Jéssica

Quando o anúncio de um possível filme baseado na biografia de Stephen Hawking saiu, eu honestamente fiquei com medo de estragarem a história de um dos meus mais estimados ídolos. Vários foram os comentários que li reclamando do fato do filme apelar mais para o drama, focando na relação entre Jane e Stephen do que em suas descobertas científicas. Mas me pergunto como não poderia, considerando-se tudo pelo que ele foi obrigado a passar, travando uma batalha ardilosa contra o seu próprio objeto de estudo: o tempo.
Uma sensacional atuação do Eddie Redmayne, a forma como conseguiu transmitir com maestria como é a perca progressiva dos movimentos do corpo e o seu olhar nos momentos do filme em que as palavras simplesmente não cabem. E Felicity Jones conseguiu passar para fora das telas a força de Jane mesmo sabendo que a batalha já estava perca antes mesmo de começar. Aliás, uma das cenas mais marcantes na minha opinião é a da ópera, quando eles carregam Stephen na maca enquanto, ao fundo, a música continua a tocar. Não dá para evitar o choro.
Enfim, um filme muito bem executado e com um final digno; toda a vida de Stephen sendo rebobinada, o tempo voltando...
Ele ganhou um cérebro extraordinário, mas a esclerose lateral amiotrófica lhe roubou o controle do corpo. Mesmo assim, ele não perdeu o humor nem a vontade de continuar seu trabalho. E citando uma frase do próprio filme:
"Tem sido uma honra ver esse homem superar todas as expectativas, tanto científicas como pessoais".

Sempre que tento formular um comentário decente sobre esse filme, desisto.
"Você não pode repetir o passado, Gatsby", disse Nick. E é sobre essa pequena frase, tão simples, tão direta, que o filme trata. Gatsby era, acima de tudo, um sonhador, um otimista, alguém que desejava com todas as forças recuperar algo que, não sabia ele, estava perdido para sempre. O passado escorrega por entre seus dedos durante toda a exibição do filme, mas ele, porém, insiste em erguer as mãos para agarrá-lo, para agarrar aquela luz verde piscando do outro lado da baía. Pouco ou nada sabia da grandeza da superficialidade humana, do materialismo, da futilidade.
A ambientação é maravilhosa, o cenário magnífico, figurino deslumbrante e uma trilha sonora que, apesar de atual, consegue se mesclar ao filme e a época sobre a qual ele trata. A escolha de atores é outro ponto positivo do filme; Tobey Maguire, Dicaprio...
No mais, não poderia deixar de dizer que todos temos um pouco do Gatsby. Afinal, todos esperamos por um telefonema que, talvez, só talvez, nunca chegue.

Que puta filme.
Efeitos maravilhosos - na minha humilde opinião. Um Godzilla memorável. Um final ótimo (eu, honestamente, fiquei com medo de estragarem o filme com um final medíocre o que, felizmente, não aconteceu.)
Apenas uma morte não fez sentido algum para mim. Fora isso, valeu todo meu dinheiro.