O filme usa a arte como metáfora para diversas questões sociais complicadas. Fica claro que para alguma coisa ser arte ela precisa ser arte para alguém, ou seja, para ser arte alguém tem que prestar atenção em um determinado trabalho e julgá-lo como arte, fato que o destaca frente a diversos outros trabalhos existentes. As questões principais que se mantém em contraste durante todo o filme não envolvem o conceito de arte em si, mas sim: "O que merece atenção?" e "Quando merece atenção?".
Para mim, o melhor filme de 2016! Vale reforçar que o filme não é sobre estupro, o filme é sobre a vida e a complexa rede de ligações pessoais e profissionais da personagem principal, Michèle Leblanc, interpretada pela Isabelle Huppert.
A trama só é possível com a atuação brilhante e completamente minimalista da Isabelle Huppert, que consegue encarar todos os momentos grandiosos, horríveis, dramáticos e assustadores da personagem como se fossem rotina, típicos e sem importância. A personagem é extremamente independente: faz, assume, desfaz, refaz, vai atrás e quebra regras quando sente necessidade e não pede opinião e permissão de ninguém. Podemos observar essa independência quando ela percebe que a situação com o seu vizinho foge do seu controle. Nesse momento, ela fala, na maior simplicidade, que não quer mais e, conhecendo a personalidade do vizinho, sai do carro e caminha até sua casa pela frente do carro. Ela é uma mulher segura e independente.
O filme é notavelmente um filme de desconstrução, isso é, vai de encontro com tudo que passa na nossa cabeça. Todos nós temos ideias prévias de como agir sobre determinadas situações como, por exemplo, um estupro, um assalto, relação com as atuais dos nossos ex e etc. Temos todos esses comportamentos "pré-determinados" e achamos estranho quando alguém nao segue esse padrão. Michèle Leblanc, definitivamente, não segue esse padrão, tornando o filme, um filme de desconstrução. Acho que é esse ponto que as pessoas não entendem. Um filme de desconstrução mostra exatamente aquilo que a gente nunca pensou que veria, o que a gente não quer ver, o que a gente nunca faria e o que a gente é contra. Não é confortável, foge de tudo o que já pensamos. Entretanto, nao é por que foge de tudo o que consideramos "comum", que nao possa acontecer. Cada um faz o que quer. O filme conta a história, a vida e as decisões da Michèle Leblanc. Se o filme fosse sobre você, os acontecimentos poderiam ser diferentes, as atitudes e etc. Não é um filme para ficar horrorizado, é para refletir. O filme nao é sobre estupro, o filme é sobre a personagem, o filme é sobre a Michèle Leblanc. Cada um faz o que quer com a sua vida. Esse filme é demais! Isabelle Huppert é maravilhosa e digna de Oscar.
Um filme para focar na brilhante atuação das duas atrizes, no silêncio, na fotografia, na noção do vazio, na trilha sonora e na delicadeza dos detalhes. O filme te sufoca até os minutos finais!
Comprar Ingressos
Este site usa cookies para oferecer a melhor experiência possível. Ao navegar em nosso site, você concorda com o uso de cookies.
Se você precisar de mais informações e / ou não quiser que os cookies sejam colocados ao usar o site, visite a página da Política de Privacidade.
Custódia
4.2 157Fazia tempo que não me sentia tão incomodada vendo um filme!
Em Pedaços
3.9 236Desconfortável até o último minuto.
The Square - A Arte da Discórdia
3.6 318O filme usa a arte como metáfora para diversas questões sociais complicadas.
Fica claro que para alguma coisa ser arte ela precisa ser arte para alguém, ou seja, para ser arte alguém tem que prestar atenção em um determinado trabalho e julgá-lo como arte, fato que o destaca frente a diversos outros trabalhos existentes.
As questões principais que se mantém em contraste durante todo o filme não envolvem o conceito de arte em si, mas sim: "O que merece atenção?" e "Quando merece atenção?".
Elle
3.8 886Para mim, o melhor filme de 2016!
Vale reforçar que o filme não é sobre estupro, o filme é sobre a vida e a complexa rede de ligações pessoais e profissionais da personagem principal, Michèle Leblanc, interpretada pela Isabelle Huppert.
A trama só é possível com a atuação brilhante e completamente minimalista da Isabelle Huppert, que consegue encarar todos os momentos grandiosos, horríveis, dramáticos e assustadores da personagem como se fossem rotina, típicos e sem importância.
A personagem é extremamente independente: faz, assume, desfaz, refaz, vai atrás e quebra regras quando sente necessidade e não pede opinião e permissão de ninguém. Podemos observar essa independência quando ela percebe que a situação com o seu vizinho foge do seu controle. Nesse momento, ela fala, na maior simplicidade, que não quer mais e, conhecendo a personalidade do vizinho, sai do carro e caminha até sua casa pela frente do carro. Ela é uma mulher segura e independente.
O filme é notavelmente um filme de desconstrução, isso é, vai de encontro com tudo que passa na nossa cabeça. Todos nós temos ideias prévias de como agir sobre determinadas situações como, por exemplo, um estupro, um assalto, relação com as atuais dos nossos ex e etc. Temos todos esses comportamentos "pré-determinados" e achamos estranho quando alguém nao segue esse padrão. Michèle Leblanc, definitivamente, não segue esse padrão, tornando o filme, um filme de desconstrução.
Acho que é esse ponto que as pessoas não entendem. Um filme de desconstrução mostra exatamente aquilo que a gente nunca pensou que veria, o que a gente não quer ver, o que a gente nunca faria e o que a gente é contra. Não é confortável, foge de tudo o que já pensamos. Entretanto, nao é por que foge de tudo o que consideramos "comum", que nao possa acontecer. Cada um faz o que quer. O filme conta a história, a vida e as decisões da Michèle Leblanc. Se o filme fosse sobre você, os acontecimentos poderiam ser diferentes, as atitudes e etc. Não é um filme para ficar horrorizado, é para refletir.
O filme nao é sobre estupro, o filme é sobre a personagem, o filme é sobre a Michèle Leblanc.
Cada um faz o que quer com a sua vida.
Esse filme é demais!
Isabelle Huppert é maravilhosa e digna de Oscar.
A Espera
3.7 59Um filme para focar na brilhante atuação das duas atrizes, no silêncio, na fotografia, na noção do vazio, na trilha sonora e na delicadeza dos detalhes. O filme te sufoca até os minutos finais!