"My little pumpkin, I like to think about other girls sometimes, but the truth is if you ever left me I'd tear my heart out and never put it back. There'll never be anyone like you. How embarrasing."
"Se você gosta é vintage; se você não gosta é velho."
Aquarius não só expõe o valor imensurável das lembranças (a pequena cômoda no recinto; uma canção em particular que faz o rosto de Clara brilhar; o próprio edifício-título) que gradativamente estão sendo destruídas por uma colônia de cupins - um simbolismo ácido que adquire conotações sociopolíticas, como também aponta a eterna disputa do antigo contra o moderno e o preconceito quase que inerente de uma sociedade que tenta amenizar a todo custo sua falta de moralidade.
"A força do retrato é que naquela fração de segundo compreendemos um pouco da vida da pessoa fotografada. Os olhos contam muito e a expressão do rosto também. Quando se faz um retrato não é só você quem tira a foto, a pessoa oferece a foto a você."
Precisamos de mais humanos como Sebastião Salgado.
A direção revela-se inspirada não apenas com a escolha de longos planos para estabelecer uma realidade torturante, mas também por nos revelar em cada frame a dor e insatisfação daquele mundo. Se o corte das canções dos pássaros para os gritos revoltantes dos trabalhadores é sintomático, a cena que o próprio pai envolve o filho com um pano branco para que ele não respirasse a poeira ganha conotacões fúnebres. Como se não bastasse, a poesia da música não resume só a vida daquela família como a essência da humanidade: "amor se escreve com pranto".
"Somos a origem da guerra. Não é a força da história, nem das épocas em que vivemos, nem a justiça, nem a injustiça, nem as causas nobres, nem as religiões, nem as ideias, nem as classes de governo, nem qualquer coisa. Nós somos os assassinos! Nós que causamos as guerras. Nós que carregamos como uma sífilis por dentro. Os mortos estão apodrecendo rapidamente nos campos porque os vivos estão podres!"
Por meio de uma sátira, diversos temas presentes na sociedade são tratados com bastante competência: o machismo, homossexualidade (note que o único personagem com esta característica usa gravata borboleta), egocentrismo (o protagonista até numa relação sexual insistentemente se olha no espelho), como também a hipocrisia de um mundo que vive puramente de aparências.
Como se não bastasse, a diretora ainda consegue expor Bateman ao ridículo, uma vez que o mesmo precisa sair da realidade para realizar suas covardes fantasias, já que sua profissão é descartável (repare que ele apenas escuta músicas, lê revistas masculinas e joga palavras cruzadas no escritório), além de ser constantemente confundido por seu colega de trabalho, evidenciando-se assim, principalmente através de seu apartamento, sua falta de personalidade.
Iñárritu, de forma poética, existencialista e melancólica, consegue acertar em tudo que aborda na sua obra-prima: a importância da Arte, a influência e o papel do crítico, a condenação da fama ("a popularidade é a prima pobre do prestígio"), os arrependimentos pessoais e profissionais, as futilidades modernas, como também a superficialidade da maioria das grandes produções do cinema atual. Como se não bastasse, "Birdman" se encerra de maneira tão simbólica, que é difícil não se ver refletindo sobre as inúmeras e pertinentes questões presentes.
Com diálogos inspiradíssimos ("Um relacionamento é como um tubarão. Tem que constantemente se mover ou irá morrer e eu acho que o que temos em mãos é um tubarão morto"), Allen comprova seu talento com humor e originalidade, realizando um dos filmes mais lindos sobre o que é um relacionamento de verdade. E de quebra, ainda tem uma estonteante Diane Keaton no papel de sua vida.
"Annie Hall" pode não agradar todo mundo, mas que é filme sobre todo mundo, isso é.
Hitchcock ao realizar uma brilhante metáfora narrativa com o próprio Cinema, coloca exaustivamente em questão a moralidade da curiosidade humana, gerando espaço para uma importante reflexão: ao vermos determinado filme, não estaríamos (de uma forma ou de outra) nos intrometendo nas vidas dos outros?
Além de expor a falta de ética do mundo jornalístico, Gilroy demonstra completo domínio na direção ao conseguir criar uma narrativa tensa e lúgubre, retratando através de Bloom (brilhantemente interpretado por Gyllenhaal) os problemas de uma sociedade cada vez mais moderna, fria e distante.
O suspiro que ocorre nos segundos finais além de ser de uma sutileza absurda, demonstra o carinho e respeito que Jonze tem por seus personagens, enriquecendo a narrativa de uma forma praticamente sem precedentes.
"Você vê filme demais. Você vai acabar me amando pra sempre. Vai me procurar em todas as garotas, todos os bares, todas as ruas. Aí um dia, depois de muito tempo, em um lugar qualquer, você vai me ver, mas aí vai achar que foi uma ilusão. E eu vou embora."
"É errado e isso estava me consumindo, estava me matando. Eu fico perguntando para mim mesmo o tempo todo: como eu fui cair nessa merda? Foi porque eu estava puto e nada que eu fazia acabava com essa sensação. Eu matei dois caras, Danny. Eu os matei e nada disso me fez sentir diferente. Só me fez ficar mais perdido e eu estou cansado de estar puto, Danny. Eu apenas estou cansado."
Scorsese demonstra sua típica precisão e sutileza em relação ao tema que trata ao realizar um belíssimo simbolismo através do figurino: enquanto Ellen constantemente usa o vermelho (cor recorrente na filmografia do diretor que, neste caso, representa tentação e pecado), May é coberta por cores claras, ressaltando a pureza da personagem.
Glazer aborda com extrema sensibilidade a natureza humana e sua desolante solidão, tendo espaço até para criticar que os padrões de beleza hoje são considerados suficientes para o total conhecimento de determinada pessoa. E é aí reside a genialidade de ter Johansson como protagonista: ela é igualmente complexa e falha como qualquer outra.
Mesmo com todo o seu maravilhoso (e único) universo intensamente colorido, Anderson não se repete, provando mais uma vez ter completo domínio técnico e narrativo. Não há dúvidas: Wes Anderson é um dos melhores diretores da atualidade e de sua geração.
"Foi Hegel que disse que os maiores eventos do mundo acontecem duas vezes. E, então, Karl Marx adicionou que a primeira vez foi uma tragédia e a segunda foi uma farsa."
Paterson
3.9 353 Assista Agora"My little pumpkin,
I like to think about other girls sometimes,
but the truth is
if you ever left me
I'd tear my heart out
and never put it back.
There'll never be anyone like you.
How embarrasing."
Sete Minutos Depois da Meia-Noite
4.1 991 Assista Agora"Porque humanos são criaturas complicadas. Acreditam em mentiras agradáveis reconhecendo a verdade dolorosa que as tornam necessárias."
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista Agora"Por que você fala 'romântico' como se fosse um palavrão?"
A Chegada
4.2 3,4K Assista Agora"Se você pudesse ver toda sua vida em sua frente, você mudaria as coisas?"
E a resposta de Villeneuve para essa pergunta reside no belo (e sutil) plano final.
A Qualquer Custo
3.8 803 Assista Agora"3 tours in Iraq but no bailout for people like us."
Capitão Fantástico
4.4 2,7K Assista Agora- Você pode achar isso, mas não gozamos das pessoas. Certo, pai?
- Certo. Não gozamos das pessoas.
- Exceto dos cristãos.
Aquarius
4.2 1,9K Assista Agora"Se você gosta é vintage; se você não gosta é velho."
Aquarius não só expõe o valor imensurável das lembranças (a pequena cômoda no recinto; uma canção em particular que faz o rosto de Clara brilhar; o próprio edifício-título) que gradativamente estão sendo destruídas por uma colônia de cupins - um simbolismo ácido que adquire conotações sociopolíticas, como também aponta a eterna disputa do antigo contra o moderno e o preconceito quase que inerente de uma sociedade que tenta amenizar a todo custo sua falta de moralidade.
O Sal da Terra
4.6 450 Assista Agora"A força do retrato é que naquela fração de segundo compreendemos um pouco da vida
da pessoa fotografada. Os olhos contam muito e a expressão do rosto também. Quando se faz um retrato não é só você quem tira a foto, a pessoa oferece a foto a você."
Precisamos de mais humanos como Sebastião Salgado.
A Terra e a Sombra
3.8 52 Assista AgoraA direção revela-se inspirada não apenas com a escolha de longos planos para estabelecer uma realidade torturante, mas também por nos revelar em cada frame a dor e insatisfação daquele mundo. Se o corte das canções dos pássaros para os gritos revoltantes dos trabalhadores é sintomático, a cena que o próprio pai envolve o filho com um pano branco para que ele não respirasse a poeira ganha conotacões fúnebres. Como se não bastasse, a poesia da música não resume só a vida daquela família como a essência da humanidade: "amor se escreve com pranto".
O Leão no Inverno
4.2 73"Somos a origem da guerra. Não é a força da história, nem das épocas em que vivemos, nem a justiça, nem a injustiça, nem as causas nobres, nem as religiões, nem as ideias, nem as classes de governo, nem qualquer coisa. Nós somos os assassinos! Nós que causamos as guerras. Nós que carregamos como uma sífilis por dentro. Os mortos estão apodrecendo rapidamente nos campos porque os vivos estão podres!"
O Lagosta
3.8 1,4K Assista Agora"Um dia, enquanto jogava golfe, pensou que é mais difícil fingir que sente algo quando não sente do que fingir que não sente nada quando sente."
Psicopata Americano
3.7 1,9K Assista AgoraPor meio de uma sátira, diversos temas presentes na sociedade são tratados com bastante competência: o machismo, homossexualidade (note que o único personagem com esta característica usa gravata borboleta), egocentrismo (o protagonista até numa relação sexual insistentemente se olha no espelho), como também a hipocrisia de um mundo que vive puramente de aparências.
Como se não bastasse, a diretora ainda consegue expor Bateman ao ridículo, uma vez que o mesmo precisa sair da realidade para realizar suas covardes fantasias, já que sua profissão é descartável (repare que ele apenas escuta músicas, lê revistas masculinas e joga palavras cruzadas no escritório), além de ser constantemente confundido por seu colega de trabalho, evidenciando-se assim, principalmente através de seu apartamento, sua falta de personalidade.
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
3.8 3,4K Assista AgoraIñárritu, de forma poética, existencialista e melancólica, consegue acertar em tudo que aborda na sua obra-prima: a importância da Arte, a influência e o papel do crítico, a condenação da fama ("a popularidade é a prima pobre do prestígio"), os arrependimentos pessoais e profissionais, as futilidades modernas, como também a superficialidade da maioria das grandes produções do cinema atual. Como se não bastasse, "Birdman" se encerra de maneira tão simbólica, que é difícil não se ver refletindo sobre as inúmeras e pertinentes questões presentes.
Noivo Neurótico, Noiva Nervosa
4.1 1,1K Assista AgoraCom diálogos inspiradíssimos ("Um relacionamento é como um tubarão. Tem que constantemente se mover ou irá morrer e eu acho que o que temos em mãos é um tubarão morto"), Allen comprova seu talento com humor e originalidade, realizando um dos filmes mais lindos sobre o que é um relacionamento de verdade. E de quebra, ainda tem uma estonteante Diane Keaton no papel de sua vida.
"Annie Hall" pode não agradar todo mundo, mas que é filme sobre todo mundo, isso é.
Janela Indiscreta
4.3 1,2K Assista AgoraHitchcock ao realizar uma brilhante metáfora narrativa com o próprio Cinema, coloca exaustivamente em questão a moralidade da curiosidade humana, gerando espaço para uma importante reflexão: ao vermos determinado filme, não estaríamos (de uma forma ou de outra) nos intrometendo nas vidas dos outros?
O Abutre
4.0 2,5K Assista AgoraAlém de expor a falta de ética do mundo jornalístico, Gilroy demonstra completo domínio na direção ao conseguir criar uma narrativa tensa e lúgubre, retratando através de Bloom (brilhantemente interpretado por Gyllenhaal) os problemas de uma sociedade cada vez mais moderna, fria e distante.
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraO suspiro que ocorre nos segundos finais além de ser de uma sutileza absurda, demonstra o carinho e respeito que Jonze tem por seus personagens, enriquecendo a narrativa de uma forma praticamente sem precedentes.
Apenas o Fim
3.7 1,1K Assista Agora"Você vê filme demais. Você vai acabar me amando pra sempre. Vai me procurar em todas as garotas, todos os bares, todas as ruas. Aí um dia, depois de muito tempo, em um lugar qualquer, você vai me ver, mas aí vai achar que foi uma ilusão. E eu vou embora."
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista Agora"Algumas pessoas vão ao cinema para serem lembradas que tudo está bem. Eu não faço esses tipos de filme." - David Fucking Fincher
A Outra História Americana
4.4 2,2K Assista Agora"É errado e isso estava me consumindo, estava me matando. Eu fico perguntando para mim mesmo o tempo todo: como eu fui cair nessa merda? Foi porque eu estava puto e nada que eu fazia acabava com essa sensação. Eu matei dois caras, Danny. Eu os matei e nada disso me fez sentir diferente. Só me fez ficar mais perdido e eu estou cansado de estar puto, Danny. Eu apenas estou cansado."
A Época da Inocência
3.5 249 Assista AgoraScorsese demonstra sua típica precisão e sutileza em relação ao tema que trata ao realizar um belíssimo simbolismo através do figurino: enquanto Ellen constantemente usa o vermelho (cor recorrente na filmografia do diretor que, neste caso, representa tentação e pecado), May é coberta por cores claras, ressaltando a pureza da personagem.
Sob a Pele
3.2 1,4K Assista AgoraGlazer aborda com extrema sensibilidade a natureza humana e sua desolante solidão, tendo espaço até para criticar que os padrões de beleza hoje são considerados suficientes para o total conhecimento de determinada pessoa. E é aí reside a genialidade de ter Johansson como protagonista: ela é igualmente complexa e falha como qualquer outra.
O Grande Hotel Budapeste
4.2 3,0KMesmo com todo o seu maravilhoso (e único) universo intensamente colorido, Anderson não se repete, provando mais uma vez ter completo domínio técnico e narrativo. Não há dúvidas: Wes Anderson é um dos melhores diretores da atualidade e de sua geração.
O Homem Duplicado
3.7 1,8K Assista Agora"Foi Hegel que disse que os maiores eventos do mundo acontecem duas vezes. E, então, Karl Marx adicionou que a primeira vez foi uma tragédia e a segunda foi uma farsa."