte e a Montagem, os objetos, as luzes que diferenciam ricos de pobres. O pobre pode enxergar algo como negativo e o rico, com outra realidade, enxerga, como positivo.
Até o último minuto o longa te surpreende. Sensível e corajoso, como o próprio diretor disse no Globo de Ouro, Parasita é um exemplo e um motivo para ultrapassar a barreira da legenda.
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Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraCoringa é aquele filme que você assiste e não consegue pausar. Fica vidrado. Cada cena, cada afetação. Joaquim Phoenix se entrega e entrega uma atuação memorável. A risada é de desespero, de frieza, de loucura. Ela fala muito sobre o personagem. Coringa está perdido no caos de Gotham, com cidadãos desesperados e sem esperança. O filme humaniza o vilão a cada ato. Quem assiste torce por ele e, ao mesmo tempo, se aterroriza. São lutas internas, expressões agudas que o transformam no grande personagem que é.
Tecnicamente, um filme muito bonito. A fotografia e direção de arte acompanham.o personagem, suas emoções. É uma melancolia que, por incrível que pareça, agrada aos olhos. Você lembra de Táxi Driver aqui e ali e isso é um outro elogio. A trilha sonora provoca e deixa toda a experiência mais imersiva e contagiante.
Joaquim é afetado no limite. Ri e se contorce para valer. É bonito e incomoda. Corre e dança dando o tom bizarro do personagem. As cenas de sangue e luta funcionam muito bem. Tudo real e louco ao mesmo tempo.
Para quem queria um bom novo Coringa, ganhou um excelente.
@cinelado
Nós
3.8 2,3K Assista AgoraO filme é uma versão melhor de Uma Noite de Crime. Um ideia mais elaborada na verdade. Você fica tenso no começo e pensa que pode ser um filme de casa ou de pura perseguição, de reféns, mas não é. Você aceita e pensa que vai ser bem melhor do que isso. O diretor até tenta, porém vira um sangue por sangue. Tem simbolismo. Tem atuações ótimas da Lupita. Tem ambientação, ritmo e técnica boas. Mas o final bom não justifica o meio genérico. Tem que ser uma construção ótima para um final excelente. Os motivos dos personagens não podem mudar o que já vimos.Ninguém vai ver um filme só pelo final, sabe? Vi e prefiro Corra. Não tem como não comparar. Algumas cenas e atitudes soam burras, outras não funcionam. Dava para ser mais simples.
Klaus
4.3 610 Assista AgoraKlaus chega para ser um clássico de Natal. Um filme que conta e reconta a mitologia natalina, com toque de humor, mas com muita emoção e delicadeza. A animação mostra como o espírito de Natal se forma, como ele tá em cada pessoa e que a data sempre será mágica para quem a honra. No final, isso é nítido. Tecnicamente excelente, com traços bonitos e que precisam ser destacados. Personagens bons condutores, humanos e dosados. Uma animação realmente espirituosa. Um belo presente da Netflix.
-- @cinelado
Doutor Sono
3.7 1,0K Assista AgoraGostei. É um filme diferente de O Iluminado, outra proposta. O começo é estranho, você não sabe para onde aquilo vai te levar. Mais para frente a gente entende a conexão entre os personagens. Claro que toda hora a gente revisita o clássico dos anos 80. Os efeitos acertam e erram, mas no geral, o tom do longa vai mais para fantasia e suspense do que para o terror e isso justifica algumas coisas. O roteiro explica tudo sempre e tem boas saídas, mas exagera em certos momentos. Surpreende e tem poucos sustos. Destaque para Ewan e para Rebecca. Já a personagem de Emily Alyn é construída e depois jogada fora, foi usada mais para explicar coisas do universo em si e me irritar um pouco.
Flanagan traz muito do melhor de Residência Hill. É nítido.
Quando Danny revisita o hotel Overlook é bonito o jeito que o diretor mostra os ambientes, caminha pelos cenários clássicos, usa a luz e o tempo para criar atmosfera.
Como não tinha visto o trailer direito (algo que tenho feito ultimamente), fui aberto para qualquer coisa. E saí feliz. Gosto desse tipo de suspense e acho que é uma continuação justa de O Iluminado. Não é comparável, mas é justa.
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A Morte do Superman
3.9 171 Assista AgoraQue coisa linda.