A cena dos soldados avançando no front de batalha para tentar tomar o monte foi muito bonita e bem feita. Imagino como deve ter sido difícil gravá-la, ainda mais numa época em que havia bem menos recursos. Da mesma forma, foi muito tocante e simbólica a cena da moça alemã captura que é obrigada a se apresentar para a diversão dos soldados. Quando ela aparece, parecem seres animalizados. Mas a beleza da canção como que os toca e os traz, aos poucos, de volta à condição humana.
Já disse isso em um comentário sobre outro filme, mas vale repetir aqui: podemos intuir que assistiremos a um grande filme quando a primeira cena já é uma das mais clássicas do cinema. A floresta sendo destruída ao som de The Doors com as imagens do fogo se mesclando à do protagonista... sensacional. É um filme cruel, denso, intenso, psicológico, insano... Um grito contra todo o terror da guerra. Um dos grandes méritos, na minha visão, é não mostrar os soldados como heróis, mas como o que eles realmente são: seres humanos. São garotos que tiveram suas vidas, seus sonhos e histórias roubadas para morrer em uma luta que nem era realmente deles. A fotografia brilhante somando-se a direção sempre precisa de Copolla, um roteiro afiado e cheio de frases marcantes. Martin Sheen (incrivelmente igual ao Charlie) e Marlon Brando nas grandes atuações de suas carreiras (os deuses do cinema me perdoem pela heresia, mas esta foi a maior atuação de Marlon Brando. Para mim, maior que a de O Poderoso Chefão e Sindicato de Ladrões). A trilha sonora é destruidora. A clássica cena dos helicópteros ao som da "Cavalgada das Orquídeas", de Wagner, é inesquecível. Os diálogos entre Sheen e Brando são colossais. E o jogo de sombra e luz nas cenas de Brando na caverna são uma aula como você jamais teria em qualquer faculdade. A cena final é a representação maior da coisificação do homem diante de todo aquele terror e loucura, quando começamos a ter nossos semelhantes como animais que são simplesmente abatidos. "O horror... O horror..." Por tudo isso este é um dos maiores filmes do século XX e meu filme de guerra favorito. Um clássico que influenciou tudo o que veio depois com esta temática.
"O exército ensina nossos jovens a matar e soltar bombas. Mas os comandantes não permitem escrever “foda-se” nos aviões porque é obsceno".
Um dos musicais mais deliciosos da história, tanto que mal sentimos as mais de 2h40 de filme. Todos os números, especialmente com as crianças, são excelentes. E consegue tratar com leveza de um assunto áspero como a invasão nazista à Áustria, uma das marcas iniciais da Segunda Guerra Mundial. Um clássico absoluto. Interessante notar a mudança de luz do início da história para o final, com o avanço dos nazistas e o drama dos Von Trapp. Marca muito bem a transição da animada cantoria e dança da primeira metade, para a tensão da reta final. Faço uma crítica apenas para a tradução do título para o português, que é uma das piores que já se fez. O original "The Sound of Music" (O Som da Música) é muito mais poético e fala muito mais sobre o que é a história do que "A Noviça Rebelde", título típico de filmes da Sessão da Tarde, o que não é o caso aqui.
OBS: O Ministério da Saúde adverte: A músiquinha do Do-Re-Mi gruda na mente e vai fazer você cantarolar sem perceber por muitos dias depois de ver o filme (A música é tão marcante que já conhecia antes de assistir).
Uma história simples, perfeita para uma deliciosa comédia musical. Os números de canto e dança são inesquecíveis. E ninguém fala do Donald O'Connor, perfeito como o pianista dançarino Cosmo. Para mim os números dele são os melhores.
"Que coisa mais traiçoeira pensar que uma pessoa é mais que uma pessoa"... quem nunca cometeu este erro? Triste, mas verdadeiro. Pessoa ideal é algo que não existe e nunca existirá.
Todos queriam apenas lucrar com a história do homem da cruz, cada um a seu modo. O padre, para melhorar a imagem da Igreja. Bonitão que pensava em ganhar a esposa do devoto. O comerciante que lucrava com a quantidade de gente que ia ver o evento. O escritor de cordel que pensava em lucrar com seu ABC. Os capoeiristas que viam nele um líder social. Os doentes que começaram a fazer fila para ter suas chagas curadas.
Um filme daqueles que são obrigatórios. A pobreza, a humilhação, a falta de esperança, levam os homens a tentar se apegar a algo. Dai nascem boa parte dos fanatismos, sejam eles políticos, sociais, religiosos. No caso do filme tempos o do beato Sebastião, uma espécie de novo Antonio Conselheiro, e o do cangaceiro Corisco, inconformado com a morte de Lampião. Roubado e humilhado pelo senhor de terras, obrigado a deixar sua terra para salvar sua vida e a da esposa, Manoel se vê primeiro com um, e depois com o outro, sempre em busca de uma tábua de salvação para sua existência miserável. É um tema bastante atual para nosso tempo, onde vemos tantos fanatismos tomando forma pelo mundo, em todas as matizes políticas e sociais. Vale ressaltar a interpretação maravilhosa de Othon Bastos como Corisco, o discípulo enlouquecido de Lampião. É um ator imenso, que infelizmente a TV não tem sabido aproveitar. Também indico assistirem "O Anjo da Morte contra o Santo Guerreiro", outro filme do Glauber onde surge o matador Antonio das Mortes.
Impressiona ir percebendo como Elena vai definhando ao longo do filme. A menina alegre, cheia de sonhos, perspectivas e planos dos primeiros áudios vai, aos poucos, se tornando cada vez mais triste, sem esperança, sem forças, mergulhada em águas turvas, que por fim a envolveu de forma definitiva. Esse declínio de Elena em poucos meses é muito chocante. Assim como o sentimento de culpa que parece dominar a mãe e a irmã. Poucas vezes vi um filme tocar em emoções tão profundas. Certamente por serem emoções reais.
"Você, é a minha memória inconsolável... feita de pedra e de sombra... e dela é que tudo nasce.... e dança!''
A perda da inocência. Morrem os sonhos e nascem os anjos. E que final chocante e surpreendente. Um dos meus filmes brasileiros favoritos desde que o vi pela primeira vez há muitos anos atrás na sessão de filmes nacionais da BAND.
Um belo resumo do século XX, com todas as evoluções, revoluções, contradições, dores, belezas e tristezas de ser humano naquele século. Lembro que, quando assisti a este filme pela primeira vez, ainda na faculdade, anos atrás, havia uma polêmica sobre se ele poderia ser ou não considerado um documentário, por conter alguns personagens fictícios. Mas este debate acadêmico é tão pequeno perto da beleza da obra, que se torna quase irrelevante. E a genial ironia final, que também é o título do filme, e que também não deixa de ser uma realidade inevitável da existência. Outra ironia, que talvez nem todos tenham notado, está nos créditos finais. "Consultoria Espiritual: Dr. Sigmund Freud e Dr. Erick J. Hobsbawm. Só há um pequeno erro na data de morte da poetisa estadunidense Edna St. Vincent Millay. Ela faleceu em 1950, e não em 1943 como consta no filme.
O olhar de Margo enquanto Eve recebia a premiação... Grande Bette Davis. Hoje temos cada vez menos atrizes com essa capacidade de dizer tudo sem ter que dar uma única palavra. Anne Baxter roubou a cena com uma das personagens mais cínicas e ardilosas do cinema. E Marilyn Monroe tão novinha como Miss Casswell.
A cena de Norma Desmond descendo as escadas e indo em direção à câmera é das coisas mais maravilhosas do cinema. Sem falar que foi extremamente revolucionária essa quebra da quarta parede. Esse filme é uma obra de arte e assistir Gloria Swanson é um deleite. Uma atriz tão poderosa que é das poucas pessoas a ter duas estrelas na Calçada da Fama.
Uma trilha sonora impecável e um dos finais mais clássicos da história do cinema. Roteiro bem amarradinho, como está cada vez mais difícil de ver hoje em dia. Fotografia linda. Ingrid Bergman, sempre talentosa, no auge da beleza. Bogart, aquele canastrão que você respeita prá caramba. Enfim, como não amar esse filme?
Uma obra prima sobre a ascensão e queda de um homem e seu império. Uma obra atemporal. E eu vejo "rosebud", as misteriosas últimas palavras de Charles Foster Kane, como uma metáfora para tudo o que ele perdeu e nunca pode recuperar. E não falo de riqueza.
E sim da infância e da vida simples que lhe tiraram, a família do qual não pode desfrutar. Há uma parte em que isso fica claro para mim, que é quando Susan está contando a ele que sua mãe sempre desejou que fosse uma cantora. "Sabe como são as mães". A mãe de Susan queria que ela fosse uma cantora mesmo sem ter o dom para isso. A mãe de Charlie queria que ele fosse um homem rico, mesmo sem saber se era realmente isso o que o faria feliz. Claro, ela o livrou da pobreza, de uma vida miserável e de um pai violento e bêbado. Mas ele também acabou perdendo muitas coisas das às quais nunca pode recuperar e que afetaram sua vida e seu modo de ser para sempre. Por isso ele sempre lembrava de "rosebud" quando pegava o globo de neve. Ele se lembrava de sua terra natal e de todas as coisas que lhe foram tiradas em nome de ter uma "vida melhor". Ai eu pergunto: mesmo com toda a fortuna, ele teve realmente uma vida melhor?
- Vejo algumas pessoas considerando este o melhor filme da saga. Mas, para mim, ficou um pouco abaixo dos dois primeiros. As aventuras foram menos divertidas, o roteiro um pouco mais fraco, a mocinha/vilã não convence. Nem se compara ao jantar na mansão do Marajá ou as aventuras na mina dos meninos escravos. Mas o Sean Connery estava maravilhoso. - Há um erro importante de continuidade na cena em que eles estão dentro da tumba, em Veneza. Durante todo o tempo eles caminham por um líquido escuro (petróleo, que até por isso explodiu). No entanto, depois que o vilão coloca fogo no lugar e Indiana e Elsa se escondem debaixo do caixão virado, eles já estão em uma água bem mais clara, onde o herói até conseguiu enxergar quando mergulhou. - Alisson Doody é a mais bonita das Indie Girls, mas a atriz mais fraca e a personagem menos carismática. Saudades da Willie.
Um filme bem construído, com uma boa crítica social. Só não dei uma nota maior porque acho que a questão do racismo poderia ter sido tratada de uma forma mais rica.
Para mim o melhor filme da saga. Repleto de cenas icônicas: o jantar no palácio do Marajá com as cabeças de macaco sendo servidas, Willie e os insetos, o homem tendo o coração arrancado, a fuga dos meninos escravos... e tem o Round, que é puro carisma, e a Willie, a mais hilária das Indy Girls.
Indiana Jones é uma saga repleta de cenas icônicas. A geração de hoje talvez não venha a gostar tanto, porque o cinema mudou. Hoje adoram filmes no estilo Michael Bay. Mas eu digo, quem nasceu para Bay nunca fará uma aventura a lá Spielberg.
Amo muito esse filme. O roteiro, as interpretações, a trilha sonora, os diálogos, o uso perfeito dos silêncios... é tudo muito bem construído. Travis é um personagem tão complexo na corrosão provocada por suas culpas e medos. E ao mesmo tempo descobrimos como ele foi um ser odioso, péssimo marido e pai em seu passado. A cena do reencontro dele com Jane é muito tocante. Um dos melhores diálogos da história do cinema. Da mesma forma o reencontro de Jane com o filho, ai sem precisar que fosse dita uma única palavra. Filmaço, merecidamente vencedor da Palma de Ouro. Daquele tipo de produção cada vez mais escassa neste cinema atual onde tudo tem que ser corrido demais e não há espaço para reflexão do público. Se é que o público de hoje quer refletir sobre algo.
Glória Feita de Sangue
4.4 448 Assista AgoraA cena dos soldados avançando no front de batalha para tentar tomar o monte foi muito bonita e bem feita. Imagino como deve ter sido difícil gravá-la, ainda mais numa época em que havia bem menos recursos. Da mesma forma, foi muito tocante e simbólica a cena da moça alemã captura que é obrigada a se apresentar para a diversão dos soldados. Quando ela aparece, parecem seres animalizados. Mas a beleza da canção como que os toca e os traz, aos poucos, de volta à condição humana.
Sob Pressão
3.8 93 Assista AgoraEletrizante. Não deve nada aos melhores filmes médicos americanos.
Apocalypse Now
4.3 1,2K Assista AgoraJá disse isso em um comentário sobre outro filme, mas vale repetir aqui: podemos intuir que assistiremos a um grande filme quando a primeira cena já é uma das mais clássicas do cinema. A floresta sendo destruída ao som de The Doors com as imagens do fogo se mesclando à do protagonista... sensacional. É um filme cruel, denso, intenso, psicológico, insano... Um grito contra todo o terror da guerra. Um dos grandes méritos, na minha visão, é não mostrar os soldados como heróis, mas como o que eles realmente são: seres humanos. São garotos que tiveram suas vidas, seus sonhos e histórias roubadas para morrer em uma luta que nem era realmente deles. A fotografia brilhante somando-se a direção sempre precisa de Copolla, um roteiro afiado e cheio de frases marcantes. Martin Sheen (incrivelmente igual ao Charlie) e Marlon Brando nas grandes atuações de suas carreiras (os deuses do cinema me perdoem pela heresia, mas esta foi a maior atuação de Marlon Brando. Para mim, maior que a de O Poderoso Chefão e Sindicato de Ladrões). A trilha sonora é destruidora. A clássica cena dos helicópteros ao som da "Cavalgada das Orquídeas", de Wagner, é inesquecível. Os diálogos entre Sheen e Brando são colossais. E o jogo de sombra e luz nas cenas de Brando na caverna são uma aula como você jamais teria em qualquer faculdade. A cena final é a representação maior da coisificação do homem diante de todo aquele terror e loucura, quando começamos a ter nossos semelhantes como animais que são simplesmente abatidos. "O horror... O horror..." Por tudo isso este é um dos maiores filmes do século XX e meu filme de guerra favorito. Um clássico que influenciou tudo o que veio depois com esta temática.
"O exército ensina nossos jovens a matar e soltar bombas. Mas os comandantes não permitem escrever “foda-se” nos aviões porque é obsceno".
A Noviça Rebelde
4.2 801 Assista AgoraUm dos musicais mais deliciosos da história, tanto que mal sentimos as mais de 2h40 de filme. Todos os números, especialmente com as crianças, são excelentes. E consegue tratar com leveza de um assunto áspero como a invasão nazista à Áustria, uma das marcas iniciais da Segunda Guerra Mundial. Um clássico absoluto. Interessante notar a mudança de luz do início da história para o final, com o avanço dos nazistas e o drama dos Von Trapp. Marca muito bem a transição da animada cantoria e dança da primeira metade, para a tensão da reta final. Faço uma crítica apenas para a tradução do título para o português, que é uma das piores que já se fez. O original "The Sound of Music" (O Som da Música) é muito mais poético e fala muito mais sobre o que é a história do que "A Noviça Rebelde", título típico de filmes da Sessão da Tarde, o que não é o caso aqui.
OBS: O Ministério da Saúde adverte: A músiquinha do Do-Re-Mi gruda na mente e vai fazer você cantarolar sem perceber por muitos dias depois de ver o filme (A música é tão marcante que já conhecia antes de assistir).
Cantando na Chuva
4.4 1,1K Assista AgoraUma história simples, perfeita para uma deliciosa comédia musical. Os números de canto e dança são inesquecíveis. E ninguém fala do Donald O'Connor, perfeito como o pianista dançarino Cosmo. Para mim os números dele são os melhores.
Lucy
3.3 3,4K Assista AgoraInstigante. É fascinante pensar o que o ser humano poderia fazer, para o bem e para o mal, se usasse algo além destes ínfimos 10% de seu cérebro.
Cidades de Papel
3.0 1,3K Assista Agora"Que coisa mais traiçoeira pensar que uma pessoa é mais que uma pessoa"... quem nunca cometeu este erro? Triste, mas verdadeiro. Pessoa ideal é algo que não existe e nunca existirá.
O Pagador de Promessas
4.3 364 Assista AgoraTodos queriam apenas lucrar com a história do homem da cruz, cada um a seu modo. O padre, para melhorar a imagem da Igreja. Bonitão que pensava em ganhar a esposa do devoto. O comerciante que lucrava com a quantidade de gente que ia ver o evento. O escritor de cordel que pensava em lucrar com seu ABC. Os capoeiristas que viam nele um líder social. Os doentes que começaram a fazer fila para ter suas chagas curadas.
Além da Eternidade
3.5 125O último filme de Audrey Hepburn, linda e elegante como sempre.
Deus e o Diabo na Terra do Sol
4.1 428 Assista AgoraUm filme daqueles que são obrigatórios. A pobreza, a humilhação, a falta de esperança, levam os homens a tentar se apegar a algo. Dai nascem boa parte dos fanatismos, sejam eles políticos, sociais, religiosos. No caso do filme tempos o do beato Sebastião, uma espécie de novo Antonio Conselheiro, e o do cangaceiro Corisco, inconformado com a morte de Lampião. Roubado e humilhado pelo senhor de terras, obrigado a deixar sua terra para salvar sua vida e a da esposa, Manoel se vê primeiro com um, e depois com o outro, sempre em busca de uma tábua de salvação para sua existência miserável. É um tema bastante atual para nosso tempo, onde vemos tantos fanatismos tomando forma pelo mundo, em todas as matizes políticas e sociais. Vale ressaltar a interpretação maravilhosa de Othon Bastos como Corisco, o discípulo enlouquecido de Lampião. É um ator imenso, que infelizmente a TV não tem sabido aproveitar. Também indico assistirem "O Anjo da Morte contra o Santo Guerreiro", outro filme do Glauber onde surge o matador Antonio das Mortes.
Elena
4.2 1,3K Assista AgoraImpressiona ir percebendo como Elena vai definhando ao longo do filme. A menina alegre, cheia de sonhos, perspectivas e planos dos primeiros áudios vai, aos poucos, se tornando cada vez mais triste, sem esperança, sem forças, mergulhada em águas turvas, que por fim a envolveu de forma definitiva. Esse declínio de Elena em poucos meses é muito chocante. Assim como o sentimento de culpa que parece dominar a mãe e a irmã. Poucas vezes vi um filme tocar em emoções tão profundas. Certamente por serem emoções reais.
"Você, é a minha memória inconsolável... feita de pedra e de sombra... e dela é que tudo nasce.... e dança!''
Como Nascem os Anjos
3.6 61A perda da inocência. Morrem os sonhos e nascem os anjos. E que final chocante e surpreendente. Um dos meus filmes brasileiros favoritos desde que o vi pela primeira vez há muitos anos atrás na sessão de filmes nacionais da BAND.
Nós que Aqui Estamos Por Vós Esperamos
4.3 416Um belo resumo do século XX, com todas as evoluções, revoluções, contradições, dores, belezas e tristezas de ser humano naquele século. Lembro que, quando assisti a este filme pela primeira vez, ainda na faculdade, anos atrás, havia uma polêmica sobre se ele poderia ser ou não considerado um documentário, por conter alguns personagens fictícios. Mas este debate acadêmico é tão pequeno perto da beleza da obra, que se torna quase irrelevante. E a genial ironia final, que também é o título do filme, e que também não deixa de ser uma realidade inevitável da existência. Outra ironia, que talvez nem todos tenham notado, está nos créditos finais. "Consultoria Espiritual: Dr. Sigmund Freud e Dr. Erick J. Hobsbawm. Só há um pequeno erro na data de morte da poetisa estadunidense Edna St. Vincent Millay. Ela faleceu em 1950, e não em 1943 como consta no filme.
A Malvada
4.4 660 Assista AgoraO olhar de Margo enquanto Eve recebia a premiação... Grande Bette Davis. Hoje temos cada vez menos atrizes com essa capacidade de dizer tudo sem ter que dar uma única palavra. Anne Baxter roubou a cena com uma das personagens mais cínicas e ardilosas do cinema. E Marilyn Monroe tão novinha como Miss Casswell.
Crepúsculo dos Deuses
4.5 794 Assista AgoraA cena de Norma Desmond descendo as escadas e indo em direção à câmera é das coisas mais maravilhosas do cinema. Sem falar que foi extremamente revolucionária essa quebra da quarta parede. Esse filme é uma obra de arte e assistir Gloria Swanson é um deleite. Uma atriz tão poderosa que é das poucas pessoas a ter duas estrelas na Calçada da Fama.
Casablanca
4.3 1,0K Assista AgoraUma trilha sonora impecável e um dos finais mais clássicos da história do cinema. Roteiro bem amarradinho, como está cada vez mais difícil de ver hoje em dia. Fotografia linda. Ingrid Bergman, sempre talentosa, no auge da beleza. Bogart, aquele canastrão que você respeita prá caramba. Enfim, como não amar esse filme?
Cidadão Kane
4.3 990 Assista AgoraUma obra prima sobre a ascensão e queda de um homem e seu império. Uma obra atemporal. E eu vejo "rosebud", as misteriosas últimas palavras de Charles Foster Kane, como uma metáfora para tudo o que ele perdeu e nunca pode recuperar. E não falo de riqueza.
E sim da infância e da vida simples que lhe tiraram, a família do qual não pode desfrutar. Há uma parte em que isso fica claro para mim, que é quando Susan está contando a ele que sua mãe sempre desejou que fosse uma cantora. "Sabe como são as mães". A mãe de Susan queria que ela fosse uma cantora mesmo sem ter o dom para isso. A mãe de Charlie queria que ele fosse um homem rico, mesmo sem saber se era realmente isso o que o faria feliz. Claro, ela o livrou da pobreza, de uma vida miserável e de um pai violento e bêbado. Mas ele também acabou perdendo muitas coisas das às quais nunca pode recuperar e que afetaram sua vida e seu modo de ser para sempre. Por isso ele sempre lembrava de "rosebud" quando pegava o globo de neve. Ele se lembrava de sua terra natal e de todas as coisas que lhe foram tiradas em nome de ter uma "vida melhor". Ai eu pergunto: mesmo com toda a fortuna, ele teve realmente uma vida melhor?
Indiana Jones e a Última Cruzada
4.0 486 Assista AgoraAlgumas considerações
- Vejo algumas pessoas considerando este o melhor filme da saga. Mas, para mim, ficou um pouco abaixo dos dois primeiros. As aventuras foram menos divertidas, o roteiro um pouco mais fraco, a mocinha/vilã não convence. Nem se compara ao jantar na mansão do Marajá ou as aventuras na mina dos meninos escravos. Mas o Sean Connery estava maravilhoso.
- Há um erro importante de continuidade na cena em que eles estão dentro da tumba, em Veneza. Durante todo o tempo eles caminham por um líquido escuro (petróleo, que até por isso explodiu). No entanto, depois que o vilão coloca fogo no lugar e Indiana e Elsa se escondem debaixo do caixão virado, eles já estão em uma água bem mais clara, onde o herói até conseguiu enxergar quando mergulhou.
- Alisson Doody é a mais bonita das Indie Girls, mas a atriz mais fraca e a personagem menos carismática. Saudades da Willie.
Garotas do ABC
3.3 31Um filme bem construído, com uma boa crítica social. Só não dei uma nota maior porque acho que a questão do racismo poderia ter sido tratada de uma forma mais rica.
Indiana Jones e o Templo da Perdição
3.9 507 Assista AgoraPara mim o melhor filme da saga. Repleto de cenas icônicas: o jantar no palácio do Marajá com as cabeças de macaco sendo servidas, Willie e os insetos, o homem tendo o coração arrancado, a fuga dos meninos escravos... e tem o Round, que é puro carisma, e a Willie, a mais hilária das Indy Girls.
Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida
4.0 668 Assista AgoraIndiana Jones é uma saga repleta de cenas icônicas. A geração de hoje talvez não venha a gostar tanto, porque o cinema mudou. Hoje adoram filmes no estilo Michael Bay. Mas eu digo, quem nasceu para Bay nunca fará uma aventura a lá Spielberg.
Paris, Texas
4.3 697 Assista AgoraAmo muito esse filme. O roteiro, as interpretações, a trilha sonora, os diálogos, o uso perfeito dos silêncios... é tudo muito bem construído. Travis é um personagem tão complexo na corrosão provocada por suas culpas e medos. E ao mesmo tempo descobrimos como ele foi um ser odioso, péssimo marido e pai em seu passado. A cena do reencontro dele com Jane é muito tocante. Um dos melhores diálogos da história do cinema. Da mesma forma o reencontro de Jane com o filho, ai sem precisar que fosse dita uma única palavra. Filmaço, merecidamente vencedor da Palma de Ouro. Daquele tipo de produção cada vez mais escassa neste cinema atual onde tudo tem que ser corrido demais e não há espaço para reflexão do público. Se é que o público de hoje quer refletir sobre algo.
Tess: Uma Lição de Vida
3.7 125 Assista AgoraO retrato de uma sociedade hipócrita e misógina.
O Expresso da Meia-Noite
4.1 476 Assista AgoraUm filme bruto, cruel, doloroso. Um clássico de Alan Parker. E o Brad Davis teve uma atuação incrível. Pena ter morrido tão jovem.