Documentário de altíssimo nível que explora a historicidade e as especificidades da eugenia e teorias raciais do século 19. Tal relato põe incisivamente pensar a modernidade através da barbárie também, barbárie alicerçada pelos conceitos de raça e pureza.
Com uma película extensa e provocativa, o diretor Vincent Carelli põe-se a trabalhar com a câmera na horizontalidade, onde ele próprio se entrelaça à luta indigenista mato-grossense. O filme desde o começo causa uma profunda comoção e após o término a sensibilidade subjacente é a da não inercia diante desse embate atroz, que é a luta pela vida (corpo e terra) por parte dos indígenas. O desenrolar do enredo é anexado a um breve relato histórico onde a tônica principal é a não desistência e resistência pela luta por território pelos Guarani Kaiowá. A presença de grandes grandes fazendeiros em companhia com as financias do agronegócio é colocado no prisma da visão dos Kaiowá. Seus corpos e suas vozes são dois elementos que exaltados, delineiam sua presença outrora naquele território. A territorialização da fala produz espaços que estão à par da dinâmica da luta por poder e integralmente o filme e os relatos em si, não fogem à regra. Avesso ao romantismo tradicional, as zonas de confronto entre setores da defesa nacional e os indígenas são explícitos de maneira transparente tanto no embate armado quanto dentro do Congresso Nacional. A coalizão de discursos partidários deixa claro a ingerência e a formulação de um discurso do "outro" que não condiz com o cotidiano de vida dos Guarani. Em síntese, o filme discorre esse longo e conturbado processo e dá veredas para o que se seguirá adiante. É um filme que provoca incomodo propositalmente e tampouco é cooptado por enunciados ditos progressistas. É um filme de realidade que deixa espaço à imaginações.
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Homo Sapiens 1900
4.1 17Documentário de altíssimo nível que explora a historicidade e as especificidades da eugenia e teorias raciais do século 19. Tal relato põe incisivamente pensar a modernidade através da barbárie também, barbárie alicerçada pelos conceitos de raça e pureza.
Martírio
4.6 59Com uma película extensa e provocativa, o diretor Vincent Carelli põe-se a trabalhar com a câmera na horizontalidade, onde ele próprio se entrelaça à luta indigenista mato-grossense.
O filme desde o começo causa uma profunda comoção e após o término a sensibilidade subjacente é a da não inercia diante desse embate atroz, que é a luta pela vida (corpo e terra) por parte dos indígenas.
O desenrolar do enredo é anexado a um breve relato histórico onde a tônica principal é a não desistência e resistência pela luta por território pelos Guarani Kaiowá. A presença de grandes grandes fazendeiros em companhia com as financias do agronegócio é colocado no prisma da visão dos Kaiowá. Seus corpos e suas vozes são dois elementos que exaltados, delineiam sua presença outrora naquele território.
A territorialização da fala produz espaços que estão à par da dinâmica da luta por poder e integralmente o filme e os relatos em si, não fogem à regra.
Avesso ao romantismo tradicional, as zonas de confronto entre setores da defesa nacional e os indígenas são explícitos de maneira transparente tanto no embate armado quanto dentro do Congresso Nacional. A coalizão de discursos partidários deixa claro a ingerência e a formulação de um discurso do "outro" que não condiz com o cotidiano de vida dos Guarani.
Em síntese, o filme discorre esse longo e conturbado processo e dá veredas para o que se seguirá adiante. É um filme que provoca incomodo propositalmente e tampouco é cooptado por enunciados ditos progressistas. É um filme de realidade que deixa espaço à imaginações.