Júlia Lee

Uma boa ideia, mal executada. A atriz é ruim ocasionalmente, o ator é ruim constantemente. Nas mãos de outros diretores, resultaria em um filme acima da média. Parece que não faltou apenas talento e domínio de técnica, faltou vivência também.

Ótima atuação do Erom Cordeiro como o serial killer. As cenas dele com as vítimas e a relação tensa com a esposa são muito bem dirigidas, mas infelizmente dão a mesma importância e tempo de tela para a vida cotidiana e dramas dos policiais, e nem sempre essas partes são convincentes, vários momentos ficaram ruins.

A série ganharia muito se fosse editada em 3 episódios ou em formato de longa-metragem, focando apenas no serial killer, reduzindo os flashbacks e os policiais apenas aparecendo nos momentos de investigação.

Não dá para comparar com a série Dupla Identidade, que é muito superior; Natureza Morta tem defeitos muito aparentes, mas quando é boa, é muito boa.

Uma pequena obra-prima, delicioso de se assistir do início ao fim. Fiquei muito emocionada, sem dúvida o melhor trabalho do Dario desde Insônia (2001); aqui ele demonstra um frescor comparável ao do Alain Resnais em Ervas Daninhas.
O filme é dinâmico, cheio de vida e de amor por seus personagens. A heroína, Diana, é fantástica, ela é tão apaixonante quanto a Gianna Brezzi (Daria Nicolodi) de Prelúdio Para Matar. Linda a relação dela com o menino Chin.
O assassino é outro ponto alto, especialmente quando ataca com a van. A Asia Argento faz um papel diferente do habitual no cinema do pai, e está ótima também.
As referências aos outros filmes do Dario dão um sabor especial e não são colocadas de forma gratuita, esse sim é um filme feito para os fãs de seu cinema. Apaixonante desde a linda abertura com o eclipse até o emocionante final.
Se esse for o último filme dele, será um lindo canto do cisne, mas caso ele faça outros, espero que sigam nesse nível de qualidade e de paixão.