A análise a seguir contém SPOILERS do filme “O Grande Truque” dirigido por Christopher Nolan com roteiro de seu irmão Jonathan Nolan. Borden (Christian Bale) em algum momento do filme fala que o importante não é o segredo que esconde e sim o truque que você usa. Essa frase pode parecer só uma frase para dar efeito em determinada cena, mas na verdade ela resume o filme. Angier (Hugh Jackman) resolve ir atrás de algo que possa dar a ele um truque tão incrível quanto o “Homem Transportado” realizado por seu rival. Atrás disso ele rouba um diário de Bordon onde estão seus segredos, o diário está escrito em código que só podem ser lidos com a ajuda de uma palavra-chave que Angier descobre ser “Tesla”. Nesse momento fica claro que Borden já conhecia os estudos de Nikola Tesla (David Bowie) antes mesmo de Angier resolver ir atrás dele. Segundo o modo como interpretei o filme a máquina que Tesla criou gerou o suposto irmão gêmeo de Borden que na verdade era um clone nascido da máquina. Angier consegue superar Borden no decorrer do filme porque elabora uma apresentação tão incrivelmente mágica quanto o truque que catapultou Borden para o sucesso. É nesse ponto então que a frase dita lá atrás começa a resumir a história toda, os dois possuíam o mesmo segredo (a máquina de fazer clones criada por Tesla). A diferença foi o truque usado por cada um, Angier não pensou muito em como usar esse poder e acabou gerando sua própria desgraça quando resolveu executar seus clones no final de cada apresentação, não imaginou o que poderia acontecer consigo mesmo quando depois de assassinar tantos semelhantes. Não havia limites para seu personagem contanto que o público o achasse incrível. Borden por outro lado, até onde da para imaginar criou apenas um clone através da máquina e o escondeu sobre o disfarce de Fallon (Christian Bale), criou um truque perfeito para ele e o clone executarem juntos, trabalhando em equipe com seu semelhante. Compartilhando tanto as tristezas quanto o sucesso de ser um bom mágico. Bordon é o grande mágico do filme, porque ele arquitetou o grande truque que foi saber manter o controle sobre algo incrível que viria a mudar o mundo se viesse a público. Ele soube guardar isso para si e, o melhor de tudo, se tornou irmão do seu clone e o recebeu em sua vida. O que difere Angier de Bordon no filme é que Angier não reconheceu seus limites e Bordon sabia que deveria parar por ali, porque mesmo sabendo qual era o futuro segredo de Angier, mesmo sabendo que ambos possuíam o mesmo segredo (máquina do Tesla de fazer clones) e mesmo deixando seu semelhante ser sacrificado em seu lugar em certo ponto, apenas um tinha o grande truque na manga e não se deixaria ser levado pelo ego. Nas cenas em que Angier conhece a máquina dá a entender que só após sua chegada a máquina começa a sair do papel. O filme não deixa claro se a mesma máquina ou outra versão já havia sido criada. Mas minha interpretação é que sim, Tesla criou uma máquina antes da que fez para Angier, a qual foi usada por Bordon e depois destruída por Tesla que coagido por Angier resolveu construir outra. Bordon é o verdadeiro merecedor do prestígio presente nessa história (“The Prestige” é o título original do filme). Não importa qual é o segredo, como Bordon mesmo diz, e sim o truque que usa e, principalmente, quem o arquiteta.
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O Grande Truque
4.2 2,0K Assista AgoraA análise a seguir contém SPOILERS do filme “O Grande Truque” dirigido por Christopher Nolan com roteiro de seu irmão Jonathan Nolan.
Borden (Christian Bale) em algum momento do filme fala que o importante não é o segredo que esconde e sim o truque que você usa.
Essa frase pode parecer só uma frase para dar efeito em determinada cena, mas na verdade ela resume o filme. Angier (Hugh Jackman) resolve ir atrás de algo que possa dar a ele um truque tão incrível quanto o “Homem Transportado” realizado por seu rival. Atrás disso ele rouba um diário de Bordon onde estão seus segredos, o diário está escrito em código que só podem ser lidos com a ajuda de uma palavra-chave que Angier descobre ser “Tesla”.
Nesse momento fica claro que Borden já conhecia os estudos de Nikola Tesla (David Bowie) antes mesmo de Angier resolver ir atrás dele. Segundo o modo como interpretei o filme a máquina que Tesla criou gerou o suposto irmão gêmeo de Borden que na verdade era um clone nascido da máquina. Angier consegue superar Borden no decorrer do filme porque elabora uma apresentação tão incrivelmente mágica quanto o truque que catapultou Borden para o sucesso.
É nesse ponto então que a frase dita lá atrás começa a resumir a história toda, os dois possuíam o mesmo segredo (a máquina de fazer clones criada por Tesla). A diferença foi o truque usado por cada um, Angier não pensou muito em como usar esse poder e acabou gerando sua própria desgraça quando resolveu executar seus clones no final de cada apresentação, não imaginou o que poderia acontecer consigo mesmo quando depois de assassinar tantos semelhantes. Não havia limites para seu personagem contanto que o público o achasse incrível.
Borden por outro lado, até onde da para imaginar criou apenas um clone através da máquina e o escondeu sobre o disfarce de Fallon (Christian Bale), criou um truque perfeito para ele e o clone executarem juntos, trabalhando em equipe com seu semelhante. Compartilhando tanto as tristezas quanto o sucesso de ser um bom mágico.
Bordon é o grande mágico do filme, porque ele arquitetou o grande truque que foi saber manter o controle sobre algo incrível que viria a mudar o mundo se viesse a público. Ele soube guardar isso para si e, o melhor de tudo, se tornou irmão do seu clone e o recebeu em sua vida.
O que difere Angier de Bordon no filme é que Angier não reconheceu seus limites e Bordon sabia que deveria parar por ali, porque mesmo sabendo qual era o futuro segredo de Angier, mesmo sabendo que ambos possuíam o mesmo segredo (máquina do Tesla de fazer clones) e mesmo deixando seu semelhante ser sacrificado em seu lugar em certo ponto, apenas um tinha o grande truque na manga e não se deixaria ser levado pelo ego.
Nas cenas em que Angier conhece a máquina dá a entender que só após sua chegada a máquina começa a sair do papel. O filme não deixa claro se a mesma máquina ou outra versão já havia sido criada. Mas minha interpretação é que sim, Tesla criou uma máquina antes da que fez para Angier, a qual foi usada por Bordon e depois destruída por Tesla que coagido por Angier resolveu construir outra.
Bordon é o verdadeiro merecedor do prestígio presente nessa história (“The Prestige” é o título original do filme). Não importa qual é o segredo, como Bordon mesmo diz, e sim o truque que usa e, principalmente, quem o arquiteta.