Kássio Araújo

Quando assisti Procurando Nemo fiquei maravilhado, não só com a qualidade técnica da Pixar, mas com a encantadora história, que passa lições sem tornar-se maniqueísta.

Ao voltar ao cinema para assistir do longa da carismática Dory não esperava menos do que um visual maravilhoso e um roteiro correto.

O maior inimigo de Procurando Dory é a falta de frescor do longa, que pouco acrescenta ao universo marinho.
A história tem o arco narrativo bem parecido com o de Nemo e Marlin e se não fosse alguns personagens carismáticos, tornaria-se descartável.

Posso dizer que a Pixar fez direitinho seu trabalho, sem surpreender ;)

Parece que a onda de recriar versões em carne e osso das princesas está longe de terminar. Com seriados pipocando aqui e acolá e longas previstos para breve (alô a Bela e a Fera e Mulan), a sensação que reina é que Hollywood tem se arriscado em roteiros mais seguros (menos criativos também) e já consagrados pelo público. Convenhamos, apostar em personagens clássicos, que fazem parte do imaginário coletivo é muito mais fácil do que conquistar o telespectador com uma proposta nova.

O vitoriano Kenneth Branagh usa toda sua estética barroca para criar os cenários majestosos que a história pede. Os figurinos são impecáveis. É lindo observar que cada personagem está envolto em um tom específico (a madrasta está sempre com tons verdes,vis e frios como uma serpente, Cinderela sempre marcada pelo azul claro, simbolizando sua pureza).

Lily James entrega uma Cinderela doce sem tornar-se patética, Cate Blanchet; sempre maravilhosa; brilha com uma madrasta que possui nuances além da óbvia maldade. O príncipe Kit cumpre sua função: ser encantado, as irmãs funcionam como um alívio cômico pontual e Helena Boham Carter faz uma participação divertida, porém não tão marcante.

No geral o filme é bom e correto, a Disney envolve com sua magia mas falta um temperinho para se tornar memorável, façanha essa que o clássico desenho de 1950 ainda mantém.

Não vi mas parece seguir a linha de todos os filmes saídos do forno ultimamente (Alice, Branca de Neve e o Caçador, OZ).

A fórmula é: Elenco estelar + efeitos caprichados + história conhecida + pouco cuidado (ou nenhum cuidado) com o roteiro = filme de conto de fadas readaptado.

Até quando?!!?